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Síndrome Coronariana Aguda-Alina Villela

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S2 Medicina Alina Villela 
 
 Síndrome Coronariana Aguda
Introdução 
A síndrome coronariana aguda con- 
siste em uma das faces da doença 
aterosclerótica, a qual é oriunda da 
presença de placas ateromatosas 
na circulação arterial do coração. Ela 
se evidencia como um quadro instá- 
vel, que se apresenta com sintomas 
anginosos que surgem aos mínimos 
esforços e até mesmo em repouso, 
estando associada a altos índices de 
morbidade e mortalidade. 
Fisiopatologia 
O quadro em questão é desencadeado pelo 
instabilização aguda de placa aterosclerótica 
localizada em campos coronarianos, 
propiciando a agregação plaquetária, de modo 
a formar um trombo na luz arterial, o que gera 
um agravamento agudo da obstrução vascular. 
O grau de obstrução determinará o 
aparecimento de diferentes sintomas clínicos, 
bem como o grau de isquemia ao qual o 
miocárdio for submetido. Nos casos em que o 
trombo promover uma obstrução parcial, com 
fluxo sanguíneo residual (seja pela porção 
ainda não ocluída ou por circulação colateral), 
ou com a ocorrência de uma oclusão transitória 
da luz vascular, temos dois quadros possíveis 
mais brandos da doença: o infarto agudo do 
miocárdio sem supradesnivelamento do 
segmento ST (IAMSSST) e a angina instável. Já 
quando ocorre a obstrução total da luz arterial, 
sem o suprimento por circulação colateral, 
ocorre uma privação completa da irrigação do 
miocárdio, levando ao infarto agudo do 
miocárdio com supradesnivelamento do 
segmento ST (IAMSST). Sendo assim, esses 
três quadros fazem parte da Síndrome 
Coronariana Aguda, sendo o grau de obstrução 
o determinante da gravidade e da intensidade 
do quadro clínico desencadeado. 
 
 
 
 
 
 
 
S2 Medicina Alina Villela 
 
Fatores de risco 
Uma vez que já mencionamos brevemente o 
mecanismo pelo qual ocorre a síndrome 
coronariana aguda, faz sentido que os fatores 
de risco para ela sejam aqueles relacionados à 
ocorrência de aterosclerose, sendo que alguns 
desses são modificáveis e outros não. Como 
em várias doenças, um potente fator de risco 
para o desenvolvimento de doenças 
coronarianas consiste em quadros familiares 
prévios dessa, o que sugere um mecanismo 
genético de predisposição, o qual, obviamente, 
não pode ser alterado. Os riscos são 
acumulativos, de modo que é de suma 
importância a avaliação dos fatores de risco 
modificáveis, como dislipidemia, hipertensão, 
diabetes mellitus, síndrome metabólica, 
tabagismo, obesidade, sedentarismo e 
etilismo, os quais devem ser mitigados e, 
dentro do possível, eliminados. 
 
Quadro Clínico 
Os sintomas decorrentes da síndrome 
coronariana aguda decorrem do desbalanço 
entre oferta e demanda de oxigênio quanto ao 
miocárdio, gerando um cenário propício para a 
isquemia, uma vez que diante da doença 
aterosclerótica, ocorre disfunção endotelial, 
reduzindo a vasodilatação que ocorreria para 
compensar o aumento da demando por 
oxigênio, dada a obstrução ocorrida. 
 Diante disso, o sintoma preponderante desse 
quadro consiste na dor precordial, também 
chamada de angina, geralmente descrita como 
sensação em aperto no tórax, restroesternal, 
de início súbito, aos mínimos esforços ou em 
repouso, sem relação com esforço prévio, 
piorando em situações de exercício e estresse 
e melhorando um pouco ao repouso e com a 
administração de nitrato. Pode ser descrita a 
irradiação dessa para o epigástrio, cérvice, 
mandíbula, dorso e membro superior 
esquerdo, sendo que é comum a sensação de 
parestesia nesse último. O paciente 
geralmente não associará a dor aos 
movimentos respiratórios e não indicará um 
ponto específico doloroso. Isso porque a dor 
isquêmica consiste em uma dor visceral. 
 
Muitas vezes o paciente se apresentará com claro 
desconforto corporal, podendo estar levemente 
curvado devido à dor anginosa e com o punho na 
região do coração. Essa condição postural do 
paciente configura o chamado sinal de Levine. 
O paciente com esse quadro poderá se 
apresentar claramente ansioso e 
desconfortável, podendo também sofrer de 
taquicardia, dispneia, vômitos ou náuseas, bem 
como elevação da pressão arterial sistêmica. A 
ausculta cardíaca pode variar, podendo estar 
dentro dos índices de normalidade, ou ainda 
revelar a presença de B4, pela diminuição da 
complacência do ventrículo esquerdo, ou ainda 
B3, caso haja disfunção ventricular. Sopros 
serão auscultados somente nos casos em que 
a isquemia acometer os músculos papilares, 
que será evidenciado pela presença de sopro 
característico de insuficiência mitral. 
Pacientes mais velho e diabéticos podem não 
apresentar quadro típico da doença, sem a 
presença de desconforto torácico, uma vez 
que, principalmente nos diabéticos, ocorre um 
quadro de denervação, decorrente da 
neuropatia diabética. Tais pacientes 
apresentarão o chamado equivalente anginoso 
ou isquêmico, que consiste na apresentação 
de sintomas como sudorese, mal-estar súbito, 
dispneia, náusea etc (sintomas que podem 
estar presentes com a angina em outros 
pacientes com síndrome coronariana aguda), 
sendo mais comum em mulheres, idosos e 
diabéticos, como já mencionado. Desse modo, 
deve-se ter atenção redobrada caso esses 
pacientes se apresentem na emergência com 
queixa de vertigem, dispneia, sudorese, 
náuseas, vômitos, arritmias ventriculares e até 
mesmo hipotensão. 
 
S2 Medicina Alina Villela 
 
O que fazer? 
Chegando ao serviço, todo paciente que 
levante suspeita para SCA deve realizar um ECG 
em até dez minutos desde a sua chegada. A 
realização desse é fundamental, pois, além de 
ser um divisor de águas quanto à classificação, 
revela a situação da perfusão cardíaca, bem 
como identifica maior ou menor gravidade do 
quadro, podendo configurar situação de 
urgência. Ao realizar o exame, deverá ser 
observado se existe supra de ST em alguma 
derivação e, na ausência desse, procura-se 
achados diferenciais como o infra do mesmo 
segmento eletrocardiográfico. Relembrando, o 
supra de ST é tão grave porque ele consiste no 
sinal elétrico de um coração cujo ramo 
coronário esteja obstruído por completo 
(geralmente), configurando o chamado infarto 
com supra de ST. A ausência desse, mesmo 
que a presença de infra de ST, quando 
compatível com a SCA, configura dois possíveis 
quadros: o infarto sem supra de ST e a angina 
instável. 
 
ECG com supra de ST 
 
A angina instável pode ser definida como uma 
dor precordial prolongada de início súbito, 
durando mais de vinte minutos em repouso, 
bem como ser a evolução de um quadro de 
episódios recentes e recorrentes de dor 
torácica aos mínimos esforços, podendo 
também ser decorrente da piora de uma 
angina estável prévia. 
Além do eletrocardiograma, deve-se realizar 
um acesso venoso calibroso no paciente. Isso 
porque medicações necessitarão ser 
administradas e exames deverão ser colhidos. 
No momento de sua chegada, devem ser 
dosados os níveis séricos dos marcadores de 
necrose do miocárdio. O mais específico 
utilizado é a troponina, que consiste em um 
marcador biológico de lesão e de necrose 
miocárdica, tendo os seus níveis sanguíneos 
aumentados quando de um acometimento ao 
músculo cardíaco. Essa substância possui uma 
cinética quanto à sua elevação, sendo que o 
início do aumento é percebido no sangue após 
3 horas do início da dor anginosa, com um pico 
atingido entre 18 e 24 horas, podendo persistir 
por até 10 dias em níveis elevados na corrente 
sanguínea do paciente. 
Lembrete!!! 
CKMB= bom indicador de reinfarto. 
Troponina= + específica; fica alta por muito 
tempo. 
 
“Tempo é músculo!!!” 
A presença do supradesnivelamento do 
segmento ST é suficiente para que o paciente 
seja elencado como de tratamento urgente. 
Tratamento 
Medidas gerais: repouso absoluto, monitorização 
cardíaca por 48h, acesso venoso + hidratação, 
oxigenoterapia, controle glicêmico.AAS: melhora morbimortalidade; dose de ataque= 
160 a 320 mg. Não fazer em pacientes com úlcera 
peptídica ativa, discrasia, hepatopatia... 
2° antiagregante: clopidogrel/prasugrel/ticagrelor. 
Anticoagulação 
Estatina (dose máxima) 
IECA/BRA 
Beta bloqueador 
Nitrato: CONTRAINDICADO EM INFARTO DE VD E 
USO DE SINDENAFIL (viagra).

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