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M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – P r o f e s s o r B r u n o L e s s a – O t o r r i n o – P á g i n a | 1 ORELHA I Responsável pela audição e equilíbrio. I Dividida em três partes: • Orelha externa. • Orelha média. • Orelha interna. ORELHA EXTERNA ORELHA MÉDIA Orelha é sinônimo de ouvido, apesar de usarmos mais o termo ouvido. Pavilhão auricular Meato acústico externo Epitímpano Mesotímpano Hipotímpano M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – P r o f e s s o r B r u n o L e s s a – O t o r r i n o – P á g i n a | 2 ORELHA INTERNA A ORELHA Labirinto anterior Labirinto posterior A parte posterior não está nesta imagem por que está mais relacionada ao equilíbrio. M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – P r o f e s s o r B r u n o L e s s a – O t o r r i n o – P á g i n a | 3 ORELHA EXTERNA PAVILHÃO: I Placa irregular de cartilagem elástica coberta por pele fina Contínua com a cartilagem do meato acústico externo. → Dessa forma, quando você movimenta o pavilhão você também movimenta a cartilagem do meato acústico externo. I Lóbulo é formado por tecido fibroso e adiposo. QUAL A GRANDE IMPORTÂNCIA DE DEFINIR QUE LÓBULO NÃO TEM CARTILAGEM? Por exemplo, existem doenças que afetam a região da cartilagem, como a pericondrite – em que você tem inflamação e edema na região em que tem cartilagem –, inflamação do pericôndrio que recobre a cartilagem, possa ser que é algo que não pega só cartilagem atingindo a região inferior, como uma celulite. Nesse caso você já pensa em algo relacionado à pele. Então isso é importante para você definir qual a doença do caso apresentado. I Ricamente vascularizado: artéria temporal superficial e auricular posterior, ramos da carótida externa. FUNÇÃO: I Coleta e encaminha as ondas sonoras para o meato acústico externo. → Não é igual alguns animais (cachorro) mas ainda funciona. I Orienta a origem da onda sonora. → Tem uma ideia de onde vem o som. I Apresenta uma série de irregularidades. 1. 2. 3. 3’. 4. 5. 6. 7. 8. I Quando você pega um paciente com orelha de abano → QUAL O PROBLEMA DA ORELHA DE ABANO? Geralmente é uma anti-hélice malformada ou um excesso de cartilagem de concha. Então na orelha de abano por exemplo, você pode dar umas suturas por trás da orelha melhorando a formação da anti-hélice ou (quando for excesso de concha) você pode retirar uma parte da cartilagem dessa concha. MEATO ACÚSTICO EXTERNO: I Canal sinuoso. → Existem alguns ouvidos mais sinuosos do que outros. I O 1/3 mais externo (lateral) cartilaginoso – quando você está com otite externa: quando mexem a orelha, você sente dor pois está movimentando a cartilagem do ouvido externo – e 2/3 mediais ósseos. I Coberto por pele fina. → Na parte óssea é MUITO fina, na parte cartilaginosa é um pouco mais grossa. I Porção cartilaginosa: glândulas sebáceas e ceruminosas, e folículos pilosos. UMA literatura diz que existem folículos pilosos também na porção superior da parte óssea, mas essa não é a regra da literatura. I Porção óssea: não existem glândulas nem pelos. 1- Hélice 2- Anti-Hélice 3 e 3’- Fossa escafóide 4- Fosseta triangular 5- Trago 6- Antitrago 7- Cavidade da concha 8- Lóbulo M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – P r o f e s s o r B r u n o L e s s a – O t o r r i n o – P á g i n a | 4 FUNÇÃO: I Reflexão que contribui para a proteção contra traumatismos sonoros. I Protege a membrana timpânica (MT) na profundidade e mantêm equilíbrio de temperatura e umidade necessário à preservação da MT. → Então o som não vai bater direto na MT, assim como também, proteção contra objetos físicos – galera que curte cotonete, ele não vai entrar direto – evitando traumas diretos, batendo nos condutos. I Ressoador das ondas entre 2000-5500 Hz. → De certa forma quando vem o som, ele vai se batendo nas laterais ajudando numa espécie de aumento de som nessas frequências. Isso é IMPORTANTE porque a principal possibilidade para um paciente que tem perda auditiva induzida por ruido (Pair) – paciente que trabalha em britadeira – ocorre devido ao som condizente com essa frequência. ORELHA MÉDIA MEMBRANA DO TÍMPANO: I A primeira coisa que devemos fazer durante a otoscopia “Eu estou vendo a membrana timpânica? Aquilo é uma membrana timpânica verdadeira?” QUAL ESTRUTURA VAI ME AJUDAR ENTENDER QUE AQUILO É UMA MEMBRANA TIMPÂNICA? Procure o martelo. Então você procura o cabo do martelo ou o processo lateral do martelo. Professor comentou sobre uma experiência em que um colega dele pensou ter visto uma perfuração da MT, porem quando ele foi analisar percebeu que na realidade havia uma separação da pele da membrana devido uma perfuração ANTES do cabo do martelo e dessa forma ele retirou essa pele. I As pregas do martelo vão indicar a parte tensa que é a parte inferior e a parte superior que é a parte flácida. A parte tensa é associada a audição, a parte flácida tem muito pouco interesse na parte auditiva. I Cinza-perolada e translúcida (com a idade ela vai ficando mais opaca), aspecto levemente côncavo → na região do umbigo do umbos. I Parte tensa (3 camadas) e parte flácida (2 camadas). Existe literatura que diz que a parte flácida tem 3 camadas também. A diferença é que a camada intermediaria da parte tensa seria de fibras colágenas, enquanto que da parte flácida seria de fibras elásticas, mas na maioria das literaturas é 3 e 2. I Parte tensa é a responsável transmissão do som, devido a sua camada intermediária. Triângulo luminoso de Politzer http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/48/Gray909.png M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – P r o f e s s o r B r u n o L e s s a – O t o r r i n o – P á g i n a | 5 I PORQUE SE FORMA O TRIANGULO LUMINOSO? Quando você vai fazer a otoscopia, você joga luz lá dentro e como ela é concava e um pouco desviada, a luz bate e reflete na própria membrana. Isso é muito bom pra ver se o paciente tem alguma retração da membrana (muito para dentro ou abaulada → porque esse triangulo vai sumir). Imagem do ouvido esquerdo, pois o triangulo luminoso sempre está na parte anterior e o martelo na parte posterior. FUNÇÃO: I Função vibratória em uma única fase (pistão). → Quando o som bate na MT, ele movimenta a MT – vai movimentar os ossículos, empurrar o estribo para dentro que irá empurrar uns líquidos nessa região azul da imagem acima. Então o líquido vai entrar porque foi empurrado pelo estribo, seguindo por toda cóclea, voltar e empurrar para fora a membrana secundaria que fica na janela redonda. Quando um sai o outro entra. –. Isso é IMPORTANTE porque se você tiver uma perfuração na membrana do tímpano o som vai movimentar a plaina do estribo para dentro e movimentar a membrana secundaria da janela redonda pra dentro. Quando você empurra as duas janelas de vez, você vai estar movimentando dois líquidos ao mesmo tempo, você vai turbilhonar o liquido e você não vai conseguir definir o que você está escutando. I fase de compressão. I fase de rarefação. I Anteparo protetor da janela redonda (Diferença de fase). M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – P r o f e s s o r B r u n o L e s s a – O t o r r i n o – P á g i n a | 6 CAVIDADE TIMPÂNICA: I Parede lateral: • membrana timpânica • parede lateral do ático I Parece superior: • tegmen tympani → vai dividir com o cérebro I Parede inferior: • assoalho ou parede jugular I A perfuração pode ocorrer por diversos motivos: trauma de MT como cotonete, trauma sonoro pode explodir a MT, mergulho, inflamação do ouvido médio, como p.ex. otite média pode perfurar um tímpano, ouvindo música alta é mais difícil → você geraria perda auditiva por ruido, o que geraria uma perfuração por som seria uma bomba explodindo doseu lado porque vem a pressão do ar junto. I Parede interna ou labiríntica I Parede anterior ou carotídea • tuba auditiva I Parede posterior ou mastoidea àdito do antro MÚSCULOS: I Tensor do tímpano: I Localizado em um semicanal acima da tuba (processo cocleariforme) I Inserção na base do manúbrio I Estapédio → menor músculo do corpo humano: I Ocupa o conduto da eminência piramidal I Inserção no estribo I Ação: proteção da orelha interna contra ruídos intensos – por exemplo você está andando e vem um som alto batendo de vez no seu ouvido, nesse momento esses dois músculos se enrijecem (toda a cadeia tímpano circular) dificultando para que isso seja transmitido para o ouvido interno – e seletividade do som em ambientes ruidosos – facilitando que vocês entendam determinada conversa num meio de várias pessoas conversando. OSSÍCULOS: Martelo Bigorna Estribo M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – P r o f e s s o r B r u n o L e s s a – O t o r r i n o – P á g i n a | 7 UNIDADE TÍMPANO-OSSICULAR: I Efeito equalizador de impedância • Efeito de alavanca - cabo do martelo maior que o ramo longo da bigorna com relação 2:1 → aumento da energia sonora em 2,5 dB • Relação hidráulica - 17:1 (MTx platina) → aumento da energia sonora em 26 dB I Quando os seres vivos eram do meio aquático não tinham necessidade dessa região do ouvido médio, o som era transmitido por liquido para liquido. Quando você transmite um som de um meio físico para outro, você tem uma perda muito grande de força. Por exemplo: Você está mergulhando na piscina e sua mãe te chama de fora da piscina, você vê o gesto, percebe que ela está falando algo contigo, mas você não em clareza do que ela está falando. Isso porque ao passar o som do meio aéreo para o meio liquido, você tem perda de som, então, a unidade tímpano circular TENTA evitar essa perda, gerando ganhos para você escutar melhor. TUBA AUDITÍVA: As patologias inflamatórias do ouvido médio geralmente têm relação com a tuba auditiva. FUNÇÃO: I Ventilação → O ar vem pela rinofaringe e entra pelo ouvido médio. I Equalização → Quando você está com dor de ouvido e faz a deglutição/bocejo, o ar entra pro ouvido médio e a dor passa, porque equalizou os dois lados. O chiclete em si não é por causa da mastigação, na verdade, ele vai ter de fazer salivar mais e você vai deglutir com mais frequência. As duas coisas que fazem abrir a tuba espontaneamente é deglutição e bocejo. I A água vai transmitir assim como no meio aéreo, porém, vai usar os ossículos e o tímpano do mesmo jeito. Entretanto, a maneira que o som dispersa na água é muito melhor do que na via aérea, assim como no solido você vai ter uma transmissão ainda melhor, p.ex., ar condicionado ligado vocês não estão escutando nada, mas se você colocar o ouvido na parede você vai escutar um som intenso porque a transmissão através do solido é um pouco melhor. I Proteção (permanece fechada → então, existe um colapso da porção cartilaginosa na tuba auditiva; percurso ascendente → dificultando que secreções e outras coisas subam para o ouvido médio; istmo estreito e coluna de ar → para que também dificulta para que algo suba). I Drenagem → Digamos que você tenha uma secreção no ouvido médio, ela vai ser drenada para a rinofaringe. M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – P r o f e s s o r B r u n o L e s s a – O t o r r i n o – P á g i n a | 8 I Percebam que a tuba da criança é mais horizontalizada e mais curta do que a do adulto e isso explica o PORQUE da criança ter mais infecções de ouvido médio do que um adulto. Pois por ser mais horizontalizada ela facilita mais o refluxo e que outras coisas consigam entrar no ouvido médio e por ser mais curta tem menos espaço para que ela percorra para dentro do ouvido médio. ORELHA INTERNA LABIRINTO ÓSSEO: I É na janela oval que fica a platina do estribo e na janela redonda é onde fica a membrana secundaria. I Enquanto o estribo empurra para dentro a membrana secundaria é empurrada para fora para fazer a diferença de fases. Canal semicircular superior/anterior Canal semicircular posterior Canal semicircular lateral M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – P r o f e s s o r B r u n o L e s s a – O t o r r i n o – P á g i n a | 9 LABIRINTO MEMBRANOSO: I Nós temos dois tipos de liquido: • LÍQUIDO LARANJA: A perilinfa se assemelha aos líquidos extracelulares (rico em Na e pobre em K). • LÍQUIDO AZUL: A endolinfa, ao contrário, tem composição semelhante aos líquidos intracelulares (rico em K e pobre em Na). I Dentro do osso existe um liquido dentro e dentro desse liquido existe um balão com outro liquido dentro (labirinto membranoso). I A perilinfa se assemelha aos líquidos extracelulares (rico em Na e pobre em K). I A endolinfa, ao contrário, tem composição semelhante aos líquidos intracelulares (rico em K e pobre em Na). CÓCLEA: 1. 2. 3. 4. 5. I A cóclea são dois giros e meio. Quando eu falei sobre a diferença de fases a janela oval (onde fica a platina do estribo) comprimi essa escala que está em vermelho, enquanto a rarefação através da janela redonda que está em azul. Então: 1- onde ficaria o liquido celular que seria endolinfa; 2- seta vermelha; 3- seta azul; 5- partindo da membrana basilar. DUCTO ENDOLINFÁTICO DUCTO COCLEAR 1-Escala ou rampa média ou coclear; 2- escala ou rampa vestibular; 3- escala ou rampa timpânica; 4- gânglio espiral; 5- nervo coclear (partindo da membrana basilar) M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – P r o f e s s o r B r u n o L e s s a – O t o r r i n o – P á g i n a | 10 DUCTO COCLEAR (ESCALA MÉDIA): I É importante observar que a movimentação de líquidos ocorre na escala vestibular e na escala timpânica. ISSO VAI TER FUNÇÃO EM QUE? Quando o liquido vem pela membrana vestibular, ela vai movimentar a membrana de Reissner e vai movimentar a endolinfa que vai movimentar a membrana tectória no órgão de Corti e vai movimentar os cílios dessas células ciliares e assim vai ser disperso (essa força física) na rampa timpânica. ÓRGÃO DE CORTI: I Mais uma vez: A membrana tectória movimenta as células ciliares internas e externas. I Na próxima imagem: As células ciliares internas estão apenas em uma coluna enquanto as células ciliares externas são três colunas. QUAL A PRINCIPAL CELULA CILIADA PARA A AUDIÇÃO? Algumas pessoas vão dizer as células ciliadas externas porque elas são em maior numero → ERRADO. Na verdade, são as células ciliadas internas, pois quando você observa as células ciliadas internas é possível visualizar a quantidade de feixes nervosas que saem de uma única célula, enquanto que nas células ciliadas externas poucos feixes saem. Então a maioria dos feixes nervosos vão para as células ciliadas internas que estão em menor quantidade. M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – P r o f e s s o r B r u n o L e s s a – O t o r r i n o – P á g i n a | 11 ONDA SONORA DO AR ATÉ O NERVO: M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – P r o f e s s o r B r u n o L e s s a – O t o r r i n o – P á g i n a | 12 TEORIA DA ONDA VIAJANTE : I Digamos você tenha um som puro, um som agudo em 8.000 Hz. O som nessa frequência vai movimentar a rampa media, rampa coclear na origem da cóclea, a imagem abaixo é como se fosse a cóclea desenrolada. O som agudo movimenta na região azul (base da cóclea) enquanto que um som grave movimenta na região em vermelho (mais pro ápice da cóclea). E assim você consegue definir melhor o som. Essa parte não cai na prova. É importante ter o slide powerpoint do prof para visualizar os gifs. FISIOLOGIA I OUVIDO EXTERNO: • captar o som • ajudar na localização • amplificarfrequências entre 2.000Hz e 5.500Hz • proteção da MT • controle de umidade e temperatura I OUVIDO MÉDIO: • transmissão da onda sonora • efeito hidráulico, área vibrátil do tímpano 55mm² e platina do estribo com 3,2mm² (17:1) • efeito alavanca cabo do martelo maior que o ramo longo da bigorna (2:1) I OUVIDO INTERNO: • transforma vibrações sonoras em estímulos nervosos M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – P r o f e s s o r B r u n o L e s s a – O t o r r i n o – P á g i n a | 13 • Células ciliadas internas (CCI), verdadeiras transdutoras, 95% fibras aferentes • Células ciliadas externas (CCE), modulam as CCI, 5% fibras aferentes VIAS NERVOSAS: Cai na prova → BRINCADEIRINHA KKK (fala do prof. rs) I Digamos que você tenha o ouvido direito, o som vindo do ouvido direito. Geralmente, p.ex. a movimentação do meu braço direito é pela região cerebral esquerda (cruzamento). No caso da audição tem fibras que sobrem ipslateralmente e fibras que sobem contralateralmente. E QUAL A FUNÇAO DISSO? É para vocês entenderem que vocês podem pegar a porção auditiva do cérebro e ter um AVC , vocês não vão perder a audição completamente de um dos lados porque as fibras sobrem tanto ipslateral quando contralateralmente (sobem para os dois lados).