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GESTÃO DE SERVIÇOS EM TI Professor Esp. João Messias Pereira Professor Esp. Weslley de Souza Barboza Professor Esp. Yuri Rafael Gragefe Feitosa GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; BARBOZA, Weslley de Souza; PEREIRA, João Messias; FEITOSA, Yuri Rafael Gragefe. Gestão de Serviços em TI. Weslley de Souza Barboza; João Messias Pereira; Yuri Rafael Gragefe Feitosa. Reimpressão - 2021. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2021. 152 p. “Graduação - EaD”. 1. Gestão 2. Serviços . 3. Tecnologia 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0248-5 CDD - 22 ed. 658 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Minco� James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Graduação Kátia Coelho Diretoria de Pós-graduação Bruno do Val Jorge Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Débora Leite Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas Gerência de de Contratos e Operações Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Coordenador de Conteúdo Fabiana de Lima Design Educacional Paulo Victor Souza e Silva Iconografia Amanda Peçanha dos Santos Ana Carolina Martins Prado Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Editoração Bruna Marconato Thomas Hudson Costa Revisão Textual Keren Pardini Ilustração André Luís Onishi Bruno Pardinho Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa- zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa- tível com os desafios que surgem no mundo contem- porâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó- gica e encontram-se integrados à proposta pedagó- gica, contribuindo no processo educacional, comple- mentando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inse- ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproxi- mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi- bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pes- soal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cres- cimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda- gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi- bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en- quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus- sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. Professor Esp. Yuri Rafael Gragefe Feitosa Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Paranaense, Especialista em EAD e as Tecnologias Educacionais pela Unicesumar, MBA em Gestão da Tecnologia da Informação pelo Instituto Paranaense de Ensino. Atualmente, Analista Comercial em uma empresa de desenvolvimento de software baseado em componentes especializada em documentos fiscais eletrônicos, Professor das disciplinas de Algoritmos e Lógica de Programação I e II nos cursos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Sistemas para Internet, Gestão em Tecnologia da Informação, Engenharia de Software, Engenharia Civil e Engenharia Elétrica com experiência na área de consultoria e distribuição de produtos de TI (Hardware e Software). Professor Esp. Weslley de Souza Barboza Graduado em Administração de Empresas pela Faculdade Cidade Verde e MBA em Gestão de Custos Industriais. Possui experiência na área de TI, atuando como Consultor de Implantação de Sistemas ERP e de Business Intelligence – os famosos BI’s. Professor Esp. João Messias Pereira Graduado em Sistemas para Internet pelo Centro Universitário Cesumar - Unicesumar. Especialista em Gestão Estratégica para Empresas pela Faculdade América do Sul de Maringá. A U TO RE S SEJA BEM-VINDO(A)! Olá, acadêmico(a)! Seja muito bem-vindo(a) à disciplina de Gestão de Serviços de Tec- nologia da Informação. Durante este curso, abordaremos alguns dos conceitos que en- volvem os serviços de TI e como esse processo é gerenciado pelas pessoas responsáveis pela área de tecnologias nas empresas. O serviço de TI é tudo aquilo que é produzido e ofertado para seus usuários de maneira sistêmica, ou seja, cada atividade, processo e até funcionalidades viabilizadas pela tecnologia da informação representam um produto ou serviço de TI. No atual cenário tecnológico e comercial, a demanda por novos serviços ou a melhoria e evolução de serviços já existentes cresce a cada dia em uma velocidade absurda, ge- rando um processo de desenvolvimento de serviços sobre pressão e sem planejamento adequado, o famoso “apagar incêndio”, resultando em serviços de baixa qualidade e que contribuem para a insatisfação do cliente de TI, seja ele diretoou indireto. Nas próximas unidades deste livro, abordarei não somente a importância dos serviços de tecnologia para as organizações, mas principalmente como os serviços de TI devem ser planejados, produzidos e implementados, considerando as diversas fases em que estão, desde a sua concepção até as etapas de melhoria e evolução. Em cada uma das fases apresentadas, utilizaremos como base para o nosso aprendizado a biblioteca de boas práticas do ITIL®. Este é um dos frameworks para gerenciamento de serviços de TI mais utilizados mundialmente pelas empresas e profissionais que geren- ciam os departamentos de tecnologia da informação. Com base nesses conceitos, será possível visualizar e compreender o serviço de TI não apenas como uma atividade ou processo rotineiro dentro da empresa, mas sim como um produto que agregue valor a essas atividades, oferecendo qualidade e satisfação para seus usuários. Então, vamos lá? Boa leitura para você. APRESENTAÇÃO GESTÃO DE SERVIÇOS EM TI SUMÁRIO 09 UNIDADE I GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI 15 Introdução 16 Conceitos Básicos de Governança de TI 19 Principais Bibliotecas de Boas Práticas para Gestão de TI 21 A Itil e a Gestão de Serviços de TI 28 Clientes e Serviços Internos 29 Clientes e Serviços Externos 36 Considerações Finais UNIDADE II ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI 45 Introdução 46 Estratégia De Serviço 47 Desenho de Serviço 49 Aspectos do Desenho de Serviço 51 Componentes do ITSM 53 Pacote de Desenho de Serviço 55 Gerenciamento de Serviços na TI 62 Considerações Finais SUMÁRIO UNIDADE III TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS 71 Introdução 72 Transição de Serviços de TI 87 Operação de Serviços de TI 102 Considerações Finais UNIDADE IV MELHORIA CONTÍNUA DOS SERVIÇOS DE TI 111 Introdução 112 Melhoria de Serviço Continuada 113 Modelo de Melhoria 115 Princípios e Processos da Melhoria Continuada 120 Importância da Medição 122 Considerações Finais SUMÁRIO 11 UNIDADE V IMPLANTAÇÃO DO ITIL 129 Introdução 130 Recapitulação 133 Aplicação do ITIL 134 Desenho do ITIL na Prática 136 ITIL Como um Serviço na Nuvem 138 Implementação do ITIL nas Empresas 140 Melhoria Contínua 143 Considerações Finais 147 Conclusão 148 Referências 150 Gabarito U N ID A D E Professor Esp. Weslley de Souza Barboza GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Objetivos de Aprendizagem ■ Entender alguns conceitos básicos sobre governança de TI. ■ Conhecer os principais modelos de boas práticas de TI. ■ Conhecer a ITIL e sua importância para a Gestão de Serviços de TI. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Conceitos básicos de governança de TI ■ Principais bibliotecas de boas práticas para Gestão de TI ■ A ITIL e a Gestão de Serviços de TI I INTRODUÇÃO O foco principal desta unidade é apresentar a você a Gestão de Serviços de TI e mostrar qual é a sua importância para o negócio das organizações. Entretanto, primeiramente é necessário resgatarmos alguns dos conceitos básicos sobre a Governança de TI e também evidenciar qual é a expectativa que a área de negó- cio coloca sobre seus departamentos de TI. Em seguida, serão abordados os principais modelos de boas práticas que servem de apoio para o gerenciamento da TI, onde você também vai perceber que a TI está repleta de ferramentas que buscam facilitar o dia a dia de seu gerenciamento. Dentre todas as bibliotecas disponíveis, trazemos como foco principal deste livro a ITIL, que é considerada e reconhecida mundialmente pelas melhores e aplicáveis práticas para a Gestão de Serviços de TI. Faremos uma introdução sobre a ITIL, apresentando uma breve história e a sua última biblioteca de livros – conhecida como a ITIL V3, mostrando quais são seus processos e funções, e, em seguida, entenderemos por que essa biblioteca é considerada um sucesso. Também estudaremos alguns conceitos importantes da Gestão de Serviços, a sua origem, o que compõe os seus recursos e habilidades e como eles se inte- gram (interagem). Depois disso, iremos abordar conceitos básicos sobre clientes e serviços internos e externos e suas principais características. Na sequência, será apresentado o conceito de Gestão de Serviços de TI, no qual veremos seus principais elementos e a importância da interação entre eles. E, por fim, veremos o conceito sobre gestão de processos e quais são seus prin- cipais e mais importantes papéis genéricos, segundo a ITIL. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 CONCEITOS BÁSICOS DE GOVERNANÇA DE TI Ao buscar informações sobre a Governança da Tecnologia da Informação (GTI), você irá perceber que a TI é tão importante quanto os diversos setores de uma empresa em que ela está inserida. É evidente que as organizações vêm buscando, cada vez mais, estar à frente e operando neste mercado altamente globalizado, tanto que hoje, por meio da internet, é possível realizar compras em países vizi- nhos e até mesmo em outros continentes, isso porque o acesso à informação se tornou algo tão natural que as empresas necessitam criar estratégias para se man- terem operantes no mercado e atraírem a atenção dos clientes para seus produtos. Santos e Baruque (2010, p. 9) afirmam que “a Tecnologia da informação vem permeando todos os processos gerenciais e operacionais das organizações, fazendo com que se produza mais com menos, com menores custos”. Não é de se estranhar que a TI de hoje possui devida importância, pois em todos os lugares da empresa estão os seus recursos, tais como: os hardwares, softwares, serviço de Internet banda larga, alarmes monitorados, redes sem fio (wireless), smartphones, impressoras, entre diversos outros. Para que tudo isso funcione sinergicamente, é necessária a implantação de uma grande gestão dessas soluções. A Figura 1 exemplifica como pode ser a integração das demais governanças de uma empresa junto com a Governança em TI. Conceitos Básicos de Governança de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 Governança Empresarial Governança Corporativa Governança em TI Governança Corporativa foca-se em: • Saúde �nanceira da empresa • Controladoria • Gestão de riscos • Gestão de eventos críticos • Con�abilidade dos recursos �nanceiros Governança Empresarial foca-se em: • Planejamento estratégico e alinhamento com os objetivos da empresa • Gestão de sistemas �nanceiros e contábeis • Operações da empresa • Controles internos Governança em TI foca-se em: • Alinhamento de TI com os objetivos do negócio • Uso dos recursos de TI • Gerência dos riscos de TI • Valor agregado Figura 1: Governança e a Governança de TI Fonte: Santos e Baruque (2010, p. 17). Perceba que cada governança possui seus principais focos para manter a visão estratégica da organização. Ao avaliá-los, é possível notar a direta relação de suas atividades com a TI e que, para atingir os objetivos estratégicos da organização, todas as governanças requerem completa sinergia nos seus valores entregues ao negócio. Repare que, nesse modelo, a TI foca valores vitais que a organização neces- sita para subsidiar as atividades das demais áreas, como valia em suas operações. Estar sensível e atento às necessidades estratégicas da empresa é uma atri- buição dos CIOs (Chief Information Officer, ou diretores de TI), os quais, com sua equipe, precisam automatizar os procedimentos de negócios para reduzir esforços operacionais, gerenciar os resultados e custos de sua área, bem como o retorno sobre o investimento tecnológico realizado,avaliar os indicadores para que sempre se faça mais com menos. Esses são alguns dos desafios enfrentados por essa área tão importante das organizações. GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 Observe que essa não é uma tarefa simples e requer investimentos, capa- citações, engajamento dos fornecedores que devem estar alinhados à visão de longo prazo da empresa, uma equipe com profissionais que possuem as compe- tências técnicas necessárias em TI e com habilidades comportamentais e várias outras premissas importantes. Conforme citado, existem diversos fatores a serem considerados para a Gestão da Tecnologia da Informação (GTI). A Figura 2, apresentada por Fernandes e Abreu (2008), mostra um diagrama da GTI e seus principais agentes motivacionais. Governança de TI Integração tecnológica Segurança da informação Marcos de regulação Ambiente de negócios TI como prestadora de serviços Dependência do negócio em relação à TI Figura 2: Fatores correspondentes à Gestão da Tecnologia da Informação Fonte: Fernandes e Abreu (2008, p. 9). A partir desse diagrama, é possível perceber as diversas dependências que as empresas colocam sobre a GTI e também que, na maioria das organizações, suas atividades estão diretamente ligadas com a disponibilidade dos recursos oferecidos pela TI, sendo esses serviços vitais para que suas operações ocorram. Em alguns casos, é possível imaginar as consequências para uma empresa por não possuir segurança nos dados gerados e armazenados a partir de suas atividades, qual seria o impacto causado se ela depender de vendas externas e seus vendedores não conseguirem integrar seus dispositivos (notebook, celulares, Principais Bibliotecas de Boas Práticas para Gestão de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 tablets e outros) de vendas com os sistemas disponíveis na empresa. Por essas e outras razões, Santos e Baruque (2010, p. 10) relatam que, além de habilidades gerenciais, os gestores de TI precisam complementar a sua governança utilizan- do-se dos melhores modelos e práticas disponíveis no mercado. PRINCIPAIS BIBLIOTECAS DE BOAS PRÁTICAS PARA GESTÃO DE TI Devido a necessidades em comum para a gerência de TI, algumas bibliotecas (ou frameworks) foram publicadas e contêm inúmeros modelos de boas práti- cas (ou base de conhecimento) de mercado de TI que auxiliam a gestão de TI. Esses modelos estão evoluindo constantemente com o passar do tempo, levan- do-os a um processo sólido e maduro, para que as empresas os utilizem como uma referência prática. A Tabela 1 nos apresenta os principais e mais utilizados modelos de práti- cas que estão disponíveis para os profissionais de TI. MODELO DE MELHORES PRÁTICAS ESCOPO DO MODELO CobiT – Control Objectives for Informa- tion and related Technology Modelo abrangente aplicável para a auditoria e controle de processos de TI, desde o planejamento da tecnologia até o monitoramento e a auditoria de todos os processos. VAL IT Modelo para a gestão do valor e investi-mentos de TI. CMMI – Capability Maturity Model Inte- gration (for Development) Desenvolvimento de produtos e projetos de sistemas e softwares. ITIL – Information Technology Infrastruc- ture Library Infraestrutura de tecnologia da informação (definição da estratégia, desenho, tran- sição, operação e melhoria contínua do serviço). GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 ISO/IEC 27001 e ISO/IEC 27002 – Códi- go de prática para a gestão da seguran- ça da informação. Segurança da informação. Modelos ISO – International Organiza- tion for Standardization Sistemas da qualidade, ciclo de vida de software, teste de software etc. The eSourcing Capability Model for Servi- ce Providers (eSCM-SP) Outsourcing em serviços que usam TI de forma intensa. The eSourcing Capability Model for Client Organization (eSCM-CL) Conjunto de práticas para que o cliente defina a estratégia e o gerenciamento do outsourcing de serviços de TI ou fortemen- te baseados em TI. PRINCE2 – Project in Controlled Environ- ments Metodologia de gerenciamento de proje- tos. P3M3 – Portfolio, Programme & Project Management Maturity Model Modelo de maturidade para gerenciamen- to de projetos, programas e portfólio. PMBOK – Project Management Body of Knowledge Base de conhecimento em gestão de projetos. OPM3 – Organizational Project Manage- ment Maturity Model Modelo de maturidade para o gerencia- mento de projetos. BSC – Balance Scorecard Metodologia de planejamento e gestão estratégica. Seis Sigma Metodologia para melhoramento da quali-dade de processos. TOGAF Modelo para o desenvolvimento e imple- mentação de arquiteturas de negócio, aplicações e de tecnologia. SAS 70 – Statement on Auditing Stan- dards for services organizations Regras de auditoria para empresas de serviços. Tabela 1: Principais modelos de melhores práticas Fonte: Fernandes e Abreu (2008, p. 164). Quais dessas bibliotecas você conhece ou já ouviu falar? E quais delas pode- riam contribuir para suas atividades do dia a dia? A Itil e a Gestão de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 A partir da Tabela 1, é evidente a existência de vários frameworks (ou bibliotecas) com as melhores práticas reconhecidas e disponíveis no mercado, bem como o objetivo específico de cada uma para que auxilie nas mais diversas ramificações da TI. Antônio (2013) comenta que as práticas de domínios públicos possuem algumas vantagens como: ■ São baseadas em experiências acumuladas por empresas ao longo dos anos. ■ Em alguns casos são flexíveis. ■ Possuem linguagem comum ao serem usadas pelas empresas. ■ Evitam que as empresas gastem tempo e recursos para encontrar solu- ções já existentes no mercado – reinventar a roda. ■ Normalmente são amplamente discutidas e estão em processo constante de evolução. ■ São mais fáceis de serem adotadas por estarem devidamente documentadas. É importante destacar que os frameworks apresentam apenas padrões de gerenciamento que obtiveram sucesso, podendo ser seguidos, entretanto, não necessariamente devem ser implementados nas empresas. Os gestores de TI preci- sam estudar cuidadosamente o novo modelo a ser implantado e avaliar se o nível de maturidade que a empresa possui é suficiente para absorver e adequar-se aos processos disponíveis em cada uma das bibliotecas, pois uma implantação mal avaliada de um dos processos pode levar a empresa a um menor retorno sobre o investimento e a maiores custos de gerenciamento. A ITIL E A GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Após vermos alguns principais frameworks disponíveis e utilizados pelas empre- sas, iremos abordar a ITIL como a referência de estudo para a GSTI (Gestão de Serviços de TI), onde estaremos evidenciando suas principais características e contribuição para a gestão de TI. GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 CONHECENDO A ITIL A ITIL é um framework – ou um composto de livros – que fornece um con- junto de melhores práticas para o GSTI. Segundo Antônio (2013), um dos seus principais objetivos é transformar a TI e o gerenciamento de serviços em uma vantagem competitiva para a empresa, sendo os serviços um meio de entregar valor ao cliente, facilitando os resultados que este deseja atingir, sem terem que assumir alguns custos. Como uma biblioteca, a ITIL possui uma série de publicações, entretanto 5 (cinco) livros publicados em sua última versão (V.3) estão em destaque. A ITIL (Information Technology InfrastructureLibrary) foi desenvolvida pelo CCTA (Central Computer and Telecommunications Agency) no final dos anos 80. Nesse cenário, foi solicitado o desenvolvimento de uma abordagem de melhores práticas para gerenciar a utilização eficiente e responsável dos re- cursos de TI, independente de fornecedores e aplicável a organizações com necessidades técnicas e de negócio distintas. Em abril de 2001, o CCTA foi incorporado ao OGC (Office of Government Commerce). A versão da ITIL (denominada V3), de maio de 2007, representa uma grande evolução em relação à versão anterior. A ITIL V3 demonstra a maturidade que a disciplina de gerenciamento de serviços de TI adquiriu ao logo do tempo, trazendo e enfatizando conceitos como integração da TI ao negócio, portfolios dinâmicos de serviços e mensuração do valor do negócio, e forne- cendo uma base sólida para a convergência com outros padrões e modelos de gestão e governança. Fonte: Fernandes e Abreu (2008, p. 272). A Itil e a Gestão de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 Figura 3: Livros da ITIL Fonte: <http://codigosimples.net/2014/03/13/introducao-a-itil/> Os livros dessa versão estão divididos conforme o ciclo de vida de serviços de TI, sendo cada um representado por um estágio desse ciclo. Veja na Tabela 2: ESTÁGIOS/LIVROS PROCESSOS FUNÇÕES Estratégia de Serviço - Gerenciamento Estratégico para Serviços de TI. - Gerenciamento Financeiro de TI. - Gerenciamento de Portfólio de Serviços. - Gerenciamento da Demanda. - Gerenciamento do Relacionamento com o Negócio. Desenho de Serviço - Coordenação do Desenho. - Gerenciamento do Catálogo de Serviços. - Gerenciamento do Nível de Serviço. - Gerenciamento da Capacidade. - Gerenciamento da Disponibilidade. - Gerenciamento da Continuidade do Serviço. - Gerenciamento da Segurança da Informação. - Gerenciamento de Fornecedores. GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 Transição de Serviços - Planejamento e Suporte à Transição. - Gerenciamento de Mudanças. - Gerenciamento de Ativos de Serviços e da Configuração. - Gerenciamento da Liberação e Distribuição. - Validação e Teste do Serviço. - Avaliação de Mudança. - Gerenciamento do Conhecimento. Operação de Serviços - Gerenciamento de Eventos. - Gerenciamento de Incidentes. - Cumprimento de Requisições. - Gerenciamento de Problemas. - Gerenciamento do Acesso. - Central de Ser- viços. - Gerenciamento Técnico. - Gerenciamento das Operações de TI. - Gerenciamento de Aplicações. Melhoria Contínua de Serviços - Processo de Melhoria em 7 Passos. A biblioteca da ITIL, que é reconhecida mundialmente pela GTI, também pos- sui certificações profissionais agregando valor para empresas e profissionais de TI. Seus processos estruturados, implantados por esses profissionais, contribuem para empresas que buscam certificar-se com a ISO 20.000. Além disso, a exigên- cia de certa quantidade de profissionais certificados pode constar em editais de licitações para prestação de serviços a órgãos públicos para empresas candidatas. Segundo o guia de introdução da ITIL (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2007, p. 3, tradução nossa), o principal sucesso da ITIL está baseado em: ■ As práticas de gerenciamento de serviços da ITIL são aplicáveis em qual- quer organização de TI – não possuem propriedade exclusiva. Elas também não se baseiam em qualquer plataforma de tecnologia específica ou tipo de indústria. A Itil e a Gestão de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 ■ Por não ser prescritiva, a ITIL oferece práticas robustas, maduras e testa- das em várias empresas. É relevante para o setor público e privado, para prestadores de serviços internos e externos, de pequeno, médio e grande porte – em qualquer ambiente técnico. ■ O guia ITIL oferece as melhores práticas representando o aprendizado, a experiência e o conhecimento dos melhores prestadores de serviços do mundo. ■ Também possui apenas boas práticas, que, com o passar do tempo, tor- nam-se práticas comuns, podendo ser substituídas por outras como consequência do processo de melhoria contínua. É possível perceber que a proposta de trabalho da ITIL reúne diversos conheci- mentos aplicáveis a qualquer tipo de organização, além do mais, permite que as empresas utilizem esse conhecimento em seus processos internos independente do seu tamanho. Um dos pontos interessantes é que não é necessário implantar todos os processos prescritos em seus livros (não prescritiva), permitindo que a TI melhore gradativamente seu gerenciamento de serviços. Nas próximas unidades, estudaremos superficialmente a proposta de traba- lho de cada livro da ITIL para a GSTI, entretanto é necessário revermos alguns conceitos que serão apresentados a seguir. GESTÃO DE SERVIÇOS Segundo o livro de Estratégia de Serviços da ITIL (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2007, p. 27, tradução nossa), a origem da prestação de serviços está nas empresas que prestam serviços tradicionais, tais como: companhias aéreas, bancos, hotéis e empresas de telefonias. Sua prática tem crescido com a adoção de serviços orientados a gerenciar aplicações, infraestrutura e processos. Com o avanço tecnológico e a rápida concepção de novas empresas, cada vez mais vem sendo oferecidos novos serviços para o mercado. Empresas que antes precisavam possuir serviços internamente em suas instalações hoje conseguem contratar fornecedores e terceirizar essa demanda. Além disso, fatores como o governo, a economia, o aumento de renda per capita, a demanda de serviços GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 sociais, a queda de barreiras comerciais e outros contribuem consideravelmente para o crescimento da necessidade de novos serviços. Assim, nasceu a necessi- dade, pelas empresas, de implantar a Gestão de Serviços. Nesse cenário, a tecnologia da informação permite melhorar e implementar um número crescente de serviços para as organizações que, em contrapartida, requerem a gestão dos serviços implantados por ela. A ITIL (apud ANTÔNIO, 2013, p. 57) define a gestão de serviços como “um conjunto de habilidades da empresa para prover valor ao cliente em forma de serviços”. Podemos entender as habilidades como competências que, somadas aos recursos, resultam nos ser- viços de TI. Veja a Figura 4. Habilidades Recursos Serviços de TI ATIVOS DE SERVIÇOS Figura 4: Formação dos Serviços de TI Fonte: os autores. Esse conjunto é formado por pessoas, processos e ferramentas que cooperam para assegurar a qualidade dos serviços, com suporte a níveis de serviços acor- dados previamente com o cliente. O grande desafio da gestão de serviços é somar as habilidades e os recursos disponíveis e transformá-los em serviços, pois, sem isso, eles não passam de soluções que agregam baixo valor ao cliente. Veja, na Tabela 3, como a ITIL separa esses ativos em dois grupos e o que cada um envolve. HABILIDADES RECURSOS Organização Informação Gerenciamento Aplicação Processo Infraestrutura de TI Conhecimento Capital Pessoas Pessoas Tabela 3: Separação de ativos da ITIL. Fonte: os autores. EN VO LV E A Itil e a Gestão de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 Os recursos, por si só, não garantem uma boa entrega dos serviços oferecidos, sendo necessárias as habilidades para que, em conjunto, possam agregar o valor esperado ao negócio, garantindo uma entrega satisfatória. Um ponto a ser consi- derado é que as “pessoas” são um componente comumaos dois grupos e que, em habilidades, reflete as competências disponíveis na organização e, em recursos, a solução como portadoras das habilidades na realização de atividades do processo. Uma vez entendido que habilidades somadas com recurso geram o serviço oferecido, é necessário entender o que vem a ser o serviço. Segundo Estratégia de Serviços da ITIL (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2007, p. 18, tradução nossa), serviço é um meio de entregar valor aos clientes, facilitando os resultados desejáveis sem que os mesmos assumam alguns custos e riscos. Quando uma empresa contrata um serviço, por exemplo, o de armazenamento nas nuvens (cloud), ela não assume os custos de equipamentos, software e os ris- cos inerentes ao serviço oferecido pela prestadora – a contratante apenas quer utilizar o serviço. Os custos e riscos para oferecer tal serviço ficam a encargo da prestadora, permanecendo como resultado apenas a disponibilidade do serviço, conforme o nível de SLA acordado em contrato. Sendo assim, as habilidades somadas aos recursos oferecem serviços aos clientes. Estes se isentam dos custos inerentes às atividades contratadas, de modo a focar seu negócio (core business). CLIENTES E SERVIÇOS INTERNOS E EXTERNOS O objetivo e a razão de uma organização existir, seja ela pública ou privada, é, antes, acima de tudo, procurar a satisfação de seus clientes. É necessário enten- der que existem dois tipos distintos de clientes: internos e externos (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013). A ITIL também classifica os clientes que recebem o valor oferecido pelos serviços dessa maneira, e, consequentemente, os serviços também passam a ser oferecidos de maneira interna e externa. GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 CLIENTES E SERVIÇOS INTERNOS O cliente interno, basicamente, é considerado aquele que se encontra dentro da empresa ou organização e que possui características próprias. Segundo Antônio (2013) algumas delas são: ■ Serviços pagos internamente Os serviços prestados por outros setores são pagos internamente entre eles, não havendo uma movimentação financeira oficial (faturamento) para eles. As despesas geradas pelos serviços podem ser alocadas no cen- tro de custo do setor solicitante para fins de controle financeiro. ■ Contabilidade pouco eficaz Por serem pagas internamente, geralmente não há um movimento contá- bil que identifique esse custo/investimento na própria empresa, tornando a contabilidade oficial (balanço, DRE etc.) pouco eficaz. ■ Objetivos em comum Por estarem alocados na mesma empresa, o fornecedor e o cliente par- tilham os mesmos objetivos estratégicos da organização, podendo haver contribuições no resultado operacional como um todo. ■ Maior envolvimento na elaboração Essa característica torna-se uma vantagem na concepção do serviço, uma vez que os setores internos se unem para buscar a melhor solução do problema, que ganha força e o engajamento dos envolvidos até sua implantação. Discorrendo sobre os serviços internos, estes são as atividades prestadas por um departamento e que geram valor para os clientes internos. Por exemplo, a TI disponibiliza um servidor de diretório aos usuários, serviços de rede, comu- nicação e outros. Clientes e Serviços Externos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 CLIENTES E SERVIÇOS EXTERNOS Já os clientes externos são aqueles fora da empresa que pagam se beneficiando de algum serviço oferecido a eles. Esse tipo de cliente também possui caracte- rísticas próprias e, segundo Antônio (2013), algumas delas são: ■ Serviços pagos de forma real Os serviços são pagos monetariamente, envolvendo um credor e devedor. ■ Contabilidade detalhada e abrangente Devido ao desembolso financeiro gerar um movimento contábil, é pos- sível melhor precisão sobre o cálculo de retorno sobre o investimento do serviço adquirido. ■ Objetivos distintos Os objetivos principais dos clientes externos normalmente divergem dos do fornecedor, enquanto um é voltado totalmente ao seu negócio prin- cipal, o outro é voltado apenas para solução do serviço. ■ Menor envolvimento na elaboração Os clientes externos normalmente acabam se envolvendo pouco na ela- boração da solução, apenas recebendo o serviço contratado. ■ A melhoria é movida pela necessidade da rentabilidade Já a melhoria dos serviços oferecidos aos clientes externos está sujeita às necessidades de alterações que impactam a rentabilidade que o serviço oferece, ou seja, o fornecedor não pode intervir nas melhorias, a menos que o cliente solicite. Discorrendo sobre os serviços externos, diferente dos internos, são atividades prestadas por uma empresa que geram valor para um cliente externo. Por exem- plo, um fornecedor de TI que disponibiliza seu colaborador especialista e banco de dados (DBA) a um cliente, com o objetivo de fazer um reparo no servidor. O fornecedor fatura as horas técnicas prestadas ao seu cliente. GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI (ITSM) O Gerenciamento de Serviços de TI, GSTI ou ITSM (do inglês Information Technology Service Management), segundo Magalhães (p. 59, 2007), é, de forma resumida, “o gerenciamento da integração entre pessoas, processos e tecnologias, componentes de um serviço de TI”. Esse gerenciamento busca garantir a entrega e suporte de serviços de TI, focando a necessidade do cliente, estando alinhado com a estratégia de negócio da organização, com objetivos de custo e desempe- nho pelo estabelecimento de acordo de níveis de serviços entre o departamento de TI e a área de negócios. Fernandez Palma e Ferreira Meirelles (2008, p. 26) comentam que “a biblio- teca de ITIL V3 visualiza quatro elementos necessários para o Gerenciamento de Serviços, conhecidos como 4 P’s: Pessoas, Processos, Produtos (tecnologia) e Parceiros, guiados pela estratégia do Negócio”. Veja a Figura 5. Qual a diferença entre cliente e usuário? Usuário O usuário é aquele que se utilizará dos serviços que o departamento de TI executará. É ele quem irá Operar o Serviço em seu ponto final. O ponto central de contato do usuário e do TI é a central de serviços, ou service desk. Cliente O Cliente é o responsável por toda a parte de negociação e determinação dos requisitos necessários para o serviço a ser prestado. É ele também quem avalia os resultados do serviço. O ponto central de contato do cliente e do TI é o Gerente de Nível de Serviços. O cliente está desenvolvendo seu papel no nível tático da empresa. Fonte: Pauma (online). Clientes e Serviços Externos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 Processos Parceiros Pessoas Produto GSTI (ITSM) Figura 5: Elementos Necessários para o Gerenciamento de Serviços de TI Fonte: os autores. Resumidamente, a gestão de integração desses quatro elementos é a GSTI. As pessoas, como recurso, detêm as habilidades necessárias para o departamento de TI e são fundamentais, possuindo grande importância para a entrega dos serviços. Além disso, parceiros (ou fornecedores) tornam-se essenciais, pois assumem entregas que as organizações não poderiam realizar – terceirização (outsourcing). Já os processos contribuem e direcionam o relacionamento com os terceiros e modelos de fluxo de trabalho a serem seguidos durante a elaboração e implantação do serviço. E o produto é uma ferramenta necessária para automa- tizar determinadas tarefas, sendo o objeto de entrega pelos serviços oferecidos. Magalhães (2007) complementa que, para alcançar os objetivos de Gerenciamento de Serviços de TI, a área de TI deve passar a: ■ Contribuir estrategicamentecom o negócio. ■ Aceitar a medição de sua contribuição por meio de indicadores. ■ Realizar entregas consistentes e estáveis. ■ Ter menor ênfase na tecnologia. GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 É importante destacarmos que há uma grande parte de interessados (stakeholders) no gerenciamento de serviços de TI, podendo ser os “usuários, clientes (inter- nos/externos) e fornecedores”. A própria TI, em alguns casos, também pode ser uma parte interessada na entrega de um de seus serviços oferecidos. A seguir, estudaremos outros conceitos essenciais que contribuem para o entendimento da biblioteca da ITIL. GESTÃO DE PROCESSOS Os departamentos de uma empresa executam diaria- mente vários processos que garantem sua entrega de valor à área de negócio. Normalmente, os procedi- mentos são executados de maneira despercebida pelo seu cliente, podendo possuir possíveis complexidades definidas durante sua fase de elaboração, tendo como proposta sustentar a qualidade e padronização exigida aos serviços oferecidos. Paim et al. (2009, p. 100) definem processo como “uma cooperação de ativi- dades e recursos distintos voltados à realização de um objetivo global, orientado para o cliente final, que é comum ao processo e ao produto/serviço”. Outros auto- res trazem definições como um conjunto de atividades relacionadas na realização de um trabalho visando atender necessidades específicas (COSTA; TALARICO, 1996) ou como uma combinação de atividades coordenadas, recursos e habilidades Clientes e Serviços Externos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 33 que geram valor para um cliente ou às partes interessadas, conforme Martins Antonio (online). Ao trazermos essa visão para o cotidiano e observarmos cada passo necessário de uma operação dentro da TI, nitidamente notamos que os processos norteiam quase a totalidade das atividades executadas por ela. O dono de um processo, ao descrever as sequências lógicas de suas ativi- dades, busca ter um pensamento sistêmico dos passos a serem realizados pelo executor de maneira que o mesmo consiga atingir seus objetivos ao menor custo e tempo possível. Por sua fundamental importância nas organizações, os processos possuem diver- sas abordagens de estudos e gerenciamento, tais como: BPM (Business Process Management), BPMS (Business Process Management Suite) e BPMN (Business Process Modeling Notation). Segundo Santos e Baruque (2010), quando os proces- sos de uma empresa estão bem definidos, a empresa começa a ganhar determinada competitividade, sua inteligência passa a estar integrada nos processos. Isso garante que, em uma eventual substituição de um funcionário por sua ausência, a empresa continue suas operações seguindo o processo já consolidado. Segundo Antônio (2013), a Figura 6 apresenta os principais elementos de um processo para ITIL: Você consegue identificar se suas atividades profissionais estão catalogadas e estruturadas seguindo um processo? Fonte: os autores. GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E34 Elementos do Processo Entradas do Processo Saídas do Processo Disparadores Incluindo relatórios e revisões do processo Melhoria do Processo Controle do Processo Processo Habilitadores do Processo Atividades Métricas Papéis Instrução de trabalho Procedimentos Recursos Habilidades (capabilities) Política do Processo Dono do Processo Processo de documentação Objetivos do Processo Feedback do Processo Figura 6: Processo ITIL Fonte: ITIL Fundation (2013). ■ Entradas do processo: são o gatilho/disparador ou elemento necessário para a execução do processo. ■ Controle do processo: é a base de controle do processo. ■ Processo: as ações e seus elementos diretos envolvidos. ■ Habilitadores do processo: os recursos e habilidades que habilitam (dis- ponibilizam) a execução do processo. ■ Saídas do processo: são o resultado específico e bem definido gerado pelo processo que atende o cliente. Clientes e Serviços Externos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 35 A boa gestão de processos é um requisito fundamental para a implantação das práticas de TI em uma empresa. Durante a fase de planejamento, os processos da organização são revisados e, muitas vezes, remodelados para novos fluxos. É necessário que haja métricas definidas, pois os processos precisam ser medidos e melhorados em longo prazo. PRINCIPAIS PAPÉIS NO PROCESSO Dentro da composição de um processo de serviço de TI existem papéis que acu- mulam responsabilidades e são atribuídos às pessoas para sua execução. Uma pessoa pode deter um ou mais papéis em períodos integrais ou parciais. Segundo Antônio (2013), são exemplos de papéis genéricos: ■ Dono do processo: é a autoridade do processo e possui: 1. a responsabili- dade de responder pelo processo; 2. garantir sua execução; 3. patrocinar, desenhar e gerenciar mudanças; 3. definir estratégia e documentação do processo e KPI; 4. garantir a comunicação e questões à execução; 5. revi- sar e auditar o processo. ■ Gerente do processo: realiza atividades de gerenciamento do processo: 1. em conjunto com o “dono do processo”, ele planeja e coordena as ati- vidades do processo; 2. garante que todas as atividades são realizadas conforme necessário durante todo o ciclo de vida do serviço; 3. nomeia as pessoas para as funções necessárias; 4. gerencia os recursos atribuídos para o processo; 5. busca garantir o bom funcionamento dos serviços com todos envolvidos; 6. monitora e gera relatórios sobre o desempe- nho; 7. identifica as oportunidades de melhorias; 8. junto com o “dono do processo” de CSI (Continual Service Improvement - melhoria contí- nua do serviço), realiza revisões e prioriza as melhorias; 9. implanta as melhorias no processo. ■ Profissional do processo: são as pessoas (recursos) alocadas para a execu- ção do processo, que: 1. realizam uma ou mais atividades de um processo; 2. compreendem como sua função contribui para a entrega global do GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E36 serviço; 3. trabalham com todas as partes interessadas (gestor, usuários, clientes, etc.) para garantir eficácia de sua contribuição; 4. asseguram que as entradas, saídas e interface para suas atividades estão corretas; 5. criam ou atualizam os registros das atividades evidenciando o resultado da mesma. ■ Dono do serviço: similar ao “Dono do processo”, todo serviço deve ter um dono bem definido de modo a: 1. garantir o gerenciamento com foco no negócio; 2. garantir que o serviço esteja descrito no catálogo de ser- viço; 3. atender aos acordos de níveis de serviços; 4. representar o serviço na organização; 5. revisar e sugerir melhorias; 6. responder pelo serviço. Entender esses papéis é fundamental para identificar as responsabilidades atri- buídas aos envolvidos do processo. Além dos papéis genéricos, existem alguns específicos que estão descritos nos processos da ITIL, os quais estudaremos nas próximas unidades do livro. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta primeira unidade, foram apresentados alguns conceitos básicos sobre Governança de TI - GTI, Gestão de Serviços de TI - GSTI e a ITIL. Entendemos que a GTI é considerada, pela maioria das organizações, como um departamento estratégico, possuindo direto envolvimento com as demais áreas e atividades de uma empresa. Por essa importância, apresentamos as principais bibliotecas de boas práticas para Gestão de TI e, brevemente, o escopo de cada modelo. Entre todas as bibliotecas existentespara GTI, utilizamos como alvo de estudo a ITIL, onde abordamos seu conceito e reconhecimento mundial pelas boas práticas em Gestão de Serviços de TI e também qual a sua razão de sucesso e importância para o mercado. Abordamos que, para a ITIL, a prestação de serviços iniciou-se por empre- sas que prestam serviços tradicionais e que o avanço tecnológico influenciou diretamente no crescimento da oferta de serviços, surgindo a necessidade da Gestão de Serviços. Também tivemos a oportunidade de abordar os principais Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 37 ativos de um serviço e como eles se complementam. Outro entendimento impor- tante abordado na sequência foi a classificação de clientes e serviços internos e externos, que nos ajuda a avaliar quem estará recebendo o valor oferecido den- tro dos processos da ITIL. Estudamos também o conceito e a contribuição do processo para as orga- nizações, onde apresentamos como a ITIL adota a composição e os elementos de um processo. E, por fim, entendemos os quatro papéis genéricos que a ITIL possui e quais são suas atribuições de responsabilidades. Nas próximas unidades, estaremos abordando, de maneira geral, os demais livros e alguns processos da ITIL, portanto, é muito importante que sejam fixa- dos os conceitos iniciais já apresentados. 1. Qual é a principal entrega oferecida pelo Gerenciamento de Serviço de TI ao ne- gócio? 2. Segundo a ITIL V3, a origem da prestação de serviços está nas empresas que prestam serviços tradicionais, tais como: companhias aéreas, bancos, hotéis e empresas de telefonias. Assim: a) A ITIL surgiu diante da necessidade dessas empresas, pois elas buscavam um modelo ideal a ser seguido em seu gerenciamento de serviços. b) A TI contribuiu nesse período melhorando e implementando um número cres- cente de serviços. c) A Gestão de Serviços surgiu devido ao crescente número de serviços que co- meçaram a ser oferecidos, sendo o COBIT a principal ferramenta que contribui para GSTI. d) A prática de Gestão de Serviços tem crescido com a adoção de serviços orien- tados a gerenciar aplicações, infraestrutura e processos. É certo afirmar que somente: a) I e IV estão corretas. b) III e IV estão corretas. c) II e IV estão corretas. d) I está incorreta. e) III está incorreta. 3. A ITIL cita em sua biblioteca alguns elementos fundamentais utilizados pela Ges- tão de Serviços de TI. Assinale a alternativa correta: a) Pessoas, Processos, Público e Fornecedores. b) Pessoas, Produto, Público e Parceiros. c) Pessoas, Produto, Clientes do processo e Fornecedores. d) Pessoas, Produto, Parceiros e Processos. e) Papéis, Processos, Pessoas e Parceiros. 4. Segundo a ITIL, quais são os principais elementos de um processo? 39 A EMPRESA ALFA E SUA HISTÓRIA DE GTI A Alfa é uma empresa de bens de consumo, multinacional e líder em seu segmento, que vende mais de 40 milhões de produtos ao ano. Com quase 100 anos, suas fábricas em mais de dez países empregam perto de 55 mil colaboradores. No Brasil, atua há mais de três décadas, emprega milhares de funcionários, produz oito milhões de unidades e gera um faturamento de mais de R$ 3 bilhões ao ano. A organização tem investido em inovação tecnológica e em design de produtos, procurando diferenciação em um mercado pressionado por crises econômicas mundiais e pelo aumento do preço das commodities, matéria-prima de seus produtos. No Brasil, iniciou sua operação nos anos 1990, com a aquisição de uma empresa local. À época, o departamento de informática possuía aproximadamente 150 técnicos. Em 1998, configuraram-se grandes modificações na área de TI, que foi transformada em di- visão e estabeleceu maior formalização das atividades. Também teve início uma onda de terceirização dos processos de manutenção dos sistemas da empresa; o primeiro proje- to de grande porte da nova divisão foi a adequação dos sistemas ao ano 2000. Em 1999, iniciou-se a implementação do sistema ERP, que começou pelo setor financeiro. De 2003 a 2005, outro grande projeto estendeu o ERP a todos os setores da empresa. Com a en- trada desse sistema em operação plena e finalizada a terceirização que o projeto havia exigido, impôs-se a necessidade de maior controle, tanto sobre os serviços terceirizados quanto sobre os procedimentos para manutenção do ERP. Nesse período, sentiu-se a falta de um processo de governança, não existia uma equipe de suporte adequada para manutenção do ambiente, tanto do ERP quanto dos sistemas legados que estavam no ar... (Entrevistado 1). A GTI ficou bastante evidente e necessária conforme o nível de terceirização que fomos desenvolvendo. Quanto mais se terceiriza, mais controle é necessário... (Entrevistado 2). No período de 2004/2005, houve um aumento do envolvimento corporativo com a TI local. A estrutura corporativa da TI mundial foi replicada no Brasil e deu-se a divisão fun- cional entre as atividades de infraestrutura e sistemas. Em cada uma das áreas, surgiram as subdivisões de projetos e suporte. Ainda em 2004/2005, desenvolveu-se na empre- sa a ideia de uma diretoria de controle interno, motivada pelos escândalos financeiros, como os da Enron e da WorldCom, nos Estados Unidos. Em 2005, a criação da diretoria corporativa de auditoria interna fez com que a governança corporativa passasse a ter ligação maior com a TI, sob a forma de exigências de controle a obedecer-se tanto nos processos internos da TI como naqueles das áreas que envolvessem sistemas. Com o crescimento da participação do país na corporação, a partir de 2007, deu-se tam- bém um aumento do orçamento dedicado à TI. Houve modernização da infraestrutura tecnológica, estabelecimento de contratos de suporte com níveis de serviço acorda- dos com as áreas de negócio, além de diversos projetos de modernização de sistemas, como o de Customer Relationship Management (CRM) e de Business Intelligence (BI). Com a maior participação da gestão da corporação mundial nas decisões locais, o aumento do orçamento, as necessidades de controle dos contratos de nível de serviço e as exi- gências da auditoria interna, no formato da Lei Sarbanes-Oxley (SOX), configurou-se um ambiente propício ao desenvolvimento da GTI, com a utilização dos mecanismos de GTI ligados a processos. Teve início a implantação da ferramenta ITIL, com foco maior na área de suporte, estruturando-se os serviços de gerenciamento de chamados, proble- mas e mudanças no ambiente de produção. Desde então, a padronização do trabalho realizado na TI local em relação à TI corpora- tiva tem se intensificado, tanto em termos de estrutura de controle e infraestrutura de informática como na utilização de sistemas de informação, com indicadores e procedi- mentos estabelecidos em conjunto com o corporativo. Os passos previstos para a GTI na empresa Alfa, após a estabilização da utilização do ITIL, dizem respeito à disponibilidade de serviços, à gestão de demandas, à utilização da metodologia Cobit e ao alinhamento das demandas às estratégias corporativas. Fonte: Teodoro, Przeybilovicz e Cunha (2014, online). Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Nos vídeos disponíveis neste link, são apresentados alguns passos específicos para adaptar os processos da ITIL para pequenas empresas. Também são relatadas pelo autor as dificuldades que pequenas organizações enfrentam ao adotar as boas práticas de mercado. Disponível em: <http://www.portalgsti.com.br/2015/03/itil-pequenas-empresas.html>. Acesso em: 30 out. 2015. Este artigo contém alguns conceitos básicos da ITIL, no qual foi citada sua importância para as organizações. Também são apresentados, de maneira geral, o conteúdo e objetivo dos cinco livros que a ITIL possui. A leitura deste artigo pode contribuir para as próximas unidades. Disponível em: <http://www.tiespecialistas.com.br/2013/11/boas-praticas-utilizando-itil/>. Acesso em:30 out. 2015. U N ID A D E II Professor Esp. João Messias Pereira ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI Objetivos de Aprendizagem ■ Compreender os processos para um desenho de serviços de TI. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Estratégia de Serviço ■ Desenho de Serviço ■ Aspectos do Desenho de Serviço ■ Componentes do ITSM ■ Pacote de Desenho de Serviço ■ Gerenciamento de Serviços na TI INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), nesta unidade, abordaremos o estágio responsável pelo plane- jamento estratégico, modelagem e desenvolvimento de serviços de TI, além dos processos de gerenciamento desses serviços. O Desenho de Serviço tem como foco o desenho e a criação de serviços de TI, cujo propósito é a realização da estratégia e objetivos definidos anteriormente na fase de Estratégia de Serviço. Embora esse conceito nos remeta apenas à criação de novos serviços, o Desenho de Serviço também é voltado à modificação de serviços já existentes, sempre que uma melhoria é encontrada ou quando essa melhoria se torna uma necessidade iminente do usuário. Nesse estágio, um dos principais fatores que envolvem a concepção de novos serviços ou até mesmo suas modificações é a capacidade de apoiar as necessida- des do negócio e, para que esses serviços possam ser desenvolvidos, precisam estar de acordo com o restante do Portfólio de Serviços, garantindo a interação com os demais serviços existentes. Para que isso aconteça, é necessário que a equipe envolvida nesse processo saiba para qual finalidade essa solução estará sendo desenhada e quem será o cliente daquele serviço, considerando as infor- mações já levantadas na fase de Estratégia de Serviço. Embora essa fase seja composta de diversos elementos, alguns aspectos se destacam pelo seu grau de importância no desenvolvimento de novos serviços, influenciando diretamente nos resultados em relação à expectativa gerada pelo cliente. Dentre as principais características do Desenho de Serviço, podemos des- tacar a transformação dos objetivos estratégicos que foram definidos durante a fase de Estratégia de Serviço e também a capacidade de promover uma aborda- gem holística em todos os aspectos relacionados à qualidade e à funcionalidade. Além dessas características, o Desenho de Serviço também deve garantir que os padrões de desenho e convenções sejam seguidos durante a criação de serviços e processos que estejam sendo desenvolvidos. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 45 ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E46 ESTRATÉGIA DE SERVIÇO A Estratégia de Serviço tem como principal objetivo desenvolver modelos de Gestão de Serviços que permitam a execução de ações estratégicas dentro da organização, podendo oferecer produtos com valor agregado a seus usuários mediante esses serviços. Durante essa fase do ciclo de melhoria contínua, é preciso considerar todas as demandas que o serviço deverá atender, antes mesmo da sua implantação. Infelizmente, em muitas organizações, geralmente essa situação acontece de maneira inversa: primeiro o serviço é desenvolvido, depois pensamos nos usu- ários que utilizarão esse serviço. Dessa forma, entramos em um cenário no qual as mudanças e adaptações são inseridas de forma contínua até que se chegue a um modelo ideal, sendo que todo esse retrabalho poderia ser evitado quando se planeja de forma organizada e estratégica o serviço oferecido. Podemos destacar três características que estão contidas na Estratégia de Serviço: ■ Conceber, desenvolver e implementar a gestão do serviço de TI como sendo um ponto estratégico, oferecendo assistência aos objetivos de cres- cimento da organização. ■ Elaborar as capacidades da organização de TI, no que se refere ao geren- ciamento de custos e riscos que envolvem o portfólio de serviços. ■ Definir os objetivos estratégicos da organização de TI. Esses objetivos permitem à TI compreender de maneira clara e objetiva seu real papel dentro da empresa e como suas ações irão contribuir para o desenvolvi- mento das atividades exercidas pelas diversas áreas dessa organização. TIPOS DE SERVIÇO Na definição de estratégia de serviço, devemos considerar o tipo de serviço que será implantado. Embora os serviços possam ser de ordem interna ou externa, podemos classificá-los como sendo do tipo Principal, de Apoio ou Intensificador. Desenho de Serviço Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 47 ■ Serviço Principal: realiza a entrega de resultados básicos a partir da demanda de seus usuários. O serviço principal é definido a partir do grau específico de utilização e garantia. No entanto os usuários podem receber opções de utilização e garantia de mais de uma opção de serviço. ■ Serviço de Apoio: esse serviço é necessário para que o serviço principal possa ser entregue. Além disso, o serviço de apoio pode estar presente de forma não visível para seus usuários, porém não pode ser oferecido de maneira isolada. ■ Serviço Intensificador: é adicionado a um serviço principal com o obje- tivo de torná-lo mais atrativo a seus usuários, estimulando a utilização do mesmo. Podemos exemplificar cada um dos tipos citados acima da seguinte maneira, os serviços principais de um determinado banco representam o fornecimento de financiamentos para pequenas e médias empresas. Nesse serviço, a criação do valor para o cliente é feita somente após o banco estar em condições de ofere- cer o capital financeiro em tempo hábil, ou seja, depois de realizar a avaliação de riscos e custos envolvidos nessa operação. No exemplo, o serviço de apoio representa os agentes de crédito que auxiliam na avaliação de crédito, nos serviços de aplicação e investimentos, além de ofere- cer uma conta bancária para que o cliente possa realizar suas operações bancárias. Já os serviços intensificadores representam características que agregam valor ao serviço, por meio de funcionalidades e comodidade a seus usuários. DESENHO DE SERVIÇO Vimos na unidade I que o ITIL® oferece um conjunto com as melhores práticas para o GSTI, e entre as técnicas que compõem esse framework está o Desenho de Serviços, o qual, como o próprio nome sugere, serve para desenhar um novo serviço ou modificar um já existente. Essa atividade aborda como converter a estratégia e seus objetivos em portfólios de serviços e ativos. Para Fernandes ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E48 (2008, p. 281), esse estágio do ciclo de vida tem como principal foco o desenho e a criação de serviços de TI, cujo propósito será realizar a estratégia concebida anteriormente durante a fase de Estratégia de Serviço. Com a utilização de práticas, processos e políticas de TI vigentes nas orga- nizações, o desenvolvimento de serviços precisa ser executado garantindo a qualidade da entrega, a satisfação dos clientes, além da eficiência dos custos e também da facilidade de colocá-los em produção. De acordo com a biblioteca ITIL® V3, o Desenho de Serviço pode ser defi- nido como “o desenho de serviços de TI apropriados e inovadores, incluindo suas arquiteturas, processos, políticas e documentação, para atender os requisi- tos do negócio atuais e futuros” (apud FERNANDES, 2008, p. 281). Mesmo que a ideia de serviços inovadores nos remeta apenas à criação de novos serviços, é importante destacar que o Desenho de Serviço também pode estar direcionado à prática de melhorias, auxiliando na recriação ou redese- nhando serviços já existentes, sempre que tais melhorias forem identificadas ou se tornem necessidades indispensáveispara o serviço. Embora o Desenho de Serviço seja composto por diversos elementos, pode- mos destacar alguns pontos como sendo características fundamentais para esse processo, entre eles: a transformação dos objetivos estratégicos em serviços e portfólio de serviços, a utilização de uma abordagem holística em todos os aspectos relacionados à funcionalidade e qualidade do serviço, além da garan- tia de que os padrões de desenho e convenções serão empregados durante todo o processo do serviço. A partir da elaboração do novo serviço durante a fase de Estratégia, depois de inseri-lo como uma nova opção no Catálogo de Serviços, também é neces- sário informar como esse serviço irá atender às necessidades da organização, considerando os aspectos estruturais, além de identificar os requisitos necessá- rios para que sua implementação seja concretizada. É importante lembrar que todas essas informações referentes ao Desenho de Serviço deverão estar descritas no Pacote de Desenho de Serviço, que é o prin- cipal documento entregue nesse estágio e que também poderá ser utilizado no restante do ciclo de vida do serviço. Mais adiante, nesta unidade, abordaremos de maneira mais detalhada sobre esse assunto. Aspectos do Desenho de Serviço Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 49 ASPECTOS DO DESENHO DE SERVIÇO Para Fernandes (2008), alguns aspectos representam princípios e fundamentos básicos do Desenho de Serviço, abordando tópicos importantes e que precisam ser considerados durante o processo de desenvolvimento do serviço. Dessa forma, o uso de uma abordagem global e integrada se faz necessário para as atividades de Desenho de Serviço, contemplando cinco aspectos do Desenho de Serviço: ■ O desenho de um novo serviço ou até mesmo a modificação de um modelo já existente deve ser entendido como o projeto de um produto completo. ■ Desenhar os sistemas e ferramentas de gestão, para que esses sirvam de apoio para os serviços em todos os momentos do ciclo de vida. ■ Desenhar as arquiteturas tecnológicas, onde seja possível identificar as condições necessárias para operar os serviços de maneira consistente. ■ Desenhar os processos de TI e de Gerenciamento de Serviços necessá- rios para suportar o serviço. ■ Desenhar os métodos de medição e métricas de qualidade do processo, voltados para a melhoria continuada. Um fator importante na concepção de um novo serviço ou na manutenção de serviços existentes é atender às necessidades das organizações de acordo com a demanda, considerando os prazos cada vez menores para o desenvolvimento. Sempre que um novo serviço é construído, alguns pontos precisam ser verifi- cados para garantir a integração com os demais serviços existentes no Portfólio de Serviços. De acordo com Fernandes (2008, p. 282), a operação desses aspectos precisa incluir abordagens que permitam a análise de todo o processo, considerando as diversas áreas envolvidas no desenvolvimento do serviço. Recomenda-se que os planos para o desenho, a transição e a operação destes aspectos incluam abordagens para a análise de impacto técnico, comercial e organizacional, gerenciamento de riscos, da comunicação, empacotamento e critérios de aceitação a serem aplicados sobre a en- trega do serviço, assim como influências externas de outros modelos de referência (FERNANDES, 2008, p. 282). ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E50 Mesmo depois de definir o serviço por meio do desenho, algumas atividades devem anteceder o estágio de Transição de Serviço. Isso ocorre, pois, em muitos casos, a criação de um serviço está condicionada à disponibilidade de fornece- dores externos, sendo assim, é necessário que haja soluções alternativas para possíveis situações de indisponibilidade dos recursos que viabilizam a criação desse serviço. Diante disso, a utilização de algumas técnicas pode ser importante para a criação de serviços de TI que sejam flexíveis e reutilizáveis. De acordo com Fernandes (2008, p. 282), abordagens como SOA (Service Oriented Architecture) e BSM (Business Service Management) permitem que a criação de serviços possa ser compartilhada entre as diversas áreas de negócio, garantindo que os com- ponentes de TI estejam totalmente integrados com os objetivos propostos pela organização. No processo de Desenho de Serviço, podemos considerar um conjunto de 7 (sete) atividades que gerenciam o período de desenvolvimento e criação do ser- viço, permitindo o planejamento e organização de acordo com as características e necessidades de cada organização. O Gerenciamento de Serviços é composto pelas seguintes atividades: ■ Gerenciamento de Nível de Serviço. ■ Gerenciamento do Catálogo de Serviços. ■ Gerenciamento de Disponibilidade. ■ Gerenciamento de Segurança da Informação. ■ Gerenciamento de Fornecedores. ■ Gerenciamento da Capacidade. ■ Gerenciamento da Continuidade. É importante ressaltar que muitas dessas atividades não acontecem apenas durante o processo de desenho, mas também podem estar presentes no ciclo de vida de outras fases, especialmente na Operação de Serviço. Além disso, o Gerenciamento de Nível de Serviço também desempenha um papel importante na Melhoria Contínua de Serviço. Componentes do ITSM Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 51 Ainda nesta unidade apresentaremos como essas atividades se adequam dentro de uma visão mais abrangente do Desenho de Serviço, permitindo o desenvolvimento de maneira estratégica e estruturada, elevando o nível de qua- lidade do serviço oferecido. COMPONENTES DO ITSM O termo Information Technology Service Management (ITSM), ou Gerenciamento de Serviços de TI, vem sendo utilizado pelas organizações que buscam imple- mentar a governança e o aumento do nível de maturidade de sua TI por meio dos processos que a compõem. No entanto a definição oficial da ITIL® V3 para ITSM é descrita de forma mais detalhada no volume de Service Design como um conjunto especializado de recursos organizacionais que provê valor aos clien- tes sob a forma de serviços (CESTARI FILHO, 2011, p. 216). Veja a Figura 7. ITSM Pessoas Parceiros Produtos Processos Figura 7: Componentes do Gerenciamento de Serviços de TI Fonte: PGM Academy – Portal GSTI. ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E52 O Gerenciamento de Serviços de TI está diretamente ligado à utilização do dia- grama dos 4P´s, ou seja, Produtos, Pessoas, Processos e Parceiros, que permite a criação de uma estrutura capaz de atender a todas as demandas de acordo com os objetivos propostos. Sendo assim, quando um desses fatores não é levado em consideração, o gerenciamento fica comprometido e os resultados não atendem aos objetivos propostos. A combinação desses 4 fatores garante a capacidade de entrega, qualidade e funcionalidade do serviço. Abaixo, temos as características que compõem cada um desses fatores: ■ Processos: definem todas as atividades do Gerenciamento de Serviços de TI, considerando a entrega de ponta a ponta do serviço baseado em flu- xos de processo workflow. ■ Produtos: são definidos como serviços, sistemas, tecnologias e, principal- mente, as ferramentas utilizadas, já que é necessário automatizar muitos dos processos envolvidos. ■ Pessoas: descrevem os papéis e responsabilidades dentro do processo, isso significa destacar as pessoas envolvidas nesse ciclo, considerando desde equipes de TI, clientes, entre outros interessados. ■ Parceiros: abrangem todos os fornecedores e prestadores de serviços que trabalham em conjunto com a organização e permitem, diante de um mercado extremamente competitivo,obter os melhores recursos levando em consideração os custos. A qualidade de serviços de TI está relacionada à garantia de que esses fatores serão levados em conta como parte do processo de melhoria contínua da orga- nização de TI, podendo ser utilizado independente de ser um novo serviço ou mesmo para modificar serviços existentes. Para Fernandes (2008, p. 294), os ser- viços de TI devem estar alinhados e, principalmente, integrados às necessidades do negócio, por meio de ações de melhoria, permitindo o suporte aos proces- sos de negócio. Pacote de Desenho de Serviço Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 53 PACOTE DE DESENHO DE SERVIÇO Para o ITIL® V3, o Pacote de Desenho de Serviço é definido pelo conjunto de docu- mentos que descrevem as características de um determinado serviço, além dos requisi- tos necessários durante cada fase do ciclo de vida. A elaboração desse documento deve ser feita sempre que um novo serviço é criado, em alterações significativas do serviço e até mesmo quando acontece a desativação ou retirada do serviço em funcionamento. Para compreender de maneira mais clara como um Pacote de Desenho de Serviços deve ser, devemos imaginar uma situação em que um determinado serviço encontra-se em sua fase final de desenho, e, para que possamos dar con- tinuidade ao desenvolvimento, precisamos garantir que todas as informações referentes a esse serviço sejam repassadas às equipes de transição e operação, em um único documento ou pacote. Porém a elaboração desse conjunto de docu- mentos pode ser uma das atividades mais complexas durante o desenvolvimento de um serviço, devido aos questionamentos que possam surgir nessa fase, como, por exemplo: quais seriam os documentos necessários? Ou então: quais itens devem ser inseridos nessas documentações? De acordo com a biblioteca ITIL® V3, alguns tópicos são essenciais para a composição do Pacote de Desenho de Serviço, dentre eles, estão: ■ Requisitos. ■ Aplicabilidade do serviço. ■ Contratos do serviço. ■ Acordos de Nível de Serviço. ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E54 ■ Acordos de Nível Operacional. ■ Desenho e Topologia geral do Serviço. Requisitos: descrevem as características do serviço. Aplicabilidade do Serviço: define a finalidade para a qual o serviço está sendo desenhado. Isso facilita a compreensão por parte das equipes de tran- sição e operação de quando o serviço estiver nessa etapa do desenvolvimento. Contratos do Serviço: durante a criação de um serviço, a participação de fornecedores terceirizados pode influenciar de maneira bastante significativa o desenvolvimento dele, por esse motivo, é importante a apresentação de docu- mentos contratuais de acordo com as necessidades de cada um dos eventos. Acordos de Nível de Serviço: definem as metas de níveis de serviço acor- dadas por meio de um documento apropriado a cada categoria de cliente que utilizará o serviço novo ou alterado. Acordos de Nível Operacional: definem as metas de níveis de serviço que serão atribuídas a cada uma das equipes internas, sendo devidamente acordadas por meio de documentação. Esse documento permite aos gestores de Transição e Operação identificar as responsabilidades de cada membro/equipe na entrega do serviço. Desenho e Topologia geral do Serviço: assim como todo produto disponí- vel no mercado, um serviço também possui funções e características que podem ser apresentadas por meio de um “manual de instruções”. Mediante esse docu- mento, é possível realizar a construção e operação dos serviços de TI. Esse conjunto de informações contribui para a elaboração de um projeto estruturado, diminuindo as lacunas que interferem na produção e desenvolvi- mento do serviço. No entanto é importante ressaltar que o Pacote de Desenho de Serviço deve ser uma documentação consistente e confiável, a fim de garantir as entregas necessárias, sem que haja maiores riscos e transtornos para a organização. Gerenciamento de Serviços na TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 55 GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS NA TI No início desta unidade, quando abordamos os aspectos presentes no Desenho de Serviço, falamos sobre os tipos de gerenciamento que integram o processo de desenvolvimento de serviços, sejam esses novos serviços ou serviços já existentes. Para Freitas (2011, p. 18), o Gerenciamento de Serviços de TI consiste em uma formação composta por pessoas, processos e ferramentas que contribuem para garantir a qualidade dos serviços, com suporte a níveis de serviços pre- viamente estabelecidos com o cliente. O agrupamento de informações facilita o controle do processo, permitindo a criação de métodos e mensuração para o acompanhamento de performance. A seguir, apresento a você, de maneira mais detalhada, os tipos de geren- ciamento existentes no Desenho de Serviço TI. Com a competitividade cada vez mais acirrada dentro das organizações, muitas pessoas são submetidas diariamente a diversos conflitos internos e externos que condicionam o desgaste dos relacionamentos interpessoais. Diante desse cenário, devemos procurar um ponto de equilibro embasado com fatos e dados que possibilitem uma abordagem mais racional diante de um embate. Para ler a reportagem, acesse o link disponível em: <https://exame.com/blog/ sua-carreira-sua-gestao/ter-razao-ou-ser-feliz> . Acesso em 25 de set. 2020 Fonte: os autores. ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E56 GERENCIAMENTO DE NÍVEL DE SERVIÇO O Gerenciamento de Nível de Serviços é o processo responsável pela criação do relacionamento entre o departamento de tecnologia da informação e seus res- pectivos clientes. O principal objetivo desse processo é garantir a qualidade do serviço, levando em consideração o custo necessário para seu desenvolvimento. É importante saber que o sucesso da implantação desse tipo de processo está diretamente ligado à implantação de outros processos que também compõem a biblioteca do ITIL. Esse processo traz consigo alguns benefícios relevantes para o negócio e tam- bém para a organização de TI, dentre eles: ■ O serviço em TI terá uma qualidade maior e irá causar menos interrupção. Por consequência, a produtividade dos clientes da TI será aperfeiçoada; ■ Os recursos da equipe de TI serão usados de forma mais eficiente. ■ A organização de TI fornecerá serviços que satisfaçam as expectativas dos clientes. ■ O serviço fornecido poderá ser medido. ■ A percepção da organização de TI será melhorada. ■ A redução de custos. ■ Os serviços fornecidos por fornecedores são mais bem gerenciados com contratos de apoio, reduzindo a possibilidade de influência negativa no serviço de TI fornecido. ■ O monitoramento do serviço se torna possível identificando os pontos fracos que podem ser melhorados. Diante dessas características contidas no gerenciamento de Nível de Serviço, podemos dizer que esse processo trabalha como um conciliador entre o prove- dor de serviço de TI e os clientes, assegurando que todas as atividades necessárias durante a criação do serviço sejam atendidas de maneira satisfatória. Além disso, esse tipo de gerenciamento permite a diminuição de conflitos de interesse entre Gerenciamento de Serviços na TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 57 fornecedores, clientes e outras áreas da organização, já que esse processo é uma forma de gerenciar as expectativas entre todos os envolvidos. GERENCIAMENTO DE DISPONIBILIDADE De acordo com Freitas (2011, p. 80), estamos