Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SANIDADE ANIMAL Prof. Daniela Maria Gerônimo Introdução A agricultura e a pecuária são setores essenciais para a economia do Brasil. Introdução A agricultura e a pecuária são setores essenciais para a economia do Brasil. Introdução Quanto aos fatores de produção, as doenças são as maiores ameaças à estabilidade dos sistemas produtivos, pois seu impacto excede 20% das perdas na produção de animais em todo o mundo. Os impactos socioeconômicos causados pelas enfermidades animais geram aumento da pobreza, ao se considerar que, atualmente, 1 bilhão de agricultores sobrevivem da sua produção Animais Sadios x Animais Doentes https://www.comprerural.com/doenca-causa-prejuizo-gigante/ Animais Sadios Quais as Principais Características de um Animal SADIO? Pelo fino e brilhante Pele macia https://tudovet.com.br/blog/2017/04/24/dicas-para-deixar-o-pelo-do-seu-cavalo-brilhando/ https://www.infoescola.com/pecuaria/gado-brangus/ https://edcentaurus.com.br/blog/ag/category/gado/ Animais Sadios Quais as Principais Características de um Animal SADIO? 3. Movimentos gerais e livres. 4. Está atento a tudo https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Criacao/Suinos/noticia/2018/11/brasil-pode-exportar-60-mais-de-carne-suina-para-china-em-2019-avalia-rabobank.html http://www.tudosobrebichos.com/animais-de-estimacao/mini-cabra-quer-uma-de-estimacao-veja-as-informacoes-aqui/ Animais Sadios Quais as Principais Características de um Animal SADIO? 5. Cabeça em posição normal, levantada; 6. Orelhas bem dirigidas e atentas; https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2018/03/problemas-em-lotes-de-frango-sao-isolados-diz-entidade-que-representa-produtores.html https://www.boehringer-ingelheim.com.br/saude-animal/aves-e-suinos/suinos Animais Sadios Quais as Principais Características de um Animal SADIO? 7. Olhos limpos brilhantes e vivos; 8. Conjuntiva rósea; 9. Ponta do nariz úmida e fresca; 10. Ventas limpas, abertas e com mucosas róseas http://winnerhorse.com.br/o-cuidado-com-os-olhos-equinos/ https://pixabay.com/pt/photos/vaca-nariz-animal-focinho-p%C3%A9-gado-982155/ Animais Doentes Quais as Principais Características de um Animal DOENTE? Pelos arrepiados e ásperos; Pele seca; Movimentos pesados, andar vagaroso e vacilante; Indiferente aos ruídos; Mantém a cabeça abaixada; Orelhas caídas e desatentas; Olhos tristes, parados e lacrimejantes; Mucosas pálidas ou congestionadas; Ponta do nariz quente e seca; Ventas com corrimento ou secas. https://www.portalsuinoseaves.com.br/clostridiose-em-aviculturas/ http://www.scielo.br/pdf/pvb/v33n7/09.pdf http://olharanimal.org/homem-e-multado-em-r-1-mil-por-arrastar-e-abandonar-cavalo-doente/ Doenças e seus impactos A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estima que as zoonoses contribuem significativamente para perdas acima de 30 milhões de toneladas de leite anualmente, o que, por sua vez, contribui para a desnutrição e a diminuição da resistência a doenças em crianças e idosos (Seimenis, 2008). Além das quedas em produtividade, países perdem oportunidades comerciais devido ao seu status sanitário e não recebem investimentos O que são Zoonoses Zoonoses são enfermidades transmitidas naturalmente dos animais ao homem. Apesar dos avanços verificados no seu controle, a incidência de zoonoses permanece alta em todos os países em desenvolvimento. Mais de 200 zoonoses são conhecidas, sendo causa de consideráveis morbidade e mortalidade em grupos demográficos vulneráveis, especialmente crianças, idosos e trabalhadores ligados às áreas da saúde pública e veterinária. Zoonoses A saúde humana e a animal estão indissoluvelmente ligadas. Os seres humanos dependem dos animais para sua nutrição, companhia, desenvolvimento tecnológico, socioeconômico e científico. Brucelose O que é ? É uma doença causada por uma bactéria (Brucella sp) que se localiza no útero, na placenta e/ou no úbere das fêmeas doentes, e nos testículos de bovinos infectados. Como é transmitida ? Pela ingestão de pastagens e alimentos contaminados por: Urina de bovinos doentes. Fezes de bezerros recém-nascidos de vacas doentes. Corrimento uterino. Restos da placenta e líquidos fetais. Quais os sintomas? Abortamento. Nascimento de bezerros fracos. Retenção de placenta. Corrimento vaginal. Inflamação das articulações. Inflamação dos testículos. Quais os sintomas? Abortamento. Nascimento de bezerros fracos. Retenção de placenta. Corrimento vaginal. Inflamação das articulações. Inflamação dos testículos. Prejuízos Desvalorização do animal que será enviado para abate. Redução na produção de leite. Nascimento de bezerros fracos ou abortados. Como evitar ? Vacinação das bezerras. Exame de todo o rebanho. Procure sempre um médico veterinário para fazer o controle da brucelose na sua propriedade. Eliminação dos bovinos doentes. Desinfecção de material contaminado e resultante do abortamento. Aquisição de animais livres da doença. Definição A brucelose é uma doença infecto-contagiosa provocada por bactérias do Gênero Brucella. Entre os bovinos, caracteriza- se por, nascimento de bezerros fracos, retenção de placenta, repetição de cio e descargas uterinas com grande eliminação da bactéria, provocar abortos geralmente no terço final da gestação podendo ainda transmitir-se ao homem. Animais: doença de Bang, aborto contagioso, aborto infeccioso. Homem: febre de Malta, febre ondulante. PORQUE COMBATER A BRUCELOSE ? PERDAS NA PRODUÇÃO DE CARNE – 15% a 20% PERDAS NA PRODUÇÃO DE LEITE – 20% a 25% ZOONOSE IMAGEM INTERNACIONAL BRUCELOSE BOVINA Perdas para a pecuária: Aborto Repetição de cio Bezerros fracos Custos de reposição Diminuição na produção de leite Redução do tempo de vida produtiva Limitação na comecialização de animais Oral Respiratório Conjuntivas Genital Pele Linfonodo regional Disseminação Hemática Linfática Macrófagos Neutrófilos Linfonodos Baço Fígado Sistema reprodutivo Útero Úbere Articulações Porta de Entrada PATOGENIA Via oral Via genital Transmissão Assistência ao parto Diagnóstico Laboratorial Brucelose - doença ocupacional Tropismo pelo útero de animais prenhes e placenta Placentite necrótica Aborto Bezerros fracos Natimortos Retenção de placenta Endometrite Infertilidade Doença na fêmea sem brucelose Úteros de vacas com brucelose Lesão no Feto Abortado Pleuropneumonia fibrinosa com comprometimento vascular PATOGÊNESE - fêmeas infectadas são geralmente assintomáticas período de incubação - 2 semanas a 2 meses ou mais bactéria eliminada no meio ambiente no periparto durante incubação a bactéria localiza-se na mucosa local: útero (epitélio trofoblástico), placenta, úbere e linfonodos regionais quanto mais próximo do parto mais susceptível o animal se torna à infecção por B. abortus e aborta mais facilmente - bezerras filhas de vacas brucélicas podem nascer persistentemente infectadas: 2,5% (WILESMITH, 1978) a 5% (CRAWFORD et al., 1986) Inflamação aguda sistema reprodutivo Cronificação (assintomática) Testículo Epidídimo Vesículas seminais Ampolas seminais Orquite uni ou bilateral (necrose, fibrose ou pús) Doença no macho ORQUITE EPIDIDIMITE Fonte: FAO Fonte: FAO Abscesso -ligamento nucal Artrite Fonte: FAO Outras Lesões Doença no rebanho - Fatores de risco para transmissão entre rebanhos Aquisição de animais: frequência, fonte, histórico da doença no rebanho (Sargent et al., 1973 apud Crawford et al., 1990) Rebanhos que compravam animais de reposição – 72% infectados Rebanhos que não compravam animais de reposição – 34,6% Movimentação de gado (arrendamento de pastos) Proximidade com rebanhos infectados (Kellar et al., 1976) Doença no rebanho - Fatores de risco para transmissão no rebanho Nível de vacinação dos animais Densidade populacional do rebanho Eliminação de animais positivos O ANIMAL POSITIVO NÃO PODE PARIR NO REBANHO Nível de contaminção ambiental e condições de exploração FATORES DE RISCO PARA O REBANHO NACIONAL (fonte: PNCEBT-MAPA / VPS-USP, 2005) Aluguel de Pastos Compra de reprodutores Tamanho dos rebanhos Uso de IA (?) Brucelose em animais selvagens Gambá comum (Didelphis marsupialis) – ISOLADO De la Veja et al., 1979 (Argentina) Capivaras (Hidrochaeris hidrochaeris)– ISOLADO Lord & Flores., 1983 (Venezuela) Catetos (Tayassu tajacu) – ISOLADO Lord & Lord, 1991 (Venezuela) Cervos do Pantanal (Blastocerus dichotomus) – 1 reagente/116 NÃO REAGENTES Roxo & Gasparini, 1996 (Brasil – SP) Diagnóstico Bacteriológico - Diagnóstico definitivo da brucelose Desvantagens: Isolamento em 68,1% de animais não vacinados soro positivos (Hornitzky & Searson, 1989) Taxa de isolamento x tempo pós-parto Demora nos resultados Risco de contaminação (EPI’s e EPC’s) Equipamentos de Proteção Individual Reação antígeno-anticorpo em resposta à infecção Brucelas lisas poduzem Anticorpos contra brucelas lisas - reação cruzada: B. abortus, B. melitensis, B. suis Brucelas rugosas produzem anticorpos contra brucelas rugosas - reação cruzada: B. canis, B. ovis Principal antígeno envolvido: Lipopolissacarídeo Diagnóstico Indireto da Brucelose VANTAGENS: Fácil execução e interpretação Rapidez na obtenção dos resultados Baixo custo (triagem e algumas confirmatórias) Maioria das provas padronizadas internacionalmente Diagnóstico Indireto da Brucelose DESVANTAGENS: - Nem todo animal negativo está livre da infecção (per.inc., prozona, imundo depressão) - Nem todo animal positivo está infectado (vacinados, outros agentes – reações inespecíficas) Diagnóstico Indireto da Brucelose Especificidade e sensibilidade variáveis conforme o teste O resultado sorológico de um animal é pouco confiável quando interpretado isoladamente Diagnóstico Indireto da Brucelose Prova do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) Teste do 2-Mercaptoetanol (2-ME) Teste de Fixação de Complemento Teste do Anel em Leite (Ring Test) Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) pH 3,65 Rosa de Bengala Ag “o” B. abortus 220C ± 40C Sensibilidade – 63 a 97% Especificidade – 70 a 99% Estrutura da IgM Teste do 2-Mercaptoetanol (2-ME) Teste do 2-Mercaptoetanol (2-ME) Aglutinação lenta em tubos IgG e IgM Ag B abortus pH fisiológico Específica IgG Ag B abortus pH fisiológico Pode ocorrer efeito de Prozona Reação positiva completa Reação positiva incompleta Reação negativa Especificidade – 99,8% Teste do Anel em Leite (Ring Test) Evidencia aglutininas contra Brucella no leite Detectar rebanhos infectados Monitorar rebanhos leiteiros Baixa concentração de Ag – alta sensibilidade Ag de B. abortus corado com hematoxilina Pofilaxia e Controle - Imunidade adquirida VACINAÇÃO CONTRA A BRUCELOSE Recomendações para uso da vacina RB51 (PNCEBT – IN nº. 33 de 24 de agosto de 2007) Vacinação de fêmeas bovinas com idade superior a 8 meses e que não foram vacinadas com amostra 19 entre 3 e 8 meses de idade. Vacinação de fêmeas bovinas adultas, não reagentes aos testes diagnósticos, em estabelecimentos de criação com focos de brucelose. Não vacinar bovinos machos ou fêmeas gestantes. Vacina potencialmente patogênica para o homem, devendo ser utilizado equipamento de proteção individual na sua manipulação e os materiais com resíduos de vacina devem ser esterilizados pelo calor. Recomendações para uso da vacina RB51 (OLSEN & STOFFREGEN, 2005) Baixa prevalência, preferencialmente, quando o programa estiver na sua fase de erradicação Locais onde a brucelose é endêmica, os autores recomendam o uso da amostra B-19
Compartilhar