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BROMATOLOGIA: PIQ DE MEL PROF. DRA. ELIANA GULÃO MEL ➢O mel é considerado um dos produtos mais puros da natureza, derivado do néctar e de outras secreções naturais das plantas que são coletadas e processadas pelas abelhas, possibilitando uma nova fonte de alimentação alternativa potencialmente nutritiva e saudável; ➢Em sua composição possui ácidos orgânicos, flavonóides, enzimas, água, glicose, frutose, sacarose, maltose, sais minerais e vitaminas; ➢Sua composição varia devido a fontes vegetais das quais ele é derivado, o solo, a espécie da abelha, o estado fisiológico da colônia, o estado de maturação do mel, as condições meteorológicas da colheita, entre outros. MEL Definição: Entende-se por mel, o produto alimentício produzido pelas abelhas melíferas, a partir do néctar das flores ou das secreções procedentes de partes vivas das plantas ou de excreções de insetos sugadores de plantas que ficam sobre partes vivas de plantas, que as abelhas recolhem, transformam, combinam com substâncias específicas próprias, armazenam e deixam madurar nos favos da colmeia (Instrução Normativa Nº 11, de 20 de Outubro de 2000, MAPA). ➢ As abelhas têm em suas cabeças glândulas que secretam duas enzimas: invertase e glicose oxidase. ➢ O mel é formado pela reação dessas substâncias com o néctar coletado das flores. ➢ A invertase converte a sacarose – tipo de açúcar contido no néctar – em dois outros açúcares: glicose e frutose. ➢ A glicose oxidase, por sua vez, transforma uma pequena quantidade de glicose em ácido glicônico, que torna o mel ácido, protegendo-o de bactérias que o fariam fermentar. ➢ Na colmeia, as abelhas agitam as asas para secar a água, presente em grande quantidade no néctar, desidratando o mel, destruindo outros microrganismos. MEL ➢Mel unifloral ou monofloral: quando o produto proceda principalmente da origem de flores de uma mesma família, gênero ou espécie e possua características sensoriais, físico-químicas e microscópicas próprias; ➢Mel multifloral ou polifloral: é o mel obtido a partir de diferentes origens florais; ➢Melato ou Mel de Melato: é o mel obtido principalmente a partir de secreções das partes vivas das plantas ou de excreções de insetos sugadores de plantas que se encontram sobre elas; TIPOS DE MEL (Instrução Normativa Nº 11, de 20 de Outubro de 2000, MAPA). Segundo sua apresentação e/ou processamento: ➢Mel: é o mel em estado líquido, cristalizado ou parcialmente cristalizado. ➢Mel em favos ou mel em secções: é o mel armazenado pelas abelhas em células operculadas de favos novos, construídos por elas mesmas, que não contenha larvas e comercializado em favos inteiros ou em secções de tais favos. ➢Mel com pedaços de favo: é o mel que contém um ou mais pedaços de favo com mel; ➢Mel cristalizado ou granulado: é o mel que sofreu um processo natural de solidificação, como conseqüência da cristalização dos açúcares; ➢Mel cremoso: é o mel que tem uma estrutura cristalina fina e que pode ter sido submetido a um processo físico, que lhe confira essa estrutura e que o torne fácil de untar. ➢Mel filtrado: é o mel que foi submetido a um processo de filtração, sem alterar o seu valor nutritivo. TIPOS DE MEL Classificação de acordo com sua obtenção: ➢Mel escorrido: é o mel obtido por escorrimento dos favos; ➢Mel prensado: é o mel obtido por prensagem dos favos; ➢Mel centrifugado: é o mel obtido por centrifugação dos favos. TIPOS DE MEL (Instrução Normativa Nº 11, de 20 de Outubro de 2000, MAPA). TIPOS DE MEL Mel em favos Mel com pedaços de favo Mel cristalizado Mel cremoso Mel filtrado Tabela 1. Composição química do mel Fonte: EMBRAPA, 2006 M E L Fonte: EMBRAPA, 2006 REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO MEL Características físico-químicas Açúcares redutores: ➢ Mel floral: mínimo 65g/100 g; ➢ Melato ou Mel de Melato e sua mistura com mel floral: mínimo 60g/100 g; ➢ Umidade: máximo 20g/100 g; ➢ Sacarose aparente: Mel floral: Máximo 6g/100g; ➢ Melato ou Mel de Melato e sua mistura com mel floral: máximo 15g/100 g Características físico-químicas Pureza: ➢ Sólidos insolúveis em água: máximo 0,1 g/100 g., exceto no mel prensado, que tolera-se até 0,5 g/100 g., unicamente em produtos acondicionados para sua venda direta ao público; ➢ Minerais (cinzas): máximo 0,6 g/100 g. No melato ou mel de melato e suas misturas com mel floral, tolera-se até 1,2 g/100 g; ➢ Pólen: o mel deve, necessariamente, apresentar grãos de pólen. REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO MEL Deterioração ➢Fermentação: O mel não deve ter indícios de fermentação. ➢ Acidez: máxima de 50 mil equivalentes por quilograma. ➢ Atividade diastásica: Sua função é digerir a molécula de amido, estando, possivelmente, envolvida na digestão do pólen. Sua relevância principal para o mel é que essa enzima apresenta maior sensibilidade ao calor que a enzima invertase. ➢Hidroximetilfurfural: máximo de 60 mg/kg. REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO MEL Características físico-químicas É expressamente proibida a utilização de qualquer tipo de aditivos. RÓTULO IN 11 DE 2000 ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS ➢ As adulterações mais empregadas são pela adição de água , amidos, e glicoses como forma de faze render o mel e aumentar seu constituinte sólido e, consequentemente, os lucros com a venda do mel adulterado; ➢ Os testes mais utilizados para indicar possíveis alterações em méis são as reações de Lund, Fiehe e Lugol; ➢ São análises qualitativas. Baseia-se na determinação de substâncias albuminoides precipitáveis como o ácido tânico. Determina também se houve adição de água ou outro diluidor no mel. A reação de Lund constitui-se na precipitação de derivados proteicos naturalmente existentes no mel pelo reagente ácido tânico. O valor do precipitado varia entre 0 ,6 e 3 ,0 . Se o valor for abaixo de 0 ,6 ml, significa que o produto é ilegítimo ou foi acrescentado substâncias artificiais. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS Já a reação de Fiehe é uma análise que vai identificar a presença de substâncias que são produzidas durante o superaquecimento do mel ou adição de xaropes de açúcares . Consiste na identificação do hidroximetilfurfuraldeido ( HMF), que é obtida através da hidrólise ácida da sacarose , que reage com resorcina. O resultado sendo positivo a substância vai apresentar coloração avermelhada, indicando alteração e/ou adulteração do produto ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS A reação de Lugol é uma reação colorimétrica qualitativa, realizada conforme metodologia do Instituto Adolfo Lutz (2008). Indica a presença de dextrinas e amido, e considera-se positiva quando a coloração final for violeta ou azul. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS VÍDEO
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