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PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE (PAC) ( EM ADULTOS IMUNOCOMPETENTES ) ● É uma doença inflamatória aguda de causa infecciosa que acomete os espações aéreos. ● Pode ser causada por vírus, bactérias e fungos. ● Adquirida na comunidade = adquirida fora do ambiente hospitalar ou de unidades especiais de atenção a saúde; ou então que se manifesta até 48h após admissão à unidade assistencial. DIAGNÓSTICO: ● Sintomas de doença aguda do trato respiratório inferior: tosse, expectoração, falta de ar e dor torácica. ● Exame físico do tórax. ● Manifestações sistêmicas: confusão mental, cefaleia, sudorese, calafrios, mialgias, temperatura superior a 37,8ºC. ● Presença de opacidade pulmonar nova detectada por Rx de tórax. Diagnóstico radiológico: ● Rx de tórax PA + P - utilizado para diagnóstico, avaliação da gravidade, identificação do comprometimento lobar, sugestão de etiologias alternativas, indicação de condições associadas (obstrução brônquica ou derrame pleural) e monitorização da resposta ao tratamento. ● Tc de tórax - é útil para o diagnóstico diferencial quando há duvidas, presença ou não de infiltrado intersticial, presença de um quadro clínico exuberante associado à radiografia normal, detecção de complicações como derrame pleural e abscesso. o DERRAME PLEURAL: o Altura superior a 5cm ou loculado → Toracocentese ● Evolução radiológica: A progressão radiológica, após o diagnóstico, pode ocorrer com qualquer etiologia e não deve ser um indicativo de mudança no regime terapêutico, desde que esteja havendo melhora no quadro clínico. A resolução radiológica ocorre de maneira relativamente lenta, depois da recuperação clínica, a resolução completa das alterações radiológicas ocorre em duas semanas após a apresentação inicial em um terço dos casos. Idade avançada, DPOC, imunossupressão, alcoolismo, diabetes e pneumonia multilobar associam-se com resolução mais lenta. o Pneumonias causadas por Mycoplama sp. resolvem-se mais rapidamente. o Pneumonias causadas por Legionella sp. têm resolução lenta. o A radiografia de tórax deve ser repetida após seis semanas do início dos sintomas em fumantes com mais de 50 anos pelo risco de carcinoma brônquico. Ultrassonografia: é útil nos casos de derrames pleurais pequenos ou quando suspeitos de loculação, permitindo a sua localização precisa para coleta de liquido pleural. Saturação periférica de oxigênio e gasometria arterial: PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● A SpO2 deve ser observada na rotina, antes do uso eventual de oxigênio. ● A gasometria arterial deve ser realizada na presença de SpO2 menor ou igual a 90% em ar ambiente e em casos de pneumonia considerada grave. ● Presença de hipoxemia indica o uso de oxigênio suplementar e admissão hospitalar. Exames complementares: ● Ureia acima de 65mg/dl. ● Hemograma tem baixa sensibilidade e especificidade, sendo útil como critério de gravidade e de resposta terapêutica. ● Leucopenia (<4000leucócitos/mm3) denota mau prognóstico. ● Dosagens de glicemia, de eletrólitos e de transaminases não tem valor diagnóstico, mas podem influenciar na decisão de hospitalização, devido a identificação de doenças associadas. Proteína C reativa: ● É um marcador de atividade inflamatória. ● Tem valor prognóstico no acompanhamento do tratamento - a manutenção de níveis elevados após 3-4 dias de tratamento e uma redução inferior a 50% do valor inicial sugere pior prognóstico ou surgimentos de complicações. Exame do escarro: ● Dada a alta prevalência de TB pulmonar e de micoses em nosso meio, pesquisar: BAAR, fungos. Hemocultura: ● Reservada para a PAC grave e em pacientes internados não-respondedores à terapêutica instituída. Outras técnicas para coleta de espécimes para exames microbiológicos: aspirado traqueal, minilavado broncoalveolar, broncoscopia com cateter protegido, lavado broncoalveolar, punção pulmonar transitória. → não são de rotina, UTI e não respondendo ao tratamento empírico. Testes sorológicos: não devem ser rotineiramente utilizados. Antígenos urinários PCR - pode ser realizada para apenas um agente, ou na modalidade multiplex, apresenta boa sensibilidade e especificidade, muito embora não estejam disponíveis na maioria dos laboratórios. INCIDÊNCIA E MORTALIDADE: ● É a primeira causa de internação por doença. ● Predominância maior no sexo masculino. ● Maior ocorrência de março a julho. INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA: PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Desnecessário em pacientes ambulatoriais tendo em vista a eficácia elevada do tratamento empírico e a baixa mortalidade associada a estes casos. ● Nos casos de PAC grave com falência do tratamento empírico, a identificação etiológica e o tratamento direcionado associam-se a menor mortalidade. TRATAMENTO ● O tratamento considera os microrganismos de maior prevalência. O tratamento dirigido ao patógeno identificado na maioria das vezes não é possível no momento da decisão terapêutica. Terapia combinada X Monoterapia; ● A terapia combinada não é superior à monoterapia em pacientes de baixo risco. ● A terapia combinada deve ser recomendada para pacientes com PAC grave. Início precoce da antibioticoterapia: ● Deve ser instituída o mais precocemente possível pois reduz as taxas de mortalidade, o tempo de permanência hospitalar e os custos. PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A Duração do tratamento: PAC leve a moderada - atb ministrados por um período igual ou inferior a 7 dias. Tratamento adjuvante em PAC grave: ● UTI ● Suporte hemodinâmico ● Suporte ventilatório PREVENÇÃO POR VACINAS: Vacina anti-influenza ● Maiores de 50 anos. ● Pessoas com maior risco de complicações associadas a gripe. ● Pessoas em contato domiciliar com outras de alto risco. ● Profissionais de saúde. Vacina antipneumocócica ● Maiores de 65 anos. ● Entre 2-64 anos na presença de comorbidades que os tornem vulneráveis às infecções pneumocócicas invasivas e as suas complicações. ● Imunocomprometidos ● Idosos residentes em asilos. ASMA BRÔNQUICA ● Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, na qual muitas células e elementos celulares têm participação. A inflamação crônica está associada à hiperresponsividade das vias aéreas, que leva a episódios recorrentes de sibilos, dispneia, opressão torácica e tosse, particularmente à noite ou no início da manhã. Esses episódios são uma consequência da obstrução ao fluxo aéreointrapulmonar generalizada e variável, espontaneamente ou com tratamento. ● Afeta tanto crianças quanto adultos. ● É a quarta causa principal de internações. FISIOPATOGENIA: ● Células inflamatórias: mastócitos, eosinófilos, linfócitos T, células dendríticas, macrófagos e neutrófilos. ● Células brônquicas estruturais envolvidas na patogenia da asma: células epiteliais, musculares lisas, endoteliais, fibroblastos, miofibroblastos e células nervosas. ● Mediadores inflamatórios participantes do processo inflamatório da asma: quimiocinas, citocinas, eicosanoides, histamina e óxido nítrico. ● Processo inflamatório: o Manifestações clínico-funcionais: o Estreitamento brônquico intermitente e reversível causado pela contração do músculo liso brônquico. o Edema da mucosa pela hipersecreção mucosa. o A hiperresponsividade brônquica é a resposta broncoconstritora exagerada ao estímulo que seria inócuo em pessoas normais. REMODELAMENTO DAS VIAS AÉREAS - São alterações estruturais irreversíveis que ocorrem pela inflamação crônica da asma que é um processo no qual existe um ciclo contínuo de agressão e reparo. PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A DIAGNÓSTICO: Pode ser sugerido por um ou mais desses sintomas: ● Dispneia ● Tosse crônica ● Sibilância ● Opressão ou desconforto torácico. ● Predominante à noite ou nas primeiras horas da manhã. DESENCADEANTES DE SINTOMAS: ● Irritantes inerpecíficos: fumaças e odores fortes. ● Exercício. ● Aeroalérgenos: ácaros e fungos. ● Pode haver piora dos sintomas à noite. ● A melhora pode ser espontânea ou após o uso de medicações específicas para asma. ● A asma de início recente em adultos pode estar relacionada com exposições ocupacionais. EXAME FÍSICO: ● Geralmente é inespecífico. ● A presença de sibilos (não obrigatória) é indicativa de obstrução ao fluxo aéreo. TESTES DIAGNÓSTICOS: Espirometria: ● Útil para estabelecer o diagnóstico, documentar a gravidade da obstrução ao fluxo aéreo e monitorar o curso da doença e as modificações decorrentes do tratamento. ● Diagnóstico de asma na espirometria: há limitação ao fluxo de ar das vias aéreas, redução da relação VEF1/CVF (intensidade dessa limitação é determinada pela redução percentual do VEF1 em relação ao seu previsto), demonstração de significativa reversibilidade, parcial ou completa. ● Resposta ao broncodilatador: considerada significativa e indicativa de ama quando o VEF1 (VEF1PósBd - VEF1PréBd) aumenta pelo menos 200mL de seu valor pré-broncodilatador + 7% do valor previsto. ● Uma espirometria normal não exclui o diagnóstico de asma pois há pacientes com sintomas intermitentes, a asma pode estar controlada e no pós-Bd, nesses casos pode revelar uma resposta significativa em alguns pacientes (VEF1 300mL de seu valor pré ou 10%). Se história clínica característica com espirometria normal se considera como tendo asma. ● Se dúvida em relação ao diagnóstico: ● Variabilidade do PFE > 20%. ● Repetição da espirometria durante um período sintomático. ● Teste de broncoprovocação. Medidas do estado alérgico: ● Forte associação entre asma, rinite e outras doenças alérgicas. ● Contribuem para o planejamento terapêutico. ● A avaliação da atopia requer anamnese cuidadosa e confirmação da sensibilização alérgica por meio de testes cutâneos ou através da determinação das concentrações séricas de IgE específica por teste radioalergoabsorvente. ● Alergenos mais frequentes: ácaros, fungos, pólens e antígenos de cães/gatos/baratas. Diagnóstico em crianças < 5 anos: PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Baseado principalmente em aspectos clínicos. ● 50% apresentam pelo menos um episódio de sibilância nos primeiros anos de vida, sendo que a maioria delas não desenvolverá asma. ● Rotular precipitadamente como asmática uma criança com um ou dois episódios de sibilância leva ao uso desnecessário de medicamentos broncodilatadores e profiláticos. ● Por outro lado, a falta de diagnóstico pode retardar o tratamento. ● Portanto, a investigação e o tratamento da sibilância e tosse recorrentes exigem uma avaliação cuidadosa dos sintomas, da sua evolução, dos antecedentes pessoais, da história familiar e dos achados físicos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS MAIS SUGESTIVAS DE ASMA ● Episódios frequentes de sibilância (mais de uma vez por mês). ● Tosses ou sibilos que ocorrem à noite ou cedo pela manhã, provocados por riso ou choro intenso e exercício físico. ● Tosse sem relação evidente com viroses respiratórias. ● Presença de atopia, especialmente rinite alérgica ou dermatite atópica. ● História familiar de asma e atopia. ● Boa resposta clínica a b2-agosnistas inalatórias, associados ou não a corticoides orais ou inalatórios. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: ● É amplo. ● Particularmente em crianças <5 anos de idade e idosos. ● As dificuldades são maiores nos asmáticos com obstrução fixa ao fluxo aéreo e fumantes. ● A determinação funcional de significativa variabilidade do fluxo aéreo reduz em muito as dúvidas diagnósticas. GRAVIDADE E NÍVEL DE CONTROLE DA ASMA: ● Excluir causas importantes de descontrole. ● Comorbidades não tratadas. ● Uso incorreto do dispositivo inalatório. ● Não adesão ao tratamento. Asma leve: necessita de baixa intensidade de tratamento. Asma moderada: necessita de intensidade intermediária. Asma grave: de alta intensidade de tratamento. OBJETIVOS DO TRATAMENTO: 1. Atingir e manter o controle dos sintomas. 2. Manter as atividades da vida diária normais, incluindo exercícios. 3. Manter a função pulmonar normal ou o mais próximo possível do normal. 4. Prevenir as exacerbações. 5. Minimizar os efeitos colaterais das medicações. 6. Prevenir a mortalidade. O ACOMPANHAMENTO DEVE ESTAR FUNDAMENTADO EM CINCO COMPONENTES: 1. Parceria médico-paciente. ● Permitir que o paciente adquira conhecimento, confiança e habilidade para assumir o papel principal no manejo de sua doença. ● Automanejo guiado da asma: reduz a morbidade tanto em adulto quanto em crianças. É importante desenvolver um plano de ação escrito e personalizado e, periodicamente, revisar o tratamento e o nível de controle da asma. PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Adesão ao tratamento: O uso de pelo menos 80% da dose prescrita é essencial para que os resultados do tratamento sejam obtidos. 2. Identificação e controle dos fatores de risco. ● Identificar e reduzir a exposição a alérgenos e irritantes. Controlar os fatores capazes de intensificar os sintomas ou precipitar exacerbações de asma. A exposição ambiental inclui alérgenos inalados, exposições ocupacionais e irritantes das vias aéreas. ● O controle ambiental e dos fatores agravantes no manejo da asma são auxiliares no tratamento medicamentoso, pois os doentescom asma controlada tornam-se menos sensíveis a esses fatores. ● Atentar para: tabagismo ativo e passivo, medicações, alimentos e aditivos, exposição ocupacional, ácaros, pelos de animal, baratas, mofo, poléns, fungos e poluição ambiental. ● Exercício físico: é uma causa comum dos sintomas de asma, pode-se fazer o uso de B2-agonista de curta ação antes do início das atividades. Os asmáticos não devem evitar exercícios pois qualquer atividade que melhore o condicionamento aeróbico é benéfica para os asmáticos. 3. Avaliação, monitoramento e manutenção do controle da asma. 4. Prevenção e controle de riscos futuros. ● Prevenir instabilidade clínico-funcional: manter a asma controlada por longos períodos de tempo. ● Prevenir exacerbações da asma. ● Evitar a perda acelerada da função pulmonar ao longo dos anos. ● Minimizar os efeitos colaterais dos tratamentos utilizados. 5. Consideração de situações especiais. - Rinite, rinossinusite, pólipos nasais e doenças de vias aéreas superiores. REFLUXO GASTROESOFÁGICO ● A prevalência de RGE é maior em pacientes com asma, ainda mais nos pacientes em que a asma não está controlada. ● Ainda assim não existem evidências de que o tratamento com inibidores de bomba de próton tenha um impacto sobre a melhora do controle da asma. EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL ● A asma relacionada ao trabalho é aquela causada ou agravada por agentes ou condições próprias do ambiente de trabalho. ● Todo caso de asma iniciado ou agravado na vida adulta deve levantar suspeita de uma possível causa ocupacional. A melhora dos sintomas em períodos de afastamento do trabalho é sugestiva de asma relacionada ao trabalho. ● O diagnóstico deve ser feito com medidas objetivas como curvas seriadas de PFE ou testes de broncoprovocação. ● A conduta ideal é o afastamento precoce da exposição, com o objetivo de prevenir alterações clínico-funcionais irreversíveis. Pacientes com diagnóstico de asma ocupacional estão incapacitados para exercer atividades nas quais estão expostos ao agente causador. GESTAÇÃO E LACTAÇÃO ● É a doença pulmonar mais comum nas gestantes. Durante a gestação, aproximadamente 1/3 das mulheres asmáticas piora, 1/3 se mantém e 1/3 melhora. ● Os sintomas melhoram durante as últimas quatro semanas da gravidez. PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A Efeitos deletérios da asma não controlada para o binômio mãe-feto: pré-eclâmpsia, necessidade de cesárea, prematuridade, baixo peso ao nascer, malformações, aumento da mortalidade perinatal. IDOSOS ● É comum no idoso porém subdiagnosticada. ● Diagnóstico diferencial com DPOC. CIRURGIA ● A asma controlada não é fator de risco. ● A falta de controle pode predispor os pacientes com asma a complicações respiratórias trans e pós-operatórias. ● Nos procedimentos eletivos a avaliação clínica e funcional deve ocorer pelo menos 1 semana antes do ato operatório. ● As medicações de manutenção não devem ser suspensas. OBESIDADE ● O peso elevado tanto ao nascer quanto mais tarde na infância aumenta a incidência e prevalência de asma. ● Há evidências de maior dificuldade para se obter controle adequado da asma em pacientes obesos. SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO ● Fator de risco independente para a exacerbação da asma. ● Avaliar em pacientes com asma não controlada/de difícil controle, especialmente aqueles com sobrepeso/obesidade. ESTRESSE, ANSIEDADE, DEPRESSÃO E FATORES PSICOSSOCIAIS ● Evidências de relação entre asma, ansiedade, síndrome do pânico, claustrofobia, agorafobia e estresse traumático. ● Em paciente com asma de difícil controle esses fatores devem ser adequadamente valorizados. ASPERGILOSE BRONCOPULMONAR ALÉRGICA ● Deve ser investigada em pacientes com asma corticodependente e com bronquiectasias centrais ou infiltrados pulmonares. TRATAMENTO Objetivo: alcançar e manter o controle clínico. O tratamento tem sido dividido em 5 etapas: 1. Medicação de resgate para o alívio dos sintomas. (B2) ● Promover a educação do asmático e o controle ambiental, utiliza-se apenas medicação de alívio. ● Reservado para pacientes que têm sintomas ocasionais, ocorrendo duas ou menos vezes por semana, de curta duração. Entre esse episódios, o paciente está assintomático. Função pulmonar normal, sem despertar noturno. ● Utiliza-se um b2-agonista de rápido início de ação (salbutamol, fenoterol ou formoterol). ● Alternativas: anticolinérgico inalatório, b2-agonista oral ou teofilina oral → início de ação mais lendo e maior risco de feitos adversos. 2. Medicação de alívio + um único medicamento de controle (B2+C1) ● Corticoides inalatórios em doses baixas são a primeira escolha. ● Medicações alternativas: anti-leucotrienos para pacientes que não conseguem utilizar a via inalatória ou para aqueles que têm efeitos adversos intoleráveis com o uso de corticoide inalatório. 3. Medicação de alívio + um ou dois medicamentos de controle (B2+C1Al ou LABA) PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Associação de um corticoide inalatório em doses baixas com um b2-agonista inalatório de ação prolongada é a primeira escolha. ● Um b2-agonista de rápido início de ação é utilizado para o alívio de sintomas conforme necessário. ● Como alternativa, ao invés de associar um b2-agonista, pode-se aumentar a dose do corticoide inalatório. Outras opções são a adição de um anti-leucotrieno ao corticoide inalatório em doses baixas ou adição de teofilina, nesta ordem. 4. Medicação de alívio + dois ou mais medicamentos de controle (B2+c1+LABA+Al) ● Combinação de corticoide inalatório em doses médias ou altas com um b2-agonista de ação prolongada. ● Como alternativa, pode-se adicionar um anti-leucotrieno ou teofilina. 5. Medicação de alívio + medicação de controle adicional (+C +omalizumabe) ● Adiciona-se corticoide oral às outras medicações de controle. ● Esse esquema somente deve ser empregado para pacientes com asma não controlada na etapa 4, que tenham limitações de suas atividades diárias e frequentes exacerbações. ● A dose do corticoide oral deve ser a menor possível para manter o paciente controlado. ● A adição de anti-IgE (Omalizumabe) é uma alternativa na etapa 5 para pacientes atópicos, pois sua utilização pode melhorar o controle da asma e reduzir o risco de exacerbações. PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A MANEJO DAS EXACERBAÇÕES: ● Exacerbações são manifestações comuns na vida do asmático. ● A manutenção da asma reduz o risco de exacerbações e de óbito. ● Ocorrem de forma gradual. ● Deterioração clínica progressiva: 5-7 dias. ● Causas mais comuns: infecções virais, exposição aalérgenos ambientais, poluição ambiental, exposição ocupacional, anti-inflamatórios não esteroidais. ● Todo asmático vai ter exacerbação com anti-inflamatórios e alguns até com AAS. PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A Oxigenioterapia ● Meta adultos: manter SpO2 maior ou igual a 92%. ● Meta gestantes/doenças cardiovasculares/crianças: SpO2 maior ou igual 94-95%. Broncodilatadores de curta ação ● Medida inicial de tratamento. ● Doses repetidas de b2-agonistas por via inalatória: inalador pressurizado acoplado a espaçador, valvulado ou não valvulado; nebulizadores. ● Cada 10-30min na primeira hora. Corticoides sistêmicos ● São essenciais no tratamento da exacerbação. ● Devem ser usados precocemente. ● Reduzem a inflamação, recidivas, hospitalizações e o risco de asma fatal. ● Aceleram a recuperação. Drogas alternativas: ● Brometo de ipratrópio (não mais utilizado). ● Sulfato de magnésio ● Aminofilina IV Dispositivos inalatórios: Inaladores pressurizados (IPs), que se servem do HFA como propelente. Inaladores de pó (IPo), como Turbohaler, Diskus e Aerolizer. Nebulizadores de jato (NJ) ou nebulizadores ultrassônimos (Nus) TROMBOEMBOLISMO PULMONAR (TEP) ● Condição em que trombo(s) migra(m) da circulação sistêmica até a vasculatura pulmonar. ● É a complicação potencialmente mais grave do tromboembolismo venoso (TEV): TVP (trombose venosa profunda) e TEP (tromboembolismo pulmonar). ● TEP: o É uma condição comum e potencialmente fatal. o A causa mais comum de óbito precoce é a insuficiência ventricular direita (quando o trombo se solta do pulmão). ● Clinicamente, manifesta-se como TVP em cerca de 2/3 dos casos e como TEP em 1/3 deles. ● Em algumas situações, episódios de TEP podem levar ao tromboembolismo crônico, com hipertensão pulmonar associada. ● A grande maioria dos pacientes internados tem fator de risco para TEV (tromboembolismo venoso) → imobilidade. FATORES PREDISPONENTES na gênese do TEV ● Estase sanguínea. ● Lesão da camada íntima da parede dos vasos. ● Estado de hipercoagulabilidade/trombofilias. Condições herdadas mais frequentes: ● Mutações do fator V de Leiden ● Mutação do gene da protrombina PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A Deve-se suspeitar de trombofilias em: ● Primeiro evento de TEV antes dos 50 anos. ● História de trombose recorrente ou sem causa identificada. ● Evento trombótico em localização menor frequente (membro superior). ● Parente de 1º grau com eventos tromboembólicos ocorridos antes dos 50 anos. ACHADOS CLÍNICOS ● Varia desde um episódio assintomático até o outro extremo, com colapso hemodinâmico e óbito. ● Dor e falta de ar de início súbito em pacientes sem motivos para isso. ● Infarto pulmonar produz tosse com sangue. ● Na presença de doença cardiopulmonar preexistente até mesmo um êmbolo relativamente menor pode resultar em instabilidade hemodinâmica significativa. ● Êmbolos grandes ou múltiplos tendem a causar sintomas mais significativos, bem como alterações hemodinâmicas e na oxigenação. TEP de alto riso / maciço - acompanhado de colapso circulatório (hipotensão e choque) TEP de risco intermediário / submaciço - sobrecarga de cavidades direitas, preservando a circulação sistêmica TEP de risco baixo - embolização focal, subpleural, sem comprometimento significativo das circulações pulmonar sistêmica. SUSPEITA DE TEP: PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Sintomas torácicos agudos na presença de: o Fatores de risco para TEV atual ou prévio. o Síncope o TEP prévio o Pós-operatório o Periparto o Puerpério ● Politraumatismo ou doenças graves. ● Taquiarritmias súbitas e inexplicáveis (principalmente se associadas a fatores de risco para TEV). ● Arritmias crônicas com descompensação súbita da doença de base. ● Exacerbação de DPOC ou IC sem fator desencadeador aparente. ● Parada cardiorrespiratória. ● A tríade dispneia + dor torácica + hemoptise está presente em 20% dos pacientes. ● Sintoma mais frequentemente associado ao TEP: dispneia de início súbito. ● A taquipneia inexplicada é encontrada em cerca de 70% dos pacientes com embolia. ● A presença de síncope. cianose e hipoxemia costuma indicar TEP extenso. O Escore de Wells estima a probabilidade clínica de paciente apresentar TEP. PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A TESTES DIAGNÓSTICOS E EXAMES COMPLEMENTARES ● Hemograma. ● Gasometria arterial. ● Marcadores de lesão miocárdica: o Troponina o Peptídeos natriuréticos (BNP e pró-BNP NT-terminal) - são marcadores sensíveis da função ventricular direita. Níveis elevados de BNP necessitariam ser complementados com exame ecocardiográfico para afastar disfunção de VD. São comumente utilizados na estratificação de risco de pacientes com TEP estabelecido. ● D-dímeros o Importante na exclusão de TEP, pelo alto VPN. o Níveis elevados de D-dímeros não corroboram a presença de TEP (especificidade baixa). o Frequentemente encontrados em pacientes hospitalizados. Costumam elevar-se em eventos obstétricos, doença vascular periférica, câncer, doença inflamatória e com o aumento da idade. o Um teste negativo (de alta sensibilidade) exclui TEP em pacientes com probabilidade clínica baixa a intermediária. o Deve-se levar a probabilidade clínica em consideração. ● Eletrocardiograma ● Eco doppler venoso de membros inferiores ● Ecocardiograma ● Radiografia de tórax ● Cintilografia pulmonar de ventilação/perfusão ● Angiogradia pulmonar ● TC de tóraz com multidetectores ou multislice (angiotomo) ● Ressonância magnética. TRATAMENTO ● Abordagem inicial: suportes hemodinâmico e respiratório para estabilização clínica e hemodinâmica. Anticoagulação na fase aguda: ● Quando probabilidade clínica alta ou intermediária iniciar anticoagulação o mais cedo possível enquanto se aguarda a confirmação diagnóstica. Pacientes hemodinamicamente instáveis: ● Faz-se trombólise: farmacológica ou mecânica. ● Trombectomia mecânica percutânea: o É a fragmentação e aspiração do trombo e a embolectomia cirúrgica. o É restrita a pacientes de alto risco. o Tem contraindicação absoluta ao tratamento trombolítico. o Feita naqueles em que o tratamento trombolítico não modificou o status hemodinâmico. Filtros de veia cava: ● São reservados para pacientes com contraindicações ou complicações relacionadas com o tratamento anticoagulante, em recidivas de TEP a despeito de anticoagulação adequada, TEP maciço e casos de embolectomia cirúrgica. PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● É pré-operatório de pacientes submetidos à embolectomia cirúrgica e acometidos por evento trombótico nos últimos 30 dias, passa os quais há necessidade de interrupção da anticoagulação.● Filtros removíveis devem ser considerados na presença de uma contraindicação temporária à anticoagulação. Contraindicações ao uso de trombolíticos: Anticoagulantes orais: ● Varfarina 5mg/dia. ● Inibem os fatores da coagulação dependentes da vitamina K. ● Reduzem a síntese de fatores anticoagulantes naturais, proteína C e S. ● São monitorados pelo tempo de protrombina. ● Pode ser iniciado no primeiro dia de tratamento, em associação com a heparina, que deve ser descontinuada quando a razão normalizada internacional (RNI) estiver entre 2-0-3,0 por pelo menos 24h. Novos anticoagulantes: ● Inibidores do fator Xa: Rivaroxabana, Apixabana, Edoxabana. ● Inibidores diretos da trombina: Dabigatrana DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) ● Se caracteriza pela presença de obstrução crônica do fluxo aéreo, que não é totalmente reversível. ● A obstrução do fluxo aéreo é geralmente progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos. O processo inflamatório crônico pode produzir alterações: o Brônquios (bronquite crônica) o Bronquíolos (broquite obstrutiva) PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A o Parênquima pulmonar (enfisema pulmonar) ● Primariamente causada pelo tabagismo. FATORES DE RISCO PARA DPOC SINTOMAS: ● TOSSE o É o sintoma mais encontrado. o Diária ou intermitente . o Pode proceder a dispneia ou aparecer simultaneamente a ela. o A tosse produtiva ocorre em 50% dos fumantes. ● DISPNEIA o Principal sintoma associado à incapacidade, reduz a qualidade de vida. o Pior prognóstico. o É progressiva conforme a evolução da doença. ● SECREÇÃO ● SIBILÂNCIA Blue bloater - bronquite crônica Pink puffer - enfisema pulmonar DIAGNÓSTICO: EXTERNOS INDIVIDUIAIS Tabagismo Deficiência de alfa-1 antitripsina Poeira ocupacional Deficiência de glutationa transferase Irritantes químicos Huperresponsividade brônquica Fumaça de lenha Desnutrição Infecções respiratórias graves na infância Prematuridade Condição socioeconômica PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A Espirometria ● É obrigatória na suspeita clínica de DPOC. ● Realizada antes e após administração de broncodilatador. ● Limitação do fluxo aéreo = VEF1/CVF abaixo de 0,70 pós-broncodilatador. RX tórax PA+P ● Não é utilizado para definição da doença e sim para afastar doenças pulmonares, principalmente neoplasias. ● Útil para identificar bolhas, com possível indicação cirúrgica. TC de tórax ● Utilizada na suspeita de presença de bronquiectasias, bolhas, indicação de correção cirúrgica das bolhas e programação de cirurgia redutora de volume pulmonar. AVALIAÇÃO DA OXIGENAÇÃO ● Incialmente é feita de maneira não invasiva pela oximetria de pulso. ● Se saturação periférica de oxigênio (SpO2) igual ou inferior a 90% há indidicação para gasometria arterial. ● A oximetria deve ser repetida periodicamente e sempre que houver exacerbação. Outros testes de avaliação respiratória: (utilizados em condições especais) ● CPT (capacidade pulmonar total) ● CRF (capacidade residual funcional) ● VR (volume residual) ● Capacidade de difusão ● Eletro e ecocardiografia. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: ● Asma brônquica ● Bronquiolites ● Bronquiectasias ● Tuberculose ● ICC CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE DA DPOC ● Objetivo: estabelecer o grau da obstrução do fluxo aéreo, determinar a intensidade dos sintomas e avaliar o risco de exacerbações da DPOC (E-DPOC). Dispneia ● Escala de dispneia modificada do Medical Research Council (mMRC) é de fácil aplicação, reproduz a magnitude do impacto do sintoma e prediz a sobrevida em 5 anos. PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A Questionário de estado de saúde na DPOC ● COPD Assessment Test (CAT) ● Separa os pacientes com DPOC entre pouco e muito sintomáticos ● Deve ser usado em conjunto com a mMRC e a função pulmonar. ● Útil para definir a gravidade da doença. PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A VEF1 (volume expiratório forçado no primeiro segundo) ● Medida mais simples do grau de obstrução das vias aéreas na DPOC. ● Uma redução no VEF1 associa-se com o aumento da mortalidade na DPOC. ● Associado à qualidade de vida. Sociedade Brasileira e Pneumologia e Tisiologia - Classificação da gravidade da DPOC ● Valores de VEF1 pós-broncodilatador expressos em porcentagem do predito. ● Escala de dispneia do mMRC ou CAT. (Utilizar o de pior resultado) ● DPOC deve ser classificada em: Leve Moderada Grave Muito grave ● O tratamento é recomendado com base na classe de gravidade. PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A E-DPOC (Exacerbação) ● Presença de, pelo menos, duas das seguintes alterações: o Aumento da dispneia; o Aumento do volume da expectoração; o Aumento da purulência do escarro. ● É um evento no curso natural da doença, causado por vários fatores, que indica a necessidade de alterar a medicação regular do paciente. ● A maioria dos casos associados a infecções virais ou bacterianas mas agentes não infecciosos irritantes das vias aéreas (poluição do ar) também podem ser desencadeantes pois aumentam o processo inflamatório, aceleram a progressão da doença e pioram a qualidade de vida. ● As E-DPOC também são associadas ao maior risco de eventos cardiovasculares, principalmente infarto agudo do miocárdio. Fatores de risco para E-DPOC frequentes: ● Idade avançada ● Função pulmonar muito comprometida ● Tosse com expectoração ● Comorbidades ● Doença do refluxo gastroesofágico ● Antecedentes de E-DPOC Exacerbador frequente: ● 2 ou + E-DPOC em 1 ano, separadas por pelo menos 4 semanas após o fim do tratamento da E-DPOC anterior ou por 6 semanas a partir do início do evento em casos que não tenham sido tratados. ● E-DPOC com necessidade de internação nos últimos 12 meses. ● O exacerbado merece atenção especial no tratamento farmacológico de manutenção da doença pois há relação com piora prognóstica. TRATAMENTO ● O tratamento da DPOC inclui: o Mudanças comportamentais; o Redução de exposições a fatores de risco; o Educação sobre a doença e seu curso; o Reabilitação; o Oxigenoterapia; o Manejo de comorbidades; o Tratamenos cirúrgicos; o Tratamentos farmacológicos; o Cuidados paliativos. ● Medidas complementares do tratamento farmacológico: cessação do tabagismo, incentivo à atividade física, reabilitação pulmonar e vacinação para prevenção de infecções virais e pneumonia (vacina gripe e anti-pneumonia Pneumo13 1x vida ou Pneumo23 (SUS) por 5 anos) Medidas para a doença avançada: ● Oxigenoterapia: Quando pressão arterial de oxigênio (PaO2) =< 55mmHg ou SpO2 =<88% em repouso / Pa)2 56-59mmHg com evidências clínicas de cor pulmonale ou policitemia (hematócrito =>55%) ● Tratamento endoscópico: um stent dentro do brônquio PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Tratamentocirúrgico: o Indicações cirúrgicas: bolha enfisematosa ocupando =>30% do hemitórax; com presença de parênquima subjacente normal; paciente sintomático (dispneia). Tratamento farmacológico: ● Objetivos: redução de sintomas; melhora do estado de saúde e da tolerância ao exercício; mitigar a progressão da doença; prevenção e tratamento das E-DPOC; redução da mortalidade. ● Pacientes com baixo risco de E-DPOC e pouco sintomáticos: o Se decidido introduzir tratamento sintomático, pode-se iniciar apenas o uso de um broncodilatador inalatório de longa duração, não havendo preferência na classe de escolha. DPOC LEVE - VEF1>80% escore da escala MMRC de 0-1 ● Assintomáticos - não há estudos que permitam recomendar terapia farmacológica. ● Sintomáticos - broncodilatadores de curta (quando pouca falta de ar) ou longa duração. Broncodilatadores de longa duração: LABA - beta-agonistas de longa duração LAMA - anticolinérgico de longa duração - São mais eficazes do que os de curta duração - Devem ser priorizados no tratamento dos pacientes com sintomas persistentes. ● Exacerbadores pouco sintomáticos e sem limitações funcionais graves (VEF1>50%) podem ser tratados inicialmente com apenas um broncodilatador de longa duração. Nesse caso, os LAMA são superiores ao LABA na prevenção de E-DPOC. ● LABA + LAMA o Utilizar quando os sintomas persistirem apesar do tratamento inicial. o Utilizar em pacientes com dispneia mais intensa, mas com baixo risco de E-DPOC. ● CORTICOSTEIROIDES INALATÓRIOS o São raramente indicados para pacientes com baixo risco de E-DPOC. o São associados ao tratamento quando existe a associação de DPOC e asma. o Utilizado em exacerbadores mais sintomáticos ou com limitação funcional mais grave já em uso de LABA + LAMA. PNEUMOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A MEDICAMENTOS: LABA + LAMA ● A adição de um segundo broncodilatador de longa duração com um mecanismo de ação diferente aumenta os benefícios sobre diferentes desfechos, notadamente a dispneia, a frequência e gravidade das E-DPOC. ● Utilizada em DPOC moderada a muito grave, sintomáticos e exacerbadores. LABA + CI ● Associado a asma. ● Utilizado para pacientes exacerbadores sem resposta satisfatória com o uso de LABA + LAMA. ● Utilizado em fenótipo de DPOC exacerbador com eosinofilia periférica (biomarcador para risco futuro de exacerbação). LABA + CI + LAMA ● DPOC que persista sintomático apesar da terapia com associação LABA+LAMA ● E-DPOC (2 ou mais ao ano) apesar do tratamento máximo com LABA+LAMA ● Em pacientes com DPOC + asma que permaneçam sintomático apesar do LABA + CI. ROFUMILASTE ● Prevenção de E-DPOC. ● Redução na atividade inflamatória celular. ● Indicado em: paciente com DPOC grave/muito grave (VEF1<50% do previsto); persistem com E-DPOC, tosse e catarro mesmo em uso do tratamento inalatório máximo. ● 5oo microgramas/dia VO. ANTIBIÓTICOS - uso profilático ● Recurso de terceira linha no tratamento do exacerbador. ● Azitromicina 250mg diariamente ou 500mg 3x por semana por 1 ano. ● Utilizado em DPOC grave ou muito grave e exacerbadores com resposta inadequada ao tratamento farmacológico habitual. N-ACETILCISTEÍNA (NAC) ● Eficácia discutível no controle de E-DPOC. ● Recomendado como medicação de terceira linha na prevenção de E-DPOC. ● Portadores de bronquite crônica parecem se beneficiar mais.
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