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ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO - Conteúdo

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ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO
Aspectos Legais e Retrospectiva Histórica
A Educação Especial na perspectiva Inclusiva visa construir uma sociedade para todos sendo resultante de muitas discussões, estudos teóricos e práticas feitas por organizações de pessoas com deficiência e educadores no Brasil e no mundo.
Para se efetivar a ideia de uma educação para todos, várias políticas públicas foram deflagradas dando origem a dispositivos legais e que, para efeito deste estudo, ressaltaremos os de referência mais ampla.
1948 - Declaração Universal dos Direitos Humanos - preconizava uma sociedade mais justa em que valores fundamentais são resgatados como:
“O direito à diferença e o direito à igualdade passam a partir de então a ser considerados em um mesmo patamar de importância e esta tese torna-se o fundamento das políticas educacionais inclusivas, em todo o mundo”. 
Apesar do que preconizava a Declaração Universal dos Direitos Humanos, os países continuavam a agir de forma a não combater as diversas formas de discriminação.  Em função de fazer cumprir o que estava estabelecido, vários instrumentos legais foram criados:
1. Declaração Mundial de Educação para Todos (1990 – Jontiem - Tailândia), cujo objetivo é: “satisfazer as necessidades de aprendizagem da população mundial”.
A Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994): veio influenciar as decisões políticas brasileiras junto aos países signatários no sentido de fundamentar debates referentes a conceito, indicadores, políticas sociais e à atenção educacional que deve ser oferecida aos alunos com de necessidades educativas especiais. Diversos movimentos sociais que foram deflagrados visaram garantir os direitos humanos e contribuíram para que as pessoas com necessidades educativas especiais a conquistarem o direito de plena participação social além de orientarem a reformulação de marcos legal para o sistema educacional.
Na Declaração de Salamanca fica assegurado, entre outros, que:
· “...cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são próprios”;
· “os sistemas educativos devem ser projetados e os programas ampliados de modo que tenham em vista toda gama dessas diferentes características e necessidades”;
· “o corpo docente, e não cada professor, deverá partilhar a responsabilidade do ensino ministrado à criança com necessidades especiais”.
1988 - Constituição Federal, que estabelece em seu Art. 205:
“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Art. 206. 
“O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
2. Lei nº 9.393 de 20 de Dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que estabelece em seu Art. 24º:
“O rendimento escolar observará os seguintes critérios: (...) 
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado.” 
E no Art. 59 reitera que:
“Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: (...)
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados”.
3.    Resolução nº 02 de 11 de setembro de 2001 - Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, estabelece em seu Art. 3º que:
“Por educação especial, modalidade da educação escolar, entende-se um processo educacional definido por uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educacionais especiais em todas as etapas e modalidades da educação básica”.
No Art. 5º, considera que:
“educandos com necessidades educacionais especiais os que, durante o processo educacional, apresentarem: (…)
III - altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.
Artigo 8º, que enfatiza que:
“As escolas da rede regular de ensino devem prever e prover na organização de suas classes comuns: (...) serviços de apoio pedagógico especializado em salas de recursos, nas quais o professor especializado em educação especial realize a complementação ou suplementação curricular, utilizando procedimentos, equipamentos e materiais específicos”.
4. Política Nacional de Educação Especial em uma Perspectiva Inclusiva (2008)    tem como objetivo: 
“o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para promover respostas às necessidades educacionais especiais, garantindo”: (…)
· Atendimento educacional especializado; 
· Formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão escolar; 
· Participação da família e da comunidade; 
· Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.
5. Decreto 6571/2008 - Dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado, estabelecendo que:
Art. 1º (…)
§ 1º Considera-se atendimento educacional especializado o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular.
6.    Resolução Nº 4/2009 - Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial estabelecendo que:
Art. 3º A Educação Especial se realiza em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, tendo o AEE como parte integrante do processo educacional.
Art. 4º Para fins destas Diretrizes, considera-se público - alvo do AEE (…)
III – Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade.
A dimensão legal e política em torno da educação inclusiva abre os horizontes das políticas educacionais, trazendo para a escola a tarefa de romper com paradigmas tradicionais, propondo ações amplas e direcionadas para as necessidades histórico-culturais da comunidade.
Aspectos Históricos
Em uma breve análise sobre a história da educação no Brasil, podemos entrever que somente a partir dos anos 70 que os superdotados aparecem como categoria destacada entre os alunos especiais.
A Lei nº4.024/1961 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) –se referia aos alunos superdotados/com altas habilidades como ‘excepcionais’, no Título X, arts. 88 e 89, constatamos que:
“(..) TÍTULO X – Da Educação de Excepcionais
Art.88 – a educação de excepcionais deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade.
· Art. 89 – Toda iniciativa privada considerada eficiente pelos conselhos estaduais de educação, e relativa à educação de excepcionais, receberá dos poderes públicos tratamento especial mediante bolsas de estudos, empréstimos e subvenções. (...)”
Somente no art. 9º da Lei 5.692/1971 – a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ficará estabelecido, pela primeira vez, que:
· “Art. 9º - Os alunos que apresentem deficiências físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados deverão receber tratamento especial, de acordo com as normas fixadas pelos competentes Conselhos de Educação”.
Nos anos de 1972 tivemos dois pareceres do Conselho Federal de Educação referente ao atendimentoeducacional dos superdotados, sendo:
O Parecer CFE nº 255/1972 , destaca que:
· “O progresso do estudante deve atender a ritmo próprio de aprendizagem e a diversos interesses e aptidões. A frequência deverá ser "dispensável ante a evidência de aproveitamento excepcional".
Acrescenta, ainda:
· "alunos que revelam especial talento", bem como defende a não existência de barreiras entre séries, ou seja, ano letivo independente de ano civil para que o progresso do estudante superdotado possa ser mais veloz, eliminando qualquer perda de tempo.”
O Parecer CFE nº 436/1972 – 
· “admite matrícula condicional de aluno superdotado em curso superior, com prazo de até dois anos para apresentação de prova conclusão do ensino de segundo grau, desde que reconhecida sua superdotação antes da inscrição no vestibular”;
Em 1973 tivemos o Parecer CFE nº 681/1973 estabelecendo que o Conselho Federal de Educação; 
· “fixará o conceito e as formas de apurar o superdotado, a partir as normas sobre a matéria que os Conselhos de Educação baixariam para os seus sistemas estaduais de ensino.”
Ainda em 1973, cria-se o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP) vinculado ao MEC, com o objetivo de desenvolver ações educativas voltadas para o atendimento às pessoas com deficiência e com altas habilidades e superdotação. O CENESP foi o primeiro órgão público, no âmbito federal, COM a função de regulamentar da política nacional referente à educação dos alunos então identificados como excepcionais.
A Portaria CENESP/MEC nº 69/1986, define os superdotados como:
· “Art. 3 (..) Superdotados: educandos que apresentam notável desempenho e/ou elevada potencialidade nos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual, aptidão académica, pensamento criador, capacidade de liderança, talento especial para artes, habilidades psicomotoras, necessitando atendimento educacional especializado”.
Em 1986 é criado junto ao Ministério da Educação, a SESPE - Secretaria de Educação Especial (), que virá a substituir o CENESP.
Em 1994 a Política Nacional de Educação Especial, elaborada com a participação de pesquisadores da área de altas habilidades/superdotação, torna-se o primeiro documento a incluir explicitamente na definição de Pessoa Portadora de Necessidades Especiais sendo:
· “aquele (...) que apresenta, em caráter permanente ou temporário, algum tipo de deficiência física, sensorial, cognitiva, múltipla, condutas típicas ou altas habilidades, necessitando, por isso, de recursos especializados para desenvolver mais amplamente o seu potencial e/ou superar ou minimizar suas dificuldades”.
Em 2008, no documento Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva Educação Inclusiva, conforme anteriormente citado, os alunos com altas habilidades/superdotação são definidos como: 
· “alvo de atendimento educacional especializado em todas as etapas e modalidades da educação”.
Em 2005 o MEC – Ministério da Educação iniciou a implantação do NAAH/S - Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação em cada uma das capitais estaduais.  O Núcleo é referência na formação de professores, da orientação às famílias, e do atendimento aos alunos com AH/SD. Esses NAAH/S são responsabilidade das Secretarias de Educação dos Estados (ou município).
A proposta de atendimento educacional para os alunos com altas habilidades/superdotação dos NAAH/S tem fundamento nos princípios filosóficos e ideológicos que embasam a educação inclusiva: valorizando a diversidade como elemento enriquecedor do desenvolvimento pessoal e social, promovendo o desenvolvimento de currículos amplos, flexíveis e abertos que possibilitem a aprendizagem e participação de todos; respeitando as diferentes formas de aprender e atendendo as necessidades educacionais de todos os alunos; garantindo a acessibilidade física e as comunicações; desenvolvendo um trabalho cooperativo entre os diversos segmentos que compõem a comunidade escolar.
· Para saber mais sobre Superdotação e Talento
Conceituando Superdotação/Talento e Altas Habilidades
“Toda concepção teórica está baseada em princípios que refletem uma visão de mundo, de ser humano e, em nosso caso, de educação”. 
Pérez, 2006 
· O Que São as Altas Habilidades?
Conceitos Oficiais
A partir dos conceitos evidenciados podemos acompanhar as mudanças que vem ocorrendo com relação a essa população, bem como as alterações nas conotações que definem a forma de ser que as pessoas vêm assumindo.
· Superdotação: Superdotado é o indivíduo que demonstra desempenho superior ao de seus pares em uma ou mais das seguintes áreas: habilidade acadêmica, motora ou artística, criatividade, liderança.
·  Altas habilidades: Habilidades acima da média em um ou mais domínios: intelectual, das relações afetivas e sociais, das produções criativas, esportivas e psicomotoras. (Ourofino e Guimarães, 2007)
Conceito de alunos com altas habilidades/ superdotação utilizado pela Política Nacional de Educação Especial/2007:
“Alunos com altas habilidades/superdotação demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse”. “O talentoso/portador de altas habilidades é aquele indivíduo que, quando comparado à população geral, apresenta uma habilidade significativamente superior em alguma área do conhecimento, podendo se destacar em uma ou várias áreas”. 
ConBraSD 
A sutil mudança nas definições reflete a evolução do pensamento sobre o tema, assim como as alterações na terminologia. Partindo, inicialmente, de um quadro mais rígido, vindo a considerar as altas habilidades como um fenômeno amplo e complexo, que agrega o desenvolvimento cognitivo, afetivo, neuropsicomotor e de personalidade. Há que se considerar que cada caso é um caso.
Vários são os estudiosos da temática, porém, na atualidade, não existe um consenso entre os estudiosos sobre o que seria a superdotação ou altas habilidades. Destacamos alguns:
Para (FERREIRA, 2000),
“talento é um dom natural ou adquirido, podendo ser também uma inteligência excepcional. Aprofundando, excepcional pode ser entendido como o que constitui ou goza de exceção; excelente. Por sua vez excelente é definido como muitíssimo bom; excelso. Excelso é algo alto; sublime. Sublime, então, é ser quase perfeito; magnífico.” 
GUENTHER (2000, p.27) define como talentosa,
“a pessoa que realiza com alto grau de qualidade, alcançando reconhecido sucesso, algo que representa expressão de uma característica que a sociedade reconhece e aprecia, ou desempenha em nível de qualidade superior em alguma área que a sociedade valoriza”. 
Por fim, Feldhusen (1986, p. 112) 
“considera a superdotação como uma predisposição psicológica ou física para a aprendizagem e o desempenho superior nos anos formativos e a realização ou o desempenho de alto nível na vida adulta. Na sua opinião, os componentes da superdotação incluem: habilidade intelectual geral, autoconceito positivo, talento e motivação para a realização”. 
Há que se observar que os conceitos apresentados concordam que a Superdotação ou Altas Habilidades colocam o aluno em uma posição de destaque, seja na superdotação acadêmica, que ocorre quando o aluno tem uma grande capacidade de assimilação do conhecimento em sala de aula, ou na superdotação produtivo-criativa, onde o aluno usa da criatividade com muita habilidade, o que raramente é contemplado nos currículos escolares.
A educação das crianças com Altas Habilidades é preocupante, pois alguns professores entendem que elas já chegam prontas para aprender, ou já sabem de tudo e são boas em tudo, o que é um mito, pois como qualquer criança necessitam de um acompanhamento sério e competente. Ao professor caberá compreender a criança como ser humano e deixar de lado seus paradigmas.
Reconhecimento, Identificação e o Atendimento Ao Aluno Com AH/SD
De acordo com a Resolução CNE/CEB Nº. 02/2001, artigo 3º, a EducaçãoEspecial, modalidade da educação escolar, é compreendida como:
“um processo educacional definido por uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da educação básica”. 
BRASIL, 2001, p. 01 
Em seu artigo 5º, inciso III, considera que alunos com necessidades educacionais especiais (NEE):
“são aqueles que apresentam, durante seu processo educacional, “altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os levem a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes” 
BRASIL, 2001, p. 02 
No artigo 8, inciso IX, consta que:
“as escolas da rede regular de ensino devem organizar as classes comuns, com atividades que favoreçam, ao aluno que apresente altas habilidades/superdotação, o aprofundamento e enriquecimento de aspectos curriculares, mediante desafios suplementares nas classes comuns, em sala de recursos ou em outros espaços definidos pelos sistemas de ensino, inclusive para conclusão, em menor tempo, da série ou etapa escolar nos termos do Artigo 24, V, “c”, da Lei 9.394/96”. 
BRASIL, 2001, p. 03 
Muito embora a legislação assegure o atendimento educacional especializado (AEE) aos alunos com altas habilidades/superdotação (AH/SD), poucas são as ações voltadas para assegurar tal direito. Diferentemente do que acontece com alunos que apresentam rendimento abaixo da média, os quais são rapidamente identificados e desfrutam da concepção amplamente divulgada no ambiente escolar, de que necessitam de atendimento diferenciado voltado ao atendimento de suas peculiaridades, são oferecidas poucas oportunidades para que aqueles alunos que se destacam por suas potencialidades possam desenvolver tais habilidades.
O vídeo a seguir o ajudará a compreender como podemos reconhecer e identificar no ambiente escolar as crianças com altas habilidades/superdotação:
A preocupação na identificação de altas habilidades se deve ao fato da mesma não se apoiar em dados absolutos; não existem regras fixas, nem a certeza de acertar. Mesmo os recursos mais precisos apontam apenas prognósticos, em decorrência da complexidade da vida humana e suas variáveis.
“Com relação à identificação de superdotados, as avaliações tipicamente focalizam a performance atual em algum domínio de interesse; no entanto, uma tarefa muito mais desafiadora envolve identificar os que têm potencial para a superdotação, mas quer por alguma razão, não conseguem demonstrá-lo.” 
Lidz & Elliot, 2006, p. 151 
Ao realizar a identificação deve-se considerar a definição de altas habilidades que se aplica ao contexto devendo esta etapa fazer parte do atendimento total. O reconhecimento e identificação do aluno com AH/SD teve ser realizando sempre com o objetivo de produzir medidas educacionais que beneficie ao aluno, orientando práticas educacionais adequadas e não servir apenas para rotular o aluno.
Reiteramos que definir se alguém tem altas habilidades ou não depende da compreensão de seus comportamentos, observados no contexto de origem e da análise cuidadosa e reflexiva das capacidades que identificam cada um.
Tais comportamentos podem ser avaliados em conjunto por meio de:
· Observação direta do comportamento;
· Avaliação do desempenho;
· Escalas de características;
· Questionários;
· Entrevistas, ou conversas (profundas, prolongadas) com a própria pessoa, com a família, com os professores;
· Testes, (apenas usados como como metáforas da vida real e não visando resultados numéricos absolutos.)
Na realização da identificação do aluno com SD/AH, o papel da família é fundamental, pois ela oferecerá as informações que não são observáveis na escola. Os pais devem estar sempre em contato com a escola e com profissionais competentes para que possam auxiliar da melhor forma conduzindo, assim, a criança para o sucesso.
Zevallos descreveu no site Guia Infantil, comportamentos que os pais devem observar e que contribuem na identificação da criança superdotada:
· Dorme pouco.
· Aprende a ler em curto espaço de tempo.
· Fala sua primeira palavra com seis meses.
· Diz sua primeira frase com 12 meses.
· Mantém uma conversação entre 18 e 24 meses. Vocabulário impróprio para sua idade.
· Aprende o abecedário e conta até 10 aos dois anos e meio.
· Resolve mentalmente problemas de soma e subtração até 10 com três anos.
· Pergunta por palavras que não conhece desde os três anos.
· Faz perguntas exploratórias com pouca idade.
· Alta capacidade criativa.
· Possui uma alta sensibilidade do mundo que o rodeia.
· Preocupação com assuntos de moralidade e justiça.
· Enérgico e confiante em suas possibilidades.
· Muito observador e aberto a situações não usuais.
· Muito crítico consigo mesmo e com os demais.
· Grande capacidade de atenção e concentração.
· Gosta de relacionar-se com as crianças de maior idade.
· Baixa autoestima com tendências à quadros depressivos.
· Se aborrece na sala de aula porque suas capacidades superam os programas de estudos convencionais.
· São, aparentemente, muito distraídos.
· Seu pensamento é produtivo mais que reprodutivo. Baseiam-se na construção das coisas. 
· Tem muito pouca motivação para com o professor.
· Chegam a sentir-se incompreendidos, estranhos.
· São independentes e introvertidos.
As características comportamentais acima descritas são informações importantes e devem ser registradas e entregues á escola para que possa agir de forma adequada.
Com o objetivo de facilitar a identificação desses alunos o MEC preparou uma lista com descrições/características. Para o MEC o aluno que apresentar consistentemente, em torno de oito das características descritas abaixo, pode ter altas habilidades.
Características listadas pelo MEC:
· Aprende fácil e rapidamente.
· É original, imaginativo, criativo, não convencional.
· Está sempre bem informado, inclusive em áreas não comuns.
· Pensa de forma incomum para resolver problemas.
· É persistente, independente, auto direcionado (faz coisa sem que seja mandado).
· Persuasivo, é capaz de influenciar os outros.
· Mostra senso comum e pode não tolerar tolices.
· Inquisitivo e cético está sempre curioso sobre o como e o porquê das coisas.
· Adapta-se com bastante rapidez a novas situações e a novos ambientes.
· É esperto ao fazer coisas com materiais comuns.
· Tem muitas habilidades nas artes (Música dança, desenho).
· Entende a importância da natureza (tempo, Lua, Sol, estrelas, solo).
· Tem vocabulário excepcional, é verbalmente fluente.
· Aprende facilmente novas línguas.
· Trabalhador independente.
· Tem bom julgamento, é lógico.
· É flexível e aberto.
· Versátil, têm múltiplos interesses, alguns deles acima da idade cronológica.
· Mostra sacadas e percepções incomuns.
· Demonstra alto nível de sensibilidade e empatia com os outros.
· Apresenta excelente senso de humor.
· Resiste à rotina e à repetição.
· Expressa ideias e reações, frequentemente, de forma argumentativa.
· É sensível à verdade e à honra.
Os indicadores acima não terão que aparecer todos, mas apresentarão muitos deles, daí a necessidade dos pais estarem atentos para a identificação desses indicadores como forma de auxiliarem no desenvolvimento intelectual, afetivo criando condições para que esta criança interaja com os colegas de forma positiva.
O psicólogo:
“deve adotar uma postura de pesquisador, de investigador, com um olhar aguçado de bom observador, de modo a realizar uma leitura mais objetiva dos dados coletados”. 
GUIMARÃES, 2007, p.79 
A ação do professor também é indispensável para a identificação das altas habilidades, suas observações o permitirão estimular e facilitar o desenvolvimento do aluno.
Os superdotados caracterizam-se por três traços marcantes que são: Criatividade, capacidade acima da média e envolvimento com as tarefas. 
CHAGAS, 2007 
Alencar(2007, p.157) apresenta aos professores algumas estratégias que podem tornar as aulas mais interessantes:
· Não se restrinja a exercícios e atividades que possibilitem apenas uma única resposta correta. Utilize também exercícios que instiguem os alunos serem o mais original possível em suas respostas.
· Valorize as ideias originais de seus alunos.
· Uma ideia original é apenas o primeiro passo. Lembre os alunos da importância de rever e refinar as ideias criativas.
· Encoraje os alunos a apresentar e defender as suas ideias.
· Acentue o que cada aluno tem de melhor e informe-o sobre os seus “pontos fortes”.
· Desenvolva atividades que requeiram dos alunos iniciativa e independência.
· Estimule a curiosidade dos alunos por meio das tarefas propostas em sala de aula.
· Faça perguntas desafiadoras, que motivem os alunos a pensar e raciocinar.
· Dê tempo aos alunos para pensar e desenvolver ideias novas.
· Dê chances aos alunos para discordar de seus pontos de vista.
· Diversifique as metodologias de ensino utilizadas em sala de aula.
· Instigue nos alunos a confiança em suas competências e capacidades.
· Exponha os alunos apenas a críticas construtivas.
· Estimule os alunos a utilizar as técnicas de resolução criativa de problemas (como tempestade de ideias) nos seus projetos de ciência, atividades artísticas e redação, com vistas a alcançar um produto mais criativo.
· Exponha os alunos a vários tipos de tarefas e atividades que requeiram tanto o uso do pensamento criativo quanto de outras habilidades, como análise, síntese e avaliação.
· Ajude os alunos a se libertarem do medo de cometer erros, manifestando tolerância e respeito pelas suas ideias, questões e produções.
· Proteja as produções dos alunos da crítica destrutiva e da zombaria dos colegas.
· Reconheça que a criatividade incorpora uma variedade de processos(resolução de problemas, pensamento divergente, pensamento convergente) e uma série de fatores motivacionais e de personalidade (autoconceito, autoconfiança, curiosidade, flexibilidade, motivação intrínseca).
· Elogie os esforços e a persistência de seus alunos na realização das tarefas propostas. 
· Incentive os alunos a ampliar o seu conhecimento a respeito de tópicos que sejam do seu interesse.
· Cultive em sala de aula um clima de descontração, afeto, compreensão e confiança, de tal modo que os alunos se sintam à vontade para se expressar, compartilhar ideias e questionar, interessados em cooperar no projeto educativo.
· Lembre-se que os alunos expressam de forma mais plena as suas habilidades criativas quando realizam atividades que lhes dão prazer.
Aos gestores, Alencar (2007, p. 158) recomenda para:
· Encorajar os professores a experimentar novas práticas pedagógicas.
· Evitar sobrecarregar o professor com tarefas pouco relacionadas às atividades docentes.
· Respeitar opiniões divergentes das suas.
· Facilitar a comunicação entre os professores e a troca de experiências bem sucedidas.
· Promover na escola um clima de respeito, confiança e estímulo ao trabalho docente.
· Compartilhar com os professores livros e artigos relacionados à criatividade e ao modo de promovê-la na vida pessoal e profissional.
Como afirma Pérez:
“(...) os professores, quando requisitados a identificar essas crianças, devem levar em consideração, primeiramente, que elas apresentam necessidades educacionais especiais”. 
Pérez 
Observa-se que poucos professores estão preparados para identificar os alunos com altas habilidades. Em função disso, muitos alunos são identificados como crianças problemas ao invés de crianças com altas habilidades, mas sim Para Winner:
“Muitos professores, que não possuem treinamento especial no reconhecimento de sinais de superdotação, simplesmente consideram estas crianças como um problema e mandam relatórios para os pais de que a criança é desmotivada, não deseja tentar e não consegue sentar quieta” 
WINNER, 1998, p. 194 
Essa consideração reafirma a ideia da criança que se desmotiva, pois os conteúdos escolares e a metodologia praticada pelo professor já é de seu conhecimento e domínio.
Os profissionais da área da saúde (médicos, terapeutas, psicólogos) e as escolas, de modo geral, estão preparados para reconhecer, receber e atender adequadamente as crianças com altas habilidades/superdotação?
O vídeo a seguir é bastante esclarecedor. Não deixe de assisti-lo.
Muitos são os professores que encaminham essas crianças para a avaliação psicológica receosos de que elas sejam hiperativas ou que tenham distúrbio de aprendizagem. Isso por que:
“nós tendemos muito mais a patologizar estas crianças do que a considerar que elas podem ser inquietas e desatentas porque estão entediadas” 
Winner 
Tais situações fazem com que os mitos que envolvem os alunos com altas habilidades tornem-se cada vez mais presentes. A dificuldade de alguns professores em separar o mito da realidade traz consequências danosas para a criança com altas habilidades que sofre com os prejuízos em sua educação por conta das concepções equivocadas que permeiam o senso comum de determinados educadores.
Outra questão apontada em relação à identificação dos alunos com altas habilidades é que os procedimentos e instrumentos a serem utilizados na identificação do superdotado não podem sofrer a interferência da subjetividade do professo de forma a evitar que equívocos sejam cometidos.
O professor deve ser coerente e não se deixar levar por preferencialismo, apontando o aluno com o qual mais se identifica em detrimento daquele que é considerado o aluno problema que não para quieto e que constantemente testa e questiona os seus conhecimentos. Ao professor cabe buscar alternativas que tornem o espaço escolar em um lugar prazeroso permitindo aos alunos com altas habilidades o desenvolvimento de toda a sua potencialidade.
Desta forma, a escola deve ter como objetivo estimular o talento humano conforme nos afirma Guenther:
“desenvolver talentos, sob esse olhar, é ao mesmo tempo um investimento social e uma responsabilidade coletiva”. 
Guenther 
A responsabilidade de estimular e desenvolver capacidades e talentos é de todos e não apenas do professor. O professor é um desses incentivadores e deve atuar como mediador no processo ensino-aprendizagem, devendo, também, estimular e instigar o aluno buscar sempre novos desafios, haja vista que o aluno passa boa parte do seu tempo na sala de aula.
É fundamental que o professor saiba identificar quem é o aluno com altas habilidades. Caso contrário:
“a facilidade com que o potencial humano pode ser desperdiçado, permanecer dormente e não desenvolvida, mediocrizar-se, ou simplesmente estiolar-se e perder-se, ao nível dos indivíduos é assustadora” 
Guenther 
Entre as funções da escola deveria estar a de evitar que o talento humano fosse desperdiçado, perdido, desvirtuado ou canalizado para fins negativos dentro da sociedade, como por exemplo, a criminalidade. Visto que:
“Uma alarmante possibilidade é (o aluno com altas habilidades) ser absorvido por grupos ativos em organizações anti-sociais, como tráfico de entorpecentes, crime organizado, prostituição, situações onde seu potencial é estimulado e desenvolvido, mas na direção contrária ao desejável para a sua realização pessoal e contribuição efetiva à sociedade” 
Guenther 
A escola, na condição de agente social, deve evitar que isso ocorra oferecendo as orientações e estímulos necessários permitindo que tais alunos se desenvolvam de forma plena. Amor, atenção, carinho e compreensão são fundamentais para o desenvolvimento dessas crianças.
Os medo e as incertezas que podem ser provocados no professor ao se deparar com o aluno com altas habilidades em sala de aula é compreensível, porém, esse fato não pode ser utilizado como pretexto para que o professor não procure profissionais que possam auxiliá-lo no atendimento ás necessidades desse aluno.
É importante é que a escola perceba seus alunos a cada dia que passa seus alunos estão mais heterogêneos e apresentando características que os tornam únicos.
No ato de identificar os alunos com altashabilidades devemos fazer as observações e os registros de forma clara e objetiva de forma a permitir a análise e compreensão o todo. Com bases nas observações e registros poderemos constatar a existência dos três traços marcantes na identificação dos superdotados: capacidade acima da média, criatividade e envolvimento com as tarefas, conforme preconiza o pesquisador na Universidade de Connecticut, do "Centro de Pesquisa Educacional sobre Alunos Superdotados e Talentosos", Joseph Renzulli.
Para Renzulli a HABILIDADE ACIMA DA MÉDIA EM ALGUMA ÁREA DO CONHECIMENTO, não tem que ser obrigatoriamente muito acima da média; o ENVOLVIMENTO COM A TAREFA impacta na vontade de realizar certa tarefa, motivação, perseverança e concentração, e que, a CRIATIVIDADE é a capacidade de pensar em algo diferente, ver novos significados e implicações, retirar ideias de um contexto e usá-las em outro.
Joseph Renzulli traz-nos considerações a respeito da importância da avaliação ir além das habilidades refletidas nos testes de inteligência, de aptidão e de desempenho, propondo que a ênfase seja dada nas observações ao aluno, feita por profissionais que se disponham a acompanhar o desempenho e as habilidades do aluno quando este estiver envolvido em alguma atividade de seu interesse.
Renzulli nos afirma que:
“as crianças superdotadas e talentosas são aquelas que possuem ou são capazes de desenvolver este conjunto de traços e aplicá-los a qualquer área potencialmente valorizada do desempenho humano”. 
Os Anéis de Renzulli
Numa tentativa de lançar mais luz na compreensão dos estudos da obra de Renzulli, Analisaremos um dos marcos da sua teoria que foi o desenvolvimento da Concepção de Superdotação dos Três Anéis, que envolve: alta criatividade, compromisso com a tarefa e habilidade acima da média. Destacamos que superdotação se manifesta quando ocorre a interseção dos três anéis, ou seja, um único anel não corresponde a superdotação.
· Para melhor compreensão descreveremos cada um dos anéis.
Capacidade acima da média: divide-se em duas: habilidade geral e habilidade específica. A primeira se refere á capacidade de processar informação, integrar experiências que resultam em respostas apropriadas as quais se adaptam a situações novas, e na capacidade para utilizar o pensamento abstrato. Exemplos dessa habilidade são: raciocínio verbal e numérico, relações de espaço, memória, e fluência verbal. Essas habilidades são comumente medidas por testes de aptidão geral ou inteligência.
A habilidade específica é a capacidade de adquirir conhecimento, ou habilidade para executar uma ou mais atividades de um tipo especializado e dentro de um universo limitado. São exemplos dessas habilidades: balé, matemática, música, pintura e escultura.
A habilidade geral pode ser facilmente identificada na escola em testes padronizados de inteligência. A habilidade específica não é facilmente reconhecida na escola, pois não é possível verifica-la através dos testes padronizados de inteligência. Uma forma de para avaliar as habilidades específicas seria uma observação dessas habilidades por um determinado período, incluindo opiniões de diferentes profissionais relacionados à área em questão. 
Envolvimento com a tarefa: Esse anel está ligado à motivação que um indivíduo superdotado apresenta ao realizar determinada tarefa; é comumente observado em pessoas criativo-produtivas. Os traços que são com maior frequência relacionados ao comprometimento com a tarefa envolvem: perseverança, resistência, trabalho árduo, dedicação, autoconfiança, e uma convicção na própria habilidade para concluir um trabalho importante em que a pessoa criativo-produtiva se propôs a executar.
Criatividade: é o terceiro agrupamento de características que compõem a Concepção de Superdotação dos Três Anéis e, seguidamente, é utilizada como atributo da pessoa talentosa, gênio, criadores eminentes ou pessoas altamente criativas. Embora, sabe-se que, na maior parte das realizações mais significativas, a criatividade está presente. Assim, a criatividade envolve, entre outros: originalidade de pensamento, aptidão para deixar de lado as convenções e talento para projetar e realizar projetos originais.
Para ser considerado talentoso o aluno deve possuir pelo menos duas das características , neste caso , para cada 10 pessoas apenas uma possui a Habilidade Acima da Média e a Criatividade. A terceira característica é o compromisso com a tarefa, ou seja, a pessoa se compromete naturalmente com tudo que faz porque gosta de fazer e faz com dedicação, prazer e concentração.
Quando o aluno possui as três características, passa a ser considerado um indivíduo superdotado. A proporção é de 1 em cada 100 indivíduos.
Frente aos pontos apresentados, podemos perceber que a identificação desses alunos é extremamente complexa. Dessa forma , Quando os professores forem solicitados para identificar essas crianças, devem considerar que elas apresentam necessidades educacionais especiais e que, portanto tem direito a um atendimento diferenciado.
Para que se possa identificar os alunos com altas habilidades e superdotação os professores poderão utilizar as escalas de avaliação. Tais instrumentos são indispensáveis para que consigam selecionar os alunos com melhor índice de desempenho e então identifique quais alunos manifestam características específicas da superdotação.  A seguir apresentaremos um exemplo de Questionário de Sondagem.
Modelo de Sondagem Inicial para a Identificação da Superdotação
· Questionário preliminar de triagem de superdotados
Características Gerais:
Nome do aluno: __________________________________________
Data de nascimento: _______________________________________
Escola de origem: _________________________________________
Professor: ______________________________________________
Série: ______________________ Turma: _____________________
Instruções: Observe seu aluno, em várias situações, e assinale com um X apenas quando ele demonstrar a característica mencionada no item.
1. (   ) Aprende com rapidez e facilidade;
2. (   ) Gosta de ideias novas;
3. (   ) Tem vocabulário extenso para sua idade;
4. (   ) Diz coisas com muita graça e humor;
5. (   ) É muito impaciente;
6. (   ) É bom desenhista;
7. (   ) Preocupa-se com o sentimento dos outros;
8. (   ) Gosta de adivinhações e problemas;
9. (   ) Sempre pergunta : - Por que...?;
10. (   ) Adora imitar e apelidar os outros;
11. (   ) Tem boa memória;
12. (   ) Diz as verdades sem inibições;
13. (   ) Quer sempre aprofundar-se nos assuntos;
14. (   ) É bastante original em suas perguntas e respostas;
15. (   ) Tem facilidade para mostrar o que sente;
16. (   ) Tem sempre uma ideia diferente e aproveitável;
17. (   ) É sempre procurado pelos colegas;
18. (   ) Faz perguntas provocativas;
19. (   ) Gosta de ler;
20. (   ) Fala facilmente com os outros;
21. (   ) Defende suas ideias com pronta e lógica argumentação;
22. (   ) Gosta de recitar, escrever poesias e estórias;
23. (   ) Gosta de fazer coleções;
24. (   ) É criativo;
25. (   ) Tem ótimo senso crítico;
26. (   ) Aceita e propõe desafios;
27. (   ) Gosta de representar papéis;
28. (   ) É difícil ser enganado pelos outros;
29. (   ) Como aluno é as vezes, perturbador;
30. (   ) Participa de tudo que o rodeia;
31. (   ) É um dos mais admirados na sala;
32. (   ) Revolta-se com controle excessivo;
33. (   ) Prefere atividades novas às rotineiras;
34. (   ) Gosta de atividades intelectuais;
35. (   ) Tem habilidades artísticas;
36. (   ) Aborrece-se com programa rotineiro;
37. (   ) É persistente no que faz e gosta;
38. (   ) Tem sempre ideias e soluções. 
· Indicadores para Observação em Sala de Aula 
Indique em cada item os dois alunos de sua turma, menino ou menina, que, em sua opinião, apresentam as seguintes características:
· Os melhores da turma nas áreas de linguagem, comunicação e expressão;
· Os melhores nas áreas de matemática e ciências;
· Os melhores nas áreas de arte e educação artística;
· Os melhores em atividades extracurriculares;
· Mais verbais falantes e conversadores;· Mais curiosos, interessados, perguntadores;
· Mais participantes e presentes em tudo, dentro e fora da sala de aula;
· Mais críticos com os outros e consigo próprios;
· Memorizam, aprendem e fixam com facilidade;
· Mais persistentes, compromissados, chegam ao fim do que fazem;
· Mais independentes, iniciam o próprio trabalho e fazem sozinhos;
· Entediados, desinteressados, mas não necessariamente atrasados;
· Mais originais e criativos;
· Maissensíveis aos outros e bondosos para com os colegas;
· Preocupados com o bem-estar dos outros;
· Mais seguro e confiante em si;
· Mais ativos, perspicazes, observadores;
· Mais capazes de pensar e tirar conclusões;
· Mais simpáticos e queridos pelos colegas;
· Mais solitários e ignorados;
· Mais levados, engraçados, arteiros;
· Mais inteligentes e fluentes;
· Com melhor desempenho em esportes e exercícios físicos;
· Mais habilidosos em atividades manuais e motoras;
· Mais rápidos em seu raciocínio, dando respostas inesperadas e pertinentes;
· Capazes de liderar e passar energia própria para animar o grupo.
A proposta da educação atual é atender à diversidade, garantindo o respeito ás diferenças e particularidades humanas. Propiciar ao aluno oportunidades de desenvolver seu potencial de forma pleno conforme suas potencialidades é o desafio da escola. A utilização de metodologias e práticas transformadoras e mais conectadas às necessidades e interesses se faz necessárias frente ao desafio de oferecer uma aprendizagem não centrada no professor, mas significativa para o aluno e referenciada nas suas particularidades.
Para aprofundar seus conhecimentos, acesse a Cartilha Saberes e Práticas da Inclusão, clicando no link abaixo.
· Cartilha: SABERES E PRÁTICAS DA INCLUSÃO.
Altas Habilidades/superdotação: Articulação entre o Ensino Comum e o Atendimento Educacional Especializado
“[...] a nossa expectativa é que, aplicando bons princípios de aprendizagem para todos os alunos, diluiremos as críticas tradicionais aos programas para superdotados e faremos das escolas locais onde o ensino, a criatividade e o entusiasmo por aprender sejam valorizados e respeitados” 
RENZULLI, 2004, p. 121 
Logo, a escola deve ter um olhar direcionado para identificar alunos com altas habilidades que transcendam um número, analisado pelo teste de QI, pois alguns alunos com altas habilidades podem ter sua identificação prejudicada se este fator for considerado como único indicador de altas habilidades.
Ao concluir todos os procedimentos para a identificação do aluno com SD/AH deve-se prever o Atendimento Educacional Especializado, com função complementar ou suplementar à escolarização, com o objetivo de orientar e possibilitar que os alunos com altas habilidades/superdotação tenham atividades de enriquecimento curricular na sala de aula comum e na sala de recursos multifuncionais.
No vídeo a seguir você verá sobre o Atendimento Educacional Especializado ao aluno superdotado na cidade de Guará, no Distrito Federal:
Em relação ao Atendimento Educacional Especializado em salas de recursos as Diretrizes Nacionais para a Educação especial na Educação Básica (BRASIL,2001, pág. 45 - 46) preconizam que:
· “Alunos com altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente os conceitos, os procedimentos e as atitudes e que, por terem condições de aprofundar e enriquecer esses conteúdos, devem receber desafios suplementares em classe comum, em sala de recursos ou em outros espaços definidos pelos sistemas de ensino, inclusive para concluir, em menor tempo, a série ou etapa escola.”
Acrescenta que:
Na organização das classes comuns, faz-se necessário prever:
· Professores das classes comuns e da educação especial capacitados e especializados, respectivamente, para o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos; (...)
· Atividades que favoreçam o aprofundamento e o enriquecimento de aspetos curriculares aos alunos que apresentam superdotação, de forma que sejam desenvolvidas suas potencialidades, permitindo ao aluno superdotado concluir em menor tempo a educação básica, nos termos do Artigo 24, V, “c”, da LDBEN.
E finaliza o tópico referente ao aluno com altas habilidades orientando que:
Para atendimento educacional aos superdotados, é necessário:
· Organizar os procedimentos de avaliação pedagógica e psicológica de alunos com características de superdotação;
· Prever a possibilidade de matrícula do aluno em série compatível com seu desempenho escolar, levando em conta, igualmente, sua maturidade socioemocional;
· Cumprir a legislação no que se refere: 
1. Ao atendimento suplementar para aprofundar e/ou enriquecer o currículo; 
2. À aceleração/avanço, regulamentados pelos respectivos sistemas de ensino, permitindo, inclusive, a conclusão da Educação Básica em menor tempo; 
3. Ao registro do procedimento adotado em ata da escola e no dossiê do aluno;
· Incluir, no histórico escolar, as especificações cabíveis;
· Incluir o atendimento educacional ao superdotado nos projetos pedagógicos e regimentos escolares, inclusive por meio de convênios com instituições de ensino superior e outros segmentos da comunidade.
Recomenda-se às escolas de Educação Básica a constituição de parcerias com instituições de ensino superior com vistas à identificação de alunos que apresentem altas habilidades/superdotação, para fins de apoio ao prosseguimento de estudos no ensino médio e ao desenvolvimento de estudos na educação superior, inclusive mediante a oferta de bolsas de estudo, destinando-se tal apoio prioritariamente àqueles alunos que pertençam aos estratos sociais de baixa renda.
A Sala de Recursos
Sala de Recursos é um serviço do Atendimento Educacional Especializado, de caráter variado, oferecido pela escola regular, no turno contrário àquele em que    que o aluno está matriculado e frequentando. Em relação a essa forma de atendimento as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Especial na Educação Básica (BRASIL,2001) determina que
Art.18.Cabe aos sistemas de ensino estabelecer normas para o funcionamento de suas escolas, a fim de que essas tenham as suficientes condições para elaborar seu projeto pedagógico e possam contar com professores capacitados e especializados, esta traz que: (...)
§ 2º São considerados professores especializados em Educação Especial aqueles que desenvolveram competências para identificar as necessidades educacionais especiais para definir, implementar, liderar e apoiar a implementação de estratégias de flexibilização, adaptação curricular, procedimentos didáticos pedagógicos e práticas alternativas, adequados ao atendimentos das mesmas, bem como trabalhar em equipe, assistindo o professor de classe comum nas práticas que são necessárias para promover a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais.
§ 3º Os professores especializados em educação especial deverão comprovar: 
I - formação em cursos de licenciatura em educação especial ou em uma de suas áreas, preferencialmente de modo concomitante e associado à licenciatura para educação infantil ou para os anos iniciais do ensino fundamental; 
II - complementação de estudos ou pós-graduação em áreas específicas da educação especial, posterior à licenciatura nas diferentes áreas de conhecimento, para atuação nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio;
§ 4º Aos professores que já estão exercendo o magistério devem ser oferecidas oportunidades de formação continuada, inclusive em nível de especialização, pelas instâncias educacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (BRASIL, 2001, p. 04 - 05).
O trabalho desenvolvido na Sala de Recursos tem como característica a suplementação ou enriquecimento dos conteúdos escolares do currículo formal, bem como o trabalho com os temas transversais, incluindo conteúdos não convencionais, mas que sejam considerados pertinentes pelos professores e de interesse dos alunos. Nesta forma de atendimento são exploradas diferentes metodologias sempre visando um melhor aproveitamento das potencialidadesdos alunos com altas habilidades. As atividades são desenvolvidas conforme um programa podendo ser realizadas tanto na forma individual como em grupo.
A Proposta Pedagógica da escola deve ser pensada e organizada de forma a garantir a articulação da escola com as instituições de ensino superior, centros de pesquisas, de esporte, de artes e outros de forma a propiciar ao aluno com altas habilidades a elaboração e realização de projetos na forma de parceria atendendo, assim, as necessidades específicas dos alunos com altas habilidades.
É fundamental a organização de serviços diversos que atendam os alunos com altas habilidades, valorizando e respeitando suas habilidades, talentos e aptidões.
Na perspectiva inclusiva é o sistema educativo que deve se ajustar frente às diferenças de todos os alunos, diversificando suas práticas, transformando as ideias e concepções de ensino e aprendizagem, os procedimentos avaliativos, as normas de funcionamento institucional, bem como em relação às condições de acessibilidade e as possibilidades de produção do conhecimento.
O aluno com altas habilidades precisa receber um atendimento especializado que venha de encontro as suas necessidades educativas de forma a estimular e favorecer o desenvolvimento de seu potencial. É necessário que tenhamos como objetivo, garantir o direito que esses sujeitos possuem de ter o seu potencial explorado e direcionado para campos sociais positivos.
O currículo deve ser enriquecido de forma a configurar - se como instrumento fundamental no processo de escolarização, transpondo os limites dos conteúdos programáticos convencionais ou estabelecido para cada nível ou modalidade de ensino.
Para atender ao aluno superdotado o currículo escolar não precisa passar por grandes modificações. Tais modificações são consideradas Adaptações Curriculares de Pequeno Porte, pois as mesmas podem ser promovidas pelo próprio professor no exercício de suas atribuições não exigindo a autorização de qualquer outra instância superior, devendo ser realizada com o objetivo de permitir e propiciar aos alunos as condições necessárias para o desenvolvimento do seu potencial
A adaptações podem ser implementadas nas mais diversas áreas e momentos de atuação do professor: no acesso ao currículo, nos objetivos de ensino, no método de ensino, no conteúdo ensinado, na temporalidade e no processo de avaliação.
As Adaptações Curriculares de Pequeno Porte devem ser organizadas para atender a necessidades especiais comuns em alunos com altas habilidades (superdotação):                     
· Explicitar e discutir sobre sentimentos de superioridade, de rejeição dos
· Demais colegas e de isolamento, favorecendo a instalação de um clima
· Mais favorável para a ocorrência de interações e o estabelecimento de
· Relações sociais estáveis;
· Explicitar e discutir sobre sentimentos de mágoa e comportamentos de
· Esquiva dos colegas, com o mesmo objetivo do item anterior;
· Estimular o envolvimento em atividades cooperativas;
· Estimular a persistência na tarefa;
· Estimular o desenvolvimento de pesquisas. (BRASIL, 2001)
Para Mastiski (2004)
“as políticas curriculares são espaços públicos de tomada de decisões que refletem ideologias e a dinâmica de movimentos sociais . Os textos curriculares simbolizam o discurso oficial do Estado, legitimados pelos atores sociais que os colocam em prática, principalmente, os agentes educacionais” 
Faz-se necessário um amplo debate no seio da escola para propor uma nova dimensão ás concepções e fundamentos da prática pedagógica com o objetivo estruturar um currículo que acolham as diferenças presentes no contexto escolar.
O planejamento, portanto, relaciona-se à formulação dos objetivos de ensino e explicitação das concepções que os professores de Educação Especial possuem sobre as metas que ele pretende alcançar e de acordo com Baú e Kubo (2009) possibilita aferir a qualidade da intervenção que está sendo realizada por esses docentes.
Planejar é prever o que irá acontecer e, para, além disso, é refletir sobre a própria prática educativa, uma vez que ao planejar o docente vive a experiência de pensar no que irá acontecer com base em uma reflexão sobre aquilo que já aconteceu. Por esse motivo o planejamento é um processo que requer principalmente atenção à “(...) organização, sistematização, previsão, decisão e outros aspectos na pretensão de garantir a eficiência e eficácia de uma ação, quer seja em um nível micro, quer seja no nível macro” (LEAL, 2005, p. 1).
A avaliação é um aspecto essencial no reconhecimento das diferenças no espaço escolar. Quando compreendida como elemento quantificador ela pode ser considerada um obstáculo onde os sujeitos da avaliação são somente os alunos, e as aprendizagens realizadas por eles são os objetos.
A avaliação deve ter como característica o fato de ser reconstrutiva, não focando apenas os resultados obtidos pelos alunos mas relacionando-os com as práticas pedagógicas, de forma a problematizar os  processos de ensino e aprendizagem e compreensão das diferentes formas de se construir o conhecimento  pelos alunos de uma mesma turma.
Na perspectiva da educação inclusiva, a avaliação constitui-se basicamente de três momentos:
“o primeiro busca verificar os conhecimentos prévios dos alunos sobre os conteúdos a serem trabalhados pedagogicamente, suas hipóteses e referências de aprendizagem; o segundo se relaciona ao processo de aprendizagem, ao acompanhamento e aprofundamento dos temas estudados; e o terceiro momento diz respeito ao que os alunos aprenderam em relação à proposta inicial e as novas relações estabelecidas”. 
MEC, 2010 
O professor do AEE deve interagir com o professor da sala de aula do ensino regular de forma a definir um plano de atendimento que contemple a seleção e organização de recursos e serviços que tenha por objetivo a estimulação e o desenvolvimento das altas habilidades/superdotação, interagindo, também, redes de colaboração, conhecimento e informação nas diversas áreas suplementando assim a proposta pedagógica.
Em diferentes etapas e em virtude dos interesses e habilidades dos alunos com altas habilidades/superdotação, os objetivos do atendimento educacional especializado – AEE definem-se por:
· Maximizar a participação do aluno na classe comum do ensino regular, beneficiando-se da interação no contexto escolar;
· Potencializar a(s) habilidade(s) demonstrada(s) pelo aluno, por meio do enriquecimento curricular previsto no plano de atendimento individual;
· Expandir o acesso do aluno a recursos de tecnologia, materiais pedagógicos e bibliográficos de sua área de interesse;
· Promover a participação do aluno em atividades voltadas à prática da pesquisa e desenvolvimento de produtos; e
· Estimular a proposição e o desenvolvimento de projetos de trabalho no âmbito da escola, com temáticas diversificadas, como artes, esporte, ciências e outras. (MEC, 2010)
O reconhecimento dos diferentes estilos de aprendizagens, motivações interesses necessidades e habilidades devem se refletir no planejamento do professor de forma a ser valorizada a potencialidade de cada aluno. A metodologia utilizada pelo professor deve ser estimulante para que possa promover a participação dos alunos com superdotação nas atividades do AEE articulado com os demais espaços de aprendizagem.
São atribuições do professor da sala de recursos
· A elaboração do plano de atendimento dos alunos, 
· A produção de materiais didático-pedagógicos específicos, 
· A identificação e a disponibilização de recursos de serviços, 
· A articulação com programas das diferentes áreas, 
· O trabalho colaborativo com a educação regular, 
· A interface com a família e a promoção da acessibilidade, quando necessário. (MEC, 2010)
As possibilidades de que todos os alunos sejam beneficiados serão resultantes da partilha de conhecimentos, experiências e práticas exitosas.
A formação de professores não pode vir descontextualizada da reformulação curricular de forma que a prática do professor se reflita de fato as diversidades encontradas na escola
A formaçãode professores deve propiciar aos mesmos as condições necessárias para que possam promover as condições de aprendizagem necessárias para que os alunos tenham as suas potencialidade desenvolvidas e, ao mesmo tempo garantir a inclusão destes alunos evitando situações onde sejam “rotuladas” e tratadas de forma excludente.
Sabe-se que,
“as crianças rotuladas como superdotadas têm mais problemas sociais do que as não assim rotuladas” 
WINNER 
Ainda em conformidade com Winner:
“[...] rotular uma criança como superdotada a pressiona a desempenhar como uma criança superdotada e aumenta seu sentimento de ser diferente”. 
WINNER 
Quando o rótulo não é bem trabalhado/resolvido por parte dos professores, colegas e da própria criança com altas habilidades, isso pode trazer problemas para a convivência entre todos na escola. Sentimentos como rejeição e menosprezo, e até o isolamento, podem ser consequências negativas dessas relações interpessoais.
Essa situação reflete a necessidade da criação de um espaço de encontro para as crianças com altas habilidades, pois as trocas sociais entre os pares (iguais) são muito importantes. Costa (2002) pontua que:
“É fundamental ao indivíduo permanecer no seu contexto, aprender a conviver com suas diferenças, realizar trocas com os demais e ampliar sua comunicação. Este posicionamento não impede, no entanto, que se desenvolvam projetos de grupos onde as pessoas portadoras de altas habilidades possam falar de seus sentimentos, receber orientação e dividir com outras pessoas de mesmas características, os espaços de criação”. 
DEWEY, 1897 
Ainda,
“como o aluno com altas habilidades, geralmente, termina as tarefas por primeiro, o professor pode “utilizá-lo” como monitor, ou seja, ele pode auxiliar os demais colegas em suas dúvidas”. 
Winner 
Antes de lançar mão de qualquer metodologia ou estratégia o professor deve conhecer bem a sua turma para que possa ter segurança no que de fato trará bons resultados tanto para o aluno com altas habilidades, quanto para os demais alunos. Ao “utilizar” o aluno como monitor ele deverá verificar se com esta estratégia não está criando um favoritismo, uma espécie de elitismo do aluno com altas habilidades perante os demais alunos. O objetivo de ser fazer com que ele e sinta útil.
Como bem nos disse Paulo Freire:
“ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. 
Paulo Freire 
A esse respeito, uma das tarefas do professor seria estimular o pensamento, a reflexão, permitir que o aluno que demonstre suas opiniões, que desenvolva um senso crítico.
O professor deve atentar para o fato de que em decorrência da rapidez e estilo de aprendizagem , as vivências escolares para os alunos com altas habilidades quase sempre são diferentes daquelas vivenciadas pelas demais  crianças. Na tentativa de conseguir amigos e de se relacionar bem com os demais, os alunos com altas habilidades podem dissimular a própria habilidade e esconder a sua excepcionalidade evidenciando situações que caracterizam baixo desempenho.
Abaixo são apresentados seis fatores que podem reverter possíveis situações de baixo desempenho na escola.
Revertendo o desempenho escolar de bem-dotado não produtivo
· Encorajar interesses fora do âmbito escolar.
· Trabalhar em colaboração com a família.
· Coordenar objetivos diversos, associados com sucesso escolar.
· Melhorar o ensino, o currículo e a atuação da escola.
· Prover orientação ao professor.
· Prover aconselhamento ao aluno visando aperfeiçoamento pessoal. (Emerick,1992)              
A utilização de materiais inadequados, problemas emocionais e poucas oportunidades de aprendizagem podem contribuir para que a criança tenha um baixo nível de desempenho. A falta de afinidades entre professor e aluno também pode agravar a situação de baixo desempenho no aluno com altas habilidades.
Abaixo destacamos algumas indicações de subdesenvolvimento sendo as mesmas oriundas de várias fontes (Treffinger e Feldhusen, 1996; Feuerstein e Tannenbaum, 1993; Renzulli, 1995; Hany, 1996).
Alguns sinais de subdesempenho em crianças potencialmente muito capazes:
· Entediado e inquieto.
· Verbalmente fluente, mas fraco na linguagem escrita.
· Prefere amizade com crianças mais velhas e com adultos.
· Excessivamente autocrítico, ansioso, podendo se sentir rejeitado na família.
· Hostil para com a autoridade.
· Pensamento rápido.
· Não sabe como estudar, ou como aprender as matérias escolares.
· Aspirações muito baixas em vista das aptidões.
· Não define seus próprios objetivos, e depende do professor para tomar decisões.
· Não planeja, não pensa numa dimensão de tempo (nem mesmo em futuro próximo).          
· Fraco desempenho em testes e exames, mas faz perguntas inquisitivas e criativas.
· Pensa em termos abstratos.
· Geralmente gosta de brincadeiras com palavras.
· Trabalho de alto nível vai se deteriorando com o tempo.
Algumas sugestões para ajudar crianças em situação de subdesempenho:
· Confirmar o valor próprio, por meio de elogios, mesmo por realizações pequenas.
· Revisão diária do progresso alcançado.
· Envolver o aluno em decisões sobre a própria Educação, por exemplo, estabelecendo as próprias metas de aprendizagem, e assim aumentando a motivação para aprender.
· Tornar o material relevante para os interesses próprios da criança.
· Levá-lo a monitorar crianças menores, nas áreas em que elas são mais capacitadas.   
· Ter um mentor na área de seus próprios interesses.
· Encarregar o aluno de avaliar o próprio trabalho, e dar-se uma nota, antes de entregar a tarefa ao professor.            
· Aceitar, respeitar a criança sem impor condições emocionais.
Na perspectiva de não perder de vista alunos com altas habilidades sob o risco de estarmos desperdiçando talentos preciosíssimos para a nossa sociedade, Cupertino (2008) alerta que:
“a educação desses alunos não pode ser deixada ao acaso, uma vez que deve ser condizente com suas características, além de exigir sistematização e coerência. Sem estímulo, essa pessoa pode desprezar seu potencial elevado e apresentar frustração e inadequação ao meio” 
O vídeo a seguir apresenta uma matéria sobre a sala de recursos de altas habilidades de Sapucaia do Sul (RS):
É imprescindível para o professor reconhecer as características do aluno com AH/SD para que possa então, pensar em uma metodologia adequada ás suas necessidades. 
Há que se considerar o que os nos afirma Ainscow (1997:16) que o mais importante recurso em sala de aula é o próprio aluno:
“Em cada sala, os alunos representam uma fonte rica de experiências, de inspiração, de desafio e de apoio que, se for utilizada, pode insuflar uma imensa energia adicional às tarefas e atividades em curso. No entanto, tudo isto depende da capacidade do professor em aproveitar essa energia. (...) os alunos têm a capacidade para contribuir para a própria aprendizagem. (...) a aprendizagem é, em grande medida, um processo social”. 
Numa tentativa de conhecer melhor os interesses de seus alunos, precisa se habituar a ouvi-los constantemente, reconhecendo em suas formas de expressão, o que lhes motiva e quais vivências trazem para a escola de forma a melhor contribuir para o seu desenvolvimento.
· Para saber mais, leia a Cartilha sobre Superdotação disponibilizada pelo Ministério da Educação
Inteligência e Criatividade – Abordagens e Tendências
Conceituando e Compreendendo a Criatividade
De acordo com Vernon (1989),
“A criatividade é a capacidade da pessoa para produzir ideias, descobertas, reestruturações, invenções, objectos artísticos novos e originais, que são aceites pelos especialistas como elementos valiosos no domínio das Ciências, da Tecnologia e da Arte. Tanto a originalidade como a «utilidade» como o «valor» são propriedades do produto criativo, embora estas propriedades possam variar com o passar do tempo”. 
Lançando mão do termo inteligência criadora para se referir à criatividade Rubem Alves corrobora com o estudo afirmando que:
"Há um tipo de inteligência criadora. Ela inventa o novo e introduzno mundo algo que não existia. Quem inventa não pode ter medo de errar, pois vai se meter em terras desconhecidas, ainda não mapeadas. Há um rompimento com velhas rotinas, o abandono de maneiras de fazer e pensar que a tradição cristaliza. Pense, por exemplo, no milagre do iglu. Como terá acontecido?... A gente encontra o mesmo tipo de inteligência no artista que faz uma obra de arte, no cientista que visualiza na imaginação uma nova teoria científica, no político-sonhador que pensa mundos utópicos...
Já o mecânico pensa diferente. Tudo está bem. Foi apenas um pequeno defeito. Trocar uma peça, fazer um ajustamento... Fazer como sempre se fez, de acordo com o manual de instruções. Há receitas para tudo. Há respostas certas para tudo.
Claro que estes dois tipos de inteligência se aplicam a situações diferentes. Acontece que a inteligência se parece com sementes. Não basta que a semente seja boa. Ela precisa de terra para germinar, brotar e crescer.
A questão que se coloca é se no nosso sistema educacional tem lugar para a inteligência criativa... Negativo.
Tudo é preparado como se houvesse somente mecânicos nesse mundo. Não há lugar para o desenvolvimento da capacidade de perguntar - o fator mais importante no desenvolvimento da inteligência e da ciência. O aluno aprende que existe sempre uma resposta certa entre as alternativas apresentadas, e que precisa apenas dar a solução para determinada questão preparada por outro..."
Podemos definir, também, como criatividade as novas ideias e os novos conceitos, formas originais de se fazer alguma coisa, imaginação construtora. Toda nova invenção é resultante de uma criatividade. A criatividade tem por função melhorar a vida da humanidade.
A criatividade é uma característica positiva. Pessoas criativas geralmente são curiosas e oferecem ao seu intelecto dados e informações construtivas que o alimentam e o tornam mais sensíveis para conceber ideias inovadoras e diferenciadas.
Pessoas criativas apresentam comportamentos diferenciados e possuem grande curiosidade. São persistentes em suas ideias e possuem uma visão privilegiada de mundo. Encontram formas invejáveis de resolver problemas.
Podemos destacar três distintos eixos em que a criatividade está vinculada:
· Pessoa: relaciona-se com características pessoais, favoráveis ou desfavoráveis à expressão criativa;
· Cultura: diz respeito aos fatores do contexto social, que afetam tanto a produtividade criativa quanto a própria consciência dos indivíduos a respeito de suas potencialidades criadoras;
· Ambiente: diz respeito às características do ambiente de trabalho, isto é, se o contexto no qual o indivíduo desenvolve atividade profissional se apresenta como estímulo ou bloqueio à criatividade.
Várias são as formas como podemos definir a criatividade. O que variará é o ponto de vista sob o qual ela pode ser questionada. O ponto de vista humano, a criatividade é uma característica adquirida na infância que encontra nas ideias uma fonte criativa de coisas novas. Durante a infância o potencial criativo pode ou não ser ativado. O potencial criativo se desenvolve conforme os estímulos recebidos do meio.
Muitos são os exercícios que contribuem para o desenvolvimento da criatividade. Alguns são bastante subjetivos como, por exemplo: ouvir mais do que falar, sonhar acordado, armazenar ideias, ler bastante, colocar o máximo de atenção em tudo o que faz, ser observador, ler muito, assistir a filmes, ir ao teatro, cinema, exposições de arte. Alguns exercícios são bastante práticos como, por exemplo: montar quebra-cabeças, fazer palavra-cruzada, brincar com tangrans.
Para as crianças a brincadeira é fundamental no desenvolvimento da criatividade. Para as crianças o trabalho é a sua diversão; as crianças através do que fazem. Assim, cobrar das crianças atitudes que seriam próprias de um adulto não é uma atitude saudável, pois pode limitar a criatividade da criança em uma fase em que ela necessita de estímulo para que se torne um adulto criativo.
Quando se busca realmente estimular a criatividade das crianças dois pontos são fundamentais:
· Elogie sempre demonstrando todo o seu afeto;
· Estimule-as criança a brincar muito e sempre. Ela deve aprender através do brincar, pois ainda não está preparada para aprender da mesma forma que um adulto.
Desenvolver a criatividade dos alunos tem se apresentado como um desafio para os educadores. As práticas pedagógicas devem ser pensadas tendo como objetivo desenvolver o potencial criativo dos alunos, considerando-o como um dos eixos norteadores do ensino e da aprendizagem.
A falta de preparo do professor em relação à questão tem sido o grande problema haja vista que nas licenciaturas não há uma disciplina que aborde o assunto e que prepare os professores para o exercício consciente de ações que sejam significativas no processo de desenvolvimento da criatividade do aluno.
A formação do professor precisa garantir a sua qualidade no trabalho haja vista que o professor é um elemento fundamental para o processo de aprendizagem. Contribuir para o desenvolvimento da criatividade do aluno em sala de aula é função do professor e para tanto cabe a ele desenvolver técnicas e metodologias que permita aos alunos situações de aprendizagens. A utilização de aula expositiva, discussão em grupo, dramatização, instrução programada, tutoria, jogos, e estudo individual podem ser boas alternativas quando se busca desenvolver o potencial criativo do aluno.
O professor preocupado e comprometido com o desenvolvimento da criatividade de seus alunos possui uma postura flexível, promovendo uma interação dialógica e positiva com seus alunos, estimulando - os a  realizar questionamentos em sala de aula, possui senso de humor, passa mais tempo com o alunos do que o necessário, interage com o aluno fora de sala de aula, compartilha experiências pessoais relacionadas ao conteúdo ministrado e apresenta informações significativas, atualizadas e conectadas entre si. (Alencar, 1998). A colaboração do professor é importante para que o aluno desperte o sua curiosidade, interesse e motivação.
Considerações sobre Inteligência
Em meados dos anos 80, Howard Gardner publicou em seu livro Estruturas da Mente (GARDNER, 1983), a “Teoria das Inteligências Múltiplas”.
Tal publicação substituiu a ideia da existência de uma única inteligência. Nesta visão, Gardner revela-se insatisfeito com a utilização dos testes de QI como determinantes de êxito, pois se limitavam a medir a capacidade linguística e lógico-matemática.
Inicialmente o conjunto de inteligências de Gardner era formado pelas inteligências: lógico-matemática, linguística, espacial, cinestésico-corporal, interpessoal, intrapessoal e musical. Pesquisas posteriores apontam a existência de uma oitava inteligência, a naturalista, e discutem outras, a existencial ou espiritual e até mesmo a moral.
Para Gardner, (1995) nossas ações envolvem diversas atividades simultâneas e com intensidades diferentes de pelo menos sete inteligências. Assim, torna-se necessário repensar o atual sistema educacional tendo como objetivo o desenvolvimento das inteligências, criando condições para que as pessoas atinjam seus objetivos de passatempo e ocupação de forma adequada ao seu perfil particular.
GARDNER, (1995) também afirma:
“(... ) que todas as inteligências são parte da herança humana genética, em algum nível básico cada inteligência se manifesta universalmente, independentemente da educação ou do apoio cultural”. /span> 
Para AMSTRONG (2001) um ponto essencial da Teoria das Inteligências Múltiplas é que
“a maioria das pessoas pode desenvolver as suas inteligências em um nível de maestria relativamente competente”. 
AMSTRONG, 2001 
De acordo com ANTUNES (2001) quando Gardner agrupou as inteligências em oito categorias o fez apenas para fins didáticos, pois usamos diversas inteligências ao mesmo tempo em que, trabalham e interagem umas com as outras e se revelam nas ações humanas sobre o ambiente.
Em sua Teoria sobre as Inteligências Múltiplas, GARDNER (1985) identificou sete tipos de inteligências,sendo elas:
Inteligência Linguística ou Verbal: sensibilidade para o significado e ordem das palavras. Exemplos: oradores, escritores, poetas.
Inteligência Lógico-Matemática: habilidade em sistemas matemáticos, em noções de quantidade. Presença muito forte em matemáticos, engenheiros, bancários, contadores entre outros.
Inteligência Musical: habilidade para entender, apreciar e criar músicas. Músicos, compositores e dançarinos são exemplos dessa inteligência.
Inteligência Espacial: habilidade para pensar em figuras, para perceber o mundo visual mais exatamente e recriá-lo ou alterá-lo na mente ou no papel. Esta inteligência é altamente desenvolvida em artistas, arquitetos, desenhistas e escultores.
Inteligência Físico-Cinestésica: habilidade em utilizar o corpo como um modo de experimentar, praticar, se expressar, ou para aproximar-se de seus objetivos. Mímicos, dançarinos, jogadores, educadores físicos e atores são algumas das pessoas que demonstram esse tipo de inteligência.
Inteligência Interpessoal: habilidade de perceber e entender os outros indivíduos – seu humor, desejos e motivações. Políticos e líderes religiosos, pais, professores experientes e terapeutas se utilizam desta inteligência.
Inteligência Intrapessoal: conhecimento de suas próprias emoções. Alguns romancistas e consultores usam esta experiência para guiar os outros.
· Inteligência Naturalista: reconhecer e classificar as muitas espécies – a flora e a fauna – do seu ambiente. Sensível aos fenômenos naturais. São exemplos desta inteligência os ecologistas e os botânicos.
Para GARDNER (1995),
“ao se manifestarem de maneiras diferentes em níveis desenvolvimentais também diferentes, as inteligências têm que ser avaliadas e estimuladas de maneira adequada”. 
GARDNER, 1995 
A Teoria de Gardner abre as portas para uma diversidade enorme de estratégias e possibilidades de ensino que podem ser implementadas em sala de aula, lembrando que não existe um padrão específico de estratégias que se adapte bem a todos os alunos, o tempo todo.
A pluralidade da inteligência mostra que as pessoas possuem várias capacidades. Entretanto, a educação desconsidera as diferentes formas de ensinar e aprender e valoriza mais os processos racionais e menos os processos intuitivos, criativos e artísticos. Tanto pior, a educação se apresenta de forma inibidora e castradora do processo criativo, a partir do momento que leva as crianças se sentirem desajeitadas e desajustadas, sem talentos, incapazes de resolver problemas de maneira criativa em sala de aula.
A Relação entre Inteligência e Criatividade
Registros mostram que até a primeira metade do século XX, o conceito de inteligência se sobrepôs ao conceito de criatividade. Vários estudiosos dos processos do pensamento entendiam que a criatividade não possuía nenhuma situação especial, sendo que a ideia de inteligência bastava para explicar todos os aspectos do funcionamento mental.
Após vários estudos passamos a ter novas abordagens da relação entre criatividade e inteligência, ficando estabelecido que a inteligência seria uma representação da criatividade. Um exemplo desta perspectiva é a teoria do investimento em criatividade apresentada por Sternberg e Lubart (1991). Para estes autores, a inteligência é um dos seis componentes que integram a criatividade. 
Barron (1969), examinador da relação entre inteligência e criatividade em diversas disciplinas, tenta explicar a relação entre criatividade e inteligência afirmando que estas habilidades se sobrepõem até determinado ponto, o que significa dizer que, em alguns aspectos, criatividade e inteligência são parecidas, mas em outros, são diferentes. 
Haensly e Reynolds (1989) defendem a ideia de que inteligência e criatividade representam o mesmo fenômeno. Eles argumentam que
“Criatividade não é outro ramo do processamento mental, mas é a expressão final de um sistema refinado de pensamento que nós conhecemos como inteligência”. 
p. 130 
A despeito dos grandes investimentos em pesquisas ao longo das últimas décadas pode-se concluir que não existe ainda um consenso referente a relação entre inteligência e criatividade.
De acordo com RENZULLI, (1986)
“O papel da criatividade na formação e educação dos alunos com altas habilidades/superdotação não deve ser negligenciado, pois espera - se que estes indivíduos se tornem produtores de novos conhecimentos ao invés de meros consumidores de informações existentes.” 
Entre as características cognitivas associadas à criatividade (ALENCAR & FLEITH, 2003 e DAVIS & RIMM, 1994 ), ressaltam:
· Fluência: habilidade para produzir muitas ideias sobre um tema ou várias soluções para um problema;
· flexibilidade: habilidade de analisar uma situação sob diferentes ângulos ou de conceber diferentes categorias de respostas a um problema;
· originalidade: produção de ideias novas, diferentes, infrequentes;
· sensibilidade a problemas: habilidade de ver defeitos em situação onde usualmente não se percebe problemas;
· elaboração: habilidade de adicionar detalhes a uma ideia, incluindo seu desenvolvimento e aprimoramento;
· definição de problemas: habilidade de identificar problemas reais, isolar aspectos do problema, clarificá-lo e simplificá-lo, identificar “subproblemas”, propor definições de problemas;
· pensamento por analogia: habilidade de tomar emprestado ideias/soluções de um contexto/problema e usá-las em outro.
· avaliação: processo de decisão, julgamento e seleção de uma ou mais ideias entre um grupo de ideias produzidas anteriormente.
Paralelamente, faz-se necessário repensar a escola, as metodologias, o currículo, a formação dos professores, de maneira incluir estratégias que considerem a atividade criadora, imaginação na sala de aula e incentivem a iniciativa, aa espontaneidade, a curiosidade, o autoquestionamento, oferecendo condições favoráveis para que os alunos possam criar um espaço para os jogos lúdicos  e a fantasia. Um espaço onde a criança se sinta realmente feliz e alegre, devido a sua participação em algo produtivo e criativo.
Estimular a Criatividade
Sugestão de Filmes sobre Altas Habilidades e Superdotação
Aos sete anos Fred Tate (Adam Hann-Byrd) demonstra ter talentos extremamente precoces, se destacando em áreas distintas como matemática e artes. Ele tem consciência de seu dom, da mesma forma que conhece a responsabilidade que ele lhe traz. Dede Tate (Jodie Foster), sua mãe, trabalha como garçonete em um restaurante chinês e luta para que o filho tenha uma vida normal.   
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John Nash (Russell Crowe) é um gênio da matemática que, aos 21 anos, formulou um teorema que provou sua genialidade e o tornou aclamado. O filme retrata a história da dura vida do matemático John Nash, que no meio do século passado revolucionou as teorias econômicas com suas ideias originais que ele tanto procurou, chegando a ganhar um Prêmio Nobel graças à sua genialidade.
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O 10º filho de um total de 22 filhos de uma família pobre irlandesa, Christy sofre de paralisia cerebral tão grave que por vários anos ele é considerado um "tonto". Mas em uma luta apaixonada, ele utiliza o único membro sobre o qual conseguiu algum controle - seu pé esquerdo - para escrever um apelo para a única pessoa que pode ajudá-lo a conseguir desenvolver seu potencial: "Mãe".
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Drama biográfico retratando a vida, a obra e a morte do famoso compositor Wolfgang Amadeus Mozart a partir da sua chegada em Viena. Após tentar se suicidar, Salieri confessa a um padre que foi o responsável pela morte de Mozart e relata como conheceu, conviveu e passou a odiar Mozart, que era um jovem irreverente, mas compunha como se sua música tivesse sido abençoada por Deus.
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Um grupo de alunos superdotados de uma faculdade de Física, participam de um projeto de desenvolvimento de um laser de alta intensidade e precisão, sendo todos subordinados por um hostil e invejoso professor que, secretamente, pretende vender os resultados para militares, mas quando os alunos descobrem o plano, armam um

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