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Envelhecimento dos Sistemas Cardiovascular e Respiratório

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ROTEIRO 2 – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO 
 
1- QUAIS AS ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS CARDÍACAS DURANTE O ENVELHECIMENTO? 
▪ O coração é um órgão com altíssima autorregeneração, estima-se que, por apoptose, 3 milhões de miócitos são 
repostos pelas células tronco cardíacas. 
 
▪ No idoso, a capacidade de duplicação das células tronco cardíacas é diminuída, isso resulta no declínio progressivo 
de miócitos. Mesmo assim, o coração sofre atrofia pois há um aumento em seu volume celular. 
 
▪ As células do nó sinusal também sofrem regressão e também ocorre a perda de fibras no feixe de His. Aumentam-
se as chances de arritmia. 
 
OUTRAS ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS NO CORAÇÃO DO IDOSO : 
▪ Pericárdio: são alterações discretas, mas em geral acontecem por desgaste progressivo, em forma de 
espessamento difuso. 
 
▪ Endocárdio: ocorre o espessamento e opacidade, principalmente no coração esquerdo, há um aumento das fibras 
colágenas e elásticas, fragmentação e desorganização destas com a perda da disposição uniforme habitual, devido 
à hiperplasia irritativa resultante da longa turbulência sanguínea. 
 
▪ Miocárdio: na matriz extracelular do miocárdio ocorre aumento do colágeno, diâmetro fibroso aumentado e 
cruzamento de ligações de colágeno, 
diminuição da elastina e fibronectina 
aumentada, podendo ocorrer aumento na 
produção da matriz extracelular. 
o As alterações que ocorrem no 
miocárdio são as mais expressivas. 
 
o Também se nota a deposição de 
gordura nos átrios e septo 
interventricular que, em alguns casos, 
pode gerar arritmias atriais. 
 
o Células miocárdicas vão sofrendo 
degeneração muscular e são 
substituídas por tecido fibroso (sem 
relação com lesões). 
 
o Estudos realizados diagnosticaram a 
presença de pigmento senil 
(lipofuscina), nos idosos sua 
concentração é aumentada e, por 
consequência, há o seu depósito no 
miocárdio gerando a hipertrofia 
miocárdica concêntrica (gerada 
também por resistência vascular 
periférica). 
 
o Ainda através de estudos, foi notado 
depósitos amioloides (amiloide senil) no 
miocárdio, estes estão associados a 
complicações de natureza funcional, 
arritmias atriais, disfunção atrial e 
bloqueio atrioventricular. 
ALUNA: Milena Bavaresco – 3º Período 
ROTEIRO 2 – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO 
 
 
▪ Alterações das valvas: o tecido valvar, composto predominantemente por colágeno, está sujeito a grandes 
pressões. Conforme o envelhecimento vai ocorrendo essas estruturas vão se degenerando e se espessando. 
Entretanto, para manifestações clínicas é preciso que ocorram grandes anormalidades. 
 
o Valva mitral: são frequentes a calcificação e degeneração mucoide. Costumeiramente, a calcificação mitral 
não causa manifestações clínicas importantes, mas em alguns casos se nota um sopro sistólico em área mitral. 
A degeneração mucoide ou mixomatosa provoca a frouxidão do tecido valvar, podendo ocorrer prolapso e 
insuficiência mitral. 
 
o Valva aórtica: a calcificação também é um processo frequente nesta valva. Os homens tem maior risco de 
desenvolve-la. 
 
▪ Alterações da aorta: na aorta senil as principais são: aumento do calibre, do volume e da extensão; maior 
espessura e rigidez da parede; alterações da túnica elástica: desorganização e perda de fibras; hiperplasia 
subendotelial: redução e modificações químicas da elastina. 
o Alterações arteriais do envelhecimento: são inúmeros distúrbios que corroboram para redução da 
distensibilidade e aumentam a rigidez da parede arterial. Há um aumento da pós-carga, isto é, o coração tem 
mais dificuldade para impulsionar o sangue presente em sua câmara esquerda. 
 
2. QUAL A INFLUÊNCIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO SOBRE O DESEMPENHO 
CARDIOVASCULAR COM O ENVELHECIMENTO? 
 
▪ Há uma grande influência do sistema nervoso autônomo sobre o desempenho cardiovascular. Vários estudos 
demonstraram que a eficácia da modulação beta-adrenérgica sobre o coração e os vasos diminui com o 
envelhecimento, mesmo que os níveis de catecolaminas estejam aumentados, principalmente durante o esforço. 
Os mecanismos bioquímicos responsáveis por essas alterações ainda não estão bem estabelecidos. 
 
▪ Acredita-se que haja uma falha nos receptores beta-adrenérgicos, ocasionada pelo aumento dos níveis de 
catecolaminas, principalmente a norepinefrina, que frequentemente está aumentada nos idosos. 
 
▪ A magnitude da deficiência beta-adrenérgica associada ao envelhecimento pode ser tão intensa quanto na 
insuficiência cardíaca. 
 
▪ As consequências funcionais da diminuição da influência simpática sobre o coração e vasos do idoso são 
observadas principalmente durante o exercício; portanto, à medida que o idoso envelhece, o aumento do débito 
cardíaco durante o esforço se obtém com o maior uso da lei de Frank-Starling com dilatação cardíaca, aumentando 
o volume sistólico para compensar a resposta atenuada da frequência cardíaca. 
 
▪ O efeito vasodilatador dos agonistas beta-adrenérgicos sobre a aorta e os grandes vasos também diminui com a 
idade, bem como a resposta inotrópica do miocárdio às catecolaminas e a capacidade de resposta dos 
barorreceptores às mudanças de posição. 
 
FUNÇÃO CARDIOVASCULAR 
▪ O envelhecimento determina modificações estruturais que levam à diminuição da reserva funcional, limitando o 
desempenho durante a atividade física, bem como reduzindo a capacidade de tolerância em várias situações de 
grande demanda, principalmente nas doenças cardiovasculares. 
 
▪ O débito cardíaco pode diminuir em repouso, principalmente durante o esforço, tendo influência importante do 
envelhecimento por meio de vários determinantes listados a seguir: 
o Diminuição da resposta de elevação da frequência cardíaca ao esforço ou outro estímulo; 
 
o Diminuição da complacência do ventrículo esquerdo mesmo na ausência de hipertrofia miocárdica, com retardo 
no relaxamento do ventrículo, com elevação da pressão diastólica desta cavidade, levando à disfunção 
diastólica do idoso, muito comum, e que se deve principalmente à dependência da contração atrial para manter 
o enchimento ventricular e o débito cardíaco; 
 
o Diminuição da complacência arterial, com aumento da resistência periférica e consequente aumento da 
pressão sistólica, com aumento da pós-carga dificultando a ejeção ventricular devido às alterações estruturais 
na vasculatura; 
 
ROTEIRO 2 – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO 
 
o Diminuição da resposta cronotrópica e inotrópica às catecolaminas, mesmo com a função contrátil do ventrículo 
esquerdo preservada; 
 
o Diminuição do consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.) pela redução da massa ventricular encontrada no 
envelhecimento; 
 
o Diminuição da resposta vascular ao reflexo barorreceptor, com maior suscetibilidade do idoso à hipotensão; 
 
o Diminuição da atividade da renina plasmática, sendo que nos hipertensos poderemos encontrar níveis de 
aldosterona plasmática normais, com diminuição da resposta ao peptídio natriurético atrial, embora a sua 
concentração plasmática esteja aumentada; 
 
o No idoso teremos maior prevalência de hipertensão sistólica isolada, mais frequente do que a sistodiastólica 
acima dos 70 anos, estando associada a maior risco de doenças cárdio e cerebrovasculares. 
 
o Com o envelhecimento, o débito cardíaco poderá estar normal ou diminuído, sendo que o coração idoso é 
competente em repouso, com resposta ao esforço alterada, podendo facilmente entrar em falência quando 
submetido a maior demanda, como na presença de doenças cardíacas ou mesmo sistêmicas. 
 
ALTERAÇÕES CARDÍACAS DO ENVELHECIMENTO 
▪ A função da bomba cardíaca em repouso, isto é, a fração de ejeção e o débito cardíaco, não se altera com o 
envelhecimento; a menor capacidade de adaptação no idoso ocorre principalmente devido à diminuição da 
resposta beta-adrenérgica, pelo comprometimento do enchimento diastólico do ventrículo esquerdo e pelo aumento 
da pós-carga pela rigidez arterial. 
 
▪ Outra influência no envelhecimento cardiovascular é o estilo de vida cada vez mais sedentáriocom a idade. 
 
▪ Estudos transversais em idosos sem doenças cardiovasculares demonstraram aumento da espessura do ventrículo 
esquerdo, o que se agrava progressivamente com a idade; foi ainda observado aumento do tamanho do miócito 
em necropsia apesar da diminuição do seu número e alteração nas propriedades físicas do colágeno. 
 
ALTERAÇÕES ANATÔMICAS DO CORAÇÃO NO IDOSO 
 
▪ As propriedades diastólicas do ventrículo esquerdo 
(VE) não são somente determinadas pelos 
miócitos, mas também pelos vasos, nervos e tecido 
conjuntivo composto de fibroblastos, como o 
enchimento diastólico inicial do VE, e diminuem 
progressivamente após os 20 anos, chegando à 
redução de 50% aos 80 anos. 
 
▪ O envelhecimento provoca também alterações 
importantes nas propriedades passivas do VE, alterando sua distensibilidade e função diastólica. 
 
▪ A disfunção diastólica é cada vez mais observada em idosos, na ausência de insuficiência cardíaca sistólica. 
 
▪ A presença de disfunção diastólica, que pode ser consequência das alterações estruturais e funcionais decorrentes 
do envelhecimento, acrescidas de fatores de risco para doença cardiovascular, promove reduzida capacidade de 
adaptação às sobrecargas de volume e/ou pressão, e são a essência da fase inicial da insuficiência cardíaca com 
fração de ejeção preservada, ficando na fronteira entre o envelhecimento fisiológico do coração e condições 
patológicas. 
 
▪ É especialmente prevalente em mulheres idosas e é uma causa crescente de internações hospitalares. 
 
▪ O ecocardiograma realizado em uma coorte de ratos mostrou que o índice de massa ventricular esquerda e a 
dimensão do átrio esquerdo aumentam significativamente com a idade. 
 
▪ A função diastólica, medida pelo Doppler tecidual, declina com a idade, enquanto a função sistólica não demonstrou 
uma redução significativa comparativamente ao adulto jovem. 
 
ROTEIRO 2 – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO 
 
▪ Quando se avalia a função cardiovascular em adultos, entre 20 e 85 anos, encontramos várias modificações que 
resultam do envelhecimento, sendo as mais importantes aumento da espessura do VE, alterações no padrão de 
enchimento ventricular, comprometimento da fração de ejeção durante o exercício e alterações do ritmo cardíaco, 
não resultando em doenças, mas comprometendo a reserva do coração e alterando o prognóstico das doenças 
cardiovasculares, bem como sua gravidade (Lakatta, 2015). 
 
▪ As alterações do envelhecimento são também evidenciadas no ambiente intravascular. O conteúdo de fosfolipídio 
das plaquetas é alterado, e a atividade das plaquetas é aumentada. 
 
▪ Níveis aumentados de inibidor do ativador do plaminogênio (PAI-1) são observados com o envelhecimento, 
especialmente durante estresse, resultando em fibrinólise prejudicada. Citocinas inflamatórias circulantes, 
especialmente a interleucina-6, também aumentam com a idade e podem desempenhar um papel importante na 
patogênese das síndromes coronarianas agudas. Todas estas mudanças são responsáveis pelo aumento de 
desenvolvimento da aterosclerose. 
 
▪ É difícil a caracterização das alterações cardiovasculares em seres humanos devido ao envelhecimento 
isoladamente, ou devido ao aumento da prevalência de doença cardiovascular, declarada ou latente, em virtude 
do estilo de vida sedentário dessa população. Todavia, como vimos, a idade não altera significativamente o 
desempenho do ventrículo esquerdo, exceto quando temos resposta ao esforço. 
 
▪ O diagnóstico e o correto manuseio desses pacientes representam atualmente um grande desafio para os clínicos, 
pois devemos distinguir as alterações resultantes do processo do envelhecimento daquelas que são causadas 
pelas doenças. 
 
▪ Esses pacientes geralmente apresentam um número maior de comorbidades associadas, devendo-se, portanto, 
distinguir e saber quando estamos diante de uma doença ou de alterações do envelhecimento do sistema 
cardiovascular. 
 
▪ Diante da evidente diversidade das alterações estruturais, em incidência e intensidade, podemos concluir que os 
grupos de idosos seriam mais heterogêneos em uma dada população e para determinadas medidas do que os 
mais jovens. Portanto, tudo se passa como se dentro de limites o envelhecimento acentuasse diferenças biológicas 
individuais anteriormente menos expressivas. 
 
3. QUAIS AS ALTERAÇÕES FUNCIONAIS CARDÍACAS DURANTE O ENVELHECIMENTO? 
▪ Sabe se que o envelhecimento, isoladamente, é capaz de provocar algumas perdas de função. Atividades físicas 
e situações de alta demanda passam a ser limitadas. 
 
▪ O envelhecimento influência diretamente no débito cardíaco das seguintes formas: 
o diminuição da resposta de elevação da frequência cardíaca ao esforço ou outro estímulo; 
o diminuição do consumo máximo de oxigênio pela redução da massa ventricular encontrada no envelhecimento; 
o diminuição da atividade da renina plasmática, sendo que nos hipertensos podem ser encontrados níveis de 
aldosterona plasmática normais, com diminuição da resposta ao PNA, embora sua concentração plasmática 
esteja elevada; 
o diminuição da complacência arterial, com aumento da resistência periférica e consequente aumento da pressão 
sistólica, com aumento da pós-carga dificultando a ejeção ventricular devido às alterações estruturais na 
vasculatura 
 
▪ Em resumo, o coração do idoso é competente em repouso, mas pode entrar em falência quando levado ao esforço. 
 
4. QUAIS AS ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO DURANTE O 
ENVELHECIMENTO? 
▪ Comorbidades relacionadas a velhice influenciam no desempenho do TR, exemplo: 
o Redução dos espaços dos discos intervertebrais com o desenvolvimento da cifose. Tal situação interfere na 
expansibilidade pulmonar e na capacidade volumétrica torácica. 
 
▪ Alterações geradas no sistema respiratório pelo envelhecimento contribuem significativamente para o aumento da 
frequência de pneumonia, da probabilidade de hipóxia e diminuição do consumo máximo de oxigênio pela pessoa 
idosa. 
 
ROTEIRO 2 – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO 
 
▪ Os pulmões vão se tornando mais volumosos, ductos e bronquíolos se alargam e os alvéolos se tornam flácidos, 
com perda do tecido septal. Como consequência, há o aumento de ar nos ductos alveolares e diminuição do ar 
alveolar (menor ventilação e perfusão). 
 
▪ Outras alterações pulmonares com o envelhecimento: 
o Aumento dos espaços aerados; 
o Diminuição da superfície de troca gasosa; 
o Perda do tecido de suporte das vias respiratórias periféricas, diminuindo a elasticidade alveolar (enfisema 
senil); 
o Aumento do tecido fibroso; 
o Modificações do surfactante pulmonar. 
o Menores reservas ATP mitocondrial muscular (necessárias em desconforto respiratório agudo). 
 
5. QUAIS AS ALTERAÇÕES FUNCIONAIS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO DURANTE O 
ENVELHECIMENTO? 
 
▪ Como se sabe, nos processos de inspiração e expiração são utilizados os músculos intercostais externos e 
internos, respectivamente. 
 
▪ Durante o processo de envelhecimento, mais precisamente com a sarcopenia, esses músculos se tornam mais 
frágeis e, por consequência, diminuem a eficácia respiratória e força da tosse no idoso. 
 
▪ Além disso, também ocorre falha no controle central (medula e ponte) e nos quimiorreceptores carotídeos e aórticos 
com diminuição da sensibilidade a PCO2, PO2, e ao pH, dessa forma o idoso sofre em se adaptar ao exercício 
físico. 
 
▪ A função mucilar se torna lenta, o que dificulta a remoção de particular no TR (mais vulnerável a infecções). 
 
▪ A partir dos 25 anos a VO2 máx. diminui em 5ml/kg/min/década. Em decorrência das alterações estruturais, a 
capacidade ventilatória vai regredindo progressivamente gerando oxigenação sanguínea inadequada. 
 
▪ O surfactante nos idosos também tem a sua produção diminuída. Isso pode fazer com os alvéolos colabem na 
expiração, gerando atelectasias. Além disso, com a perda de surfactante há o aumentado da permeabilidade 
alveolar, podendo levar ao edema pulmonar.

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