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AIDS E INFECÇÃO POR HIV

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AIDS E INFECÇÃO POR HIV 
 
 
➔ Organização genômica do HIV 
- Retrovírus: são vírus RNA que, pela enzima DNA polimerase RNA- dependente, são capazes de copiar seu genoma de 
RNA em uma dupla fita de DNA, e de integrarem- se ao genoma da célula hospedeira 
- o HIV é um vírus de aproximadamente 10 nm de diâmetro, envelopado, apresentando em sua superfície uma 
membrana lipídica oriunda da membrana externa da célula do hospedeiro e duas glicoproteínas (gp41 e gp120) 
 
 
 
 
➔ Ciclo Viral 
 
- A infecção pelo HIV inicia-se com a entrada do vírus na célula, através da ligação da proteína de superfície (pg120)) 
com o receptor da célula (molécula CD4) 
- A entrada ocorre através da fusão do vírus com a membrana da célula – reação mediada pela gp41 
- O RNA viral é convertido a DNA pelas enzimas transcriptase reversa e ribonuclease H 
 Essa reação ocorre no citoplasma da célula nas primeiras 6 horas de infecção 
 
- Fase aguda: durante a fase aguda, a carga viral é de aproximadamente 105 a 107 cópias/mL – esses níveis caem 
aproximadamente 100 vezes após um período de 8 a 10 semanas, provavelmente devido ao desenvolvimento de 
células T citotóxicas 
- A replicação viral ocorre principalmente nos órgãos linfoides 
 
 
➔ Patogênese 
 
- Alteração na sintese de citocinas: 
 Durante a progressão da infecção causada pelo HIV, até atingir o quadro típico de aids, os pacientes 
apresentarão uma queda progressiva da função e do número de células T helper, acompanhada de 
hipergamaglobulinemia 
 
- Apoptose: 
 Processo fisiológico utilizado pelo organismo para controlar o ciclo de vida da maioria das populações celulares 
 É caracterizada pela condensação da cromatina, fragmentação do DNA e ruptura da membrana celular 
 A infecção pelo HIV ou a interação entre CD4 e gp120 (com ou sem formação de complexos antígeno-
anticorpo) diminui o limiar da apoptose induzida por antígenos em células T maduras 
 
** O vírus do HIV tem várias estratégias para evadir o reconhecimento pelo sistema imune inato, bem como o 
adaptativo: 
 Bloqueio de inibidores inativos de vírus, como o fator de restrição 1 e o APOBEC3G (também conhecido como 
CEM15 
 Destruição do controle imune celular por meio da deficiência de resposta dos linfócitos CD4+ infectados e dos 
linfócitos CD8+ não infectados 
 Invasão de anticorpos por meio mutações constantes 
 
➔ Infecção aguda 
 
- Grande parte das infecções agudas acontece pela via sexual – exposição de mucosas 
- Após duas horas do contato do vírus com uma das mucosas, o HIV atravessa a barreira mucoepitelial protetora e 
pode entrar em contato com macrófagos teciduais, linfócitos e células dendríticas, estas com capacidade de 
apresentar antígenos, carreando o vírus até o grupamento linfoide mais próximo 
- Uma vez no linfonodo regional mais próximo, o vírus é apresentado aos T CD4+ virgem e entregue ao seu alvo sem 
ter sido reconhecido pelo sistema imune 
 Começa então a replicação viral no linfonodo, atingindo toda a subpopulação de linfócitos TCD4+ - fase eclipse 
(duração de 7 a 21 dias – RNA viral não pode ser detectado no plasma do paciente) 
 Esses linfócitos carrearão o vírus pelas próximas 2 a 3 semanas a todas as partes do organismo – 
principalmente para os linfócitos do tecido associado a mucosa (MALT) ---> momento de grande viremia 
(surgem os sintomas de infecção aguda) 
** Sintomas de infecção aguda: manifestações inespecíficas, como febre, linfadenomegalia generalizada, anorexia, 
mal- estar ou até esplenomegalia, hepatomegalia, icterícia, rash cutâneo, plaquetopenia e diarreia 
- Carga viral plasmática: determinante crítico da infecção 
 O risco de transmissão dobra com cada aumento de 1 log na viremia 
 
➔ Progressão da doença 
 
- A doença pelo HIV é subdividida em três fases: fase aguda, fase crônica assintomática, fase crônica sintomática 
- A fase aguda geralmente se resolve espontaneamente em 14 a 21 dias – após o fim da fase aguda, o pacientes entra 
no período clínico assintomático, esse período dura, em média 3 a 7 anos 
- A doença sintomática é dividida em duas fases: 
 A doença pelo HIV (não aids) 
 A imunodeficiência propriamente dita (aids) 
 
** Carga viral plasmática: é preditora de progressão da doença 
 Após um pico inicial, a carga viral cai até um nível estável e se mantem durante as fases sintomáticas da 
doença, voltando a aumentar alguns anos antes do desenvolvimento de aids 
 
** Contagem de linfócitos T CD4+: 
 O CD4 declina ao longo da infecção em patamares nos quais é possível prever as infecções mais prevalentes 
 A carga viral, que se inicia muito alta e declina na fase de latência clínica, volta a subir na fase de doença 
sintomática (aids) 
 
 
 
 
➔ Doenças relacionadas à infecção por HIV 
- A imunossupressão associada à infecção pelo HIV aumenta o risco de tipos específicos de câncer 
- A regulação dos linfócitos B também depende da integridade dos linfócitos T CD4+ e de sua destruição pelo HIV 
resultando na proliferação descontrolada dos linfócitos B, observada nos linfomas 
 A deficiência imunitária induzida pelo HIV favorece o desenvolvimento de cânceres oportunistas, sendo o SK 
epidêmico e o linfoma não Hodgkin 
 
- Lesões dermatológicas e orais 
 SARCOMA DE KAPOSI: 
 LINFOMAS 
 CARCINOMAS BASO E ESPINOCELULARES, HPV E CARCINOGÊNESE 
 
 
➔ Manifestações Pulmonares 
 
- Pneumocistose: é uma das infecções oportunistas mais prevalentes 
 Pneumocystis jirovecii (carinii) 
 As micoses sistêmicas de maior importância clínica, no nosso meio, são a criptococose, a histoplasmose e a 
paracoccidioidomicose 
 
- Criptococose: 
 Cryptococcus neoformans 
 A neurocriptococose é a forma mais comum de apresentação 
 O diagnóstico poderá ser feito, sem dificuldades, por meio da visualização direta do fungo, utilizando tinta da 
Índia, no escarro ou lavado broncoalveolar, sendo a confirmação por meio de cultura 
 
- Histoplasmose: 
 o envolvimento pulmonar isolado é raro, sendo a forma disseminada, com febre, hepatoesplenomegalia, 
pancitopenia e lesões cutâneas, a apresentação mais comum 
 
- Paracoccidioidose: micose sistêmica mais prevalente no Brasil – poucos casos associados a aids 
 Paracoccidioides brasiliensis 
 
- Infecções Bacterianas: 
 Complicações bacterianas, em particular infecções pulmonares, são mais prevalentes em pacientes HIV 
positivos - principalmente nas fases mais avançadas de imunossupressão 
 A disfunção das células fagocitarias, apresentadoras de anatigenos, compromete a osonisação, aumentando 
o risco de infecções por bactérias capsuladas, como Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae 
 
- Tuberculose 
- Pneumonias virais 
- Neoplasias pulmonares 
- Hipertensão arterial pulmonar 
- Doença obstrutiva crônica (DPOC) 
 
 
➔ Manifestações gastrointestinais 
 
- O trato gastrointestinal é local favorável ao desenvolvimento de doença pelo HIV, visto a exuberante presença de 
tecido linfoide e própria presença de células epiteliais suscetíveis 
- Alterações nas funções das células T citotóxicas e nas células B, como a diminuição de IgA2 , predispõem a infecções 
por vírus, fungos, bactérias e protozoários 
 
- Sintomas: diarreia, disfagia, anorexia, emagrecimento 
 
- Manifestações orais: 
 Candidíase oral 
 Leucoplasia pilosa oral 
 Gengivites e periodontites 
 Herpes simples: herpes- vírus simples 1 - pródromo sensorial na área afetada, rapidamente seguido pela 
evolução das lesões de pápula para vesícula, úlcera e crosta labial 
 Papilomavírus (HPV) 
 
- Manifestações esofágicas: 
 Candidíase esofágica 
 Citomegalovirose 
 Herpes simples 
 Úlceras pelo HIV 
 Neoplasias 
 
- Manifestações gástricas 
- Manifestações intestinais: a diarreia é o sintoma mais frequente em pacientes pelo HIV 
 
- Criptosporidiase: causada por várias espécies do protozoário intracelular Cryptosporidium (C. hominis,C. parvum e 
C. meleagridis.) 
 As pessoas em maior risco de doença têm avançada imunossupressão, com contagens de células CD4 abaixo 
de 100 células/mm3 
 A criptosporidiose pode causar infecção assintomática, doença diarreica leve ou enterite severa, com ou sem 
comprometimento das vias biliares 
 Em imunodeprimidos, a diarreia costuma ser aquosa não sanguinolenta, prolongada e severa, sendo muitas 
vezes acompanhada por náuseas, vômitos e cólica abdominal 
- Isosporíase 
 Causada pelo Isospora belli, um oocisto elíptico, contendo, em seu interior, dois esporocistos com quatro 
esporozoitos, de localização intracelular absortiva 
 O quadro diarreico é profuso, líquido, não sanguinolento e pode conter muco, acompanhado de febre, 
cefaleia, vômitos, desidratação, cólicas intestinais, anorexia, emagrecimento 
 
- Microsporidiose 
- Diarreia idiopática 
 
➔ Diagnóstico laboratorial 
 
- Ensaio imunoenzimático 
- Ensaio de imunoeletrotransferencia ou Western- Blot 
- Imunofluorescencia indireta 
- Reação em cadeia da polimerase após transcrição reversa (RT- PCR) 
 
 
➔ Tratamento 
 
- Drogas antirretrovirais 
O conhecimento do ciclo viral permitiu que fossem desenvolvidas drogas antirretrovirais, que atualmente podem ser 
divididas em: 
a) Inibidores da transcriptase reversa: atuam na fase inicial do ciclo, impedindo a formação do DNA a partir do RNA. 
b) Inibidores da protease: atuam no final do ciclo impedindo a maturação da partícula viral. 
c) Inibidores da fusão: impedem a fusão da membrana viral com a celular impedindo a entrada do vírus. 
d) Inibidores da entrada: atuam impedindo a ligação do vírus ao receptor (CD4) ou aos correceptores (CCR5 ou CXC4). 
e) Inibidores da integrase: impedem que o provírus recém-produzido pela RT integre-se ao genoma da célula 
hospedeira. 
f) Inibidores da maturação viral: ligam-se a regiões específicas da proteína

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