Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Micotoxinas em Alimentos MICOTOXINAS ▪ Produtos do metabolismo secundário de fungos. ▪ Importantes contaminantes de alimentos e rações animais. ▪ Efeitos tóxicos agudos e crônicos no homem e em animais. Aspergillus Penicillium Fusarium Fatores que afetam a ocorrência de micotoxinas na cadeia alimentar. Plantação a produção Semente endofítico Desenvolvimento do fungo durante o crescimento da planta Fatores ambientais Tempestades Temperatura Umidade Danos Insetos Pássaros Fatores que afetam a ocorrência de micotoxinas na cadeia alimentar (continuação). Colheita Maturidade dos grãos Umidade Temperatura Danos Insetos Pássaros Outros Transporte http://images.google.com.br/imgres?imgurl=www.aeroagricola.com.br/Pontual%2520centro/colheitadeira.jpg&imgrefurl=http://www.aeroagricola.com.br/satlocterreste.htm&h=97&w=124&prev=/images%3Fq%3Dcolheitadeira%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26lr%3D%26ie%3DUTF-8 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=leste2.digiweb.psi.br/imagens/thumbs/ja002360.jpg&imgrefurl=http://www.stockbrazil.com.br/site/cd/cd_visualizar.asp%3Fbusca%3D33&h=76&w=111&prev=/images%3Fq%3Dcaminh%25C3%25A3o%2Bsoja%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26lr%3D% Fatores que afetam a ocorrência de micotoxinas na cadeia alimentar (continuação). Armazenamento Umidade Temperatura Processamento e distribuição http://images.google.com.br/imgres?imgurl=www.viamichelin.com/viamichelin/fra/jsp/mag200105/art/images/silos.jpg&imgrefurl=http://www.viamichelin.com/viamichelin/fra/jsp/mag200105/art/html/rep_riz.jsp&h=200&w=200&prev=/images%3Fq%3Dsilos%26svnum%3D10%26hl%3Dpt Fatores que afetam a ocorrência de micotoxinas na cadeia alimentar (continuação). Animais Carne Leite Micotoxicose animal Homem Micotoxicose humana Ocorrência em Produtos Alimentícios Resíduos Rações Ocratoxina Vomitoxina Zearalenona Aflatoxinas Aflatoxinas Fumonisinas Vomitoxina Ocratoxina Toxina T-2 Aflatoxinas Fumonisinas Zearalenona Ocratoxina Vomitoxina Zearalenona Zearalenona Vomitoxina Aflatoxinas Fumonisinas Aflatoxinas AFLATOXINAS Aspergillus flavus A. parasiticus A. nomius. 1960 – Doença X dos Perus na Inglaterra Aflatoxinas - química Existem pelo menos 17 compostos denominados de aflatoxinas; As aflatoxinas B1, B2, G1, G2 e M1 são as mais estudadas; A AFB1 foi classificada pela IARC como classe 1. Aflatoxinas - biotransformação Leite Aflatoxinas - mecanismo de ação Efeitos Tóxicos das Aflatoxinas ◼ Hepatotoxicidade ◼ Mutagenicidade, carcinogenicidade ◼ Teratogenicidade, imunossupressão ◼ Associadas às enfermidades humanas: câncer hepático primário, síndrome de Reye, kwashiorkor Dados da incidência de aflatoxinas em diferentes alimentos ingeridos pela população brasileira (Rodriguez-Amaya & Sabino, 2002). 20022,4-592,5121ParanáMilho 199311-28714,696São PauloRações 19942-8933,2292ParanáMilho 19941-68044,472ParanáAmendoim 19945-244044,2321São PauloAmendoim 199512000,9117Distrito FederalNozes 1996-054Rio Grande do SulFarinhas 199643-109951,380São PauloAmendoim 199510-60019,8450Distrito FederalAmendoim 19975-53645,3137São PauloAmendoim 199730-1637,739Rio Grande do SulMilho 1997-079Rio Grande do SulTrigo 199748247Rio Grande do SulArroz AnoVariação (ppb) Incidência (%) Nº amostras EstadoAlimento Dados da incidência de aflatoxinas em diferentes alimentos ingeridos pela população brasileira (Rodriguez-Amaya & Sabino, 2002). 0 500 1000 1500 2000 2500 aflatoxinas milho arroz amendoim nozes ração IDT (FS = 5.000) NOEL AFB1 0,15 ng/kg p.c./dia AFM1 0,5 ng/kg p.c./dia Valores de Ingestão Diária Tolerável (IDT) Propostos para Aflatoxinas: Fonte: Kuiper-Goodman (1991) Origem (Ref.) Ano No de Amostrasa Média (g/kg) IDPM b (ng/kg p.c.dia) Amendoim e derivados: Pernambuco (1) 1993 26/86 (B1) 6/86 (G1) 420 207 7,8 3,8 Paraná (2) 1993-1994 32/72 (B1) 23/72 (G1) 94 110 1,7 2,0 São Paulo (3) 1994 142/321 305 5,7 São Paulo (4) 1995-1996 41/80 399 7,4 a Amostras positivas/total de amostras analisadas; b IDPM – Ingestão Diária Provável Média, considerando-se a seguintes estimativas de consumo (GEMS/Food regional diets): 1,3 g/pessoa (amendoim e derivados). Referências: 1-Araújo et al. (1994); 2-Martins-Maciel et al. (1996); 3-Sabino et al. (1999); 4-Freitas & Brigido (1998). Níveis de AFB1 + AFG1 em amendoim e derivados no Brasil e respectivas estimativas de ingestão diária Origem (Ref.) Ano No de Amostrasa Média (g/kg) IDPM b (ng/kg p.c.dia) Milho e derivados: São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Goiás (1) 1993-1994 97/292 (B1) 13/292 (G1) 2-89 2-85 1,2-53,4 1,2-51,0 Rio Grande do Sul (2) 1996-1997 3/39 75 45,0 Mato Grosso (3) 1999 64/140 2-431 1,2-258,6 Paraná (4) 2002-2003 3/121 (B1) 2,4-59 (0,7) 0,43 Paraná (5) 2003-2004 7/123 (B1) 5-43 (0,9) 0,54 a Amostras positivas/total de amostras analisadas; b IDPM – Ingestão Diária Provável Média, considerando-se a seguintes estimativas de consumo (GEMS/Food regional diets): 42 g/pessoa (milho e derivados) (WHO 2003). Referências: 1--Glória et al. (1997); 2-Furlong et al. (1999); 3-Côrtes et al. (2000); 4-Sekiyama et al. (prelo); 5-Machinski Jr et al. (prelo) Níveis de AFB1 + AFG1 em milho e derivados no Brasil e respectivas estimativas de ingestão diária Origem (Ref.) Ano N o de Amostras a Média (ng/l) IDPM b (ng/kg p.c./dia) Campinas/SP (1) 1992 4/52 156 0,3 [16,0] São Paulo/SP (2) 1992-1993 33/300 150 c 0,3 [15,4] Santa Maria/RS (3) 14/275 190-2.920 0,4 [18,0] Belo Horizonte/MG (4) 25/31 6-70 0,1 [4,5] a Amostras positivas/total de amostras analisadas; b IDPM – Ingestão Diária Provável Média, considerando-se a estimativa de consumo (GEMS/Food regional diets) de 160 ml/pessoa adulta (WHO 2003); c Leite em pó, sendo que o valor se refere ao produto reconstituído a 1:8; [ ] IDPM calculada para crianças de 4 meses (peso médio: 7 kg), considerando-se a estimativa de consumo de 720 ml/dia; Referências: 1-Sylos et al. (1996); 2-Oliveira et al. (1997); 3- Mallman et al. (1997); 4- Prado et al. (1999). Níveis de AFM1 em leite no Brasil e respectivas estimativas de ingestão diária FUMONISINAS Fusarium verticillioides e F. proliferatum 1988 – Isolamento e caracterização das fumonisinas Leucoencefalomalácia eqüina Fumonisinas 18 moléculas foram caracterizadas: • B1, B2, B3 e B4 • A1, A2 e A3 • BK1 • C1, C3 e C4 • P1, P2, P3, PH1a e PH1 b. FB1 é a mais tóxica. O R 1 R 2 OH NHR 3 O CO 2 H CO 2 H O O CO 2 H CO 2 H Fumonisinas R 1 R 2 R 3 FA1 OH OH CH 2 CO FA2 H OH CH 2 CO FB1 OH OH H FB2 H OH H FB3 OH H H FB4 H H H Fumonisinas Neurotoxicidade: leucoencefalomalácia em eqüinos (LEME) Edema pulmonar agudo, hidrotórax em suínos Carcinogenicidade em modelos experimentais Evidências de carcinogenicidade humana Origem (Ref.) Ano No de Amostrasa Média (g/kg) IDPM b (g/kg p.c.dia) Milho em grão: Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás (1) 1990-1991 47/48 (FB1) 46/48 (FB2) 5.490 4.820 3,3 2,9 São Paulo (2) 167/195 (FB1) 190/195 (FB2) 9.730 7.600 5,8 4,6 Derivados de milho: São Paulo (3) 1999 40/81 (FB1) 44/81 (FB2) 1.180 290 0,7 0,2 São Paulo (4) 2000 60/60 (FB1) 60/60 (FB2) 5.170 1.000 2,9 0,6 a Amostras positivas/total de amostras analisadas; b IDPM – Ingestão Diária Provável Média, considerando-se o consumo de milho em geral (42 g/pessoa), estimado pelo GEMS/Food regional diets (WHO 2003). Referências: 1-Hirooka et al. (1996); 2-Orsi et al. (2000); 3-Machinski & Valente Soares (2000); 4-Bittencourtet al. (2003). Níveis de fumonisinas em milho e derivados no Brasil e respectivas estimativas de ingestão diária Porcentagem de produtos alimentícios à base de milho contaminados com fumonisinas 46% 54% n.d. fumonisinas Níveis médios de fumonisinas encontrados em produtos alimentícios à base de milho na cidade de Campinas, SP. 0 1 2 3 c a n jic a q u ir e ra fl o c o s c u ra u fa ri n h a fu b á m ilh o v e rd e m ilh o e m c o n s e rv a p a m o n h a p ip o c a FB1 FB2 g/g Consumo diário de fubá no Brasil por pessoa • 0,5 a 14 g na área urbana (IBGE, 1988) • 11 a 39 g na área rural (IBGE, 1977) Ingestão Diária Tolerável (TDI) = 800 ng/kg p.c./dia (Gelderblom et al., 1996) Área rural = 39g x 2290 ng (média)/70 kg = 1276ng/kg p.c./dia (Ingestão Diária Provável- PDI) PDI > TDI Avaliação da Exposição – FB1 OCRATOXINA A Aspergillus allutaceus e Penicillium verrucosum 1952 – Nefropatia Endêmica dos Balcãs 1965 (descoberta) Ocratoxina A - química Em 1999 as ocratoxinas foram classificadas como micotoxinas de interesse crescente; A IARC classificou como 2B; Potente nefrotoxina. Nefropatia endêmica dos Balcãs Progressiva redução da função renal e pode ser acompanhada de retenção de sódio; Hipertensão e morte; A OTA está relacionada com câncer no trato urinário em áreas de exposição crônica, em parte da Europa oriental. Balcãs: Bulgária, Iugoslávia e Romênia. Ocorrência da Ocratoxina A Milho Trigo Cevada Centeio Aveia Cacau Café Avaliação da Exposição – Ocratoxina A • Consumo semanal de farinha de milho no Brasil por pessoa é de 17,5 g na área metropolitana (IBGE, 1988) • Ingestão Semanal Tolerável Provisória (PTWI) = 100 ng/kg p.c./semana (JECFA, 1995) • Ingestão Semanal Provável (PWI) = 17,5g x 64 ng (amostra positiva)/70 kg = 16 ng/kg p.c./semana • PWI < PTWI ZEARALENONA Fusarium graminearum Toxina F-2 1929 – Síndrome estrogênica em suínos (EUA) 1962 – descoberta IARC - grupo 2B Zearalenona - ocorrência Milho Cevada Trigo Centeio Sorgo Dados da ocorrência de zearalenona em diferentes alimentos ingeridos pela população brasileira (Rodriguez-Amaya & Sabino, 2002). 1996531,954Rio G. do SulFarinha 1994413-413013115Rio G. do SulMilho 1994-0239SP, PR, MT, MS, GO Milho 1991-038São PauloTrigo 1997-039Rio G. do SulMilho 199797-1052,579Rio G. do SulTrigo 1997-047Rio G. do SulArroz 20024480,8121ParanáMilho AnoVariação (g/kg) Incidência (%) Nº amostras EstadoAmostra PATULINA Aspergillus, Penicillium e Byssochlamis P. expansum 1941 - antibiótico 1961 - carcinogenicidade em ratos oral - irritação estomacal, náuseas e vômitos. Patulina - ocorrência Frutas • maçã • uva • pêssego Trigo Queijos Hortaliças IARC - classe 3 Dados da incidência de patulina em sucos de frutas ingeridos pela população brasileira (Rodriguez-Amaya & Sabino, 2002). 1993170,7149Sucos de frutas São Paulo 19936-7819,776Suco de maçã Paraná 1995-036Sucos de frutas São Paulo AnoVariação (g/L) Incidência (%) Nº amostras AlimentoEstado Avaliação da Exposição – Patulina • Consumo diário de suco de maçã no Brasil por pessoa é de 0,3 g (GEMS, 2003) • Ingestão Diária Tolerável Provisória (PTDI) = 0,4 g/kg p.c./dia (JECFA, 1995) • Ingestão Diária Provável (PDI) = 0,3 g x 3,2 g (média)/70 kg = 0,01 g/kg p.c./semana • PDI < PTDI TRICOTECENOS Fusarium • F. graminearum • F. culmorum • F. sporotrichioides • F. poae • F. oxysporum • F. tricinctum Myrothecium Tricothecium Cephalosporium Stachybothrys Tricotecenos – propriedades químicas Tricotecenos – principais alimentos Trigo Cevada Aveia Milho • Batatas • Centeio • Sorgo • arroz Dados da ocorrência de tricotecenos em diferentes alimentos ingeridos pela população brasileira (Rodriguez- Amaya & Sabino, 2002). Amostra Estado Tric. Nº am. Inc. (%) Variação (g/kg) Ano Milho São Paulo DON 130 0 - 1991 Milho Minas Gerais DON 40 0 - 1991 Produtos de Trigo São Paulo DON, NIV, T-2, HT-2, T-2 triol, T-2 tetraol 38 0 - 1991 Trigo São Paulo DON NIV T-2 DAS 20 20 15 10 5 470-590 160-400 400-800 600 1990 Trigo Rio de Janeiro DON 18 5,6 400 1990 Aléucia Tóxica Alimentar (ATA) 1932 a 1947 – URSS Taxa de mortalidade – 60% Hiperemia da mucosa bucal e faríngea, gastrite, dor abdominal e esofágica, diarréia e febre (2 a 3 dias) Hemorragias, petéquias, faringite tipo diftérico, laringite ulcerosa, afonia e asfixia (dias a 2 semanas) Náusea, vertigem, leucopenia, granulocitopenia e linfocitose progressiva (3 a 4 semanas) Ação bioquímica: • Inibição da síntese protéica • Aminas biogênicas Efeitos tóxicos em animais Dermatites severas • Perda de peso • Recusa voluntária dos alimentos • Vômito • Melena • Hemorragias • Morte Considerações finais No Brasil, a ingestão média estimada de aflatoxinas é alta, o que pode contribuir para um incremento na incidência de carcinoma hepatocelular (CHC). O risco de CHC atribuível à ingestão de AFM1 através de leite e derivados é presumivelmente baixa. Considerar a população lactente para avaliar o risco de CHC pela aflatoxina M1. São necessários novos estudos sobre a ocorrência de aflatoxina M1, fumonisinas, ocratoxina A, zearalenona, tricotecenos e patulina em produtos alimentícios, para melhor avaliar a ingestão média da toxina pela população. A conscientização dos produtores de alimentos e as ações de vigilância sanitária permanentes são essenciais para diminuir a exposição humana a esses compostos tóxicos e prevenir doenças advindas dessa exposição. Considerações finais
Compartilhar