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Medicina Veterinária - @vetdelab Fiscalização e Legislação Matadouros/Frigoríficos: A fiscalização depende do tipo de comercialização: • Municipal – Secretária Municipal de Agricultura (SIM) • Estadual – Secretária Estadual de Agricultura (SIE) • Interestadual ou Internacional – Ministério da Agricultura (MAPA) Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA/MAPA) • Órgão de inspeção federal Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal (RIISPOA) • Documento regulador do abate de animais no Brasil • Aspectos higiênico-sanitários e tecnológicos relativos a carnes, aves, pescados, ovos, leite, mel e cera de abelha Primeira versão 29/03/1951 • Está sendo revisado detalhadamente desde 2008 (abate humanitário e bem-estar animal) Procedimentos de Abate Operações pré-abate ➢ Embarque e Transporte • Estresse; • Embarque + transporte+ manejo = eventos mais estressantes da vida de um animal; • Geralmente ocorre mistura de lotes para adequar ao tamanho do caminhão (brigas) • Recomendação: Geralmente ocorre mistura de lotes diferentes no curral um dia antes do embarque; • Condução dos animais deve ser cuidadosa, sem gritaria, evitando choque; • Caminhões: ideal – caminhão boiadeiro (10,6x2,4m; 3 divisões) • Densidade: 390 a 410 kg/m² • Tempo de viagem: <12h sem paradas / >12h alimentação e água; Consequências de transporte malconduzido: • Contusão; • Fraturas; • Aranhões • Exaustão metabólica • Desidratação • Estresse (calor, frio, umidade, barulho, trepidação) o Morte do animal raro (diferente de aves e suínos) ➢ Desembarque no abatedouro • Os animais são conduzidos aos currais de chegada; • Devem seguir as mesmas recomendações do embarque; • Recebimento da documentação • Separação por sexo, idade, categoria; • Faz-se a inspeção ante mortem - Exigir os certificados de vacinação - Identificar o estado higiênico- sanitário dos animais - Identificar e isolar animais doentes ou suspeitos, vacas com gestação adiantada e/ou recém-paridas Medicina Veterinária - @vetdelab ➢ Inspeção ante mortem • Realizada obrigatoriamente por um médico veterinário • Animais doentes: currais de observação • Animais sadios: currais de espera • Abate (matança) - > De emergência ou normal ➢ Currais de Espera • Descanso: recuperar do estresse no transporte + restabelecer as reservas de glicogênio muscular; • Acesso à água (dieta hídrica) • Não confundir tempo de descanso com tempo de jejum (iniciou na fazenda) • Jejum + dieta hídrica: o Facilita a evisceração e esfola (retirada do couro) o Minimiza a contaminação de carcaça/carne pelo conteúdo do TGI • Tempo de descanso: 12 a 24h • RIISPOA – no mínimo 24h de jejum • O tempo de descanso e jejum depende do tempo de viagem • Condução ao abate ➢ Condução ao abate • Direção ao boxe de atordoamento; • Os corredores devem possuir piso antiderrapante; • Pessoal treinado; • Local onde há muita parada; • Uso do bastão elétrico (choque) o Apenas quando o animal recusa a se mover; o Máximo por 2seg (50 volts) na região do posterior; o Proibido: área genital, anal, olhos, focinho e cabeça. ➢ Banho de Aspersão • Etapa nem sempre presente • Objetivo: lavar os animais • Reduzir sujidades (lama, fezes) • Reduzir carga contaminada (esfola higiênica); • Vasoconstrição periférica + vasodilatação interna (tranquiliza os animais); • Não está relacionada com melhor eficiência de sangria; • Tempo do banho: 5min no mínimo ➢ Seringa • Local de afunilamento em direção ao boxe de atordoamento; • Forma em “V”, mais estreito embaixo; • Os animais ficam em fila; • Abatedouros que atendem as normas de bem-estar animal: o Construída de forma curvilínea e não retilínea o Facilita a movimentação (os bovinos pensam que estão retornando ao local de origem) o Reduzir o tempo de condução em 50% Operações de Abate ➢ Atordoamento ou Insensibilização • “É o processo aplicado ao animal, levando-o rapidamente ao estado de insensibilidade” • Objetivo: Tornar o animal inconsciente sem lhe causar dor e angústia facilitando a sangria posterior • Não pode causar a morte do animal • Métodos: o Mecânicos (concussão cerebral) – Penetrativo (pistola com dardo cativo) e Não-Penetrativo (pistola sem a penetração do dardo, somente por impacto) o Elétrico (eletronarcose) – Uso de corrente elétrica que atravessa o cérebro do animal (eletrodos) o Atmosfera controlada – Câmara fechada com CO2 • Proibidos: Marretada, arma de fogo, sem sensibilização Medicina Veterinária - @vetdelab • Sem sensibilização: Permitido em abate religioso • Como saber se o animal está inconsciente: o Queda imediata com as pernas flexionadas; o Espasmos musculares nas pernas (coices) o Sem reflexo do globo ocular; o Respiração arrítmica ausente ➢ Sangria • Após a insensibilização; • Abertura sagital da barbela + corte dos grandes vasos do pescoço (secção da aorta anterior no início das artérias carótidas e final das veias jugulares); • Intervalo entre a insensibilização e a sangria: 1 min; • O tempo de permanência da calha de sangria é no mínimo 3 min; • Bovino adulto: média de 10 a 12L sangue; • Eficiência da sangria depende: o Estado físico do animal antes do abate; o Método de insensibilização; o Tempo entre a insensibilização e a sangria • Uso do sangue: farinha de sangue, fertilizantes e resinas. ➢ Esfola • Retirada do couro do animal; • Etapa de grande contaminação da carcaça • Pode ser em mesa ou trilhos • Ideal: o Animal suspenso em trilhos (nória) o Eliminar o contato do animal com o piso o Maior drenagem do sangue o Evitar a formação de coágulos o Economiza mão-de-obra • Durante a esfola, faz-se a oclusão do reto com uso de barbante ➢ Evisceração • Remoção do cupim; • Abertura do pescoço; • Remoção das vísceras e órgãos (Cuidado para não romper o TGI); • Desarticulação da cabeça – osso occiptal. ➢ Bucharia e Triparia • Após a evisceração; • Bucharia: estômago (esvaziamento, limpeza, lavagem e separação) • Triparia (esvaziamento, lavagem) ➢ Serragem e Toalete das Carcaças • Serragem: ao longo da coluna vertebral em 2 meias carcaças; • Toalete: remoção do rabo, medula, coágulos sanguíneos; • Suspeita de doença dentro da carcaça: o Câmara de sequestro; o Uso da carne em produtos conservados; o Graxaria (farinha de carne e osso); o Incineração. ➢ Pesagem, lavagem, tipificação e carimbagem • Pesagem • Lavagem com água potável clorada a 38°C • Tipificação das carcaças: separação da carcaça para exportação; • Carimbagem: Coxão, lombo, ponta-de-agulha e paleta. ➢ Resfriamento • Câmara fria (inicial): temperatura = 0 a 4°C o Umidade: 88 a 92% até atingir 4 a 7°C de temperatura interna o Tempo: durante 12 a 24h (peso da carcaça) Medicina Veterinária - @vetdelab • Câmara de resfriamento (armazenamento): mais 24h e total 48h de resfriamento; • Abatedouros mais modernos: Resfriamento rápido o 30 a 38°C para 4 a 7°C em 16 a 24h o Reduzir custo o Reduzir perdas por gotejamento o Aumentar a capacidade de estocagem o Diminuir carga microbiana o Aumentar a vida útil e qualidade da carne • Outros métodos: o Uso de aspersão com água gelada o Método ultrarrápido Maturação da carne • Após o abate a carne não está transformada • A carne precisa passar 24h na refrigeração para depois poder ser consumida; • A maturação é feita em câmara fria; • A carne passa por transformação físico-química (essa é a diferença para o músculo);
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