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Resumo - Direito Penal I AV2 - Mayana Sales

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PENAL 
 
● Não há um marco entre as vinganças; não houve uma ruptura brusca. 
● O poder de punir nas sociedades primitivas: ​as vinganças. 
1) A VINGANÇA DIVINA: 
■ Influência exercida pela religião dos povos da antiguidade (Estado 
Teocrático); 
■ Os deuses eram considerados vítimas dos crimes. Entendiam que os 
fenômenos naturais era a manifestação dos deuses sobre a sua insatisfação 
sobre determinada conduta; 
■ Totem ​(fenômenos naturais relacionadas a´ira dos deuses) - Infração 
totêmica; 
■ O crime era considerado afronta os próprios deuses. 
■ Ausência de proporcionalidade 
■ A sanção era aplicada pelo sacerdote. 
■ A sanção tinha caráter cruel, mas ainda não existia a pena de prisão. A prisão 
era uma forma de deixar a pessoa ‘‘guardada’’ para que a pena fosse 
aplicada. 
■ Civilizações que foram marcadas pela vingança divina: 
1. Egito (cinco livros) 
2. Israel (Pentateuco) 
3. China (livro das cinco penas) 
4. Código de Manu 
5. Pérsia (Avesta) 
 
2) VINGANÇA PRIVADA 
■ Sai de uma ofensa com os deuses e entra para uma ofensa que e considerada 
coletiva; 
■ Poderia ter cunho individual ou coletivo; 
■ A perda da paz: ​Banir o indivíduo do grupo; perde os direitos no meio 
daquele clã. Mas, por outro lado, se uma ofensa é feita por dois grupos 
distinto, nasce para um dos grupos o desejo de se vingar do grupo adversário 
(vingança de sangue). 
■ A vingança de sangue; 
■ Ausência de proporcionalidade 
 
3) A VINGANÇA PÚBLICA 
■ Poder de punir concentrado nas mãos um poder político central; 
■ O surgimento do Direito Penal no Japão e na Coreia do Sul (primeiros 
lugares) - Concepção teocrática; 
■ As ​cinco penas ​chinesas (vigente até 1912) 
➢ Cinco penas relacionadas a cinco tipos de penas: 
1. Homicídio ​- Pena capital; 
2. Lesão corporal ou furto​ - Decapitação de um ou os dois pés 
3. Estupro ​- Pena de castração 
4. Fraude - ​Arrancar o nariz 
 
5. Menor potencial ofensivo -​ A pessoa era marcada na testa 
■ Outras formas de sanção: Esquartejamento, tortura, abraçar coluna de ferro 
incandescente, etc. 
■ O politeísmo da civilização do Egito: a figura de Faraó 
■ As penas de crucificação. enforcamento, mutilação. amputação da língua e do 
nariz 
■ Código de Manu​: Descrevia condutas consideradas boas e reprováveis. 
Diferenciava condutas com base na divisão da sociedade em castas. A 
punição como purificação do infrator (pode voltar para a sociedade). O 
Código de Manu já diferenciava dolo e culpa, furto e roubo. 
 
DIREITO PENAL NA ANTIGUIDADE 
 
● O CÓDIGO DE HAMURABI 
■ Não tinha até então; nenhuma noção de proporcionalidade. 
■ A Lei de Talião​: primeiras noções de proporcionalidade ‘’olho por olho; dente por 
dente’’ 
■ Proporcionalidade numa concepção qualitativa e, posteriormente, quantitativa. 
■ Continha previsões de Direito Civil e de Direito Penal 
■ Caráter teocrático 
■ Era composto por 282 artigos 
■ Não respeitava o princípio da pessoalidade 
■ Outras legislações que aderiram a Lei de Talião: ​Lei das XII Tábuas ​(Romanos), 
Código de Manu ​(Índia)​, Pentateuco​ (Hebreus) 
 
● DIREITO PENAL NA GRÉCIA 
■ Marco no processo de laicização de Direito Penal 
■ Legislação Draconiana 
■ As Leis de Sólon ​(igualdade perante a lei e extinção da escravidão por dívidas). 
■ Estudaram o elemento vontade e a consumação do crime ocorria com fundamento na 
lesão produzida. 
■ Distinguia o crime público do crime privado 
■ Limitava o poder sacerdotal 
■ Começam a afirmar o conceito de justiça penal como função soberana do Estado 
 
● DIREITO PENAL EM ROMA 
■ Legislação penal pautada, em linhas iniciais, na religião; 
■ Legislação das XII Tábuas; 
■ A figura do ​pater familias; 
■ Consagrou a distinção entre ilícito público, privado e extraordinário; 
■ Desenvolveu os institutos da culpabilidade e da imputabilidade; 
■ Excludentes de ilicitude (legítima defesa e estado de necessidade); 
■ Não previa expressamente o princípio da legalidade, nem restringiu a utilização da 
analogia em matéria penal; 
■ Dominavam o dolo e a culpa; 
 
■ Desenvolveram a ideia de inimputabilidade, tratando de forma diferenciada os 
menores loucos. 
DIREITO PENAL MEDIEVAL 
 
● Marcado pelo excessivo rigor das sanções e da utilização irrestrita da tortura para obtenção de 
prova. 
 
● DIREITO GERMÂNICO 
■ Não possuía leis escritas (era consuetudinário); 
■ As infrações poderiam ter caráter público ou privado; 
■ A possibilidade de perda da paz (banimento), nas infrações de caráter público; 
■ Se a infração tivesse natureza privada, permitia-se o exercício da vingança. 
 
● DIREITO PENAL CANÔNICO 
■ Existência de três tipos de lei:​ Lei Eterna, Lei Natural ​e ​Lei Humana. 
■ Distinguia os delitos eclesiásticos (Heresias), seculares e mistos; 
■ A INQUISIÇÃO: ​Restauração dos Tribunais do Santo Ofício. 
■ Inquisição → Poder de punir por questões religiosas → Sistema Inquisitivo 
■ Descompasso com a proporcionalidade. 
 
Características do Sistema Inquisitivo 
 
 
HISTÓRIA DO DIREITO PENAL NO BRASIL 
 
● PERÍODO COLONIAL 
■ Legislação portuguesa foi trazida para o Brasil (ordenações de portugal) 
■ Ordenações Afonsinas (1446) 
■ Ordenações Manuelinas (1521) 
■ Compilação de Duarte Nunes de Leão (1569) 
■ Ordenações Filipinas (1603) 
■ Penas severas, cruéis, a pena de morte era comum 
■ Criminaliza-se práticas religiosas contrárias ao catolicismo e condutas consideradas 
imorais 
 
● PERÍODO IMPERIAL 
■ Após a proclamação da independência, Dom Pedro I ratificou a adoção das 
Ordenações Filipinas como medida emergencial 
Coincidência dos papéis de acusação e julgamento; 
A ausência de publicidade nos julgamentos; 
Inexistência de amplo direito à defesa; 
Legitimação de provas como a tortura; 
A ausência de presunção de inocência. 
 
■ Em 1924 é outorgada a primeira constituição do brasil que trata questões importantes 
■ Inviolabilidade da figura do imperador 
■ Princípio da pessoalidade 
■ Determina a aprovação de um código criminal 
■ O Código Criminal do Império aprovado em 1830 (projeto de Bernardo Vasconcelos) 
■ Inspirado nas idéias de beccaria 
■ Primeiro código autônomo da América Latina 
■ Adotava a pena de morte podendo o imperador comutar (trocar) a pena 
 
● PERÍODO REPUBLICANO 
■ O Código Penal de 1980 nasceu após a abolição da escravidão de 1888 e a 
Proclamação da República em 1889. 
■ Projeto elaborado por Batista Pereira 
■ Constituição republicana aprovada em 1891 
■ Considerado por muitos o pior código da história 
■ Passou a criminalizar condutas que eram praticadas em sua maioria por ex-escravos 
■ Aprovação de leis penais (Consolidação das Leis de Piragibe 1932). 
 
● CÓDIGO PENAL DE 1940 
■ Projeto elaborado por Alcântara Machado na época da Ditadura 1937 
■ Entrou em vigor em 1940 
■ Parte geral da cp foi alterada em 1984. a parte especial ainda é de 1940 
■ Em 1969 foi aprovada um novo código penal elaborado por uma comissão de juristas 
liderados por nelson hungria. Esse código nunca entrou em vigor (entrou em ​vacatio 
legis ​várias vezes e nunca chegou a vigorar) 
■ Temos hoje um projeto de código penal que está tramitando no senado para alterar o 
código penal como um todo (projeto desde 2002 
 
FONTES DO DIREITO PENAL 
 
● CONCEITO 
■ Fonte não é somente origem, mas a​ forma como o Direito Penal se manifesta. 
 
● FONTES MATERIAIS/SUBSTANCIAIS OU DE PRODUÇÃO 
■ São rgãos incubidos da própria Constituição Federal de elaborar o Direito Penal. 
Quem pode legislar em matéria penal em regra é a ​União ​(Art. 22; I; CF). ​Exceção​: É 
possível o Estado legislar em matéria penal desde que haja uma lei autorizando e seja 
assunto de interesselocal (Art. 22; par. único). 
 
● FONTES FORMAIS; DE COGNIÇÃO OU DE CONHECIMENTO - ​As fontes formais 
são as formas que o direito vai se apresentar 
➔ FONTE FORMAL IMEDIATA 
■ OU direta 
■ Temos apenas uma fonte formal imediata: Lei. 
■ A lei é a única fonte imediata do Direito Penal. 
 
 
 
 
➔ FONTES FORMAIS MEDIATAS 
■ OU indireta 
A) COSTUMES: Hábito (prática reiterada) é diferente de costume (prática 
reiterada que dá uma ideia de obrigatoriedade). Algo comum de ser praticado. 
Os costumes não servem para criar um tipo penal. 
○ Ex​: Crime de Importunação Sexual entrou em vigor devido às 
práticas constantes e não havia uma tipificação perfeita para ele. Os 
costumes não podem revogar lei. 
 
1. COSTUME NEGATIVO - ​Chamado de ​contra legem. ​Mostra que a 
sociedade não respeita determinada lei; vai de encontro a 
determinada lei. Ex: Jogo do Bicho; DVD Pirata. Apesar da lei que 
prevê o Jogo do Bicho como contravenção penal, as pessoas não 
deixam de fazê-lo. 
■ Ex: ​Adultério foi revogado em 2005. Antes disso ninguém 
deixava de praticar mesmo sendo crime. Os costumes 
mostraram que não precisava ser considerado crime. 
 
2. COSTUME INTERPRETATIVO - ​Chamado de ​secundum legem. 
Modalidade do costume que auxilia o intérprete na própria 
interpretação da lei. Algumas palavras que são usadas na nossa 
legislação penal são bem subjetivas e os costumes nos dão base para 
interpretar essa palavra. 
■ Ex​: Rapto de Mulher Honesta até 2009 - COnceito de mulher 
honesta varia no tempo; quem diz isso são os costumes 
(auxiliando na interpretação) 
■ Ex​: Decoro; dignidade humana - Por serem conceitos 
abertos; os costumes dão a base para o intérprete interpretar 
as normas. 
 
3. COSTUME INTEGRATIVO - ​Chamado de ​praeter legem​. Tenta 
suprir eventuais lacunas da lei para integrá-la como nos casos de 
excludente de ilicitude e culpabilidade. 
■ Ex​: Tem-se 4 excludentes de ilicitude previstos no código 
penal; porém tem-se uma quinta que não está prevista 
expressamente no código - integridade física. 
 
B) PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO - ​Princípios são postulados que 
servem de base para todo ordenamento jurídico (não estão necessariamente 
expressos). Os princípios gerais de direito também são considerados pela 
maioria como fontes mediatas do direito penal. 
 
C) ATOS ADMINISTRATIVOS - ​Servem para complementar determinadas 
normas penais em branco (precisa ser complementada). - A portaria da anvisa 
 
é um ato administrativo que complementa uma norma penal - diz quais são as 
drogas entorpecentes. 
 
D) DOUTRINA? - ​Entendimentos que são passados dos doutrinadores sobre 
determinado assunto. Não é considerada fonte mediata do direito penal (não 
tem força cogente; não tem força obrigatória) 
 
E) JURISPRUDÊNCIA? - ​Jurisprudência é o conjunto de decisões reiteradas 
de um tribunal. a maioria da doutrina entende que a jurisprudência não é 
fonte do direito penal pq não tem força cogente e obrigatória. Entretanto 
possui as súmulas vinculantes e as decisões do STF proferidas em controle 
concentrado de constitucionalidade (tem força obrigatória para todo mundo); 
isto para uma parte da doutrina; diz que a jurisprudência é fonte mediata do 
direito penal nesses dois pontos (vinculantes e decisões) 
■ Alguns outros doutrinadores não fazem essa diferença e dizem que a 
jurisprudência não e uma fonte mediata do direito penal 
 
F) CONSTITUIÇÃO FEDERAL - ​A Constituição Federal traz o que 
chamamos de mandados de criminalização. A Constituição Federal não prevê 
crimes; mas ela traz os mandados de criminalização - insere determinados 
tratamentos e crimes que devem ser criados pelo legislador. 
■ Para crimes hediondos e equiparados o legislador tem que tirar os 
benefícios. 
■ Parte da doutrina considera pela existência do mandados de 
criminalização como fonte formal mediata do direito penal. 
 
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL 
 
● CONCEITO - ​Interpretar significa entender o real alcance da norma. 
 
● ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO 
A) OBJETIVA ​(VOLUNTAS LEGIS​): ​Busca alcançar o real alcance da norma. qual 
era a vontade da lei (o que a lei quer). 
B) SUBJETIVA ​(VOLUNTAS LEGISLATORIS) - Busca descobrir a vontade do 
legislador. 
 
● FORMAS DE INTERPRETAÇÃO 
A) QUANTO AO SUJEITO QUE A REALIZA 
■ AUTÊNTICA: ​Realizada pela própria lei. Art. 327. 
■ DOUTRINÁRIA: ​Realizada pela doutrina. 
■ JUDICIAL: ​Levado pelos juízes (poder judiciário) - quando o juiz interpreta 
uma lei . 
 
B) QUANTO AOS MEIOS EMPREGADOS 
 
■ LITERAL: ​Leva-se em consideração o sentido literal da palavra. Espécie de 
interpretação criticada porque restringe muito a aplicação da lei. Ex: mulher 
honesta. 
■ TELEOLÓGICA: ​Alcançar a​ ​finalidade da lei 
■ SISTÊMICA: ​Para chegar ao real alcance da norma precisa analisar o 
sistema que a norma está inserida. 
■ HISTÓRICA: ​Analisa o momento histórico que a lei foi criada. Ex: para 
entender o crime de rapto de mulher honesta tem que entender o momento 
histórico que foi criado. 
 
C) QUANTOS AOS RESULTADOS 
■ DECLARATÓRIA: ​Declarar qual é a vontade da lei. EX: Várias = a partir 
de três pessoas. 
■ RESTRITIVA: ​A lei diz mais do que queria dizer, o intérprete que que 
restringi-la. Ex: art 28 do código penal fala que a embriaguez não reduz a 
responsabilidade penal - o legislador não fez ressalva na embriaguez 
patológica. Será que o legislador queria incluir o alcoólatra nessa não 
redução de responsabilidade penal. 
■ EXTENSIVA: ​A lei disse menos só que queria dizer e o intérprete tem que 
estender o seu alcance. quando o legislador previu o crime de bigamia, estava 
querendo criminalizar a conduta de dois ou mais casamentos? na própria 
nomenclatura tem uma redução e o legislador precisa ampliar o alcance dessa 
norma. 
 
● INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA: ​Forma de interpretação extensiva. Diferente de 
analogia. Esta é um recurso utilizado pelo legislador em razão da sua impossibilidade de 
prever todas as circunstâncias de um crime. serve para possibilitar a previsão do maior 
número de situações possíveis. 
■ Situação casuística 
■ Disposição genérica 
■ O legislador vem com a situação casuística e depois com a disposição 
genérica. Ele dá o exemplo e depois vem com a cláusula genérica ‘’qualquer 
outro meio cruel….’’ 
■ Ex​: homicídio qualificado ‘’ou qualquer outro meio que dificulte a defesa da 
vítima’’ 
■ Não fere a legalidade 
 
● ANALOGIA:​Não e forma de interpretação, mas sim de autointegração da norma. analogia é 
aplicar para um caso que não tem uma lei; a lei de um caso semelhante. ex: união estável e 
casamento são semelhante; analogia só serve para beneficiar (​in bonan partem)​. Proibido uma 
in nalam partem - ​não é permitida pq fere a legalidade. 
 
● DÚVIDAS EM MATÉRIA DE INTERPRETAÇÃO 
■ Uma corrente diz que se há dúvida deve resolver de forma em prol a sociedade -- in 
dubio pro sociedade 
■ Juiz decide; não importa se é a favor ou contra ao réu 
 
■ In dubio pro reo 
 
 
 
DA NORMA PENAL 
 
● CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS PENAIS 
■ Antigamente, havia uma discussão na doutrina se lei e norma penal são a mesma 
coisa e que a norma penal era anterior a lei (o que era violada era a norma penal; a lei 
era apenas a consequência). 
■ Hoje essa discussão não existe mais. Orafala de norma penal, ora lei penal 
(sinônimos); a lei contém a norma. 
 
A) NORMA PENAL INCRIMINADORA: ​É aquela que prevê o crime e culmina a 
respectiva sanção. Criminalizar determinadas condutas. 
■ Preceito primário:​ Descreve a conduta que é criminalizada. 
■ Preceito secundário​: Prevê a sanção. 
 
B) NORMA PENAL NÃO INCRIMINADORA: ​Não prevê crime, nem culmina a 
respectiva sanção. 
1. PERMISSIVA: ​Permite a prática de determinadas condutas. Ou seja, vai 
autorizar que em determinadas situações o sujeito pratique determinadas 
condutas. 
■ JUSTIFICANTE: ​Quando exclui a ilicitude da conduta. Ex: Matar 
alguém é crime, mas matar alguém em legítima defesa exclui a 
ilicitude da conduta. 
■ EXCULPANTE: ​Quando exclui a culpabilidade. Ou seja, o sujeito 
pratica um fato típico ilícito, mas exclui-se a culpabilidade. ​Ex: 
Colocam alguma substância dentro da bebida de alguém e esta pessoa 
acaba cometendo um crime (a embriaguez não foi voluntária). Neste 
caso, exclui-se a culpabilidade. 
 
2. EXPLICATIVA: ​Explica determinados conceitos. ​Ex: Tem-se um capítulo 
inteiro para falar de crimes contra administração pública. Quem vai dizer 
quem (esclarecer) é funcionário público é o direito penal. 
 
3. COMPLEMENTARES: ​Delimita a aplicação da lei penal. 
 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de 
direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
 
 
4. DE EXTENSÃO: ​Ajuda na complementação da própria tipicidade de 
algumas condutas, principalmente em casos de crimes omissivos impróprios 
(Art. 13/CP)​, na tentativa ​(Art. 14/CP)​, etc. 
 
 
C) COMPLETAS: ​Não necessita de complementos. Não gera dúvidas. ​Ex: ​Matar 
alguém. 
 
D) INCOMPLETAS: ​Gera dúvidas. Precisa de um complemento para que se possa 
entender a sua real acepção. ​Ex: A lei de drogas; diz o que você não pode fazer, mas 
não diz o que é droga; precisa-se de um complemento. 
■ Tipo penal aberto: O complemento não é dado por outra norma, sendo 
valorativo. É analisado pelo próprio julgador no caso concreto; fica a critério 
do juiz. 
■ Tipo penal em branco: ​Mesma coisa que norma penal em branco 
 
● DA NORMA PENAL EM BRANCO 
A) DEFINIÇÃO 
■ É uma norma incriminadora incompleta e que precisa de complemento no seu 
preceito primário. 
 
B) CLASSIFICAÇÃO 
1. LEI PENAL EM BRANCO EM SENTIDO LATO (HOMOGÊNEA): ​O 
complemento é buscado na mesma fonte legislativa da norma que precisa ser 
complementada. ​Ex:​ Reingresso de estrangeiro expulso. ​Ex​: Art. 304/CP. 
■ HOMOVITELINA E HETEROVITELINA 
○ Homovitelina: ​Norma que é complementada pelo ​mesmo 
ramo ​do direto (mesma fonte legislativa). ​Ex​: Art. 304/CP. 
○ Heterovitelina​: Norma que é complementada por ​ramos 
diferentes ​do direito. ​Ex: ​Contrair casamento ocultando 
impedimento. 
 
2. LEI PENAL EM BRANCO EM SENTIDO ESTRITO 
(HETEROGÊNEA): ​A norma que vai ser complementada busca seu 
complemento em normas de hierarquia inferior, em fonte legislativa diversa. 
Ex: ​regulamentos, portarias, etc. 
■ Para muitos doutrinadores ela não fere o princípio da legalidade. 
Porém este não é o pensamento majoritário. 
■ Esses pensadores majoritários dizem que ela não fere o princípio da 
legalidade quando previsto no ​núcleo essencial da conduta (núcleo 
= verbo = conduta que não posso praticar). 
 
3. LEI PENAL EM BRANCO INVERSA (AO REVÉS): ​O complemento é 
necessário no preceito secundário, na parte da sanção. ​Ex​: Art. 304/CP. 
 
4. LEI PENAL EM BRANCO AO QUADRADO: ​É aquela que o 
complemento também precisará ser complementado. 
 
CONFLITO APARENTE DE NORMA 
 
 
● CONCEITO: ​Terá conflito aparente de norma quando aparentemente, para o mesmo caso, 
tem-se mais de uma norma podendo ser aplicada. Chama-se de ‘‘aparente’’ porque ele não é 
real, porque a partir do momento que a norma é interpretada, sabe-se qual norma vai ser 
aplicada. 
● REQUISITOS: 
1. Unidade de fatos. Não pode ter pluralidade de fatos. 
2. Vigência simultânea de leis. 
 
 
 
OBJETIVOS​: 
○ Evitar a dupla punição pelo mesmo fato ​(ne bis in idem) 
○ Manter a coerência do sistema jurídico 
○ Tem-se os princípios 
 
● PRINCÍPIOS APLICÁVEIS: ​Tentam resolver o conflito aparente de normas para dar a 
coerência ao ordenamento jurídico. 
 
A) ESPECIALIDADE: A doutrina diz que é o único que está previsto de fato no código 
penal ​(art. 12)​. Por esse princípio, ​a norma especial prevalece sobre a norma 
geral. 
■ Tem-se uma norma genérica e outra especial. A norma especial contém tudo 
que a genérica possui, mas vai além da previsão da genérica (​elemento 
especializante​). 
■ Ex: ​No ​artigo 121/CP. É uma norma genérica. Se eu, logo após o parto, ou 
durante o parto, mato meu filho, que acabou de nascer, eu não respondo por 
homicídio. Responde-se por infanticídio ​(artigo 123/CP). ​Se encaixa nos 
dois tipos de crime, mas não pode responder pelos dois. O crime que se 
encaixa melhor neste caso concreto é o infanticídio - Tipo penal especial. 
 
B) SUBSIDIARIEDADE: ​Por esse princípio tem-se uma norma primária e outra 
secundária. Aqui tem-se uma relação de gravidade do crime. ​A norma principal, que 
prevalece, sempre será mais grave que a norma subsidiária​. Ou seja, tem-se 
alguns crimes que serão subsidiários ​(soldado reserva) 
■ Ex: ​Crime Constrangimento Ilegal, previsto no ​art 146/CP​. Tem vários 
outros crimes que dentro da sua configuração tem o constrangimento ilegal 
(ex: crime de estupro). 
OBSERVAÇÃO 
○ Conflito aparente de normas não deve ser confundido com ​concurso de crimes ( sujeito 
praticou mais de um crime). ​Ex: ​Explodir uma bomba na sala. Foi um só ato, porém houve 
mais de um homicídio - mais de um crime. 
○ O conflito aparente de normas também se difere de ​sucessão de leis no tempo (uma lei 
entra em vigor após a outra). 
 
■ Só acontece se houver somente o crime de constrangimento, se houver mais 
alguma coisa para além do constrangimento, a pessoa não responde pelo 
crime de constrangimento ilegal e sim pelo estupro, por exemplo. 
■ Essa subsidiariedade pode ser tácita ou expressa. 
 
 
C) CONSUNÇÃO (ABSORÇÃO): ​Divide em cinco situações. Em todas elas tem-se 
exemplos de crimes que são absolvidos por outros crimes. Em tese o crime mais 
grave absolve o crime menos grave. 
 
■ PROGRESSÃO CRIMINOSA: ​Acontece quando há uma alteração no dolo 
do agente. 
○ O ​dolo ​é a intenção de praticar determinada conduta. 
○ O dolo inicial, na progressão criminosa, era um, mas o agente acaba 
alterando o dolo dele para uma situação mais grave. 
○ O agente responde pelo dolo final. 
 
■ CRIME PROGRESSIVO: ​Não há uma mudança de dolo. O dolo do agente, 
desde o início, é o mais grave. Porém, para chegar nesse crime mais grave, 
tem-se que passar, necessariamente, pelo crime menos grave. 
○ Para chegar no homicídio, tem-se que passar pela lesão corporal 
○ O sujeito responde por homicídio. 
 
■ FATO ANTERIOR IMPUNÍVEL: ​Fato que é necessário para a prática do 
crime. Quando o sujeito acaba praticando uma conduta anterior que é crime, 
mas não é objeto da sua intenção. 
○ Ex: ​Crime de furto. É possível praticar um furto sem entrar na casa 
de alguém? Com autorização dela? Isso significa que, além do furto, 
haveria a invasão de domicílio. 
○ Não é crime progressivo porque é possívelfurtar sem invadir o 
domicílio. 
○ O sujeito não responde pela invasão de domicílio, mas sim pelo furto. 
Portanto, o furto absolve o crime de invasão. 
 
■ PÓS FATO IMPUNÍVEL: ​Aquilo que acontece depois da ocorrência do 
crime e que não é considerado delituoso. Visto como uma consequência 
natural. 
○ Ex: ​Furto de um celular. É um crime de furto. Ao quebrar o celular, o 
sujeito não é punido por isso. 
○ Ex​: Vendas de objetos após o furto. 
○ O sujeito responde pelo crime de furto. 
DIFERENÇA ENTRE ESPECIALIDADE E SUBSIDIARIEDADE: 
1) Na subsidiariedade, a norma mais grave prevalece sobre a menos grave; 
2) A gravidade na subsidiariedade é observada no caso concreto, enquanto na especialidade 
basta ler o tipo penal. 
 
○ Súmula 17/STJ - 
 
■ CRIME COMPLEXO: ​Aquele que tem a junção de mais de um tipo penal 
○ Ex: ​Roubo. É considerado crime complexo porque tem o furto, pode 
ter o crime de ameaça e ainda o crime de constrangimento ilegal. 
○ Nesse caso, o roubo absolve os crimes menos graves (furto, ameaça e 
constrangimento) 
 
D) ALTERNATIVIDADE: 
■ Crime de ação múltipla: ​Pode praticar o crime de diversas formas. 
■ Ex: ​Tráfico de drogas. Ter depósito de drogas ou semear, por exemplo. 
■ Tem-se uma única lei, os verbos é o próprio tipo penal que dá mais de uma 
possibilidade de praticar o crime. 
 
TEMPO DO CRIME 
 
● TEORIAS 
■ ATIVIDADE: ​O tempo do crime é o tempo da ação ou omissão, independente do 
tempo do resultado. 
○ Ex: ​Uma pessoa leva um tiro em 2013, mas entra em coma e morre em 2014. 
Em 2013 o agente tinha 17 anos, sendo inimputável, mesmo em 2014 já ter 
feito 18 anos (responde pelo ECA) 
○ Teoria adotada pelo nosso Código Penal. 
■ RESULTADO: ​O que importa é o momento do resultado independente da ação ou 
omissão. 
○ Ex: ​Mesmo caso acima. Em 2014, o agente responderia com base no Código 
Penal. 
■ UBIQUIDADE: ​O tempo do crime é tanto o tempo da ação/omissão quanto o tempo 
do resultado. 
 
LEI PENAL NO TEMPO 
 
● EXTRA-ATIVIDADE DA LEI PENAL: ​Capacidade da lei penal de se movimentar no 
tempo. 
■ ULTRA-ATIVIDADE: ​A lei penal é aplicada ao fato ocorrido na época da vigência 
dela mesmo após ter sido revogada. 
■ RETROATIVIDADE: ​A lei penal aplicada é aquela que beneficia o réu, mesmo não 
sendo na época do fato ocorrido. 
 
● SUCESSÃO DE LEIS NO TEMPO: ​Uma lei entra em vigor depois da outra, não estão 
vigendo ao mesmo tempo. 
■ NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA​: ​É a nova lei que cria um novo tipo penal 
(crime) que até então era inexistente. ​Ex: ​Importunação sexual. Possui vigência para 
frente, não pode retroagir; questão de segurança jurídica. 
 
 
■ NOVATIO LEGIS IN PEJUS: ​É a nova lei que de alguma forma piora o tratamento 
para determinado crime. Não cria um tipo penal novo. ​Ex: ​Alteração do Código Penal 
em relação à arma (causa de aumento até metade) para arma de fogo (causa de 
aumento até ⅔). 
 
■ ABOLITIO CRIMINIS: ​É a abolição do crime. O contrário da ​novatio legis 
incriminadora​. Determinada conduta que era importante para o direito penal, deixa de 
ser importante. ​Ex: ​Adultério, rapto de mulher honesta, etc. Requisitos necessários: 
1. Revogação do artigo 
2. Supressão material da conduta 
○ Exclui todos os efeitos penais relacionados ao crime (investigações, 
processos são arquivados, antecedentes penais são excluídos, o preso é solto). 
○ OBS​.: Indenização é uma consequência civil, ou seja, permanece válida. 
○ Abolitio Criminis ​Temporária​: ​abolição de um crime específico por um 
prazo determinado. 
○ Continuidade normativo típica​: A conduta permanece sendo ilícita, pois 
continua sendo importante para o direito penal. 
➢ Ex​.: O atentado violento ao pudor foi revogado, mas suas normas 
foram redirecionadas para o estupro. 
 
■ NOVATIO LEGIS IN MELLIUS: ​Não abole o crime, mas traz um tratamento mais 
brando. ​Ex: ​Alteração da lei de arma e arma de fogo, neste caso em relação a pena de 
arma branca. ​Retroage, independente de ter sido transitado em julgado. 
 
● LEI TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL: ​Estão prevista no ​art 2/CP. ​A ​lei 
temporária ​é aquela que tem prazo de vigência determinado. Ou seja, sabe-se quando ela vai 
entrar em vigor e quando ela vai deixar de viger. A ​lei excepcional ​é criada para regular 
situações excepcionais, e vai vigorar enquanto durar esta situação excepcional. 
○ Exemplo de Temporária: ​A lei geral da copa. Crimes relacionados a copa. Entrou 
em vigor com prazo determinado de vigência. Regula uma situação específica. 
○ Elas são aplicadas mesmo depois de revogadas. As duas leis são auto revogáveis, não 
precisam de outra lei. 
 
● LEI INTERMEDIÁRIA: ​É aquela que está situada entre a lei da época do fato e a lei da 
época do julgamento. 
 
● COMBINAÇÃO DE LEIS PENAIS: ​Discussão da possibilidade ou não de se combinar 
mais de uma lei penal. Ou seja, pega-se um aspecto positivo de uma lei e um aspecto negativo 
de outra lei e aplicar no caso concreto. ​Esta discussão começou a surgir principalmente 
devido a nova Lei de Drogas. 
○ Súmula 501 do STJ 
○ Esta combinação não é possível porque, ao fazer essa combinação, o judiciário estaria 
criando uma terceira lei (lei híbrida). O poder judiciário não cria lei, mas sim o 
legislativo. Neste caso, ele estaria invadindo o poder legislativo. 
○ Ex​.: Lei de Drogas de 1976 possuía uma pena de 3 a 15 anos para o tráfico, já a nova 
Lei de Drogas (11343) de 2006 aplica uma pena de 5 a 15 anos; além de possuir uma 
 
causa de diminuição (Tráfico Privilegiado). Os advogados desejam unir a pena de 
1976 com a causa de diminuição. 
 
● LEI PENAL E CRIME PERMANENTE/CONTINUADO: ​O ​crime permanente ​é aquele 
cuja a consumação se prolonga no tempo. ​Ex​: Cárcere privado e sequestro. Enquanto o ​crime 
continuado ​tem-se vários crimes, mas um acaba sendo continuação do outro. ​Ex: ​Serial 
Killer 
○ Exemplo de ​Crime Permanente: ​Um sequestro acontece em 2014 e pena, na época, 
era de 4 a 10 anos. Passou-se o tempo, criou-se uma outra lei, que aumentou a pena 
de 6 a 12 anos. No final de 2015 o sequestrado foi solto. Aquele que cometeu o crime 
será julgado conforme a segunda lei, visto que a consumação se prolongou no tempo. 
○ Nos dois crimes, se a permanência do crime ainda existe quando a lei nova entra em 
vigor, é ela que vai ser utilizada mesmo que ela seja mais grave que a primeira. 
Súmula 711 do STF. 
 
● LEI PENAL E ​VACATIO LEGIS: ​A lei penal em período ​Vacatio Legis ​não pode ser 
aplicada, nem mesmo se for beneficiar. 
 
LEI PENAL NO ESPAÇO 
 
● PRINCIPIOLOGIA​: No ordenamento pátrio, com o fito de solucionar a colisão de 
jurisdições, emergem seis normas principiológicas: 
 
■ PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE: ​Aplica-se a lei penal do ​local do crime​. 
Não importará a nacionalidade do agente, da vítima ou do bem jurídico tutelado. 
 
■ PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE ATIVA: ​Aplica-se a lei penal da 
nacionalidade do agente​. Não importa o local do crime, a nacionalidade da vítima ou 
nacionalidade do bem-jurídico tutelado. 
 
■ PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE PASSIVA: ​Aplica-se a lei da ​nacionalidade 
da vítima​. Não importa a nacionalidade do agente, do bem-jurídico ou o local do 
crime. Cezar Roberto Bitencourt. 
 
■ PRINCÍPIODA DEFESA (OU REAL): ​Aplica-se a lei penal da nacionalidade do 
bem-jurídico lesado​. Não importa a nacionalidade dos envolvidos ou local do crime. 
 
■ PRINCÍPIO DA JUSTIÇA PENAL UNIVERSAL/JUSTIÇA COSMOPOLITA: 
O agente fica sujeito a ​lei penal do país em que ele for encontrado​. Não importa o 
local do crime, a nacionalidade dos envolvidos ou do bem-jurídico tutelado. Este 
princípio está ​normalmente presente nos tratados internacionais de cooperação na 
repressão a determinados delitos de alcance transnacional. 
 
■ PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO/DO PAVILHÃO/DA BANDEIRA/DA 
SUBSTITUIÇÃO/DA SUBSIDIARIEDADE: ​A lei penal nacional aplica-se aos 
crimes cometidos em aeronaves e embarcações privadas, quando praticados no 
 
estrangeiro e aí não sejam julgados (inércia do país estrangeiro). Não importarão os 
sujeitos, a nacionalidade do bem jurídico, nem loca do crime. 
 
■ APLICA-SE A LEI BRASILEIRA O CRIME COMETIDO NO TERRITÓRIO 
NACIONAL, MAS CONSIDERADA MITIGADA OU TEMPERADA. 
● CONCEITOS GERAIS 
 
■ TERRITORIALIDADE: ​Local do crime no Brasil. Lei aplicável será brasileira. 
 
■ EXTRATERRITORIALIDADE: ​Local do crime no estrangeiro. Lei aplicável será 
a brasileira. 
 
■ EXTRATERRITORIALIDADE: ​Local do crime no Brasil. Lei aplicável será a 
brasileira (ex: imunidade parlamentar). 
○ NESTE CASO, QUAL JUIZ IRÁ APLICAR A LEI? 
 
■ TERRITÓRIO NACIONAL: ​Espaço geográfico + espaço jurídico (por ficção, 
equiparação dada pelo código). ​Art 5º/CP. 
 
OBSERVAÇÕES: 
○ Se públicas ou a serviço do governo estrangeiro não se aplica a Lei Brasileira Princípio da 
Reciprocidade). 
○ Um crime cometido em um navio público, aplica-se a lei do país de origem do navio. Caso 
seja em um navio privado, aplica-se a lei do mar territorial. ​Mesma ideia para aeronaves​. 
○ A competência que julga crimes cometidos a bordo de aeronaves e navios será da Justiça 
Federal. A CF fala de navio, enquanto o CP fala de embarcação. O navio tem um porte 
maior que a embarcação. Para saber se a competência é da Justiça Federal ou não, tem-se 
que analisar o porte do navio/embarcação. 
○ Se um crime acontece dentro de uma aeronave, a competência e da Justiça Federal, ainda 
que esteja em solo. 
 
● CONCLUSÕES DO ART. 5º DO CÓDIGO PENAL 
 
1. Quando o ​navio ou aeronave brasileiro for PÚBLICO ​ou estiver ​a serviço do governo 
brasileiro​, quer se encontra em território nacional ou estrangeiro, é ​considerado parte 
do nosso território​. 
2. Se PRIVADO, quando em alto-mar ou espaço aéreo correspondente, segue a lei da 
bandeira que ostenta. 
3. Quando ESTRANGEIRO, em território brasileiro, DESDE QUE PRIVADO, é 
considerado ​parte de nosso território. 
4. LUGAR DO CRIME: ​No que tange ao conhecimento do lugar do crime, temos três 
teorias que discutem o assunto (começa em um país e termina em outro): 
■ TEORIA DA ATIVIDADE: ​Considera-se praticado o crime no lugar da 
conduta, independente de onde aconteceu o resultado; 
■ TEORIA DO RESULTADO/ EVENTO: ​O crime considera-se praticado no 
lugar do resultado (evento); 
 
■ TEORIA MISTA/ UBIQUIDADE: ​Considera-se praticado o crime no lugar 
da conduta ou resultado. Nessa situação, o lugar do crime é tanto o lugar da 
ação quando do resultado. 
■ O Brasil adotou a 3º teoria (mista ou da ubiquidade - art. 6º/CP) 
■ Atenção: ​Se no Brasil ocorre somente o planejamento e/ou preparação do 
crime, o fato, em regra, não interessa ao Direito Brasileiro, salvo quando a 
preparação, por si só, caracterizar crime (Ex: Art. 288/CP) 
■ Crime Plurilocal: ​Crime percorrido em dois ou mais territórios do Brasil 
(SP, BA, RJ) - Art. 70/CPP. 
5. EXTRATERRITORIALIDADE: ​Em casos excepcionais, a nossa lei poderá 
extrapolar os limites do território, alcançando crimes cometidos exclusivamente no 
estrangeiros (art. 7º/CP). 
■ EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA ​(art. 7º, I/CP) 
A) Crime contra a vida ou a liberdade do Presidente da República 
(princípio da defesa/real) 
B) Crimes contra o patrimônio público brasileiro (princípio da 
defesa/real) 
C) Crime contra a administração pública (princípio da defesa/real) 
D) D) Genocídio (princípio da justiça universal) 
○ §1º ​Nos casos do Inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, 
ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro 
○ #Exceção ao ​NON BIS IN IDEM 
 
■ EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA ​(art. 7, II/CP) 
A) Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir 
(princípio da justiça universal); 
B) Crimes praticados por brasileiro (princípio da nacionalidade ativa) 
C) Crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, 
mercantes ou de propriedade privada, quando em território e aí não 
sejam julgados (princípio da representação). 
○ §2º ​Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira DEPENDE do 
concurso das seguintes condições: 
1. Entrar o agente no território nacional. #​O AGENTE NÃO 
PRECISA PERMANECER NO TERRITÓRIO 
NACIONAL (ESPAÇO GEOGRÁFICO + JURÍDICO) 
2. Ser o fato punível também no país em que foi praticado. 
#DEVE SER CRIME NO BRASIL E NO PAÍS EM QUE 
FOI PRATICADO O ATO. 
3. Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a leis 
brasileira autoriza a extradição. ​#OBSERVAR O ART. 77 
DA LEI 6.815/80 (ESTATUTO DO ESTRANGEIRO). 
4. Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí 
cumprido a pena 
5. Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro 
motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais 
favorável. 
 
 
■ EXTRATERRITORIALIDADE HIPERCONDICIONADA ​(art. 7º, 
§​3º/CP): Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do brasil 
(princípio da nacionalidade passiva) 
○ §3º, art 7º/ C. ​A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido 
por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as 
condições previstas no parágrafo anterior: 
A) Não foi pedida ou foi negada a extradição 
B) Houve requisição do Ministério da Justiça 
 
6. PENA CUMRPIDA NO ESTRANGEIRO 
■ Art. 8º /CP - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no 
Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é comutada, quando 
idênticas (ATENUA o ​bis in idem​) 
■ OBS2: ​É possível que o agente seja processado julgado e condenado, tanto 
 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS 
 
● CONCEITO: ​Prerrogativas funcionais e não privilégios pessoais. 
 
● ESPÉCIES DE IMUNIDADES 
■ MATERIAL (SUBSTANCIAL, REAL): ​Retira a possibilidade da aplicação da lei 
penal, ou seja, o fato não irá constituir crime. Ex.: Imunidade Parlamentar 
■ IMUNIDADE FORMAL (PROCESSUAL OU RELATIVA): ​Imunidade 
processual. O crime existe, mas o processo não vai poder existir. 
 
● IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS 
A) Objetivo: ​Permite que o diplomata realize seu trabalho sem que perseguições injustas 
aconteçam. 
B) Princípio da Reciprocidade: ​O diplomata brasileiro no estrangeiro goza dos mesmos 
direitos que o diplomata estrangeiro no Brasil. 
C) A convenção de viena: ​Vai tratar das imunidades diplomática (regulamentar) 
 
​Art. 29 A pessoa do agente diplomático é inviolável. Não poderá ser objeto de 
nenhuma forma de detenção ou prisão. O Estado acreditado trata-lo-á com o devido 
respeito e adotará tôdas as medidas adequadas para impedir qualquer ofensa à sua 
pessoa, liberdade ou dignidade. 
Art. 31 O agente diplomático gozará de imunidade de jurisdição penal do Estado 
acreditado. Gozará tambémda imunidade de jurisdição civil e administrativa. 
 
 
Obs: ​A imunidade dos diplomatas é para ​qualquer tipo de infração penal não sendo 
necessário que seja no exercício da função. 
Obs2: ​Extensão da imunidade aos Chefes de Governo Estrangeiro e os respectivos 
ministros de relações exteriores. 
 
Obs3: ​A imunidade penal não se estende aos empregados particulares dos agentes 
diplomáticos, ainda que não sejam brasileiros. 
 
 
 
■ EXTENSÃO DA IMUNIDADE DOS AGENTES DIPLOMÁTICAS AOS: 
1. Membros da família ​de um agente diplomático que com ele vivam: gozarão 
dos privilégios e imunidade mencionados no art. 29 e 36, desde que não 
sejam nacionais (nato) do estado acreditado. 
2. Membros do pessoal administrativo e técnico da missão​, assim como os 
membros de suas famílias que com eles vivam, desde que não sejam 
nacionais do estado acreditado nem nele tenham residência permanente. 
3. Membros do ​pessoal de serviço da Missão​, que não sejam nacionais do 
Estado acreditado nem nele tenham residência permanente, gozarão de 
imunidades quanto aos ​atos praticados no exercício de suas funções​. 
IMUNIDADE MAIS RESTRITA. 
 
■ A IMUNIDADE EM RELAÇÃO AO CÔNSUL: 
1. Existe, mas é mais restrita, pois possui imunidade apenas em relação ao 
exercício das funções. 
2. Conclusão sobre quem possui imunidades: 
a) Chefes de Governo ou de Estado Estrangeiro e sua família e 
membros de sua comitiva; 
b) Embaixador ​e sua família; 
c) Os ​funcionários ​do corpo diplomático e sua família; 
d) Funcionários das organizações internacionais ​(Organização das 
Nações Unidas) quando em serviço; 
e) Cônsul​, apenas em relação ao exercício das funções. 
 
● NATUREZA JURÍDICA E RENÚNCIA 
■ Imunidade formal e não material 
■ Esta imunidade ​não é renunciável​. Somente quem pode renunciar à imunidade é 
próprio país de origem, não o diplomata. 
 
● IMUNIDADES PARLAMENTARES 
 
■ IMUNIDADE MATERIAL OU PARLAMENTAR: ​Previsão no artigo 53, caput, 
Constituição Federal: 
 
Art. 53 Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer 
de suas opiniões, palavras e votos. 
 
 
■ Inviolabilidade = Imunidade Material 
■ Essa imunidade se estende às esferas administrativas e política? É possível 
responsabilização disciplinar por palavras? 
 
■ Os artigos 27, §1º e art. 29, VIII, estendem as imunidades dos parlamentares 
federais aos deputados estaduais e vereadores, respectivamente. 
■ Obs: Para que se possa falar em imunidade material é imprescindível que a 
manifestação do parlamentar seja relacionada ao exercício do seu mandato. Sendo 
assim, o parlamentar que se afasta de sua função não mantém a inviolabilidade 
➢ Cancelamento da Súmula n. 4 do STF que previa “Não perde a 
imunidade parlamentar o congressista nomeado Ministro do Estado”. 
■ Essa imunidade parlamentar se estende aos suplentes? ​Não. 
■ Se estende aos corréus? ​Súmula 245 do STF. 
■ Irrenunciável? ​Nem o parlamentar nem o congresso nacional podem renunciar. 
Ela é irrenunciável. 
 
Súmula 245 do STF: ​A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa 
prerrogativa. 
 
 
■ NATUREZA JURÍDICA DA IMUNIDADE MATERIAL PARLAMENTAR 
○ TEORIAS: 
A) Causa de exclusão de crime; 
B) Causa pessoal e funcional de isenção de pena; 
C) Causa de irresponsabilidade; 
D) Causa de incapacidade penal por razões políticas; 
E) Causa de atipicidade do fato (STF). 
 
● IMUNIDADE FORMAL OU PARLAMENTAR 
 
■ O parlamentar possui ​imunidade material​, ou seja, a lei penal não é violada em 
relação aos votos, opiniões praticados durante o exercício da função. 
■ Os parlamentares gozam de ​imunidade formal​, que é dividida em dois tipos: Para 
Prisão e Para o Processo. 
 
■ IMUNIDADE FORMAL PARA PRISÃO: 
○ Vai impor certos limites a realização de prisões de parlamentares, senadores, 
deputados federais e deputados estaduais. 
 
Art. 53, §2º Desde a expedição do diploma, o​s membros do Congresso Nacional não poderão ser 
presos, salvo em flagrante de crime inafiançável*​. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 
vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre 
a prisão 
 
*Significa que essa imunidade formal relacionada a prisão tem relação com as prisões cautelares ou 
pré-cautelares. Eles não podem ser presos, durante o mandato, preventivamente o temporariamente e 
prisão em flagrante só se for por crime inafiançável. 
➢ Prisão Cautelar ​= Preventiva e temporária. = Não é uma prisão decorrente de uma sentença 
condenatória. Não é uma prisão pena. Ela é necessária para o curso da investigação do 
processo. 
 
➢ Prisão Pré-Cautelar​ = Prisão em flagrante. = Evitar que o crime continue acontecendo. 
➢ A ​prisão pena ​não está incluída na imunidade formal. Ela é decorrente de uma sentença 
obrigatória. 
➢ O próprio CPP diz quais são os crime afiançáveis e inafiançáveis (por exclusão; ele fala dos 
inafiançáveis). 
➢ Crime inafiançável = ​Quando uma pessoa é presa em flagrante ela pode ser colocada em 
liberdade através da liberdade provisória. Esta liberdade provisória pode ser concedida com 
fiança ou sem fiança. A fiança é um caução, uma forma de vincular o sujeito ao processo. 
Com fiança = Só vai receber o valor da fiança se ele for absolvido e se não quebrar a fiança. 
Crimes hediondos são inafiançáveis. 
 
■ IMUNIDADE FORMAL PARA PROCESSO 
 
Art. 53, §3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido ​após a 
diplomação​, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido 
político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar 
o andamento da ação. 
 
○ Até a emenda constitucional 35 de 2001, para que um processo fosse iniciado 
era necessário a autorização da Casa Legislativa; hoje não é mais. A partir 
dessa emenda, para o ​início do processo​, não é necessário uma autorização. 
Ou seja, o Ministério Público pode denunciar. 
○ Não precisa de anuência para iniciar o processo. 
○ Prazo para apreciar eventual pedido de sustação do processo é de 45 dias 
improrrogáveis. 
○ Crime ocorrido ​após a diplomação. 
 
■ IMUNIDADE PARLAMENTAR E ESTADO DE SÍTIO 
○ Estado de Sítio: ​Há uma instabilidade institucional e os direito e garantias 
fundamentais são relativizados. 
○ Se há um estado de sítio, os parlamentares mantém a imunidade? ​Se 
tivermos diante da prática de uma conduta funcional dentro do 
Congresso Nacional, esta imunidade continua sendo absoluta. Se foi fora 
do Congresso, mas ainda no exercício da função, pode-se ter a retirada 
da imunidade desde que seja decidido isso por ⅔ da Casa Legislativa. 
○ A imunidade no exercício da função quando for dentro do Congresso 
Nacional, será considerada ​absoluta​. Só que o próprio STF rechaça a 
existência de direitos absolutos. 
 
● FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO 
■ Foro privilegiado. 
■ Não é bem uma imunidade, mas uma r​egra de competência​. 
■ Significa que a competência para processar e julgar os parlamentares vai ser 
modificada. O parlamentar, o deputado e o senador não são julgados por juiz de 
primeiro grau. 
 
○ Senador ​e ​Deputado Federal = ​Julgados pelo STF. Se o crime for eleitoral, 
também será o STF. 
○ Deputado Estadual = ​Julgado pelo TJ do Estado. Em caso de crime 
eleitoral, será o TSE.○ Vereador = ​Não tem foro por prerrogativa. 
■ E em casos de crimes dolosos contra vida? 
○ Senador e Deputado Federal = ​Não vai ao tribunal do júri, será julgado pelo 
STF. 
○ Deputado Estadual = ​Julgado pelo TJ. Porém há controvérsias doutrinárias. 
○ Vereador = ​Julgado no tribunal do júri. 
 
Súmula Vinculante 45 do STF: ​A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o 
foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadua​l.

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