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1 RESUMO - PATOLOGIA Rim SINDROMES RENAIS CLÍNICAS Azotemia Uremia Síndrome nefrítica Síndrome nefrótica Insuficiência renal aguda Insuficiência renal crônica Nefrolitíase AZOTEMIA Elevação da ureia e creatinina séricas indica diminuição da filtração glomerular Azotemia pré-renal: quando há hipoperfusão dos rins Azotemia pós-renal: quando o fluxo de urina é obstruído Uremia: Quando a azotemia é acompanhada de sinais clínicos (gastroenterite urêmica, neuropatia periférica e pericardite fibrinosa). SÍNDROME NEFRÍTICA Hematúria Oligúria Hipertensão Azotemia Proteinúria Edema Proteinúria > 3,5 mg/d Hipoalbuminemia Hiperlipidemia Lipidúria INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA Perda progressiva e rápida da função renal Estágios de Insuficiência Renal Crônica: 1. Reserva renal diminuída (ureia e creatinina normais, FRG diminuída em 50%, fácil desenvolver azotemia). 2. Insuficiência renal: FRG entre 20% e 50%, azotemia presente, injúria adicional precipita uremia. 3. Insuficiência renal crônica: FRG < 25%, edema acidose metabólica, hipercalemia, uremia. 4. Doença renal terminal: FRG < 5% DOENÇAS GLOMERULARES Glomerulopatias: lesões do glomérulo sem inflamação. Podem ser primárias ou secundárias (LES, DM, Amiloidose, Vasculites, Endocardites bacterianas). Glomerulonefrite: inflamação do glomérulo Estrutura glomerular Camada de células endoteliais Membrana basal glomerular (lâmina densa, lâmina rara interna e lâmina rara externa). MBG: colágeno, proteoglicanas (sulfato de heparana), glicoproteínas (laminina, entactina). Podócitos Células mesangiais 2 RESUMO - PATOLOGIA Barreira Glomerular Alta permeabilidade para água e pequenos solutos Permeabilidade a proteínas depende do tamanho e carga (quanto mais catiônica mais permeável) Albumina tem baixa permeabilidade (molécula aniônica – pI 4.5) Podócito: produz a MBG. É importante para a barreira glomerular. Alterações Histológicas Hipercelularidade Proliferação mesangial ou epitelial Infiltração leucocitária Formação de crescentes Espessamento da membrana basal Deposição de material amorfo (complexos imunes, fibrina, amilóide, crioglobulinas) Espessamento da membrana basal por aumento da síntese de seus componentes (DM) Hialinização e esclerose Hialinização: acúmulo de proteínas plasmáticas no glomérulo Esclerose: acúmulo de colágeno na matrix extracelular (mesângio). DOENÇAS GLOMERULARES Glomerulopatias primárias Glomerulonefrite aguda proliferativa Glomerulonefrite rapidamente progressiva Glomerulopatia membranosa Doença com alterações mínimas Glomeruloesclerose focal segmentar Glomerulonefrite membranoproliferativa Nefropatia por IgA Glomerulonefrite crônica OUTRAS DOENÇAS COM ENVOLVIMENTO GLOMERULAR Doenças Sistêmicas Lúpus Diabetes mellitus Amiloidose Síndrome de Goodpasture Granulomatose de Wegener Púrpura de Henoch-Schönlein Endocardite bacteriana Doenças Hereditárias Síndrome de Alport Doença da membrana basal fina Doença de Fabry IMUNOLOGIA DAS DOENÇAS RENAIS Mecanismos imunológicos da lesão glomerular: 1. Lesão mediada por anticorpos 2. Deposição de imunecomplexos in situ 3. Deposição de imunecomplexos circulantes 4. Anticorpos citotóxicos 5. Lesão mediada por células 6. Ativação da via alternativa do complemento Deposição de imunecomplexos circulantes Os complexos são depositados no glomérulo Não há especificidade pelos antígenos glomerulares, apenas uma afinidade físico-química e fatores hemodinâmicos. Os antígenos podem ser endógenos (LES) ou exógenos (Estreptococos, HBV, HCV, Treponema pallidum, tumores). Os complexos são formados na circulação e aderem ao glomérulo através do complemento e receptores Fc em leucócitos Leucócitos nas lesões glomerulares e proliferação mesangial 3 RESUMO - PATOLOGIA Depósitos subendoteliais (endotélio - MBG) ou subepiteliais (MBG – podócitos) de IC no glomérulo Lesão glomerular mediada por anticorpos. A lesão pode resultar da deposição de complexos imunes circulantes ou da formação de complexos in situ. A, A deposição de imunocomplexos circulantes forma um padrão granular de imunofluorescência. B, Glomerulonefrite por anticorpos antimembrana basal glomerular (anti-MBG) é caracterizada por um padrão linear de deposição na imunofluorescência. C, Anticorpos contra componentes glomerulares se depositam em padrão granular. IMUNOFLUORESCÊNCIA Depósitos granulares na membrana basal, no mesângio ou ambos IC podem ser destruídos pelos leucócitos (GNPE) Se esse ciclo se repetir, resulta em lesão crônica do glomérulo (GNM ou GNMP) Fatores que determinam a localização do imunecomplexo Imunógenos catiônicos cruzam a MBG: subepitelial Imunógenos aniônicos não cruzam a MBG: subendoteliais Imunógenos neutros: acúmulo no mesângio IC grandes não entram a MBG Anticorpos contra as células glomerulares Anticorpos contra antígenos glomerulares podem ocorrer Desencadeamento de mecanismos citotóxicos contra o mesângio, endotélio, e células epiteliais Imunidade mediada por células na glomerulonefrite Possível papel da imunidade celular Macrófagos e linfócitos T IC iniciam a lesão mas os linfócitos podem propagar a inflamação Ativação da cadeia alternativa do sistema complemento A ativação da via alternativa do complemento ocorre na entidade clínico-patológica chamada doença de depósito denso, também denominada glomerulonefrite membranoproliferativa (MPGN tipo II). Também pode ocorrer em algumas formas de glomerulonefrite proliferativa. LESÃO EPITELIAL Anticorpos contra antígenos epiteliais Por toxinas Outros (?) Há alteração morfológica das células epiteliais, com alteração dos processos podais, vacuolização, retração, descolamento das células resultando em proteinúria. Lesão de podócitos. A sequência postulada pode ser iniciada por anticorpos contra antígenos de podócitos, toxinas, citocinas e outros fatores. As 4 RESUMO - PATOLOGIA características mais comuns dos podócitos lesionados são destruição de pedicelos e destacamento da membrana basal. Esses defeitos permitem perda de proteínas plasmáticas para o espaço urinário. MEDIADORES DA INJÚRIA GLOMERULAR Neutrófilos e monócitos liberam proteases (degradação da MBG), radicais libres e metabólitos do ácido aracdônico Macrófagos, linfócitos T e células natural killer infiltram o glomérulo liberando mediadores Plaquetas liberam eicosanóides e fatores de crescimento Células mesangiais podem produzir radicais livres, citocinas (IL-1 e TNF), quimiocinas, fatores de crescimento, óxido nitrico e endotelina MECANISMOS DE PROGRESSÃO DAS DOENÇAS GLOMERULARES Glomeruloesclerose focal segmentar Ocorre hipertrofia compensatória dos glomérulos não afetados Entretanto a GEF se desenvolve, com proteinúria Acaba ocorrendo esclerose total do glomérulo e uremia Fibrose tubulointersticial Dano tubular e Fibrose do interstício Ocorre por isquemia resultante das alterações glomerulares Proteinúria ativa as células tubulares que expressam moléculas de adesão, citocinas e fatores de crescimento que irão levar à fibrose. SÍNDROME NEFRÍTICA Glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica Aparece 1 a 4 semanas após infecção estreptocócica (impetigo ou faringe) Crianças de 6 a 10 anos Produção de anticorpos contra antígenos do Streptococcus Consumo de proteínas do sistema complemento Depósitos granulares nos glomérulos Glomérulo hipercelular (neutrófilos, monócitos, proliferação de células mesangiais e endoteliais, formação de crescentes) Os glomérulos com GNDA são maiores e mais celulares que os correspondentes normais. O espaço de Bowman é comprimido pelo maior volume dos tufoscapilares. O aumento da celularidade se deve não só à proliferação das células glomerulares, mas também à infiltração por neutrófilos, atraídos pela fixação do complemento, conseqüente à deposição de imunocomplexos. Quadro clínico da GNDA Febre, mal estar, náusea, oligúria e hematúria 1-2 semanas após infecção Cilindros hemáticos na urina Proteinúria leve (< 1 mg/d) Edema periorbital Hipertensão leve a moderada Pode resolver ou evoluir para GN crônica Pode ocorrer também com outros agentes infecciosos Glomerulonefrite rapidamente proliferativa (ou crescêntica) Rapidamente progressiva Presença de crescentes nos glomérulos (proliferação de células parietais na cápsula de Bowman e infiltração por monócitos e macrófagos) Várias etiologias (Ac anti-MBG, Imunecomplexos, pauci-imune) Grande injúria glomerular 5 RESUMO - PATOLOGIA Quadro clínico da GNRP Hematúria Proteinúria moderada Hipertensão Edema Prejuízo importante da função renal Histologicamente, a alteração característica são as crescentes, constituídas por células proliferadas do folheto parietal da cápsula de Bowman e monócitos, que reduzem ou obliteram o espaço de Bowman e se fundem com os tufos capilares. Isto reduz ou impede a filtração glomerular. SÍNDROME NEFRÓTICA Proteinúria massiva ( > 3,5 g/d) Hipoalbuminemia ( < 3 g/dL) Edema generalizado Hiperlipidemia e lipidúria Patogênese Aumento da permeabilidade capilar Depleção da albumina sérica Diminuição da pressão coloidosmótica Edema (periorbital) Retenção de sódio e potássio (aumento da renina, estímulo simpático, redução de secreção de fator natriurético atrial) Aumento da síntese de lipoproteínas, redução do catabolismo = hiperlipidemia Perda de lipoproteínas = lipidúria Causas de Síndrome Nefrótica Nefropatia membranosa Doença de alteração mínima Glomeruloesclerose focal segmentar Glomerulonefrite membranoproliferativa Outras NEFROPATIA MEMBRANOSA Principal causa de Sd. Nefrótica em adultos Causada por drogas, tumores, LES, infecções, doenças auto-imunes Idiopática em 85% Participação de C5b-C9, com formação do complexo de ataque à membrana Esse complexo estimula células endoteliais e mesangiais, que liberam proteases = dano ao capilar e perda de proteínas. Evolução clínica Esclerose do glomérulo Aumento de creatinina Hipertensão 40% progride para insuficiência renal DOENÇA DE ALTERAÇÃO MÍNIMA Principal causa de Sd. Nefrótica em crianças Glomérulos histológicamente normais, porém com achatamento dos pés dos podócitos na ME. 2 a 6 anos de idade Pode ser decorrente de vacinas ou infecção do Trato respiratório Responde muito bem a corticóides Quadro clínico Função renal boa Proteinúria massiva Não há hipertensão ou hematúria Boa resposta a corticóides GLOMERULOESCLEROSE FOCAL SEGMENTAR Focal = nem todos os glomérulos são afetados Segmentar = nem todo o glomérulo é afetado Idiopática, HIV, heroína, outras nefropatias com perda de substância 6 RESUMO - PATOLOGIA Quadro clínico Mais hematúria, redução da FGR, hipertensão Responde mal a corticóides Progressão (50%) para IRC em 10 anos Forma mais evoluída da dç de lesão mínima GLOMERULONEFRITE MEMBRANOPROLIFERATIVA Alterações na MBG Proliferação de células glomerulares Infiltração por leucócitos Deposição de IC e ativação do sistema complemento (Tipo 1) Deposição de depósitos densos e ativação da via alternativa do complemento GLOMERULONEFRITE CRÔNICA Resultado de várias glomerulonefrites Membranosa, membranoprliferativa, crescêntica, esclerose focal segmentar e depósito de IgA. Massas eosinofílicas acelulares Esclerose arterial e arteriolar Atrofia tubular LESÕES GLOMERULARES SECUNDÁRIAS AO DIABETES 40% dos diabéticos com IRC Proteinúria não-nefrótica Síndrome não-nefrótica Insuficiência renal crônica Nefropatia diabética Espessamento da membrana basal capilar Esclerose mesangial difusa Glomeruloesclerose nodular (lesão de Kimmelstiel- Wilson) Hiperglicemia leva a alterações bioquímicas da MBG, prejudicando a filtração Alterações hemodinâmicas no glomérulo, com aumento da filtração e lesões subsequentes. Glomerulosclerose intercapilar nodular de Kimmelstiel-Wilson: é considerada a lesão mais característica, virtualmente patognomônica da nefropatia diabética. Há espessamento mesangial na forma de nódulo, geralmente único, hialino e acelular, envolvendo um lóbulo glomerular. NECROSE TUBULAR AGUDA Diminuição aguda da função renal Evidência morfológica de lesão renal Dois tipos: isquêmica e tóxica Necrose tubular aguda, tipo isquêmico: A grande maioria dos casos pertence à variedade isquêmica. A variedade isquêmica é causada mais comumente por estado de choque, hemólise intravascular (provocando hemoglobinúria) ou mionecrose (causando mioglobinúria). Necrose tubular aguda Há redução drástica do fluxo urinário (oligúria) e a urina torna-se escura, com 'cor de Coca-Cola'. Ocorre aumento nos níveis de ureia e creatinina no sangue e o paciente necessita diálise. Se sobreviver a esta fase, há regeneração das células tubulares e retorno da função renal em aproximadamente uma semana. Alterações comuns nos túbulos são também os cilindros pigmentados e os cristais de oxalato de cálcio. Morfologia da NTA isquêmica Lesões de células tubulares menos proeminentes que na NTA tóxica. Descamação de células necróticas na luz e/ou atividade regenerativa das células remanescentes. As células regeneradas podem ter núcleos volumosos, nucléolos evidentes, e citoplasma 7 RESUMO - PATOLOGIA escasso e basófilo, com variação de tamanho dos núcleos entre células tubulares vizinhas. Cilindros pigmentados: são granulosos e fortemente hialinos, sendo constituídos principalmente pela proteína de Tamm- Horsfall (glicoproteína normalmente secretada pelas próprias células tubulares), hemoglobina, mioglobina e/ou outras proteínas. Cristais de oxalato de cálcio: O oxalato é normalmente excretado pelos rins e precipita-se nos túbulos com a diminuição do fluxo de filtrado glomerular. Os cristais são amarelados e têm estrutura radiada, sendo classicamente comparados a fatias de abacaxi. Necrose tubular aguda, tipo tóxico: Deve-se a substâncias nefrotóxicas como bicloreto de mercúrio, inseticidas, herbicidas (p.e. paraquat), etc. As lesões tubulares são mais evidentes que na NTA isquêmica. Pode haver extensa necrose de células tubulares, que descamam em massa para a luz. Após alguns dias há regeneração das mesmas, que mostram núcleos volumosos, nucléolo evidente, citoplasma basófilo e mitoses. Alterações glomerulares: A principal, como na NTA isquêmica, é a acentuada isquemia glomerular. Praticamente não há hemácias nos tufos capilares Células necróticas preenchem a luz de muitos túbulos. Algumas ainda têm núcleos picnóticos, em outras o núcleo desapareceu. ANOMALIAS CONGÊNITAS Agenesia Hipoplasia Ectopia Rim em ferradura Rins policísticos DOENÇA POLICÍSTICA As doenças císticas do rim, que, em conjunto, não são raras, constituem um grupo heterogêneo, podendo ser hereditárias, congênitas mas não hereditárias, ou adquiridas. O aumento de volume do rim pode induzir a diagnóstico errôneo de neoplasia. Algumas formas, como a doença policística do adulto, exemplificada acima, podem causar insuficiência renal crônica. INFECÇÃO URINÁRIA Etiologia - Escherichia coli 85-90% - Enterobacter - Klebsiella - Proteus - Pseudomonas Processo infeccioso que acomete as vias urinárias, dos rins à bexiga. Pielonefrite: infecção dos rins, quase sempre bacteriana, do interstício, túbulos, cálices, pelve e ureter. Patogênese: Ascendente, canalicular ou urinária. Hematogênica ou descendente (Estafilococos)Colonização da uretra distal Catéter facilita a passagem da bactéria da uretra para a bexiga Estase de urina Refluxo vésico-ureteral Refluxo intra-renal 8 RESUMO - PATOLOGIA PIELONEFRITE AGUDA É uma inflamação purulenta do parênquima renal, causada por bactérias. Fatores de risco da Pielonefrite Sexo Gravidez Obstrução Refluxo vésico-ureteral Refluxo intra-renal Diabete melito Instrumentação Deficiência imunológica Morfologia da Pielonefrite aguda Inflamação supurativa Agregado intratubular de neutrófilos Necrose tubular No exame de urina: cilindros leucocitários PIELONEFRITE CRÔNICA É a infecção renal crônica túbulo- intersticial associada a fibrose e cicatrizes do parênquima e deformações no sistema pielocalicial. PNC obstrutiva PNC associada a refluxo Refluxo vésico-ureteral Cicatrizes extensas, típicas de pielonefrite crônica associada a refluxo vesiculoureteral. As cicatrizes estão usualmente localizadas nos polos superiores ou inferiores do rim, em associação com o aplainamento dos cálices subjacentes. 9 RESUMO - PATOLOGIA Alterações renais Rins contraídos primários (nefroesclerose benigna, nefroesclerose maligna) Rins contraídos secundários (pielonefrite crônica) NEFROESCLEROSE BENIGNA O rim está reduzido de volume e tem superfície externa fina e difusamente granulosa, devido à hialinose arteriolar e à hialinização glomerular. Ambos os processos levam a atrofia de parte dos néfrons, que correspondem às pequenas depressões da superfície renal. NEFROESCLEROSE MALIGNA Os altos níveis pressóricos da hipertensão maligna levam a intensa hipertrofia do miocárdio ventricular Na hipertensão maligna, a principal lesão macroscópica no rim são petéquias, devidas à glomerulonecrose ou arteriolonecrose, que levam a extravasamentos puntiformes de sangue visíveis na superfície externa ou de corte. Lesões vasculares: arteriolosclerose hiperplásica ou lesão em casca de cebola. É característica da hipertensão maligna. Pequenas artérias e arteríolas renais sofrem intensa hiperplasia da íntima. As células se dispõem concentricamente à maneira de um bulbo de cebola cortado transversalmente, e há grande redução da luz. Em algumas arteríolas nota- se a arteriolosclerose hialina ou hialinose arteriolar, a lesão vista mais comumente na hipertensão benigna e no diabete mélito. Nestas duas doenças não ocorrem lesões em casca de cebola. TUMORES RENAIS DO PARÊNQUIMA ADENOMA RENAL Origem: túbulos renais Frequência: 7 – 22% das necrópsias Macroscopia: nódulos amarelos acinzentados corticais, proeminentes, em geral com menos de 2,0cm, encapsulados. Microscopia: papilas, túbulos, glândulas, cordões com células ricas em lipídeo. Tumores maiores que 3,0cm potencialmente podem determinar metástases. Tumores entre 2-3 cm tem comportamento indeterminado (raramente metastatizam). TUMORES MALIGNOS RENAIS CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS Hipernefroma, adenocarcinoma do rim, tumor de Grawitz Definição: Neoplasia epitelial maligna originada a partir da célula tubular proximal. Frequência: 5ª e 6ª décadas. 85-90% dos cânceres renais. Clínica: tríade clássica: hematúria (90% dos casos), dor, massa palpável. Outras manifestações: febre, fraqueza, perda de peso, às vezes assintomático até 10cm.. 10 RESUMO - PATOLOGIA Fator de risco: tabagismo Síndromes Paraneoplásicas (por produção hormonal pelo tumor) Policitemia (eritropoetina) Hipercalcemia (paratormonio) Hipertensão (renina) Feminilização/masculinização Cushing (ACTH) Eosinofilia Amiloidose secundária Antecedentes: adenomas - fumo Macroscopia: tumores polares, circunscritos, substituindo o parênquima, sólidos, amarelo- acinzentados, ricos em necrose e hemorragia. Obs.: raramente císticos, devendo diferenciar-se de cistos hidáticos e cistos multiloculados (benignos). Crescem distorcendo a pelve; invadem cápsula renal, fascia de Gerota e tecidos perirenais. Invadem por crescimento direto em veias renais, podendo invadir veia cava até o átrio direito. Metástases: pulmões (50%), ossos (33%), gânglios regionais, fígado,adrenais, cérebro, rim contralateral (10-15%). Microscopia: papilas, túbulos, glândulas, cordões. Tipo mais comum: células claras (glicogêneo e lipídeos), células granulares (menos frequente). Atipias citológicas variáveis (GI, GII, GIII) Sobrevida: 45-75% (5 anos) na ausência de metástases. TUMOR DE WILMS (NEFROBLASTOMA) Origem: a partir do blastema renal primitivo – é um tumor embrionário. Clínica: incidência máxima entre 2-4 anos de Idade. Massa palpável Obstrução intestinal Dor Hipertensão Hematúria Macroscopia: massas gigantes, esféricas, em geral unilaterais, “encefalóides”, raros focos de necrose/hemorragia. Invadem cápsula renal e tecidos perirenais. Microscopia: Componente epitelial: túbulos e estruturas glomerulóides. Componente mesenquimal: estroma fisiforme sarcomatoso, músculo liso/estriado, cartilagem, osso, adiposo, fibroso, lípides (colesterol). Sobrevida: 90% (quimio, rádio, cirurgia) – 5 anos ou mais.
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