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BROMATOLOGIA Webconferência II Professora Drª: ISABELLE CAVALCANTI RESÍDUO MINERAL FIXO RESÍDUO MINERAL FIXO / CINZA É o resíduo inorgânico que permanece, após a queima da matéria orgânica, em temperaturas em torno de 500°C, sendo transformada em CO2,H2O e NO2. RESÍDUO MINERAL FIXO ➢ Os resíduos minerais fixos são os sais minerais que são ingeridos através dos alimentos, que também podem ser chamados de cinzas, já que é o resíduo que fica após a incineração da matéria orgânica. ➢ Nos alimentos os sais minerais podem ser perdidos nos processos de industrialização e nos processos de cozimento dos alimentos que utilizam água, por isso, que o mais recomendado é o cozimento utilizando o vapor. CONSTITUIÇÃO DAS CINZAS ➢ Grandes quantidades: K(Potássio), Na(sódio), Ca(Cálcio) e Mg(Magnésio) ➢ Pequenas quantidades: Al, Fe(Ferro), Cu(cobre), Mn(Manganês) e Zn(Zinco) ➢ Traços: Ar(Argon), I(Iodo), F(Flúor) e outros elementos. FUNÇÕES DO ORGANISMO o Balanço dos íons minerais nos fluidos corporais; oRegula o metabolismo de diversas enzimas; oMantêm o equilíbrio ácido-base e a pressão osmótica; o Facilita a transferência na membrana de compostos essenciais; oMantêm a tonicidade muscular e nervosa; o Fazem parte dos elementos constituintes dos tecidos do organismo; oDe modo indireto, diversos minerais estão envolvidos no processo de crescimento. ➢ Os minerais, no corpo humano correspondem a cerca de 1% da massa corporal, sendo, portanto, denominados de micronutrientes. DETERMINAÇÃO DA CINZA TOTAL ➢ Largamente aceito como parâmetro para índice de refinação para açúcares e farinhas; ➢ Em geleias de frutas e doces em massas a cinza é determinada para estimar o conteúdo de frutas nestes produtos; ➢ É um parâmetro útil para verificação do valor nutricional de alguns alimentos e rações. Alto nível de cinza insolúvel em ácido indica a presença de areia em rações para animais; ➢ É uma técnica simples e útil para análise de rotina; ➢ É um teste demorado; DETERMINAÇÃO DA CINZA TOTAL ➢ Variação do conteúdo de cinzas totais nos alimentos: • Cereais: 0,3 – 3,3% • Produtos lácteos: 0,7 – 6,0% • Peixes e produtos marinhos: 1,2 – 3,9% • Frutas frescas: 0,3 – 2,1% • Vegetais frescos: 0,4 – 2,1% • Carnes e produtos cárneos: 0,5 – 6,7% • Aves: 1,0 – 1,2% • Nozes: 1,7 – 3,6% • Óleos e gorduras: 0% (óleos e gorduras vegetais) – 2,5% (manteiga e margarina) • Leguminosas: 2,2 – 4,0% • Açúcares e xaropes: 0,0 – 1,2% PROCEDIMENTO 1. Pesar amostra em cadinho (previamente incinerado, esfriado e tarado); 2. Incinerar a amostra em mufla (500 – 600°C); 3. Cinza pronta (sem resíduo preto de matéria orgânica); 4. Colocar em dessecador, esfriar e pesar; 5. A diferença entre o peso do conjunto e o peso do cadinho fornece a quantidade de cinza na amostra. TEMPERATURAS DE INCINERAÇÃO NA MUFLA • 525ºC: frutas, carnes, produtos açucarados, vegetais • 550ºC: cereais, lácteos (exceção da manteiga – 500ºC) • 600ºC: grãos e ração RESÍDUO MINERAL FIXO - CÁLCULO %RMF = pi – pf x 100 / pa Pi – peso do cadinho Pf – peso das cinzas + peso cadinho (peso do cadinho ao final do processo de secagem) Pa – peso da amostra RESÍDUO MINERAL FIXO - CÁLCULO ➢ Exemplo Peso do cadinho vazio – 28,4025g Peso da amostra – 3,0070g Peso do cadinho após procedimento – 28,4119g % RMF = 28,4119 – 28,4025 x 100 / 3,0070 % RMF = 0,31% Legislação: Alimentos e aditivos alimentares ➢ Aditivo Alimentar é todo e qualquer ingrediente adicionado intencionalmente, aos alimentos SEM A FINALIDADE DE NUTRIR, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento. ➢ São eles: o Corante o Flavorizantes o Conservantes o Antioxidantes o Estabilizantes o Edulcorante o Etc Todo alimento deve ser registrado: MAPA – produtos de origem animal (leite, ovos, mel, carnes). MINISTÉRIO DA SAÚDE – industrializados, produtos de origem vegetal, aditivos alimentares, embalagens, etc. ➢ É função das autoridades federais, estaduais e municipais fiscalizar as atribuições dos alimentos depois do exame das amostras e, em caso de alterações e irregularidades, autuar e, se acontecer novamente, proibir a venda dos produtos. ➢Informações obrigatórias na rotulagem nutricional de alimentos embalados (RDC Nº 360/2003): • A quantidade do valor energético; • Carboidratos; • Proteínas; • Gorduras totais; • Gorduras saturadas; • Gorduras trans; • Fibra alimentar; • Sódio. Legislação: Alimentos e aditivos alimentares Legislação: Alimentos e aditivos alimentares ➢ Os aditivos são proibidos nos seguintes casos: oNa presença de evidências de que a substância não é segura para consumo humano; o Se prejudica o valor nutricional do alimento; o Se induzir o consumir ao engano; o Se usado para ocultar falhas no processamento; o Se não for permitido por legislação específica; o Se usado para ocultar alteração ou adulteração da matéria-prima ou do produto final. Legislação: Alimentos e aditivos alimentares ➢ Vale ressaltar que a definição de aditivo não incluí os contaminantes ou substâncias nutritivas que podem ser adicionados ao alimento com a finalidade de manter ou melhorar suas propriedades nutricionais. Vitaminas lipossolúveis ➢ Vitamina A ➢ Vitamina D ➢ Vitamina K ➢ Vitamina E Vitaminas hidrossolúveis ➢ Vitamina C (ácido ascórbico) ➢ Vitamina B1 (tiamina) ➢ Vitamina B2 (riboflavina) ➢ Ácido nicotínico(niacina, B3) ➢ Vitaminas B6 (pridoxina) ➢ Ácido fólico Vitamina B12 (cianocobalamina) ➢ Vitamina B5 (ácido pantotênico) ➢ Biotina Lipídeos Lipídeos Hormonal Energética Digestiva Isolante térmico Estrutural Transporte de vitaminas Proteção de órgãos Lipídeos ➢ Componentes insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos tais como éter etílico, éter de petróleo, acetona, clorofórmio, benzeno e álcoois. Gorduras X Óleos Classificação e método de análise ➢ Classificação o Simples – óleos e gorduras o Compostos – fosfolipídeos, ceras, entre outros. o Derivados – ácidos graxos e esteróis. Manteiga e margarina 81% Cereais 3-5% Molhos de salada 40-70% Carne 16-25% Leite fresco 3,7% Peixes 0,1 – 20% Leite em pó 27,5% Ovos 12% Sorvetes 12% Chocolate 35% Frutas 0,1 a 1,0% (abacate 26%) Hortaliças 0,1 a 1,2% Método de análise ➢ Os métodos rotineiros baseiam-se na extração da fração lipídica por meio de um solvente orgânico adequado (geralmente apolar). I. Extração com solvente a quente – Soxhlet e Goldfish II. Extração com solvente a frio – Bligh-Dyer III. Extração de gordura ligada a outros componentes por hidrólise ácida ou alcalina – Gerber, Babcock, Rose-Gottlieb e Monjonier Extração com solvente a quente ➢ Baseado em três etapas: o Extração de gorduras da amostra com solventes; (Éter de petróleo e o éter etílico) o Eliminação do solvente por evaporação; o A gordura é quantificada por pesagem. ➢ Tipos de equipamentos: Soxhlet (intermitente) Goldfish (contínuo) ARTIGO: Métodos de extração e qualidade da fração lipídica de matérias-primas de origem vegetal e animal. Soxhlet x Goldfish ➢ Soxhlet o Extrator com refluxo de solvente; o Processo de extração intermitente; o Evita temperaturas elevadas do solvente na amostra; o Quantidade maior de solvente para atingir o sifão; o Pode ocorrer saturação do solvente que fica em contato com a amostra; o Duração: 4 horas. https://www.youtube.com/watch?v=qJx6x481U6Q https://www.youtube.com/watch?v=qJx6x481U6Q Comparação ➢ Goldfish o Extrator com refluxo de solvente; o Processo de extração contínuo (mais rápido); o Processo de extração contínuo; o Tem a desvantagem do contato do solvente muito quente com a amostra, o que pode acarretar degradação da gordura ; o Utiliza menos solvente. Soxhlet Soxhlet Cálculos % gordura = N x 100 / P ➢ ONDE: oN = Gramas de gordura no copo do soxhlet(após o teste). oP = Peso da amostra em gramas. Extração da gordura ligada a outros compostos, por hidrólise ácida e alcalina ➢ Produtos como pão e leite – gordura está ligada a proteína e carboidratos e, portanto, deve ser liberada para a quantificação; ➢ A liberação da gordura é feita por uma hidrólise ácida ou alcalina. Hidrólise ácida Processo de Gerber Processo de Babcock Hidrólise alcalina Método de Rose- Gottlieb e Monjonier Extração da gordura ligada a outros compostos, por hidrólise ácida e alcalina ➢ Processo de Gerber (leite e produtos lácteos, exceto: manteiga) • Digestão com ác. sulfúrico (D=1,82) – hidrolisar a proteína; • Álcool isoamílico - facilitar a separação da gordura e reduzir o efeito de carbonização do ácido sulfúrico; • Separação por centrifugação. • Leitura volumétrica final no butirômetro a 71ºC. https://www.youtube.com/watch?v=W4Qb5hBXgfQ https://www.youtube.com/watch?v=W4Qb5hBXgfQ Extração da gordura ligada a outros compostos, por hidrólise ácida e alcalina http://www.quimis.com.br/produtos/imagens/prod75.jpg Proteínas ➢ São os maiores constituintes de toda célula viva função biológica associada à atividades vitais. ➢ Funções nos alimentos: nutricional, organolépticas e textura. ➢ Podem vir combinadas com lipídeos e carboidratos. Métodos de análise • Método de Kjeldahl: determinação através do “N” total (aplicável a todos os tipos de alimentos, método oficial) • Método de Dumas: determinação através do “N” total • Método por biureto • Método por fenol • Método por espectrofotometria ultravioleta Método de kjeldahl: determinação através do “N” total ➢ Ocorre em três etapas: oDigestão oDestilação o Titulação Digestão Procedimento: 1.Aquecimento da amostra com H2SO4 até que o C e H sejam oxidados (digestão). O N da proteína é reduzido e transformado em sulfato de amônia. Digestor de Kjeldahl Sulfato de cobre 95% (Acelera a oxidação) + Sulfato de potássio 5% (Aumenta o ponto de ebulição). Destilação 2. Adiciona-se NaOH concentrado e aquecido para a liberação da amônia (destilação) dentro de um volume conhecido de uma solução de ácido bórico, formando borato de amônia. ÁCIDO BÓRICO NaOH Titulação 3. O borato de amônia formado é dosado com uma solução ácida (HCI) padronizada (titulação). O volume gasto de HCl na titulação é relativo à quantidade de nitrogênio da amostra. Proteínas Vermelho de metila, verde de bromocresol Cálculo: determinação através de “N” total Cálculo: determinação através de “N” total Cálculo: determinação através de “N” total %N = 0,14 x V x F / p V = volume de ácido clorídrico gasto na titulação F = fator de conversão do ácido clorídrico p = nº de gramas da amostra % de proteínas = % N x 6,25 Fibras ➢ São substâncias componentes dos tecidos vegetais, que não constituem fonte de energia, porque não podem ser hidrolisadas por enzimas do intestino humano. ➢ Fibra bruta inclui substâncias que não são digeríveis pelos organismos humano e animal e são insolúveis em ácido e base diluídos em condições específicas. ➢ A fibra bruta não tem valor nutritivo mas fornece a ferramenta necessária para os movimentos peristálticos do intestino. Fibras ➢ São classificadas de acordo com as suas funções: oPolissacarídeos estruturais: Celulose, Hemicelulose e algumas pectinas. oCompostos estruturais que não são polissacarídeos: Lignina. ➢Polissacarídeos não estruturais: Gomas, mucilagens, carragena e Agar. ➢Os componentes da fibra na dieta podem ser classificados com base nas suas propriedades físicas e papel fisiológico em: a) Fibras solúveis: retardando o esvaziamento gástrico, aumentando o tempo de transito intestinal, tornando mais lenta a absorção da glicose, retardando a hidrólise do amido, reduzem os níveis elevados de colesterol. Ex.: pectinas, gomas e certas hemiceluloses. b) Fibras insolúveis: Diminuem o tempo de transito intestinal, aumenta o volume fecal, e retardando a digestão do amido. Ex.: celulose, lignina e muitas hemiceluloses. pH dos alimentos ➢ O pH é o símbolo dado à grandeza química e física chamado potencial hidrogeniônico o qual tem a função de indicar a quantidade ácida, a alcalinidade (conhecida também como base) e a neutralidade das substancias em um meio aquoso. Indo de 0 a 14, sendo considerado ácido de 0 a 6 e básico de 8 a 14, onde 7 é considerado neutro Importância ➢ Deterioração do alimento com crescimento de microrganismos: produtos mais ácidos são naturalmente mais estáveis quanto à deterioração; ➢ Indicação de deterioração por bactérias com produção de ácido no alimento; ➢ Atividade das enzimas; ➢ Decomposição química do produto, como hidrólise, oxidação, fermentação, altera a concentração de íons H+; ➢ Indicação de pureza e qualidade em produtos fermentados como vinhos. ➢ Textura de geleias e gelatinas; ➢ Retenção do sabor-odor de produtos de frutas; ➢ Estabilidade de corantes artificiais em produtos de frutas; ➢ Verificação do estado de maturação de frutas; Acidez ➢ Importância oOs ácidos orgânicos presentes em alimentos influenciam o sabor, odor, cor, estabilidade e a manutenção de qualidade. ➢ Métodos de análises (Acidez total titulável) ➢ Titulação usando indicador A análise mais comum é a quantitativa, que determina a acidez total por titulação. Porém não é eficiente para amostras coloridas, porque a cor da amostra pode prejudicar a visualização da cor no ponto de viragem. A acidez total titulável é a quantidade de ácido de uma amostra que reage com uma base de concentração conhecida. Métodos de análises ➢ Titulação usando um pHmetro Existem várias amostras coloridas, como, por exemplo, suco de uva, onde não é possível visualizar a viragem na titulação ácido-base, com fenolftaleína como indicador. Nestes casos, é necessário fazer a determinação de acidez através da medida do pH em um pHmetro. ➢ Acidez Volátil O conteúdo em acidez volátil pode ser determinado pela separação dos ácidos voláteis presentes, principalmente ácidos acéticos e traços de ácido fórmico. A determinação é feita por titulação do destilado ou do resíduo, com uma base padrão até o ponto final, usando fenolftaleína como indicador. A separação dos ácidos voláteis pode ser feita por evaporação, destilação direta e destilação a vapor. OBRIGADA E ATÉ A PRÓXIMA AULA !
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