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FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS Ana Paula Costa Tomaz; Lara Oliveira Sousa; Lucas Neves. Escala de Forças de Caráter (EFC) Belo Horizonte 2020 FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS PSICOLOGIA POSITIVA Escala de Forças de Caráter (EFC) Análise da estrutura interna da Escala de Forças de Caráter Ana Paula Costa Tomaz; Lara Oliveira Sousa; Lucas Neves. Belo Horizonte 2020 REFERÊNCIA ORIGINAL Noronha, A. P. P., & Batista, H. H. V. (2020). Análise da estrutura interna da Escala de Forças de Caráter. Ciências Psicológicas, 14(1), e-2150. doi: https://doi.org/10.22235/cp.v14i1.2150 PROPÓSITO O objetivo da escala das Forças de Caráter é medir os afetos positivos e negativos dos indivíduos. O estudo das forças de caráter e de seus afetos é indispensável para a compreensão da Psicologia Positiva, uma vez que a harmonia de tais forças promove a vivência de mais emoções positivas que desempenham de forma salutar para a saúde mental uma perspectiva de bem-estar psicológico à subjetividade privada. APRESENTAÇÃO As forças de caráter são definidas como características positivas referentes aos comportamentos, pensamentos e sentimentos humanos que contribuem para que a bondade se desenvolva e a vida das pessoas seja mais positiva em suas atividades cotidianas. Uma maior ocorrência das forças de caráter torna possível a vivência de mais emoções positivas, melhores relacionamentos interpessoais e maiores comprometimentos em atividades como os estudos e o trabalho. O formato do teste forças de caráter é uma escala, sua avaliação é feita através da aplicação da escala. O objetivo desta escala é medir os afetos positivos e negativos dos indivíduos. Este instrumento é respondido em uma escala Likert, variando de 1 a 5 pontos, sendo que 1 ponto significa ter menos a ver com o indivíduo e 5 pontos significam ter mais a ver com ele. APLICAÇÃO Para realizar as análises foi utilizado o software FACTOR - versão 10.5.03 (Lorenzo-Seva & Ferrando, 2006), para itens policóricos, variando de 0 a 4. Foram considerados o Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e o coeficiente de Bartlett para identificar se a matriz de dados era passível de fatoração. A análise paralela (Timmerman & Lorenzo-Seva, 2011), o MAP (Minimum Average Partial) de Velicer (1976) e o método de Hull (Lorenzo-Seva, Timmerman, & Kiers, 2011) foram utilizados para a retenção de fatores. Os índices de ajustes observados foram o Goodness of Fit Index (GFI) e Root Mean Square of Residuals (RMSR), além da correlação de Pearson entre os fatores. Em seguida, foram conduzidas análises fatoriais exploratórias (AFE’s) usando o ULS (Unweighted Least Squares) e a rotação Promin, para ativar a simplicidade dos fatores. Foi estabelecido o valor mínimo de 30 para as cargas fatoriais. Os itens de uma mesma força que carregassem com valores acima de 30 em mais de um fator, foram agrupados de acordo com a quantidade de itens no fator, a pertinência teórica e o valor da carga fatorial. Escala das Forças de Caráter (EFC) Peterson e Seligman (2004) organizaram a classificação denominada Values in Action (VIA) Character of Strengths, que inclui 24 forças de caráter independentes dispostas em seis virtudes, conforme apresentado na Tabela 1: Figura 1. Tabela 1 Fonte: <https://doi.org/10.22235/cp.v14i1.2150> <2020> No contexto brasileiro, Noronha e Barbosa (2016) desenvolveram a Escala de Forças de Caráter (EFC) com base nos pressupostos teóricos de Peterson e Selignan (2004), porém, o instrumento não se trata de uma adaptação do VIA. No estudo de validação da EFC, Noronha et al. (2015) encontraram uma estrutura unidimensional que explicou 32% da variância. Os últimos autores ressaltam que as divergências quanto ao modelo teórico das forças de caráter não pode ser empecilho para os pesquisadores investigarem o construto em https://doi.org/10.22235/cp.v14i1.2150 https://doi.org/10.22235/cp.v14i1.2150 diferentes amostras e com diferentes análises estatísticas. Desta feita, o objetivo do presente estudo foi investigar a estrutura fatorial da Escala de Forças de Caráter (EFC; Noronha & Barbosa, 2016), por meio de análises fatoriais exploratórias, visto que a estrutura interna da EFC não foi investigada em outros estudos. CORREÇÃO A Escala de Forças de Caráter (Noronha et al., 2015) contém 71 itens e busca mensurar as 24 forças de caráter, sendo que cada uma das forças de caráter possui três questões para avaliá-las, exceto apreciação do belo, cuja avaliação é composta por dois itens, somando assim 71. Figura 2. Tabela Periódica - 24 Forças de Caráter Fonte: <https://canaldafelicidade.com.br/tabela-periodica-das-24-forcas-de-carater/> <2018> https://canaldafelicidade.com.br/tabela-periodica-das-24-forcas-de-carater/ NORMAS E INTERPRETAÇÃO O fator 1 agrupou forças que se referem ao relacionamento com o outro e foi denominado “interpessoais”. O fator 2 foi nomeado “coragem”, visto que reuniu forças de enfrentamento. O fator 3 agrupou forças de transcendência, denominadas “teologais”. O fator 4 foi denominado “humanidade” agrupando forças que indicam relacionamentos igualitários e generosos. O fator 5 foi nomeado “autorregulação”, uma vez que reuniu forças de autocontrole O fator 6 recebeu o nome de “intelectuais” por reunir forças de aprendizado. Por fim, quanto às correlações entre os fatores, a Tabela 3 apresenta as informações. As correlações e todos os demais parâmetros são correlações bivariadas entre os fatores. Os coeficientes moderados foram encontrados entre os fatores 3 e 1; 4 e 1; 4 e 2 e 4 e 3. Figura 3. Tabela 3. Fonte: <https://doi.org/10.22235/cp.v14i1.2150> <2020> No presente estudo, o primeiro fator encontrado tem como núcleo central o relacionamento com o outro, possuindo leveza e conseguindo ter uma visão alegre da adversidade (Humor), estabelecendo relações de troca (Amor), com facilidade de interação (Inteligência Social) e assumindo responsabilidades pelos sentimentos e ações (Autenticidade). Possivelmente, o que o distancia disso é a Apreciação do Belo, no entanto, acrescenta a beleza, que pode ser encontrada no cotidiano. Solano e Cosentino (2018) também identificaram que as forças Humor, Amor e Autenticidade se agruparam no mesmo fator, denominado de forças interpessoais. REFERÊNCIAS ESTUDOS PSICOMÉTRICOS E CLÍNICOS REALIZADOS NO BRASIL ESTUDO 1 Associação entre Forças de Caráter e Satisfação com a vida: Estudo com Universitários Ana Paula Porto Noronha; Denise da Fonseca Martins O objetivo do estudo foi verificar as relações entre forças de caráter e a satisfação com a vida, bem como investigar as diferenças de média entre os sexos e as idades dos participantes. A amostra contou com 186 universitários, 62,9% do sexo feminino, com idades entre 17 e 45 anos (M=21,55; DP=4,79), de dois estados brasileiros. Os instrumentos utilizados foram a Escala de Forças de Caráter e a Escala de Satisfação com a Vida. Figura 4. Tabela 1. Fonte: <http://www.scielo.org.co/pdf/acp/v19n2/pt_v19n2a05.pdf> <2020> Figura 5. Tabela 2. Fonte: <http://www.scielo.org.co/pdf/acp/v19n2/pt_v19n2a05.pdf> <2020 ESTUDO 2 Bem-Estar Subjetivo: estudo de correlação com as Forças de Caráter Catiane de Oliveira; Maiana Farias Oliveira Nunes; Eduardo José Legal; Ana Paula Porto Noronha O objetivo deste estudo consiste na relação do Bem- estar subjetivo e suas relações com as forças e virtudes. O estudo teve como objetivo a verificação do nível de associação entre as forças de caráter e bem-estar subjetivo, Desse modo, aplicou-se a escala de bem estar subjetivo (EBES) e a escala de forças em 237 universitários. Figura 6. Tabela 2. Fonte: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712016000200007> <2020> Figura 7. Tabela 3. Fonte: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712016000200007> <2020> REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NORONHA, A. P. P., & Batista, H. H. V. (2020). Análise da estrutura interna da Escala de Forças de Caráter. Ciências Psicológicas, 14(1), e-2150. doi: https://doi.org/10.22235/cp.v14i1.2150BITTENCOURT, U. Canal da Felicidade. A tabela periódica das 24 forças de caráter, 09 mar. 2018. Disponível em: <https://canaldafelicidade.com.br/tabela-periodica-das-24-forcas-de-carater/>. Acesso em: 03 dez. 2020. ALVES, Bárbara de Paula; AMBIEL, Rodolfo Augusto Matteo. Escala de forças de caráter: relações com instrumentos de avaliação de afetos e interesses profissionais. Est. Inter. Psicol., Londrina , v. 9, n. 2, p. 04-20, 2018 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-6407201800020000 2&lng=es&nrm=iso>. Acesso em 02 dez. 2020. PORTO NORONHA, Ana Paula; MARTINS, Denise da Fonseca. ASSOCIAÇÕES ENTRE FORÇAS DE CARÁTER E SATISFAÇÃO COM A VIDA: ESTUDO COM UNIVERSITÁRIOS. Act.Colom.Psicol., Bogotá , v. 19, n. 2, p. 97-103, Julho 2016 . Disponível em <http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0123-91552016000200005 &lng=en&nrm=iso>. Acesso em 10 Dez 2020. http://dx.doi.org/10.14718/ACP.2016.19.2.5. OLIVEIRA, Catiane de et al . Bem-Estar Subjetivo: estudo de correlação com as Forças de Caráter. Aval. psicol., Itatiba , v. 15, n. 2, p. 177-185, ago. 2016 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-0471201600020000 7&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 09 dez. 2020.