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MICROBIOLOGIA DOS ALIMENTOS Ivonilce Venturi Contaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Descrever as diferentes fontes de contaminação nos alimentos. � Classificar os fatores envolvidos no crescimento microbiano. � Interpretar formas de evitar contaminações em alimentos. Introdução A contaminação dos alimentos não é um tema atual, mas continua pre- ocupante em todos os setores relacionados à alimentação. Considerada problema de saúde pública, a contaminação alimentar pode afetar uma pessoa ou um grupo de pessoas ao mesmo tempo, podendo causar sérios danos à saúde e até a morte em casos mais graves. Os fatores que estão envolvidos na contaminação dos alimentos são muitos e podem ser de origem microbiológica, química ou física. Neste capítulo, você vai aprender sobre as diferentes fontes que estão envolvidas no processo de contaminação dos alimentos, entendendo o processo de classificação dos fatores intrínsecos e extrínsecos envolvidos no crescimento de microrganismos e identificando as formas de prevenir as contaminações nos alimentos. Fontes de contaminação nos alimentos A contaminação alimentar acontece quando um fator (químico, biológico ou físico) entra em contato com um alimento, deixando-o impróprio para o consumo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a contaminação de alimentos como um desafio global para a saúde pública, para o bem-estar e a economia, estimando que, anualmente, 2 milhões de pessoas morram por doenças relacionadas a diarreias, que, na grande maioria, estão ligadas à água ou a alimentos contaminados (LABOISSIÈRE, 2015). No Brasil, em 2017, foram registrados 441 casos, com uma taxa de letalidade de 0,12% (BRASIL, 2018). A maior parte da intoxicação alimentar é causada por microrganismos patogênicos, e o crescimento desses microrganismos sofre influência direta do conteúdo nutricional presente nos alimentos. Os alimentos fornecem fonte ideal de nutrientes para o crescimento de microrganismos, assim como o pH e a atividade água também são fatores que contribuem para essa proliferação nos alimentos. A contaminação nos alimentos pode ocorrer em qualquer etapa da cadeia produtiva — colheita, processamento, distribuição, preparo e servimento — e pode dar-se por dife- rentes fontes, como água, ar, poeira, equipamentos, esgotos, insetos, roedores, equipamentos e manipuladores de alimentos. Outras contaminações podem ocorrer, por exemplo, no abate de animais que, embora pareçam sadios, podem estar contaminados com microrganismos nos rins, fígado, gânglios linfáticos e baço — e esses microrganismos podem migrar para diferentes partes do animal por meio do sistema circulatório. A Comissão do Codex Alimentarius estabelece normas, diretrizes e padrões internacionais sobre segurança alimentar. Conheça um pouco mais sobre o Codex Alimentarius no link a seguir. https://goo.gl/HXUg5x Pode-se classificar as fontes de contaminação nas categorias química, física e biológica. Contaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentosContaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentos2 A contaminação química é o tipo de contaminação no qual substâncias químicas entram em contato com os alimentos. Estão inseridos nessa cate- goria os pesticidas, fungicidas, metais pesados ou agentes químicos, como produtos de limpeza (HUSSAIN, 2016). Em uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN), a contaminação por produtos químicos pode ocorrer devido ao armazenamento inadequado de produtos de limpeza, bem como pelo pro- cesso inadequado de lavagem de utensílios e por produtos químicos usados na manutenção de equipamentos com partes móveis, como fatiadores. Outra maneira de contaminação química pode ocorrer com o uso de embalagens plásticas inadequadas para o armazenamento de alimentos. A poluição da água, do ar ou do solo com agentes químicos também é uma importante fonte de contaminação para o alimento e resulta do uso de agroquímicos, como, por exemplo, pesticidas, fungicidas e medicamentos de uso veterinário. Também são considerados como contaminantes ambientais metais pesados, bifenilos policlorados (PCBs), dioxinas, pesticidas clorados persistentes e hidrocarbonetos policiclicos aromáticos (PHAs), que podem permanecer no meio ambiente por longos períodos. A Organização Mundial da Saúde apresenta dados importantes sobre as intoxicações/ infecções alimentares no mundo, indicando as principais doenças transmitidas pelos alimentos. Saiba mais no link a seguir. https://goo.gl/JQqYby Outro exemplo de contaminação química nos alimentos pode ocorrer du- rante etapas do processamento, como torrefação, aquecimento, hidrólise, entre outros. Precursores dos contaminantes químicos podem ocorrer naturalmente na matriz alimentar — por exemplo, a acrilamida formada durante a reação de Maillard entre o aminoácido asparagine e um açúcar redutor (encontrado, normalmente, em cereais e batatas) e as nitrosaminas, que também podem ser formadas pela interação de compostos naturais dos alimentos com a adi- ção de aditivos alimentares. Alguns contaminantes da classe dos PHAs são formados durante o processo de defumação de carnes. O processamento de alimentos também pode ser uma fonte de contaminação cruzada, por exemplo, a contaminação de alimentos não alergênicos com alergênicos. 3Contaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentosContaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentos Rose Nota Título muito grande. Outra fonte de contaminação química comum é o contato direto do alimento com embalagens, como o bisfenol A ou ftalatos provenientes de materiais plásticos (NERÍN; AZNAR; CARRIZO, 2016; CHEBOLU-SUBRAMANIAN; GAUKLER, 2015; RADFORD, 2018). A contaminação física ou “corpos estranhos” ocorre a partir de objetos como pedaços de plástico, metal, vidros, pelos, cabelos, hastes de plantas, pedras, insetos, pequenos pedaços de ossos ou espinhas de peixe que podem ocorrer nos alimentos, não pertencendo a eles. A Health Canada estabelece que, se o corpo estranho for maior que 2,0 mm, considera-se um risco físico. A ingestão de um corpo estranho pode causar lesões graves a um consumidor, levando, em muitos casos, à necessidade de cirurgia. Como exemplo, temos a presença de pedras no feijão que podem quebrar o dente de um consumidor, fragmentos de vidro que podem cortar a boca, garganta, entre outros. Situações como espinhas de peixe e ossos de carne a indústria procura eliminar total- mente, mas, às vezes, algum pedaço pode acabar passando. Outro exemplo é a contaminação acidental, como, ao fazer um bolo, deixar que vá junto um pedaço do saco de açúcar que se rompeu. Independentemente de a contami- nação ter sido acidental ou natural, é importante que se verifique como esse corpo estranho chegou ao alimento final para que se possa desenvolver medidas de controle que evitem essa situação. A investigação da segurança alimentar e a prevenção de contaminação física são complexas e desafiadoras para o profissional nutricionista, o qual precisa ter uma equipe muito bem capacitada para realizar as identificações e evitar que o produto final chegue contaminado ao consumidor (BATT, 2016; WARING; HARRIS; MITCHELL, 2018). A contaminação biológica se refere a alimentos que são contaminados por seres vivos, como os microrganismos, o que inclui contaminação por bactérias, vírus, parasitas e fungos — alguns desses patógenos podem tam- bém produzir toxinas. Essa contaminação ocorre quando há transferência de microrganismos por saliva, sangue, matéria fecal, entre outros. A contamina- ção bacteriana é consideradaa causa mais comum de intoxicação alimentar em todo o mundo. O tipo e a magnitude do crescimento microbiano são determinados, em parte, pela natureza do alimento e, por outro lado, pelas condições de preparo, incluindo, nisso, todas as etapas da cadeia produtiva, desde a matéria-prima até a distribuição do alimento. É importante lembrar que pessoas infectadas com microrganismos patogênicos também são fontes de contaminação. A ingestão de alimentos contaminados com microrganismos patogênicos e/ou toxinas geradas por eles leva a doenças transmitidas por alimentos. Uma doença de origem alimentar causada por uma infecção pode levar dias para se Contaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentosContaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentos4 manifestar, o que dificulta a identificação do agente causador. Por outro lado, a doença causada por intoxicações, geralmente, ocorre poucas horas após a ingestão do alimento contaminado. O nutricionista precisa conhecer todos os tipos de contaminação e a sua manifestação, podendo, assim, desenvolver técnicas de higiene durante a ma- nipulação dos alimentos, garantindo ao consumidor final um alimento seguro. No vídeo a seguir, você pode ver como ocorre a contaminação em um estabelecimento que manipula alimentos. https://goo.gl/WpQfjZ Fatores envolvidos no crescimento microbiano Quando os microrganismos crescem nos alimentos, como resultado de sua atividade metabólica, causam diversas mudanças nas características desses alimentos. Algumas dessas mudanças resultam em deterioração dos alimentos e outras levam às intoxicações alimentares. Os fatores mais importantes que afetam o crescimento dos microrganismos nos alimentos são divididos em intrínsecos e extrínsecos. Como fatores intrínsecos, podemos citar o conteúdo de nutrientes, atividade água, valor de pH e o potencial de oxirredução. Fatores extrínsecos estão relacionados ao ambiente em que o alimento se encontra, incluindo a temperatura, a presença, ou não, de oxigênio e a umidade relativa na atmosfera ao redor do alimento (HAMAD, 2012). A seguir, vamos ver cada um desses fatores com detalhes. Atividade água Os microrganismos precisam de água para seu metabolismo, e essa água precisa estar disponível para que esses microrganismos se desenvolvam no meio em que se encontram. A quantidade de água que está disponível em um determinado alimento é expressa como atividade água (Aa) e é determinada pela fórmula: 5Contaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentosContaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentos Esse indicador varia de 0 a 1, sendo que 1 é a água pura e 0 é a ausência total de água. O Quadro 1, a seguir, apresenta a Aa de alguns alimentos e exemplos de microrganismos que conseguem se desenvolver nesses alimentos. Fonte: Madigan et al. (2016). Atividade água (Aa) Substâncias Exemplo de microrganismos 1,00 Água pura Spirillum, Caulobacter 0,980 Carnes e pescados frescos, leite e a maioria das bebidas Maioria das bactérias, como, por exemplo, Salmonela, E. coli, Clostridium, S. aureus 0,995 Sangue humano Streptococcus, Escherichia 0,930-0,980 Queijo industrializados, carnes curadas, embutidos, frutas em lata com alta concentração de açúcar Maioria das bactérias, como S. aureus, V. parahaemoliticus 0,950 Pão Maioria dos bacilos Gram positivos 0,850-0,930 Embutidos secos e fermentados, presunto fresco, queijo tipo cheddar envelhecido, leite condensado Cocos Gram positivos, como Staphylococcus, e leveduras como Saccharomyces rouxii 0,600-0,850 Cereais, farinhas, balas e frutas secas, geleias e bolo de frutas Fungos como Saccharomyces bailii, Penicilium, Xeromyces bisporus e outros fungos xerofílicos, leveduras osmofílicas e bactérias halofílicas Menores que 0,600 Chocolate, mel, biscoitos, bolachas tipo cream cracker, leite em pó Não há multiplicação de microrganismos nessa Aa Quadro 1. Atividade água de diferentes susbstâncias e exemplos de microrganismos que se desenvolvem nesses alimentos Contaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentosContaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentos6 A disponibilidade de água também está relacionada à concentração de solutos no meio, como sais e açúcares. A adição de solutos causa uma redução na pressão de vapor do meio, levando, consequentemente, à redução da Aa. De um modo geral, podemos considerar que as bactérias do grupo das Gram negativas crescem em ambientes que tenham um limite mínimo de Aa de até 0,910; já nas Gram positivas, esse limite vai até 0,860; nas leveduras, até 0,880; nos fungos, até 0,700; nas leveduras osmofílicas, até 0,62; e nos bolores xero- fílicos, até 0,610 — considerando que, em ambientes com Aa abaixo de 0,600, não há crescimento de microrganismos (TORTORA; FUNKE; CASE, 2018). Potencial hidrogeniônico (pH) A acidez ou a alcalinidade dos alimentos são fatores que interferem no cres- cimento microbiano. A escala de pH varia de 0 a 14, sendo 7 a neutralidade — valores abaixo de 7 são ácidos; acima, são alcalinos. Na Figura 1, você pode observar a escala de pH com exemplos de alimentos encontrados em cada faixa. Figura 1. Escala de pH com exemplos em cada faixa. Fonte: Inna Bigun/Shutterstock.com. ácido neutro alcalino Escala de pH 7Contaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentosContaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentos Dependendo do valor, o pH pode ser inibitório ou letal para algumas bacté- rias, enquanto outros valores de pH fornecem condições ótimas de crescimento. Os microrganismos recebem uma classificação conforme o valor de pH que fornece condições ótimas de crescimento: � Neutrófilos: essa classe cresce em alimentos que tenham pH na faixa entre 5,5 a 7,9. � Acidófilos: crescem em alimentos que tenham pH abaixo de 5,0. É importante lembrar que, na classe dos acidófilos, alguns crescem melhor em meio moderadamente ácido e outros têm capacidade de crescer em ambientes com pH muito baixo. Fungos e bactérias crescem em meios com pH 5,0; poucas bactérias crescem em um pH de 3,0, poucos são os que crescem em pH 2,0 e raros os que conseguem crescer em pH abaixo desse valor. Deve-se lembrar, também, que a maioria dos acidófilos não conseguem crescer em ambientes com pH 7,0. � Alcalifílicos: são os microrganismos que conseguem crescer em pH ótimo, de 8,0 ou mais; sua faixa média fica em torno de 7,5 a 11. Fonte: Adaptado de Madigan et al. (2016). Classe fisiolófica (faixa ótima de pH) pH aproximado para crescimento ótimo Exemplo de microrganismos ▶ Neutrófilos pH > 5,5 e < 8 7 Escherichia coli e Staphylococcus aureus ▶ Acidófilos pH < 5,5 5 3 1 Rhodopila globiformis Acidithiobacillus ferrooxidans Picrophilus oshimae ▶ Alcalifílicos pH ≥ 8 8 9 10 Chloroflexus aurantiacus Bacillus firmus; Vibrio cholerae Natronabacterium gregoryi Quadro 2. Relação entre microrganismos e ph que favorece seu desenvolvimento O pH contrário ao ideal para o crescimento microbiano afeta, principal- mente, a respiração dos microrganismos. Meios ácidos também interferem diretamente na desnaturação da proteína, alterando DNA e as atividades enzimáticas das células que são as responsáveis pela viabilidade celular, Contaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentosContaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentos8 ocasionando redução da velocidade decrescimento na fase exponencial ou mesmo causando a morte celular em dependência do meio (TORTORA; FUNKE; CASE, 2018). Potencial de oxirredução (Eh) A troca de elétrons está relacionada aos processos de oxidação e redução, conhecido como potencial de oxirredução (Eh), que pode ser definido como a facilidade de ganhar ou perder elétrons. Ou seja, quando ocorre oxidação, há perda de elétrons e o Eh fica positivo; quando ocorre redução, há ganho de elétrons e o Eh fica negativo. Microrganismos aeróbios (necessitam de oxigênio para se desenvolver) requerem valores de Eh positivos; são exemplos desse grupo a maioria dos bolores e leveduras oxidativas e boa parte das bactérias, principalmente as deteriorantes e algumas patogênicas. Os microrganismos anaeróbios (não necessitam de oxigênio para se desenvolver) requerem valores de Eh negativos, incluindo-se, nesse grupo, espécies de bactérias patogênicas e algumas deteriorantes. Os microrganismos facultativos (conseguem se desen- volver tanto na presença quanto na ausência de oxigênio) como as bactérias da família Enterobacteriaceae crescem em meios nos quais o Eh pode ser tanto positivo quanto negativo. Vale lembrar que a concentração de oxigênio em um determinado alimento é o principal fator para aumentar o Eh do alimento. Como exemplo, podemos destacar as carnes e os queijos com Eh negativo e frutas frescas e vegetais com Eh positivo. Nutrientes Os nutrientes são essenciais para o crescimento e para o desenvolvimento dos microrganismos, sendo as suas principais fontes carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre adquiridos do meio ambiente ou de um alimento. Cada grupo de microrganismos varia em função da diferente necessidade de nutrientes. Existem duas categorias de nutrientes considerados essenciais: os micronutrientes, necessários em pequenas quantidades pelos microrganismos e que ajudam na função enzimática e mantêm a estrutura proteica, como zinco, manganês, fósforo, etc.; e os macronutrientes, que ajudam a manter a estrutura e o metabolismo das células, como carboidratos, proteínas e lipídios. Em relação aos nutrientes essenciais, são consideradas como fontes de nutrientes essenciais comuns carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre. Os microrganismos geralmente absorvem carbono quando estão em sua forma orgânica. Carbono em sua forma orgânica é, normalmente, um 9Contaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentosContaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentos produto de seres vivos. Outro nutriente essencial, o nitrogênio, faz parte da estrutura de proteínas, DNA, RNA e ATP. O nitrogênio é importante para a sobrevivência de heterotróficos, mas deve, primeiramente, ser degradado em estruturas menores, como aminoácidos, para então ser usado. O oxigênio é outro componente importante de compostos orgânicos e inorgânicos e é essencial para o metabolismo de muitos organismos. O hidrogênio tem muitas funções importantes, incluindo manter o pH das soluções e fornecer energia livre em reações de respiração. O fosfato é um importante participante na produção de ácidos nucleicos e na transferência de energia celular — sem fosfato suficiente, um organismo deixará de crescer. Por fim, o enxofre é encontrado em rochas e sedimentos e, amplamente, na forma mineral, sendo usado para síntese proteica e respiração celular. Bolores crescem preferencialmente em meios ricos em carboidratos (amido e celulose), gorduras e óleos; normalmente, crescem microrganismos lipolí- ticos, como os fungos filamentosos, leveduras e algumas bactérias, como Pseudomonas, Achromobacter, Alcaligenes e outros. No entanto, a maioria dos microrganismos não consegue desenvolver-se em meio lipídico. Microrganismos proteolíticos são aqueles que têm a capacidade de degradar a proteína, ou seja, em alimentos proteicos como carnes, esses microrganismos causam alteração no odor e no sabor. Bactérias Gram positivas necessitam de meios que contenham mais vitaminas do complexo B; já as Gram negativas e os fungos sintetizam todas as vitaminas que lhes são necessárias (MADIGAN et al., 2016). Observar a composição nutricional dos alimentos pode auxiliar na prevenção de contaminação por microrganismos. Temperatura A temperatura é considerada um dos fatores ambientais que afeta diretamente o crescimento microbiano, na medida em que aumenta ou diminui em rela- ção à sua faixa ótima de crescimento, causando morte celular ou cessando o desenvolvimento do microrganismo. De acordo com a temperatura ótima de crescimento, os microrganismos são divididos em cinco grupos: psicrófilos e psicrotrófilos (preferência por frio), mesófilos (preferência por tempera- turas moderadas), termófilos e hipertermófilos (preferência por calor). A grande maioria das bactérias gostam de temperaturas na faixa de 30 °C, e cada grupo possui temperaturas ótimas, mínimas e máximas nas quais consegue desenvolver-se. Temperatura ótima significa que o microrganismo cresce melhor sob aquela condição de temperatura; a máxima é a temperatura limite para o crescimento, assim como a mínima. Fora desses limites, a temperatura Contaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentosContaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentos10 afeta os sistemas enzimáticos das bactérias, interferindo diretamente em seu crescimento. Temperaturas elevadas podem destruir proteínas e temperaturas baixas causam gelificação das membranas. Veja, a seguir, a classificação dos microrganismos quanto às temperaturas. � Psicrófilos: são microrganismos que crescem otimamente a tempera- turas abaixo de 15 °C, (mínimo de 0 °C e máximo de 20 °C). A maioria dos microrganismos psicrófilos pertencem aos gêneros Pseudomonas, Aeromonas, Alcaligenes, Vibrio, Lactobacillus, Flavobacterium, Acti- nobacter. Leveduras desse grupo incluem Candida gelida, C. nivalis, Leucosporidium scottii e Cryptococcus vishniacii. Os psicrófilos são importantes nos processos de deterioração dos alimentos congelados. � Psicrotrófilos: microrganismos que crescem em temperaturas entre 0 °C e 7 °C, produzindo colônias visíveis em um período de 7 a 10 dias. Esses microrganismos são encontrados naturalmente no solo e na água em regiões de clima temperado. Muitos microrganismos de deterioração e intoxicação alimentar pertencem a esse grupo, como, por exemplo: Pseudonomas aeruginosas, P. fluorescens, Leuconostoc mesenteroides, Lactobacillus sake, Cladosporium e Aspergillus. Leveduras das espécie Yarrowia lipolytca, Debaryomyces hansenii e Pichia são encontradas em alimentos refrigerados. São incluídos nesse grupo, também, L. monocytogenes, Y. enterocolitica e Aeromonas hidrofila. � Mesófilos: esse grupo de microrganismos se adaptou para viver nos corpos dos humanos, animais de sangue quente e em solos e água em climas tropicais e temperados. Os mesófilos são os mais comuns e amplamente distribuídos na natureza; alguns microrganismos dessa classe são importantes para a transformação de alimentos, como queijos, cervejas, vinhos e iogurtes, mas esses grupos também incluem a grande maioria dos microrganismos que causam doenças. A temperatura ideal de crescimento dos mesófilos é de 30 °C a 40 °C, e sua faixa de cres- cimento é entre 10 °C, no mínimo, e 45 °C, no máximo. Exemplos de bactérias desse grupo são Lactobacillus, Bacillus, E. coli; bolores como Aspergillus, Penicillium, Mucor; leveduras como Candida, Kluyve- romyces, Saccharomyces; e bactérias patogênicas, como Salmonella spp., E. coli, S. aureus e Vibrio parahaemolyticus. � Termófilos: são microrganismos que podem sobreviver à exposição a temperaturas relativamente altas — por exemplo, pasteurização a 63 °C por 30 minutos —, mas não podem crescernessas temperaturas. Crescem em temperaturas ótimas de 50 °C a 60 °C, mas não conseguem 11Contaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentosContaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentos crescer em temperaturas abaixo de 45 °C (mínimo de 45 °C e máximo de 70 °C). Exemplos de bactérias termófilas não formadoras de esporos que podem sobreviver à pasteurização do leite são cepas de Streptococcus, Micrococcus e Lactobacillus. Nesse grupo, estão incluídos, também, os gêneros Bacillus e Clostridium, destacando-se as bactérias patogênicas e deteriorantes, alguns bolores e leveduras. � Hipertermófilos: os microrganismos desse grupo são aqueles que reque- rem temperaturas relativamente altas para o crescimento (mínimo de 70 °C e máximo de 110 °C). É importante considerar que células vegetativas e esporos da maioria dos microrganismos hipertermófílos que podem causar a deterioração de alimentos enlatados de baixa acidez são mortos pela esterilização comercial, mas os esporos de algumas espécies bacterianas podem sobreviver a esse tratamento. Esses incluem os produtores anae- róbicos facultativos de deterioração de ácidos graxos (os formadores de esporos B. stearothermophilus e Bacillus coagulans), o agente causador da deterioração do anaeróbio termofílico (anaeróbio esporo-antigo C. thermosaccharolyticum). Também são englobados nesse grupo a família Thermoproteaceae, com os gêneros Thermofilum e Thermoproteus, e a família Desulfurococcaceae, incluindo os gêneros Desulforococcus, Pyrodictium, Staphylothermus (TORTORA; FUNKE; CASE, 2018). A Figura 2, a seguir, ilustra as faixas de crescimento ótimo em função da temperatura de cada grupo de microrganismos. Figura 2. Velocidade de crescimento e características de diferentes tipos de microrganismos em resposta à temperatura. Fonte: Tortora, Funke e Case (2018, p. 150). Contaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentosContaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentos12 Oxigênio Os microrganismos que utilizam oxigênio para produzir energia são conhecidos como aeróbios, os que precisam de oxigênio para sobreviver são chamados de aeróbios obrigatórios e os que não utilizam oxigênio são conhecidos como anaeróbios. Temos, então, os anaeróbios facultativos, que podem crescer na presença, ou não, de oxigênio, e os anaeróbios obrigatórios, que constituem o grupo que não consegue utilizar oxigênio para a produção de energia (MA- DIGAN et al., 2016). Umidade relativa do ambiente (UR) Existe uma estreita correlação entre a Aa e a UR de um ambiente. Quando ocorre um equilíbrio entre o alimento e a UR da atmosfera, a Aa é igual a UR (x100); portanto, quando não há esse equilíbrio, em que um alimento possui uma Aa menor que a UR, a tendência é que o alimento absorva umidade do ambiente, alterando sua Aa — o contrário também pode ocorrer: quando a UR é menor que a Aa do alimento, esse perderá água para o meio ambiente. Mi- crorganismos que podem causar deterioração sob condições de armazenamento úmido incluem fungos, leveduras e certas bactérias. Um exemplo é quando cortes de carne bovina e frangos inteiros são embalados inadequadamente e, frequentemente, sofrem deterioração da superfície do refrigerador devido à UR (MADIGAN et al., 2016). Como evitar contaminações em alimentos As doenças transmitidas por alimentos, conhecidas como DTA, representam um problema significativo para a sociedade, para o sistema público de saúde, indivíduos e indústrias de alimentos. Muitos fatores estão envolvidos nesses processos, como a falta de qualidade da matéria-prima, manuseio inadequado de alimentos, higiene pessoal inadequada e o binômio tempo/temperatura in- correto de permanência do alimento durante o processo produtivo, embalagens e armazenamento inadequados, entre outros fatores. O nutricionista tem capacidade técnica para elaborar estratégias em Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN) que visem garantir o forne- cimento de um alimento seguro. Para isso, é necessário que o profissional tenha domínio dos fatores que favorecem o crescimento de microrganismos nos alimentos. 13Contaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentosContaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentos O Brasil tem diversas legislações que regulamentam a prática da mani- pulação e da comercialização de alimentos, visando garantir a segurança do consumidor final. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária disponibiliza os regulamentos gerais e específicos para as boas práticas na manipulação de alimentos. Veja mais no link a seguir. https://goo.gl/sAfzdS Em relação à legislação brasileira, pode-se citar a Resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2014, que estabelece os procedimentos de “Boas Prá- ticas para os Serviços de Alimentação” com a finalidade de garantir que o alimento preparado ofereça condições higiênico-sanitárias adequadas. Essa Resolução é aplicável a todos os estabelecimentos que: [...] realizam algumas das seguintes atividades: manipulação, preparação, fracionamento, armazenamento, distribuição, transporte, exposição à venda e entrega de alimentos preparados ao consumo, tais como cantinas, bufês, comissarias, confeitarias, cozinhas industriais, cozinhas institucionais, de- licatéssens, lanchonetes, padarias, pastelarias, restaurantes, rotisserias e congêneres (BRASIL, 2004, documento on-line). Destacam-se as normas para edificações, instalações, equipamentos, mó- veis e utensílios que devem cumprir o disposto na lei, além de apresentar os procedimentos que devem ser utilizados para a higienização das instalações, dos equipamentos, móveis e utensílios. Conhecendo os fatores envolvidos no processo de crescimento dos mi- crorganismos e as legislações vigentes, o nutricionista deve estar atento a esses atores e a como a legislação prevê a redução/eliminação/prevenção desse crescimento. Em relação ao preparo do alimento, a Resolução destaca que, para que não haja riscos de contaminação do alimento, esse deve atender a alguns critérios. Inicialmente, é muito importante que o manipulador de alimentos, ou seja, qualquer indivíduo que entre em contato com o alimento, seja esse contato direto ou indireto, cumpra as normas de higiene pessoal, não devendo ter Contaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentosContaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentos14 feridas, lesões ou qualquer sintoma de doença que possa causar qualquer com- prometimento ao alimento. O asseio pessoal e uniformes sempre bem limpos também são muito importantes para evitar a transmissão de microrganismos aos alimentos. A lavagem das mãos deve ser executada rigorosamente desde o momento em que o manipulador chega à UAN, após usar o banheiro, após trocar de função, antes e após a manipulação de alimentos — ou seja, sempre que houver qualquer tipo de interrupção da função que está sendo executada, deve ser realizada a lavagem das mãos. Hábitos como fumar, assobiar, espirrar e tossir devem ser evitados durante o processo de manipulação de alimentos. Além disso, os cabelos devem estar sempre presos, as unhas curtas e sem esmalte e não se deve usar maquiagem. A higienização de bancadas e utensílios também merece atenção no processo de cuidados para evitar contaminações alimentares, pois microrga- nismos podem permanecer no meio ambiente, sendo fonte de contaminação. Para esse procedimento, deve-se fazer uso de solução clorada com dosagem adequada a essa finalidade. Cuidados com recepção e armazenamento dos alimentosdevem ser monitorados. O local de armazenamento deve ser limpo e seco. As embalagens devem ser inspecionadas em relação à validade e, também, no que se refere às suas características, impedindo que embalagens furadas, amassadas ou com qualquer dano sejam recebidas na UAN, evitando, assim, que o alimento sofra alteração devido à UR, o que pode facilitar a contaminação biológica. Em relação à Aa, quando se realiza a sua redução (p. ex., desidratação) em um alimento, o objetivo é aumentar o seu tempo de vida de prateleira, reduzir custos com embalagens e melhorar as propriedades do alimento. Um exemplo disso é o leite em pó, do qual se retira a água para aumentar o tempo de vida de prateleira, bem como para facilitar o seu armazenamento. O leite, quando líquido, apresenta uma Aa de 0,99; após o processamento (leite em pó), passa a ter uma Aa de 0,60, o que aumenta seu tempo de vida de prateleira e garante que não haverá crescimento de microrganismos. A UR do ambiente de armazenamento dos alimentos pode afetar sua qualidade, pois pode levar a mudanças na Aa. Os alimentos acabarão chegando ao equilíbrio da umidade com o ambiente ao redor, de modo que pode ocorrer evaporação ou condensação da umidade na superfície dos alimentos. Se a Aa de um alimento é importante para sua segurança ou seu prazo de validade, então esse alimento precisa ser armazenado em um ambiente que não altere marcadamente essa característica. Embalagens, por exemplo, desempenham um papel importante na determinação do grau em que os alimentos serão afetados pela UR do armazenamento. Às vezes, a migração de água pode ocorrer em 15Contaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentosContaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentos embalagens vedadas devido a flutuações de temperatura do ambiente. Isso pode levar a condições em que a Aa em superfícies pode atingir valores que permitem o crescimento microbiano, levando à deterioração de alimentos ou, até mesmo, tornando-o tóxico. Como diretriz geral, o produto deve ser mantido de forma que a umidade, mesmo dentro do pacote, não tenha a oportunidade de alterar a Aa do produto de forma desfavorável. A temperatura dos alimentos e do ambiente é outro fator importante para evitar contaminações: o controle da temperatura envolve os cuidados com o binômio tempo/temperatura, o que significa avaliar o tempo que os alimentos permanecem fora da sua temperatura de controle — caso esse controle não seja realizado, há probabilidade de crescimento de microrganismos nos alimentos. Também é importante monitorar as temperaturas de armazenamento dos ali- mentos para que eles não sofram alterações e, assim, facilitem o crescimento de microrganismos. Para evitar a contaminação, é necessário que, durante o processo de produção de alimentos, esses atinjam temperaturas ideias para que possíveis bactérias patogênicas sejam eliminadas com o calor. É importante lembrar da regra: manter sempre bem frio o que é frio e sempre bem quente o que é quente. O tratamento térmico dos alimentos deve ser realizado de tal forma que garanta que o centro geométrico do alimento atinja temperaturas de, no mí- nimo, 70 °C, temperatura que elimina grande parte das bactérias patogênicas. Quando se utiliza alimentos congelados, deve-se ter o cuidado do controle da temperatura para o descongelamento e pré-preparo do mesmo, cuidando para que o descongelamento seja realizado em temperatura inferior a 5 °C (sob refri- geração). Caso um alimento descongelado não seja utilizado totalmente, ele não deve ser recongelado. Durante o servimento, os alimentos quentes devem ser mantidos em temperatura superior a 60 °C e por, no máximo, seis horas. É muito importante, também, impedir a contaminação cruzada durante todo o processo produtivo, evitando colocar em contato alimentos crus com os cozidos, semipreparados e prontos para o consumo. Para garantir que não haja contaminação nesse processo, é importante que o manipulador e os utensílios estejam sempre bem limpos. O processo de contaminação cruzada também pode ocorrer durante o tempo de exposição do alimento em temperaturas inadequadas e por tempo superior ao recomendado; para processos de resfriamento, o alimento deve sair de uma temperatura de 60 °C, atingindo 10 °C, em um período máximo de duas horas, devendo ser mantido sob refri- geração a uma temperatura de 5 °C ou congelado a -18 °C. O prazo durante o qual um alimento preparado deve permanecer refrigerado deve ser inferior a cinco dias, desde que mantido em condições de temperatura adequadas. Contaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentosContaminantes em alimentos e fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao crescimento microbiano nos alimentos16 Outro fator importante para diminuir a probabilidade de contaminação biológica é o uso de temperos naturais, como alho, cebola, orégano, alecrim, entre outras ervas naturais que são consideradas fatores antimicrobianos naturais e que devem ter seu uso incentivado. O limão, por exemplo, pode ser usado como um fator que altera o pH do alimento, destruindo, assim, a parede celular de microrganismo patogênicos, podendo ser usado como tempero de peixes e frangos, os quais têm alta Aa, pH próximo à neutralidade e alto conteúdo proteico, o que facilita a contaminação biológica. Para que o nutricionista tenha controle das condições higiênico-sanitárias de todas as etapas do processo produtivo, deve ter em mãos os registros de Procedimento Operacional Padronizado (POP) e o Manual de Boas Prá- ticas (MBP). A contaminação de alimentos deve ser uma preocupação constante na vida profissional do nutricionista, que deve atuar de forma consciente e seguindo as legislações brasileiras vigentes. BATT, C. A. Chemical and Physical Hazards in Food. Reference Module In Food Science, p. 1-2, 2016. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/b978-0-08-100596-5.03437-5>. Acesso em: 09 out. 2018. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 216, de 15 de se- tembro de 2004. Dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. Brasília, DF, 2004. 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