Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo Processo de Envelhecimento - Quedas Introdução Queda é um evento não intencional que tem como resultado a mudança de posição do indivíduo para um nível mais baixo em relação à posição inicial, associado ou não a consequências. Nem todo evento é definido como queda algumas situações são excluídas dessa definição entre elas temos a síncope, AVE, atropelamento, acidentes em exercícios de alta performance, causas violentas, convulsões, esses são mecanismos que tem no desfecho uma possível queda, porém não necessariamente representam a síndrome geriátrica: queda. Classificação de Quedas · Acidental: evento único decorrente a fatores de risco extrínseco · Recorrente: duas ou mais quedas por ano com múltiplos fatores de risco, como fragilidade, sarcopenia (pouca massa magra), osteoporose, demência, entre outros Síndrome Geriátrica Algumas condições levam a uma maior fragilidade e expõe o idoso a uma maior possibilidade de queda, síndrome geriátrica. Essas condições devem ser identificadas na anamnese bem detalhada. · Instabilidade postural: idosos apresentam menor instabilidade, por isso, deve-se avaliar · Iatrogenia: medicamentosa, cuidados, pouca investigação, não utilização de dispositivos de marcha · Alterações congênitas: prejuízo da memória, capacidade de organização de ideia, praxia (capacidade de executar movimentos), apatia, desatenção · Fatores ambientais: degraus, tapetes, calçados, má adaptação do banheiro, cama A queda pode ser um marcador de doença aguda - infecção (leva a vasodilatação e hipotensão), hipotensão postural (aferir a pressão deitado e em pé - se a sistólica for 20 mmHg menor em pé que deitado ou diastólica 10 mmHg menor em pé que deitado) Queda pode ser uma manifestação de doença crônica: · Parkinson - disfunção motora - instabilidade postural - alteração no equilíbrio - queda · Demência - não tem noção de distância ou altura, não sabe onde está indo ou em que está pisando · Neuropatia diabética - alteração da sensibilidade de membros inferiores A queda, também pode ser, um marcador de mudanças relacionadas ao envelhecimento da visão, marcha e equilíbrio. Mudanças Associadas ao Envelhecimento que Aumentam o Risco de Quedas No envelhecimento vai ocorrer a redução da velocidade da marcha e da amplitude do passo, na juventude ao caminhar a amplitude do movimento dos braços, a velocidade da marcha e a amplitude dos passos é aumentada, já na velhice a velocidade da marcha e a amplitude dos passos é reduzida, isso associado a uma flexão plantar diminuída na fase final de apoio e da rotação da pelve e do apoio unipodal. Outras alterações fisiológicas do envelhecimento podem aumentar o risco de queda, como a adaptação visual ao escuro (alteração pupilar ausente - dilatação pupilar não ocorre). Ocorre também uma menor percepção visual de profundidade, ou seja, não consegue distinguir o que é alto/baixo, por essa razão subir em escadas pode gerar quedas, visto que, o idoso pode achar que o degrau é mais baixo do que realmente é. Há uma redução da visão de contraste e da visão periférica, que dificulta a percepção do que está acontecendo ao seu redor, já que o idoso só consegue focar no centro. Consequências da Instabilidade Postural e Quedas Existem várias consequências da instabilidade postural e das quedas, dentre elas as fraturas são as mais preocupantes, já que ela leva ao agravamento e possivelmente ao óbito. A fratura nos idosos mais frequente é a fratura de fêmur e as cirurgias nos idosos são muito complicadas, justamente por causa das compensações, então o melhor mesmo é a prevenção das fraturas. Fratura de Fêmur A fratura de fêmur é a que mais determina dependência do idoso, ela vai ter as consequência mais dramática. Cerca de 90% das fraturas de fêmur resultam de quedas, não sendo fraturas espontâneas, pois ocorrem de forma secundária à queda. Quando é espontânea normalmente é um fratura patológica com metástase óssea, por exemplo, de um tumor de próstata ou de mama, isso levaria a uma fratura de colo de fêmur, mas não é o mais comum. O período médio de internação é de 15 dias. Fraturas e Osteoporose 5% das quedas resultam em fraturas vertebral e não vertebral 1 % das quedas resultam em fratura de fêmur 90% das fraturas de fêmur resultam de quedas. Queda está muito associada à osteoporose e a fratura acontece mais em quem tem osteoporose e cai. O risco de fratura depende da idade e da densidade óssea. Na densitometria vai ter o T-score que é observado para indicar se o paciente está normal, com osteopenia (condição pré osteoporose) ou com osteoporose. T-score menor que -2,5 osteoporose T-score entre -1 e -2,5 osteopenia T-score maior que -1 normal Quanto menor for o T-score da densitometria mais osteoporótico o paciente e consequentemente maior a probabilidade de fraturas. Sempre pedir a densitometria principalmente para mulheres pós menopausa e homens com mais de 70 anos. Interações entre os Fatores Predisponentes, Precipitantes e Ambientais que afetam o Risco de Queda Abordagem do Idoso com Instabilidade Postural e/ou Quedas Risco Ambiental Quando o idoso cai ocorre um desequilíbrio entre a capacidade funcional e demanda ambiental imposta para execução de determinada tarefa, necessário que coisas utilizadas com mais frequência pelo idoso estejam em lugares de fácil acesso para a prevenção da queda. Cerca de 25-35% das quedas são atribuídas a fatores ambientais, quedas em escadas, principalmente dentro de casa, aumenta 2X o risco de lesões graves. A utilização de alguns medicamentos como, anti-hipertensivos pode aumentar o risco de queda dos idosos. Testes para Diagnóstico X SCREENING · Screening - identifica pessoas em risco · Aumenta a vigilância · Aprofunda investigação OBS: Teste mais rápido, de fácil execução e de baixo custo · Diagnóstico - identifica fatores de risco modificáveis · Direciona a intervenção OBS: Com os teste diagnóstico tem a identificação da etiologia identificação dos fatores modificáveis prevenção - No entanto, é um teste mais caro. · Timed Up and Go teste para queda · Método mais utilizado: · Cadeira com apoio para braços, altura ± 43 cm, caminhar 3 m e retornar em ritmo próprio. · TUGT > 13.5 seg é indicativo de risco de quedas nos próximos doze meses O TUGT parece não adicionar informações em relação ao teste de velocidade de marcha na predição de eventos adversos, como queda e funcionalidade, embora os elementos qualitativos do TUGT possam ter outras utilidades. Velocidade de Marcha Reflete homeostase de diversos sistemas e quando diminuída pode traduzir prejuízo subclínico da saúde, a partir da velocidade de marcha, é possível avaliar a sobrevida em idosos. · Mecanismos que podem levar a uma velocidade de marcha reduzida: · Diminuição de unidades motoras (fibras tipo II) · Diminuição da sensibilidade cutânea · Diminuição da velocidade de condução nervosa e tempo de reação · Diminuição de volume de massa cinzenta e massa branca cerebral Teste Sentar e Levantar O teste inicia-se com o participante sentado na cadeira, com as costas direitas, pés afastados à largura dos ombros e totalmente apoiados no solo. Um dos pés deve estar ligeiramente avançado em relação ao outro (para ajudar a manter o equilíbrio). Os braços devem estar cruzados junto ao peito. Componentes da Intervenção para prevenção de Quedas · Adaptação ou modificação do ambiente ( A ) · Treino de equilíbrio, marcha e força ( A ) · Suplementação 1000UI/dia vitamina D em indivíduos com deficiência ( A ) · Retirada ou redução de drogas psicoativas* ( B ) · (sedativos, ansiolíticos, antidepressivos, antipsicóticos) · Retirada ou redução de outras medicações ( C ) · Tratamento da hipotensão postural ( C ) · Tratamento de problemas nos pés e correção de calçados ( C ) · Educação em quedas ( C ) Recomendações para redução de quedas e Fraturas em Pessoas Idosas Suplementação de vitamina D de pelo menos 1000 UI/d e suplementação de cálcio para idosos da comunidade (>65) para reduzir o risco de fraturas e quedas. Não existem dados suficientespara apoiar uma recomendação para suplementação de vitamina D sem cálcio para idosos residentes na comunidade ou institucionalizados. Cálcio: Na maioria dos estudos, as doses de cálcio variaram entre 500 e 1200 mg/d com 1.000 a 1.200 mg/d mais comumente como os mais prescritos. Suplementação de vit D com pelo menos 1000 UI/d com o cálcio para os idosos institucionalizados para reduzir o risco de fratura e quedas. · A concentração de D de no mínimo 30 ng / mL (75 nmol / L) deve ser uma meta mínima. · Revisar a ingestão de vitamina D - (dieta, suplementação, luz solar) e discutir estratégias para atingir as doses para prevenção de queda e fraturas. · Duas estratégias: · Recomendar uma entrada média diária de todas as fontes de 4.000 UI para todos os idosos. Esta ingestão deve resultar que cerca de 92% dos idosos atinjam a meta, independentemente da pigmentação da pele, obesidade, ou a exposição ao sol. · Individualizar níveis de suplementação com ajustes por exposição ao sol, pigmentação da pele, ou obesidade. · Não é necessário monitorar rotineiramente 25 (OH) D para a segurança ou a eficácia quando a suplementação está dentro dos limites recomendados. Na ausência de condições que aumentaria o risco de hipercalcemia (por exemplo, IRC, alguns cânceres, sarcoidose) · Se monitorizar 25 (OH) D - testar depois de 4 meses de suplementação Exercícios Os exercícios podem ser realizados em grupo ou individualmente, a dose de exercício deve ser >8h/mês. Treino de flexibilidade e resistência devem ser oferecidos, mas não como estratégia única. O treino de equilíbrio progressivo: movimento do centro de massa, estreitamento da base de suporte e minimizar uso de extremidades superiores. O mais importante é o componente do exercício.
Compartilhar