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Reumato-Fibromialgia: Epidemiologia, Manifestações Clínicas e Diagnóstico



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REUMATO - FIBROMIALGIA LARA DAYANE DE MEDEIROS LEITE – GT 2 – P 6 
 
REUMATO - FIBROMIALGIA 
EPIDEMIOLOGIA 
 Acomete mais mulheres entre 25 e 
65 anos, com prevalência 
aumentada entre familiares; 
 Adultos que quando criança 
apresentaram: dor do crescimento, 
hipermobilidade e abuso sexual, 
tem maior chance de desenvolver 
FM, assim como, portadores de 
HIV, DM, IRC, PSO, LES, etc; 
 Outras causas associadas: 
disfunção da ATM, depressão, 
cefaléia, AO, baixo nível 
socioeconômico. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
“Dor no corpo inteiro” 
 Divididas em 2 grupos: 
 Sintomas centrais: 
 Dor; 
 Fadiga; 
 Alteração do sono; 
 Disfunção cognitiva; 
 Disfunção autonômica 
 Sintomas satélites: 
 Síndrome da fadiga 
crônica; 
 Distúrbios intestinais; 
 Cistite intersticial; 
 Dor pélvica crônica; 
 Cefaleia; 
 Disfunção da ATM; 
 Síndrome das pernas 
inquietas 
 Centrais: 
 DOR: 
 Difusa, generalizada, crônica, 
axial e periférica. Os pacientes 
não conseguem precisar seu 
início mas relatam que era 
localizada e depois 
generalizou; 
 Do tipo queimação, pontada, 
peso, o dia inteiro, agravada 
pelo frio, umidade, tensão 
emocional, esforço físico; 
 De forte intensidade, 
associada a sensação de 
edema e parestesias (não 
respeita dermátomos; pioram 
com o frio e estresse; 
 Envolve os dois lados do corpo 
(posterior do pescoço, tórax 
anterior, lombar, face lateral 
dos quadris, MMSS e MMII. 
 Fadiga: 
 Pode apresentar critérios de 
fadiga crônica; 
 Física ou mental; 
 Descartar: anemia, 
disautonomia, 
endocrinopatias, medicação, 
depressão. 
 Alterações do sono: 
 Resulta em ausência de 
restauração e cansaço; 
 Geralmente leve e não 
reparador; 
 Fenômeno de “intrusão alfa”: 
presença de onda alfa no sono 
profundo; 
 Movimentos periódicos 
durante o sono; 
 Polissonografia: descartar 
outras causas. 
 Disfunção cognitiva: 
 Problemas com memória, 
concentração, análise lógica e 
motivação; 
 Deficiência na memória do 
trabalho, episódica e fluência 
verbal; 
 Efeito de “distração” da dor e 
da fadiga; 
 Alguns relatos de FM com 
perda progressiva do tecido 
cerebral. 
 Disfunção autonômica: 
 Anormalidade mais comum: 
hipotensão; 
 Alta correlação com fadiga; 
 Avaliação: variabilidade da FC 
e o teste da mesa inclinada 
 
REUMATO - FIBROMIALGIA LARA DAYANE DE MEDEIROS LEITE – GT 2 – P 6 
 
REUMATO - FIBROMIALGIA 
(pacientes com tontura, 
síncope ou pré-síncope). 
 Satélites: 
 Acrescentam sofrimento e 
agravam o quadro central; 
 Aumentam custos. 
 
FISIOPATOLOGIA 
 
 Nos quadros de dor crônica, a relação 
entre o estímulo dos nociceptores e a 
experiência da dor é inapropriada, sem 
melhora da dor, com amplificação; 
 Sensibilização periférica x central da 
dor; 
 Alterações genéticas; 
 Fenômeno “Wind-up”: modulação do 
estímulo doloroso no corno posterior 
da medula; necessita da ativação dos 
receptores NMDA (N-metil-D-
aspartato); 
 Qualidade da dor: alodínea; 
 Potenciais somatossensitivos 
induzidos: amplitude aumentada em 
ambos os hemisférios cerebrais; 
 Hiperalgesia secundária: dor em 
tecidos não lesados; 
 Níveis elevados de neurotransmissores 
no líquor: 
 Substância P: ↓ limiar 
excitabilidade → ativação de 
sinapses interespinhais → 
sensibilização de neurônios 
espinhais → ↑ LCR → 
sensibilização do SNC. 
Principal responsável pela 
disseminação da dor. 
 Fator de crescimento neuronal 
(NGF): aumentado. 
 Serotonina (5-HT): diminuídos. 
Age inibindo a subs. P e por 
antinocicepção descendente. 
 Modulação deficiente da dor: 
diminuição da ativação do DNIC 
(controle nociceptivo inibitório da dor); 
 Alteração do sono: 
 Intrusão de ondas alfa em 
ondas delta do sono profundo; 
 Encontrada na AR, neoplasia 
terminal; 
 Menor atividade do controle 
da dor. 
 Alterações endócrinas: 
 Ativação constante do eixo 
hipotálamo-hipófise-adrenal; 
 Cortisol baixo com maior 
secreção noturna, com 
diminuição da resposta ao 
ACTH e CRH, mas com resposta 
normal ao exógeno; 
 Eixo tireoidiano, sexual e de 
crescimento, alterados. 
 Neuropatia das fibras finas: DD com 
DM, doença auto-imune, toxina. 
DIAGNÓSTICO 
 Tender points: 
 Suboccipital; 
 Cervical baixo; 
 Trapézio; 
 Supraespinhoso; 
 2ª junção costocondral; 
 Próximo ao epicôndilo lateral; 
 Glúteo médio; 
 Trocantérico; 
 Joelho. 
 
 
REUMATO - FIBROMIALGIA LARA DAYANE DE MEDEIROS LEITE – GT 2 – P 6 
 
REUMATO - FIBROMIALGIA 
 Critérios: 
 Dor musculoesquelética 
generalizada nos últimos 3 
meses, nos 4 quadrantes. A dor 
pode envolver uma área axial + 
11 tender points; 
 Houve a retirada dos tender 
points; 
 Inclusão de outros sintomas 
não dolorosos; 
 Presença de dor difusa; 
 Índices criados: 
 IDG: índice de dor 
generalizada; 
 ISS: índice de 
severidade dos 
sintomas; 
 Diagnóstico: IDG ≥ 7 + 
ISS ≥ 5 ou IDG entre 4 
e 5 com ISS ≥ 9. 
BIOMARCADORES 
 Citocinas e marcadores de estresse 
oxidativo: ainda não existem 
estudos consistentes que algumas 
citocinas sejam biomarcadores de 
resposta terapêutica (p. ex.: TNF-
alfa, IL 8, IL 6), apesar de sua 
concentração sérica se 
correlacionar com fadiga, 
depressão, disfunção cognitiva. Em 
relação aos radicais livres, existe a 
hipótese de um desequilíbrio entre 
produção e defesa antioxidante, 
mas não se sabe se isso seria causa, 
efeito ou associação... 
 Neuroimagem funcional: analisa 
ativação cerebral por algumas 
técnicas de captação de imagem, 
que podem estar relacionadas à 
fibromialgia; 
 Marcadores genéticos: a interação 
de fatores ambientais e genéticos 
contribuem para o aparecimento 
de dor crônica. As duas vias de 
neurotransmissores envolvidas – 
catecolaminérgica e 
serotoninérgica – podem sofrer 
polimorfismos genéticos alterando 
a função de algumas enzimas e de 
receptores; 
 Fator neurotrófico e fator de 
crescimento nervoso derivado do 
cérebro: ainda não há estudos em 
FM, mas em dor crônica existe 
resposta em seus antagonistas. 
ACOMPANHAMENTO CLÍNICO 
Como a FM tem um impacto negativo na 
qualidade de vida é importante o 
acompanhamento clínico pela avaliação da 
intensidade dos principais sintomas. Por 
exemplo: EVA, SF36, IDG, ISS... 
TRATAMENTO 
 Não farmacológico: aeróbico, 
resistidos, aquáticos, pilates, terapia, 
acupuntura, massagem, quiropraxia... 
 Farmacológico: amitriptilina, 
pregabalina, ciclobenzaprina...