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Tutoria 4 – Modulo 1 – P4 – Eduarda Miranda Problema 4 – “Como assim?” Paciente do gênero feminino, com 30 anos de idade, apresenta, há quatro anos, nódulo cervical medindo cerca de 4cm de diâmetro, situado na borda anterior do musculo esternocleidomastóideo direito, sem outras alterações ao exame físico. Vivia com pais hipertensos e tinha como histórico restrição de sal na dieta e hábito alimentar vegetariano. A ultrassonografia mostrou lesão cística bem delimitada, com paredes lisas e conteúdo homogêneo, medindo 4,9 x 2,7cm em topografia carotídea (nível II), à direita, sem outras alterações. A punção biópsia por agulha fina revelou quadro citológico compatível com cisto benigno. A paciente foi submetida à exérese da lesão sob anestesia geral que revelou a presença de estrutura cística com parede de espessura variável entre 0,1 e 0,5cm, com superfície externa pardacenta e lisa e, à histopatológica, o diagnostico de carcinoma papilífero metastático. Em outro ultrassom, a glândula tireoide apresentou-se com dimensões e contornos normais, apresentando duas imagens nodulares, localizadas no lobo direito, sendo uma bem delimitada, hiperecogênica, medido 7mm, na porção superior do lobo (Grau III) e a outra, mal delimitada, hipoecogênica, na porção média do lobo, medindo 9mm (Grau IV). Em nova cirurgia, a paciente foi submetida à tireoidectómica total e esvaziamento cervical modificado, incluindo nível VI bilateralmente. O estudo histopatológico revelou tratar-se de carcinoma papilífero (micro carcinoma esclerosante) multicêntrico, não encapsulado de 7 e 9mm de diâmetro em lobo direito e ausência de alterações no lobo esquerdo. Revelou ainda a presença de embolia angiolinfática e invasão capsular, Além de metástase em outros dois linfonodos à direita (pT1pN1). Tutoria 4 – Modulo 1 – P4 – Eduarda Miranda 1. Entender a neoplasia de tireoide (Definição, fisiopatologia e tipos) • A maioria das pessoas com câncer de tireoide não têm sintomas. A causa exata do câncer de tireoide não é conhecida, mas as pessoas com certos fatores de risco são mais vulneráveis que outras à doença. • As projeções do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que em 2020 haverá 13.780 novos casos de câncer de tireoide no Brasil, sendo 1.830 em homens e 11.590 em mulheres. Esses números demonstram com evidência que esse tipo de câncer é muito mais frequente em mulheres do que em homens. • Nódulos na tireoide são bastante comuns e, por causa de sua localização, os médicos, e muitas vezes os pacientes, conseguem senti-los com uma simples apalpação. Felizmente, entre 90% e 95% desses nódulos são benignos. Além disso, os cânceres de tireoide podem ser detectados precocemente e o sucesso do tratamento pode chegar a 97% dos casos. • A tireoide é uma glândula que fica na frente do pescoço e tem a forma de uma borboleta, com dois lobos de cada lado da traqueia unidos pelo istmo. Ela produz dois hormônios que contêm iodo, a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3), que controlam a velocidade do metabolismo, influenciam o desenvolvimento do corpo e a atividade do sistema nervoso. Hormônios demais (o hipertireoidismo) tornam a pessoa hiperativa, nervosa, com fome e faz com que perca peso. Hormônio de menos (o hipotireoidismo) faz com que a pessoa fique mais lenta, se sinta cansada e engorde. A produção dos hormônios da tireoide é regulada por outra glândula, a hipófise (ou pituitária), que fica no cérebro e sintetiza o hormônio estimulador da tireoide (TSH). • A tireoide tem dois tipos principais de células: as dos folículos tireoideanos, que produzem e armazenam hormônios e uma proteína chamada tiroglobulina, e as células C ou parafoliculares tireoideanas, que produzem calcitonina, um dos hormônios que regula o metabolismo de cálcio no organismo. • Os tipos mais comuns de câncer de tireoide são o carcinoma papilífero e o carcinoma folicular. O carcinoma papilífero representa mais de 80% dos casos, desenvolve-se nas células foliculares e tem crescimento lento. Geralmente atinge um único lobo da tireoide, mas entre 10% e 80% dos casos apresentam múltiplos focos da doença dentro da tireoide. Apesar de se desenvolver lentamente, o carcinoma papilífero pode atingir os gânglios linfáticos do pescoço, mas, ainda assim, o tratamento costuma ser bem-sucedido e esse tipo de câncer raramente é fatal. • Já o carcinoma folicular é raro no Brasil, porque consumimos sal iodado. É mais comum em países ou regiões em que a população não recebe suprimento de iodo na alimentação. O carcinoma folicular, porém, pode atingir pulmões e ossos. Neoplasia de tireoide Tutoria 4 – Modulo 1 – P4 – Eduarda Miranda • A glândula tireoide está localizada na parte da frente do pescoço, logo abaixo da laringe (cordas vocais). Ela produz hormônios que regulam o seu metabolismo, que é o processo de como o seu corpo usa e armazena sua energia. O câncer de tireoide ocorre quando tumores, também conhecidos como nódulos, crescem na tireoide. A maioria dos nódulos (cerca de 90%) são benignos (não-cancerosos), mas aqueles que são cancerosos podem espalhar por todo o corpo e colocar a vida em risco. • Tipos: o Papilífero: é o tipo mais comum e está presente em cerca de 8 de 10 pessoas com câncer de tireoide (80%). Geralmente cresce muito lentamente e muitas vezes se espalha para os gânglios linfáticos no pescoço. Espalhar para os pulmões ou ossos é raro. Atinge as mulheres duas vezes mais frequentemente que os homens, e a idade do paciente típico é de 30 a 50 anos. Se detectado enquanto o tumor é pequeno (menos de 1 cm) e confinado à glândula tireoide, a taxa de cura é muito alta, perto de 100% em pacientes jovens. o Folicular: é o segundo tipo mais comum (cerca de 10 a 15% dos casos). Raramente se espalha para os linfonodos, mas pode às vezes se espalhar para os pulmões ou ossos. Afeta as mulheres duas vezes frequentemente que os homens ea idade do paciente típico é de 40 a 60 anos. Se for detectado enquanto o tumor é pequeno e confinado à tireoide, a taxa de cura total é alta, quase 95% em pacientes jovens. A taxa de cura diminui ligeiramente em pessoas mais velhas. o Medular: é muito menos comum (cerca de 5% dos casos). Quando não se espalha para além da tireoide, os pacientes têm 90% de chance de sobreviver por 10 anos; chance de 70% quando se espalha para os gânglios linfáticos no pescoço; e chance de 20% quando se espalha para locais distantes (tais como o fígado, ossos ou cérebro). Este tipo de câncer de tireoide pode ocorrer repetidamente em membros de uma mesma família e requer uma avaliação cuidadosa para determinar se outros membros da família estão em risco. o Anaplásico: é a forma menos comum (cerca de 1 a 2% dos casos) e o mais agressivo. É comum retornar após o tratamento e as chances de sobreviver mais de 6 a 12 meses é muito baixa. Afeta mais homens do que mulheres e, em sua maioria, pessoas com mais de 65 anos. É muito raro em pacientes jovens. Câncer de tireoide diferenciado Os carcinomas diferenciados se desenvolvem a partir das células foliculares da tireoide. Nesse tipo de câncer, as células se parecem muito com o tecido tireoidiano normal quando vistas sob um microscópio. • Carcinoma papilífero. 80% dos cânceres de tireoide são carcinomas papilíferos, também conhecidos por adenocarcinomas papilíferos. Normalmente crescem muito lentamente e geralmente se desenvolvem em Tutoria 4 – Modulo 1 – P4 – Eduarda Miranda apenas um lobo da glândula tireoide. Mesmo que seu desenvolvimento seja lento, muitas vezes os carcinomas papilares se disseminam para os linfonodos do pescoço. • Carcinoma folicular. O carcinoma folicular ou adenocarcinoma folicular é menos comum do que o carcinoma papilífero, correspondendo a 10% dos cânceres de tireoide. O carcinoma folicular, ao contrário do papilar geralmente não se dissemina para os linfonodos, mas alguns podem se disseminarpara outros órgãos, como os pulmões ou ossos. • Carcinoma de células de Hürthle. Esse tipo é também conhecido como carcinoma de células oxífilas. É responsável por cerca de 3% dos cânceres da tireoide. Esse tipo é mais difícil de ser diagnosticado e tratado. Carcinoma medular de tireoide O carcinoma medular da tireoide representa 4% dos cânceres da tireoide, e se desenvolve a partir das células C da glândula. Às vezes esse tipo de câncer pode se disseminar para os linfonodos, pulmões, fígado, antes mesmo do nódulo na tireoide ser diagnosticado. Existem 2 tipos de carcinoma medular: • Carcinoma medular esporádico. Representa 80% dos casos, não é hereditário, afeta apenas um lobo da tireoide e ocorre principalmente em adultos. • Carcinoma medular hereditário. Esse tipo de câncer frequentemente se desenvolve durante a infância ou início da idade adulta e pode se disseminar cedo. Os pacientes geralmente apresentam doença em diversas áreas de ambos os lobos. Câncer de tireoide anaplásico (Indiferenciado) O carcinoma anaplásico ou indiferenciado é uma forma rara de câncer de tireoide, correspondendo apenas a 2% de todos os cânceres da glândula. Esse tumor é denominado indiferenciado, porque as células cancerígenas não se parecem muito com as células normais da tiroide sob o microscópio. É um tumor que invade rapidamente o pescoço e muitas vezes se dissemina para outros órgãos. 2. Conhecer os fatores de risco da neoplasia da tireoide (Genéticos, Hábitos de vida, alimentação, etc.) • Vale lembrar que fatores de risco aumentam o seu risco de desenvolver câncer de tireoide, mas isso não quer dizer que você vai ter câncer de tireoide. o Idade: pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum na faixa dos 30 aos 50 anos. o Sexo: a incidência em mulheres é três vezes maior que a incidência em homens. o Exposição à radiação: crianças que fizeram tratamento com radiação na região da cabeça e do pescoço ou radioterapia para câncer, como linfoma de Hodgkin, também correm maior risco de ter câncer de tireoide mais tarde. Isso não ocorre com adultos que fazem radioterapia. Tutoria 4 – Modulo 1 – P4 – Eduarda Miranda o Doenças hereditárias: Algumas doenças como síndrome de Gardner e polipose familial aumentam o risco de câncer em vários órgãos, inclusive tireoide. A doença de Cowden, que é rara, também aumenta o risco de câncer de tireoide. Algumas famílias, que representam 5% dos casos, apresentam incidência incomum de carcinoma papilífero. • Fatores de risco que não podem ser alterados o Gênero e idade. Por razões ainda não esclarecidas o câncer de tireoide, assim como quase todas as doenças da tireoide, ocorre cerca de 3 vezes mais em mulheres do que em homens. O câncer de tireoide pode acontecer em qualquer idade, mas os picos de risco incidem antes nas mulheres, na maioria das vezes entre os 40 a 50 anos, do que nos homens, geralmente entre 60 a 70 anos. o Condições hereditárias. Várias condições hereditárias foram associadas a diferentes tipos de câncer de tireoide, assim como o histórico familiar. Ainda assim, a maioria das pessoas que desenvolve câncer de tireoide não tem uma condição hereditária ou um histórico familiar da doença. o Câncer medular de tireoide. Aproximadamente 20% dos carcinomas medulares são herdados de um gene anormal. Esses casos são conhecidos como carcinoma medular de tireoide familiar, que pode ocorrer por si só, ou junto com outros tumores. o Outros cânceres de tireoide. Pessoas com certas condições clínicas hereditárias têm um risco maior de desenvolver câncer de tireoide. As maiores taxas da doença ocorrem entre pessoas com condições genéticas raras, como: polipose adenomatosa familiar, doença de Cowden, complexo de Carney tipo I e carcinoma de tireoide não medular familiar. o Histórico familiar. Ter um parente de primeiro grau (pai, irmão, irmã, ou filho) com câncer de tireoide, mesmo sem uma síndrome hereditária conhecida na família, aumenta o risco de câncer de tireoide. A base genética para esses tipos de câncer não é totalmente clara. • Fatores de risco que podem ser alterados o Dieta pobre em iodo. O câncer de tireoide folicular é mais comum em regiões onde as pessoas têm uma dieta com baixo teor de iodo. A dieta com baixo teor em iodo também pode aumentar o risco de câncer papilar. o Exposição às radiações Ionizantes. A exposição à radiação é um fator de risco comprovado para o câncer de tireoide. As fontes de radiações incluem determinados tratamentos médicos e radiações resultantes de acidentes nucleares. Os exames de imagem, como raios X e tomografia computadorizada, também expõem as crianças às radiações, mas em doses muito mais baixas, por isso não está claro o quanto podem aumentar o risco do câncer de tireoide (ou outros tipos de câncer). Tutoria 4 – Modulo 1 – P4 – Eduarda Miranda 3. Citar os sinais e sintomas da neoplasia da tireoide. Várias doenças benignas e outros cânceres de pescoço podem ter os mesmos sintomas que o câncer de tireoide. Por isso, é preciso consultar um médico se você tiver: • Nódulo, caroço ou inchaço no pescoço, que às vezes cresce muito depressa • Dor na parte da frente do pescoço, que pode irradiar para os ouvidos • Inchaço no pescoço • Rouquidão ou mudança no timbre de voz que não passa com o tempo • Dificuldade para engolir • Dificuldade para respirar, como se você estivesse respirando por um canudinho • Tosse que não passa e não é causada por gripe • Em estágios mais avançados pode ocorrer também o aumento dos gânglios linfáticos e do volume do pescoço e sensação de compressão da traqueia. 4. Compreender o rastreio e diagnóstico da neoplasia de tireoide. • O câncer de tireoide pode ser diagnosticado antes mesmo de apresentar sintomas, num exame médico de rotina. E, como as mulheres são a maioria dos casos, são os ginecologistas que costumam detectar nódulos suspeitos. O passo seguinte é procurar um especialista em cabeça e pescoço, que vai pedir uma série de exames. • A punção biópsia por aspiração com agulha fina (PAAF) é o método mais simples de diagnóstico e ela geralmente é feita no consultório. Uma agulha fina é introduzida no nódulo três ou quatro vezes para retirar amostras de diferentes áreas, que depois são analisadas pelo patologista. Quando os nódulos são muito pequenos, o exame é guiado por ultrassom. Nos casos em que os resultados não são conclusivos, esse exame é repetido e, se a dúvida persistir, o médico pode optar por uma cirurgia diagnóstica, a remoção de parte ou de toda a glândula e seu posterior exame. • A cintilografia, exame em que uma pequena quantidade de iodo é administrada por via oral ou injetável, é outro exame que pode ser pedido para avaliar o potencial de disseminação do tumor depois de uma cirurgia em que a tireoide tenha sido totalmente removida. Como o iodo se concentra na tireoide, uma câmera especial é usada para registrar onde ele se concentra. O exame é mais preciso se o paciente apresentar altos níveis de hormônio estimulador da tireoide (TSH) e, por isso, atualmente o paciente pode receber este hormônio injetável antes do exame, se necessário. • Tanto a tomografia quanto a ressonância magnética não costumam ser usadas para diagnosticar o câncer de tireoide, mas sim para determinar seu tamanho, se avançou para gânglios linfáticos ou outros órgãos e também para mostrar se há tumores dentro da tireoide. A tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) é usada nos casos em que o câncer não absorve iodo radiativo e indica se o câncer se espalhou ou não. Tutoria 4 – Modulo 1 – P4 – Eduarda Miranda • Exames de sangue não conseguem detectar câncer, mas os níveis de T4 e de TSH servem para avaliar a atividade da tireoide. Em pessoas que tiveram câncer e removeram a tireoide os níveis de TSH devem ser baixos. Um marcador, a tireoglobulina, deve permanecer em níveis baixos, mas, se estes estiverem altos,pode indicar que o câncer voltou, o que os médicos chamam de recidiva. 5. Identificar os tipos de tratamento para neoplasia de tireoide. • O tratamento varia, dependendo do tipo de câncer e se ele se espalhou. As opções de tratamento incluem: o Cirurgia. O cirurgião remove parte ou, mais comumente, toda sua glândula tireoide, e nódulos linfáticos anormais. Alguns cirurgiões também removem os linfonodos próximos, mesmo se eles não estiverem visivelmente anormais. Após a cirurgia, você terá que tomar hormônio tireoideano para o resto de sua vida para substituir os hormônios de tiróide você não pode mais produzir. o Terapia com iodo radioativo. Esse tratamento consiste em ingerir uma pequena quantidade de iodo radioactivo para destruir o tecido tireoidiano não removido pela cirurgia. O iodo radioativo também pode tratar o câncer de tireoide que se espalhou para os nódulos linfáticos e outras partes do corpo. o Radiação externa. Para eliminar as células cancerosas e diminuir os tumores, a radiação é dirigida para os nódulos de uma fonte externa ao corpo. Este tipo de tratamento é menos comum, mas algumas pessoas, especialmente aquelas que têm câncer avançado e não podem fazer cirurgia, podem beneficiar-se de radiação externa. o Quimioterapia. É o uso de drogas para eliminar as células cancerosas. A quimioterapia pode ser benéfica para pacientes com tumor anaplásico, mas raramente é utilizada para tratar as outras formas, exceto em estudos clínicos para doença avançada. • O tratamento do câncer de tireoide inclui cirurgia, iodoterapia, terapia hormonal, radioterapia e quimioterapia. Geralmente, dois desses métodos são usados. • O tratamento-padrão é a cirurgia, com exceção de uma forma bem rara da doença, o câncer de tireoide anaplástico. Como os carcinomas papilíferos podem aparecer nos dois lobos da glândula e o carcinoma folicular é mais agressivo, a tendência é remover toda a tireoide. Nos casos de carcinomas papilíferos com menos de 1 cm, sem sinais de comprometimento de órgãos próximos, o cirurgião pode retirar apenas o lado comprometido da tireoide, o que os médicos chamam de lobectomia. • Se houver gânglios linfáticos próximos atingidos pela doença, eles também são retirados. Células cancerosas que ainda permaneçam no local são eliminadas posteriormente, com a iodoterapia. Normalmente, o paciente tem alta do hospital em um ou dois dias. Antes da cirurgia, o especialista pode pedir também um exame das cordas vocais, porque, em casos raros, a cirurgia pode causar rouquidão temporária ou permanente. A cirurgia também pode causar dano às paratireoides, glândulas que ficam perto da tireoide e que ajudam a controlar o metabolismo de cálcio. Quando isso acontece, o paciente pode ter queda dos níveis de cálcio no sangue e ter Tutoria 4 – Modulo 1 – P4 – Eduarda Miranda espasmos musculares e sensação de dormência. A melhor maneira de evitar esses riscos é procurar um cirurgião de cabeça e pescoço experiente. • Após a cirurgia, o paciente é tratado com uma pílula de iodo radiativo, que mata células cancerosas que eventualmente não foram removidas na cirurgia ou que já tinham se espalhado para os gânglios linfáticos e outros órgãos. Como a tireoide absorve quase todo o iodo do organismo, esse tratamento não afeta as células saudáveis. Antes da iodoterapia, o paciente pode receber uma injeção de TSH, ou permanecer sem tomar o hormônio T4, situação em que o TSH se eleva espontaneamente, para estimular o tecido que restou da glândula e as células cancerosas a absorver o iodo radiativo. Depois, o paciente pode ou não ter a necessidade de ser internado para iodoterapia. Nesses casos, ele ingere a cápsula e fica isolado por um ou dois dias por causa da radiatividade. O tratamento pode desregular o ciclo menstrual e as pacientes são aconselhadas a evitar engravidar nos primeiros 6 a 12 meses após o término da terapia. • Sem a tireoide, os pacientes não têm mais como produzir os hormônios dessa glândula e, por causa disso, têm de fazer reposição hormonal pelo resto da vida, com comprimidos. Os hormônios que a tireoide sintetiza inibem a ação do TSH, produzido na pituitária e que estimula o crescimento da tireoide e provavelmente o das células cancerosas também. Por isso, é importante que os níveis de TSH se mantenham baixos, reduzindo o risco da volta do câncer, a recidiva. • Após o diagnóstico e estadiamento da doença, o médico discutirá com o paciente as opções de tratamento. Nesse momento é importante avaliar os benefícios de cada opção terapêutica, bem como os possíveis riscos e efeitos colaterais de cada tratamento. • As opções de tratamento para o câncer de tireoide podem incluir cirurgia, iodoterapia, hormonioterapia, radioterapia, quimioterapia e terapia alvo. Em muitos casos, mais do que um desses tratamentos ou uma combinação deles podem ser utilizados. • Em função das opções de tratamento definidas para cada paciente, a equipe médica deverá ser formada por especialistas, como cirurgião, endocrinologista, oncologista e radiooncologista. Mas, muitos outros poderão estar envolvidos durante o tratamento, como, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais e psicólogos. • Tomando decisões sobre o tratamento. É importante que todas as opções de tratamento sejam discutidas com o médico, bem como seus possíveis efeitos colaterais, para ajudar a tomar a decisão que melhor se adapte às suas necessidades. Alguns itens devem ser considerados, como idade e expectativa de vida, outras condições de saúde, estadiamento da doença, se a cirurgia pode (ou não) retirar todo o tumor, e, probabilidade de cura da doença. Se possível, procure uma segunda opinião. Isso pode lhe trazer mais informações e ajudá-lo a se sentir mais confiante sobre o tratamento que escolher. • Pensando em participar de um estudo clínico. Em alguns casos, pode ser a única maneira para ter acesso a novos tratamentos. Ainda assim, estudos clínicos podem não ser adequados para todos. Se você quiser saber mais sobre os estudos clínicos que podem ser adequados para você, converse com seu médico. Tutoria 4 – Modulo 1 – P4 – Eduarda Miranda • Considerando métodos complementares e alternativos. Estes métodos podem incluir vitaminas, ervas e dietas especiais, ou outros métodos, como acupuntura ou massagem. Os métodos complementares se referem a tratamentos usados junto com seu atendimento médico regular. E os tratamentos alternativos são usados em vez do tratamento médico. Embora alguns destes métodos possam ser úteis para aliviar os sintomas ou ajudar você a se sentir melhor, muitos não foram comprovados cientificamente e não são recomendados. Converse com seu médico antes de iniciar qualquer terapia alternativa. • Escolhendo interromper o tratamento. Para algumas pessoas, quando os tratamentos não estão mais controlando o câncer, pode ser hora de pesar os benefícios e riscos de continuar a tentar novos tratamentos. Se você continuar (ou não) o tratamento, ainda há coisas que você pode fazer para ajudar a manter ou melhorar a sua qualidade de vida. Algumas pessoas, especialmente se a doença está avançada, podem não querer serem tratadas. Existem muitas razões pelas quais você pode decidir querer interromper o tratamento, mas é importante conversar com seus médicos antes de tomar essa decisão. Lembre-se de que mesmo se você optar por não tratar o câncer, você ainda pode receber cuidados de suporte para ajudar com a dor ou outros sintomas.
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