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INSPEÇÃO DO MEL DISCIPLINA: HIGIENE E INSPEÇÃO PROF. DR. THIAGO L. M. GRASSI LEGISLAÇÃO DE PRODUTOS DE ABELHAS Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal – RIISPOA (2020) Portaria nº 6 (1985) - Aprova as Normas Higiênico-Sanitárias e Tecnológicas para Mel, Cera de Abelhas e Derivados http://www.crmvgo.org.br/legislacao/MEL/POR00000006.pdf Instrução Normativa n° 11 (2000) – Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Mel http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=7797 Instrução Normativa n° 3 (2001) - Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade de Apitoxina, Cera de abelha, Geleia real, Geleia real liofilizada, Pólen apícola, Própolis e Extrato de própolis http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=1798 RIISPOA Ficam sujeitos à inspeção e à fiscalização previstas neste Decreto os animais destinados ao abate, a carne e seus derivados, o pescado e seus derivados, os ovos e seus derivados, o leite e seus derivados e os produtos de abelhas e seus derivados, comestíveis e não comestíveis, com adição ou não de produtos vegetais. Os estabelecimentos de produtos de abelhas são responsáveis por garantir a identidade, a qualidade e a rastreabilidade dos produtos, desde sua obtenção na produção primária até a recepção no estabelecimento, incluído o transporte. Classificação dos estabelecimentos de produtos de abelhas e derivados Unidade de extração e beneficiamento de produtos de abelhas É o estabelecimento destinado ao recebimento de matérias-primas de produtores rurais, à extração, ao acondicionamento, à rotulagem, à armazenagem e à expedição dos produtos de abelhas, facultando-se o beneficiamento e o fracionamento. Pode ser unidade móvel. Unidade de beneficiamento de produtos de abelhas e derivados É o estabelecimento destinado à recepção, à classificação, ao beneficiamento, à industrialização, ao acondicionamento, à rotulagem, à armazenagem e à expedição de produtos e matérias- primas pré-beneficiadas provenientes de outros estabelecimentos de produtos de abelhas e derivados, facultada a extração de matérias-primas recebidas de produtores rurais. Inspeção industrial e sanitária A inspeção de produtos de abelhas abrange a verificação da extração, do acondicionamento, da conservação, do processamento, da armazenagem, da expedição e do transporte dos produtos de abelhas. As análises (recepção e seleção no estabelecimento processador) devem abranger as características sensoriais e as análises determinadas em normas complementares, além da pesquisa de indicadores de fraudes que se faça necessária. Quando detectada qualquer não conformidade na matéria-prima, o estabelecimento receptor será responsável pela destinação adequada do produto. O mel e o mel de abelhas sem ferrão, quando submetidos ao processo de descristalização ou pasteurização, devem respeitar o binômio tempo e temperatura. Os produtos de abelhas sem ferrão devem ser procedentes de criadouros, na forma de meliponários, autorizados pelo órgão ambiental competente. Padrões de Qualidade CLASSIFICAÇÃO PELAS ABELHAS PRODUTORAS I - produtos de abelhas do gênero Apis, que são o mel, o pólen apícola, a geleia real, a própolis, a cera de abelhas e a apitoxina; II - produtos de abelhas sem ferrão ou nativas, que são o mel de abelhas sem ferrão, o pólen de abelhas sem ferrão e a própolis de abelhas sem ferrão. Os produtos de abelhas podem ser submetidos a processos de liofilização, de desidratação, de maceração ou a outro processo tecnológico específico. MEL: é o produto alimentício produzido pelas abelhas melíferas a partir do néctar das flores ou das secreções procedentes de partes vivas das plantas ou de excreções de insetos sugadores de plantas que ficam sobre as partes vivas de plantas que as abelhas recolhem, transformam, combinam com substâncias específicas próprias, armazenam e deixam maturar nos favos da colmeia. MEL PARA USO INDUSTRIAL: é aquele que se apresenta fora das especificações para o índice de diástase, de hidroximetilfurfural, de acidez ou em início de fermentação, que indique alteração em aspectos sensoriais que não o desclassifique para o emprego em produtos alimentícios. PÓLEN APÍCOLA: é o produto resultante da aglutinação do pólen das flores, efetuada pelas abelhas operárias, mediante néctar e suas substâncias salivares, o qual é recolhido no ingresso da colmeia. GELEIA REAL: é o produto da secreção do sistema glandular cefálico, formado pelas glândulas hipofaringeanas e mandibulares de abelhas operárias, colhida em até setenta e duas horas. PRÓPOLIS: é o produto oriundo de substâncias resinosas, gomosas e balsâmicas, colhidas pelas abelhas de brotos, de flores e de exsudatos de plantas, nas quais as abelhas acrescentam secreções salivares, cera e pólen para a elaboração final do produto. CERA DE ABELHA: é o produto secretado pelas abelhas para formação dos favos nas colmeias, de consistência plástica, de cor amarelada e muito fusível. APITOXINA: é o produto de secreção das glândulas abdominais ou das glândulas do veneno de abelhas operárias, armazenado no interior da bolsa de veneno. MEL, PÓLEN E PRÓPOLIS DE ABELHAS SEM FERRÃO - mesma definição, só mudando a espécie produtora Não é permitida a mistura de mel com mel de abelhas sem ferrão e nenhum dos demais produtos. Derivados de produtos de abelhas Produtos de abelhas sem adição de ingredientes – Devem corresponder a 100% do produto final Produtos de abelhas com adição de ingredientes – Maior parte deve ser de produtos de abelhas Particularidade na rotulagem Na rotulagem do mel, do mel de abelhas sem ferrão e dos derivados dos produtos das abelhas deve constar a advertência “Este produto não deve ser consumido por crianças menores de um ano de idade.”, em caracteres destacados, nítidos e de fácil leitura. Clostridium botulinum ESPOROS não são eliminados na pasteurização Bactéria pode se proliferar no trato gastrointestinal de crianças menores de 1 ano por não terem defesa preparada para tal microrganismo – TOXINFECÇÃO Bactéria produz a toxina no local - BOTULISMO Classificação ORIGEM Mel unifloral ou monofloral Mel multiforal ou plurifloral PROCEDIMENTO DE OBTENÇÃO Mel escorrido: é o mel obtido por escorrimento dos favos desoperculados, sem larvas. Mel prensado: é o mel obtido por prensagem dos favos, sem larvas. Mel centrifugado: é o mel obtido por centrifugação dos favos desoperculados, sem larvas. APRESENTAÇÃO E/OU PROCESSAMENTO Mel: estado líquido, cristalizado ou parcialmente cristalizado. Mel em favos : armazenado pelas abelhas em células operculadas de favos novos, construídos por elas mesmas, que não contenha larvas e comercializado em favos inteiros ou em secções de tais favos. Mel com pedaços de favo: contém um ou mais pedaços de favo com mel, isentos de larvas. Mel cristalizado ou granulado: sofreu um processo natural de solidificação, como consequência da cristalização dos açúcares. Mel cremoso: tem uma estrutura cristalina fina e que pode ter sido submetido a um processo físico, que lhe confira essa estrutura e que o torne fácil de untar. Mel filtrado: submetido a um processo de filtração, sem alterar o seu valor nutritivo. Classificação Aditivos É expressamente proibida a utilização de qualquer tipo de aditivos. ✓ Cor: de quase incolor a pardo escura ✓ Sabor e aroma: característicos, de acordo com a origem ✓ Consistência: variável, de acordo com o estado físico em que se apresenta (líquido, cristalizado, parcialmente cristalizado) Sensoriais Macroscópicas e Microscópicas ✓ ausência de substâncias estranhas de qualquer natureza: sujidades, parasitas, insetos, larvas, fungos, grânulos de amido, elementos vegetais, grãos de areia ✓ deve apresentar grãos de pólen - análise polínica para determinar a origemdo mel AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO MEL IN 11 (2000) Modificação química “inversão da sacarose” Modificação física “desidratação” Absorção Evaporação Após regurgitação nos alvéolos: MEL VERDE Após operculação dos alvéolos: MEL MADURO invertaseSacarose Transformação do néctar em mel glicose frutose Glicose Frutose + conservação + ação antibacteriana glicose ácido glucônico + H2O2 glicose oxidase Físico-químicas maturidade pureza deterioração veracidade fraude fraude • Umidade, máx. 20% • Sacarose, máx. 6% • Açúcares redutores, mín. 65% • Sólidos insolúveis em água, máx. 0,1% • Minerais, máx. 0,6% • Acidez (ml de sol. normal), máx. 5% • Hidroximetilfurfural, máx. 60mg/kg • Reação de Fiehe negativo • Atividade diastásica mín. 8 na escala de Gothe • Reação de Lund máx. 3,0 ml mín. 0,6 ml • Reação de lugol negativo PROVAS UTILIZADAS NA INSPEÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE DO MEL Determinação da acidez – para detectar fermentação do produto Método: titulometria Reação de neutralização entre os componentes ácidos do mel e a solução alcalina (NaOH 0,1N) Determinação da umidade – para atestar a maturidade do mel e sua propensão à fermentação Método: refratometria A luz sofre uma mudança em sua direção de propagação quando muda de meio de propagação (por ex.: quando passa do ar para o mel), fenômeno chamado refração. O Índice de Refração mede a maior ou menor refração sofrida pela luz. O Índice de Refração é proporcional à concentração de sólidos dissolvidos em soluções aquosas (Brix), representados pelos açúcares, no caso do mel. Refratômetro de Abbé Determinação de açúcares redutores (glicose + frutose) – para verificar o grau de maturidade do mel ou a presença de Xarope de Amido Invertido, Xarope de Amido de Milho Hidrolisado, Xarope de Milho de Alta Frutose Método: reação de Fehling redução (a quente) de uma solução alcalina de CuSO4 pelo grupo redutor livre do açúcar, levando à formação de um precipitado de Cu2O, de cor tijolo CuSO4 → Cu2O (Cu +2) (Cu+1) Determinação de sacarose – para verificar o grau de maturidade do mel Método: reação de Fehling mesma reação anterior, realizada após a hidrólise ácida da sacarose Prova de Lund – para diferenciar mel de xaropes, indicar adição de espessantes (gelatina) ou diluição do mel Método: precipitação da fração proteica do mel pelo ácido tânico 5% Reação de Fiehe (pesquisa de hidroximetilfurfural – HMF) HMF proveniente da desidratação de monossacarídeos quando aquecidos – indica armazenamento prolongado ou em condições inadequadas, superaquecimento, adição de Xarope de Amido Invertido, Xarope de Amido de Milho Hidrolisado, Xarope de Milho de Alta Frutose Método: colorimetria (qualitativo) HMF complexa-se com a resorcina em meio ácido, formando um complexo de cor vermelha Reação do lugol – para detectar a presença de amidos e dextrinas provenientes da adição de XAMH, HFCS Método: colorimetria (qualitativo) Iodo complexa-se com as hélices da amilose (amido), formando um complexo de cor azul e com as dextrinas formando cor castanha Resíduo mineral fixo (cinzas) – pode indicar adição de melaço, alimentação artificial das abelhas Método: gravimetria (perda de peso da amostra após a eliminação de umidade e matéria orgânica) Sólidos insolúveis - detecta o grau de impurezas, indicando o controle higiênico utilizado na produção Método: filtração, com retenção de sólidos presentes em uma solução de mel Demais produtos Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade de Apitoxina, Cera de Abelha, Geleia Real, Geleia Real Liofilizada, Pólen Apícola, Própolis e Extrato de Própolis. Definições Classificações Parâmetros de qualidade Processos de obtenção e beneficiamento
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