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RESUMO - DIREITO PROCESSUAL CIVIL

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· Direito material: é o conteúdo do direito, o corpo de normas que disciplinam as relações jurídicas referentes a bens e utilidades da vida, do dia-a-dia. 
· Direito processual: é um instrumento para efetivar o direito material. O objeto do direito processual reside precisamente em institutos (jurisdição, ação, exceção, processo) e eles concorrem decisivamente para dar-lhe sua própria individualidade e distingui-lo do direito material.
 (
A vida em sociedade exige a observância de regras.
)
 (
Autotutela, arbitragem e autocomposição.
) (
Conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida.
) (
Regra violada = LIDE
)
= =
· Lide> pretensão resistida, a qual precisa ser solucionada. 
Exemplo: tenho uma relação jurídica com Maria, a qual se comprometeu a prestar um serviço estético para mim. Eu a contratei e paguei 100% do serviço a ela. A primeira sessão foi feita, entretanto, na segunda ela já não agenda mais para mim. Eu peço a devolução do dinheiro e ela não o faz e nem remarca minha sessão. 
Pretensão: a pretensão deste caso é o serviço ou a devolução do dinheiro. E para que se resolva esse tipo de caso existe a autotutela, arbitragem e autocomposição.
· Jurisdição: É o poder conferido ao Estado-Juiz para solucionar o conflito de interesses entre as partes que estão envolvidas em uma relação jurídica processual (lide). Tem como princípios fundamentais:
· Princípio da inércia: O Judiciário não pode agir por iniciativa própria, somente o fará quando adequadamente provocado pela parte, conforme o art. 2º, do CPC, "O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei". O princípio da inércia garante o princípio da imparcialidade.
· Princípio da imparcialidade: A imparcialidade do juiz é um pressuposto de validade do processo, devendo o juiz colocar-se entre as partes e acima delas, sendo esta a primeira condição para que possa o magistrado exercer sua função jurisdicional.
· Ação: A ação é doutrinariamente concebida como um “direito público abstrato de requerer a tutela jurisdicional do Estado”.
· Processo:O processo passa a ser entendido como mecanismo de legitimação do Poder Estatal, um instrumento para a obtenção de uma tutela justa. Através dele busca-se a prestação de uma solução jurisdicional. O processo é dissociado do direito material, tornando-se autônomo em relação a esse, alçando natureza pública, uma vez que o Estado é quem determina a forma de atuação do ordenamento jurídico.
· Procedimento: Procedimento configura-se na exteriorização e materialização do processo, podendo assumir diversos modos de ser. O processo pode ser entendido como instituto complexo, no qual o procedimento é uma de suas vertentes, aliado a relação existente entre seus sujeitos, com o objetivo de obter uma tutela justa. O procedimento seria a sistematização do processo. É necessário que o procedimento seja refletido desde sua forma em abstrato, quando criado pelo legislador, para possibilitar tutelar o direito material. Divide-se em:
· Comum;
· Especial.
· (
Princípios + regras = normasprocessuais
)Das normas fundamentais:Os princípios possuem força normativa, de modo que é admissível fundamentar sentenças exclusivamente em princípios. – Lei 3.105/2015, CPC
· Art. 1º, CPC- os princípios constitucionais servem também como base do processo civil e consequentemente como base para as normas processuais fundamentais. 
· Art. 2º, CPC - relaciona o princípio da inércia e o princípio do impulso oficial. Sendo assim, cabe às partes darem início à ação e tem por finalidade garantir a imparcialidade do juiz. Além disso, uma vez que o processo inicia-se, este deve se desenvolver, não excluindo o dever de ação das partes, sob o risco de configurar perempção. 
· Princípio do impulso oficial:Cumpre ao juiz e aos seus auxiliares zelar para que o processo tenha andamento, na forma da lei, impulsionando-o até atingir o seu desfecho, excetuada as hipóteses em que o andamento do processo depende de ato a ser realizado pelo autor.
· Princípio da inafastabilidade da atuação jurisdicional: direito de acesso à justiça, estimulando formas alternativas a solução dos conflitos, como a arbitragem, mediação e conciliação. Garantia do cidadão de poder provocar uma resposta do Poder Judiciário no caso de percebida lesão a algum direito. 
· Art. 3º, CPC - não se exclui da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito, permitindo a arbitragem, conciliação e mediação, entre outras soluções estimuladas por magistrados. A solução consensual dos conflitos deverá ser promovida pelo Estado.
· Princípio do devido processo legal: assegura a todos o direito a um processo com toas as etapas previstas em lei e todas as garantias constitucionais. Dentro do seu desenvolvimento obedece e observa todas as normais processuais. É um princípio fundamental e vai sempre estar presente. Engloba todos os demais princípios e regras processuais. 
· (
O sistema processual brasileiro é misto
)Principio do dispositivo: Faculdade de renunciar direitos que interessam as partes.Depende de a parte exercer seu direito de ação, de iniciar processo. Compete a parte a responsabilidade, se ele não praticar o ato para começar o processo não adianta. 
· Princípio do inquisitivo: produção de provas, ônus. Desenvolve-se por um impulso oficial. É de responsabilidade do juiz. 
· (
Mérito
: 
“ação ou comportamento que considera a utilização prática; análise das coisas através de uma abordagem pragmática”.
)Art.4º, CPC - garante não só a celeridade, como também a resolução integral do mérito e sua satisfação, ou seja, garante a efetividade do processo.
· Princípio da duração razoável do processo:assegura a razoável duração do processo e os meios que garantem a celeridade de sua tramitação com vistas à efetividade da prestação jurisdicional. Deve ser aplicado observando o princípio da razoabilidade e da proporcionalidade, para que o processo não se estenda além do prazo razoável e não comprometa a plena defesa e o contraditório. 
· Princípio da boa-fé processual: A boa-fé subjetiva refere-se ao sujeito e sua crença. É aquela que analisa a intenção do agente. A boa-fé objetiva deve estar em conformidade com a lealdade e com um padrão ético de conduta entre as partes.
O princípio da boa-fé é uma cláusula geral: o legislador prevê uma consequência, sem deixar de analisar todo ato praticado para ver se há litigância de má-fé. 
· Art. 5º, CPC - faz referência à boa-fé objetiva e ao resultado que a conduta humana pode gerar dentro do processo. 
· (
O princípio da cooperação se aproxima ao princípio da boa-fé objetiva, uma vez que permite que autor e réu se ajudem mutuamente (utópico).
)Princípio da cooperação: quando há cooperação entre as partes, e entre elas e o juiz, isso para uma rápida e eficaz solução da lide. Trás um equilíbrio para o processo. Constitui uma norma fundamental dentro do CPC. Esse dispositivo implantou um novo modelo processual: o modelo cooperativo do processo.
· Art.6º, CPC - relaciona-se ao princípio da cooperação. Os sujeitos citados são todos aqueles envolvidos, não apenas autor, réu e juiz. 
· Partes do processo: no direito processual, parte é cada pessoa que figura numa relação jurídica processual, isto é, numa ação judicial, atuando nela com parcialidade (sujeito parcial) e estando sujeita aos efeitos da decisão judicial.
· Sujeitos do processo: são todos que se envolvem no processo e garantem a cooperação dele (sujeitos parciais e imparciais). Abrange as partes, o Juiz, o Ministério Público e os auxiliares da Justiça.
· Processo cooperativo fica entre dois extremos:
· Processo publicista: preponderância do Estado dentro do processo, o juiz é o detentor de diversos poderes.
· Processo adversarial: preponderância das partes, as quais levam ao juiz o fato demonstrando sua fundamentação, ao juiz compete a decisão, apenas, a maior atuação é das partes. 
· Autos conclusos: o termo “conclusos” ou “conclusão” significa que o processo está com o juiz para queele profira um dos tipos de decisão dentre as possíveis e previstas no Código de Processo Civil. 
· Deveres do juiz impostos mediante princípio da cooperação:
· Dever de consulta: é imposto ao juiz dialogar com as partes através de atos processuais e petições. 
· Dever de prevenção: o juiz deve apontar as falhas processuais ou vícios judiciais e seus efeitos, afim de não comprometer a tutela jurisdicional. 
· Dever de esclarecimento: as decisões devem ser feitas de forma clara, além do dever de intimar as partes a esclarecerem os fatos. Exemplo: quando a parte faz um requerimento e não é possível extrair qual foi é este, exatamente. Nessa situação deve-se intimar a parte para que seja clara o suficiente. 
· Dever de auxílio: dever do juiz de remover os obstáculos processuais e possibilitar que as partes possam ter o cumprimento adequado de seus direitos, faculdade, ônus e deveres processuais. 
· (
Art. 7º
 É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
)Faculdade: refere-se à liberdade do agir visando um fim. É um direito subjetivo, ou seja, a parte age se quiser. 
· Ônus: refere-se a uma imposição. Se não cumprido, implica na perda de um direito, mas não prejudica ao outro, a consequência recai apenas em cima dela. 
· Dever: refere-se a uma obrigação. É algo que deve ser cumprido e que acarreta danos e prejuízos a outrem.A aversão ao cumprimento do dever caracteriza litigância de má-fé.
· Princípio da igualdade (isonomia): aigualdade dentro do processo deve ser garantida a todo o momento. De acordo com o caso concreto, o Juiz deverá garantir o princípio da igualdade. – art. 7º, CPC.
· Hermenêutica Processual Civil: é por meio dos métodos da hermenêutica que interpretamos métodos jurídicos. Doutrinadores entendem que hermenêutica e interpretação são sinônimos e outros entendem que hermenêutica é uma ciência. 
· Art. 8º, CPC - o legislador definiu parâmetros que devem ser utilizados pelo magistrado na interpretação e na aplicação das normas processuais civis. São eles:
· Atendimento aos fins sociais e as exigências do bem comum;
· Dignidade da pessoa humana;
· Proporcionalidade - ao se garantir um direito, muitas vezes é preciso restringir-se outro;
· Razoabilidade - é uma diretriz de senso comum, ou melhor, de bom-senso. Esse bom-senso jurídico se faz necessário à medida que as exigências formais que decorrem do princípio da legalidade tendem a reforçar mais o texto das normas, a palavra da lei, que o seu espírito;
· Legalidade - aquele que o qualifica e que lhe dá a identidade própria;
· Eficiência - tem que ter uma ideia de racionalização dos atos processuais para garantir sua finalidade. 
· Princípio do contraditório: Impõe que nenhuma decisão seja tomada sem prévia oitiva das partes, ainda mais se for contrária aos seus interesses. Esse princípio implica na paridade de tratamento das partes na relação processual e na bilateralidade da audiência.
· Art. 9º, CPC;
· Binômio ciência e reação: deve ter ciência dos atos que são praticados no processo para que possa reagir, argumentando, apresentando suas alegações e fazendo suas ponderações. 
· Visto em duas dimensões:
· Formal: relaciona-se ao princípio do contraditório e também ao direito de participar do processo, ou seja, de ser ouvido e poder dialogar dentro do processo. O juiz não pode definir nenhuma questão sem ouvir a outra parte. 
· Material: relaciona-se ao princípio da ampla defesa e também a possibilidade da parte influir na decisão. 
· § único: Trás o contraditório diferido, o qual acontece em determinadas mitigações e essas mitigações do contraditório são exceções. O juiz pode decidir sem ouvir a parte contrária.
Decorre desse princípio da ideia de se evitar as ‘’decisões surpresas’’. A regra é que a parte seja intimada a se manifestar, para que possa efetivamente influir no conteúdo da decisão antes de ela ser proferida. 
O disposto no caput NÃO se aplica:
I. À tutela provisória de urgência;
II. Às hipóteses de tutela da evidencia previstas no art. 311, incisos II e III;
III. À decisão prevista no art. 701.
Admite-se a mitigação do contraditório prévio:
· Tutela de urgência (antecipada ou cautelar): quando houver demonstração de probabilidade ou perigo. Busca-se o resultado útil do processo. Se essa tutela não for concedida, corre-se o risco de não ter um resultado útil desse processo. Neste caso o ônus recairá sobre o réu, caso o juiz defira-a. 
· Satisfativa: propõe uma decisão imediata. 
· Cautelar: assegura a efetividade do direito processual. Primeiro procura a tutela e depois propõe a ação. 
· Tutela de evidência: levam em consideração as situações em que tenho provas contundentes, precedentes ou súmulas que resguardam meu pedido.
· Prova documental + precedente ou súmula vinculantes;
· Pedido reipersecutório + prova documental;
· Procedimento de ação monitória. 
· Dever de consulta: constitui regra explícita no art. 10, CPC. Esse dever, na realidade, é uma ramificação - um consectário - do princípio do contraditório. O juiz NÃO pode decidir em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, AINDA QUEse trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
· Decidir de ofício: sem necessidade de provocação das partes. No entanto, o juiz deverá dar à parte a oportunidade de sanar o vício, ou seja, de se manifestar (mesmo que seeja um tema que poderá ser decidido de ofício, o juiz deverá exercer o dever de consulta).
Ela vem do latim: ex officio, que significa "por lei, oficialmente, em virtude do cargo ocupado". Diz-se que o ato de um administrador público ou de um juiz foi "de ofício" quando ele foi executado em virtude do cargo ocupado: sem a necessidade de iniciativa ou participação de terceiros.
Não se deve analisar o dispositivo de forma isolada, mas dentro do contexto. Exemplo: a cooperação envolve o dever de consulta para evitar surpresas, ou seja, garantir o princípio do contraditório. 
· Princípio da publicidade e motivação: art. 11, CPC - ambos os princípios têm sede constitucional. No art. 5º, LX, e também no art. 93, incs. IX e X, temos referência expressa à publicidade e à motivação. O princípio da publicidade indica duplo sentido:
· 1° sentido: são vedados julgamentos secretos. Assim, em regra, todos os julgamentos devem ser acessíveis a quem quiser acompanhá-los.
· 2° sentido: as decisões devem ser publicadas. Todas as decisões proferidas devem ser publicadas, a fim de cientificar as partes.
Dentro do princípio da motivação, vê-se necessário o dever do magistrado de fundamentar a decisão proferida, a fim de garantir transparência na jurisdição. 
Quando houver princípios mais relevantes (como o princípio da preservação do direito à intimidade ou do eventual interesse público, por exemplo) do que o do princípio da publicidade envolvidos na causa será possível restringir a informação sobre o processo. 
· Ordem cronológica de conclusão: O juiz deve julgar os processos de acordo com a ordem cronológica. Cada demanda possui um tempo de desenvolvimento, a depender da complexidade, da cooperação das partes e dos interessados envolvidos. Uma vez concluída a instrução, o processo é “feito concluso” para sentença. Os tribunais atenderão preferencialmente a ordem cronológica do processo para que seja proferida sentença ou acórdão.
· Cada demanda possui um tempo de desenvolvimento. Logo, as demandas decorrem ao longo de um tempo de desenvolvimento específico, a depender da complexidade, da cooperação das partes e dos interessados envolvidos na demanda. Uma vez concluída a instrução, o processo aguardará o julgamento, ou seja, o “feito concluso”.
· A “fila poderá ser furada”, nos casos em que a lei estabelecer hipóteses (preferencialmente).
· Não há necessidade de o juiz registrar a sentença no cartório anteriormente, nos casos em que esta se foi dadaem audiência de decisão. 
· Estão excluídos das regras do caput:
· Art. 12, CPC;
· Inciso I: ao receber o feito concluso, o juiz analisa que o objeto da demanda já foi passível de improcedência liminar do pedido;
· Inciso V: para interpor embargo, ou seja, rever se houve omissão da sentença proferida, não há necessidade de se adentrar na ordem cronológica;
· Inciso VI: o Agravo Interno é uma espécie recursal que visa impugnar as decisões monocráticas proferidas pelo relator em Tribunal. O objetivo principal desse recurso é levar a decisão ao conhecimento do órgão colegiado competente para que este se manifeste a favor ou contra. Ou seja, é a forma de reanalisar a decisão tomada monocraticamente por um grupo, o colegiado.
· Da aplicação das normas processuais 
· Art. 13, CPC: Embora o CPC/2015 seja disciplinado pela lei brasileira, o artigo 13 prevê a aplicação dos tratados, convenções e acordos internacionais firmados pelo Brasil, valendo realçar a prevalência da Constituição Federalem caso de eventual conflito com norma de tratado.Dispõe, desse modo, acerca da jurisdição civil e sua regulação pelas normas processuais brasileiras. 
Faz referência aos tratados, convenções e acordos internacionais de que o Brasil seja parte. E ressalta, portanto, a relevância das normas de Direito Internacional no ordenamento jurídico brasileiro.
Conforme Daniel Amorim Assumpção Neves [1], a jurisdição se relaciona, assim, ao dever de atuação do Estado na apreciação dos casos concretos. Uma vez que seja demandado, dessa maneira, cabe ao Estado promover a resolução da lide por meio da aplicação do direito objetivo. Enfim, relaciona-se ao “poder estatal de interferir na esfera jurídica dos jurisdicionados”.
· ART. 14, CPC: trata da irretroatividade da lei processual civil. A principal importância do artigo, dessa forma, dá-se em relação à discussão acerca do momento de sua aplicabilidade em detrimento do CPC/1973. A lei possuirá efeito imediato e não retroagirá. A lei visará o futuro.
· Art. 1046, CPC: ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
· Disposições transitórias: “As disposições transitórias, ao lado dos princípios da irretroatividade e da retroatividade das normas, são critérios para solucionar conflitos de lei no tempo. Também chamadas de direito intertemporal ou normas de transição, são aquelas elaboradas pelo legislador no próprio texto normativo, para disciplinar, durante certo tempo, a transição do sistema antigo para o futuro. Em outros dizeres, são instituídas com o objetivo de evitar e solucionar conflitos que poderão surgir do confronto da nova lei com a antiga.”
· E se o procedimento deixou de existir no CPC? R.: Art. 1046, § 1º, CPC – As disposições da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o início da vigência deste Código.
· O CPC revogou o procedimento sumário? R.: Em se tratando de procedimentos sumários, mantém-se a aplicabilidade do código de 1973.
· E as causas que adotam o procedimento sumário? R.: Até a edição de lei específica, os juizados especiais cíveis previstos na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, continuam competentes para o processamento e julgamento das causas previstas no art. 275, inciso II, da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
· Aplicação do CPC em procedimentos especiais da legislação extravagante:
· Art. 1046, § 2º, CPC
§ 2º Permanecem em vigor as disposições especiais dos procedimentos regulados em outras leis, aos quais se aplicará supletivamente este Código.
 (
OMISSÃO
)
· Aplicação do CPC em matéria probatória:
· Art. 1046, § 3º, CPC
· Se a prova for requerida antes da entrada em vigor do novo código, aplicar-se-á o código antigo. 
· As disposições de direito probatório adotadas neste Código aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas de ofício a partir da data de início de sua vigência.
· Remissões
· (
CPC/1973: ART. 282 E SS.
)Art. 1046, § 4º, CPC – As remissões a disposições do Código de Processo Civil revogado, existentes em outras leis, passam a referir-se às que lhes são correspondentes neste Código.
 (
ART. 8°
) (
LEI Nº 9.507/97
)
 (
CPC/2015: ART. 319 E SS.
)
 (
A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos artigos 282 a 285 do CPC, será apresentada em duas vias.
)
· Art. 1049, § único, CPC – Sempre que a lei remeter a procedimento previsto na lei processual sem especificá-lo, será observado o procedimento comum previsto neste Código.
Parágrafo único.  Na hipótese de a lei remeter ao procedimento sumário, será observado o procedimento comum previsto neste Código, com as modificações previstas na própria lei especial, se houver.
· Art. 15, CPC: apresenta, então, o aspecto subsidiário do Código de Processo Civil. A aplicação do código em outras áreas do Direito, contudo, não se trata de uma inovação, sendo comum a sua referência e aplicabilidade nas áreas trabalhista, eleitoral e administrativa. Acerca do processo trabalhista, por exemplo, dispõe o art. 769 da CLT.
· Da função jurisdicional – da função e da ação, art. 16ao 20, CPC
· Da jurisdição e da ação:estudo da jurisdição passa pela análise de vários conceitos importantes: conceito de jurisdição, os princípios da jurisdição, a distinção da jurisdição em relação aos denominados os meios alternativos de solução de conflitos, as características e as espécies da jurisdição e, a tutela jurisdicional. Todos esses elementos refletem o art. 16, do CPC.
Art. 16- A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em TODO território nacional, conforme as disposições deste Código.
· Interesse e legitimidade
Art. 17– para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
· A que se refere o INTERESSE? R.: Interesse – art. 19 e 20, CPC.
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I- daexistência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; 
II- da autenticidade ou da falsidade de documento. 
· Interesse – ação declaratória 
· A parte pode ingressar em Juízo para obter tão somente a certeza jurídica. 
· Pairando dúvida a parte pode ingressar em juízo para confirmar a certeza, atestar a existência, a inexistência ou o modo de ser de determinada relação jurídica. Nesse caso, o bem da vida buscado perante o Poder Judiciário é a certeza.
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. 
· Prevê que a parte poderá pleitear tão somente ação declaratória, mesmo que o receio de insegurança jurídica tenha evoluído para uma lesão a direito. 
· De acordo com a doutrina, esse dispositivo prestigia a autonomia individual. 
· Interesse e legitimidade 
Art. 17– para postular em juízoé necessário ter interesse e legitimidade. 
· A que se refere a LEGITIMIDADE? 
· A legitimidade refere-se à pertinência subjetiva da ação, ou seja, refere-se à titularidade para promover ativa ou passivamente a ação. 
· Em regra, terá legitimidade o titular da relação jurídica de direito material. Esse será o legitimado comum, originário.
· Há, contudo, algumas especificidades previstas na legislação que permitem que alguém que não seja o titular do direito possa buscar a tutela jurisdicional.
· A doutrina faz a seguinte classificação da legitimidade:
1. Legitimidade exclusiva - quando a lei atribui legitimidade um único sujeito, que em regra é ao próprio titular do direito.
2. Legitimidade concorrente - quando a lei atribui legitimidade a mais de um sujeito, também chamada de co-legitimação ou legitimação disjuntiva.
3. Legitimidade ordinária - quando a lei atribui legitimidade ao titular da relação jurídica discutida, ou seja, a parte correspondecom o legitimado, que defenderá em nome próprio direito próprio.
4. Legitimidade extraordinária - quando o legitimado não coincide com o titular do direito, portanto, será legitimado para agir em nome próprio defendendo interesse alheio. O Código de Processo Civil consagra a legitimação extraordinária nos termos do artigo 6º : "Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei".
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. 
 (
Assistente litisconsorcial é aquele que passa a atuar no processo também por ter interesse em que a sentença seja favorável ao assistido, porque ele será diretamente atingida pelos efeitos da sentença proferida. 
)
· Dos limites da jurisdição 
· Art. 21 e 22: jurisdição internacional concorrente – ações elencadas nesses dispositivos podem ser propostas no Brasil ou em outro país, ambos serão competentes para julgar a ação.
· Art. 23: jurisdição internacional exclusiva – causas que envolvam direitos.
· Art. 24 e 25: homologação da sentença.
· Exemplo art. 24: um argentino sofre acidente no Brasil, assim ele propõe ação no Brasil e na Argentina – a sentença que transitar em julgado primeiro é a válida. 
Art. 21.Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I. o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II. no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III. o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I. de alimentos, quando:
A. o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
B. o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II. decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil;
III. em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
Art. 23.Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I. conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II. em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
III. em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
Art. 24.A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único.A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
Art. 25.Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
§ 1º: Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo.
§ 2º:Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o. (modificar a competência em razão do valor e do território)
· Da cooperação internacional 
· Em razões da globalização e consequente intensificações das relações internacionais, alguns países passaram a estabelecer normas de cooperação entre Estados soberanos, com o objetivo de ampliar e aperfeiçoar o diálogo politico-jurídico entre as autoridades internacionais. No âmbito jurídico, essas normas visam conceder eficácia extraterritorial às medidas processuais provenientes de acordos ou tratados. 
· No Brasil as regras a respeito da cooperação jurídica internacional estão dispostas, por exemplo, em acordos multilaterais e bilaterais de cooperação jurídica; em resolução do STJ e portarias Ministério da Justiça; no regimento interno do STF; em algumas disposições da Lei de Introdução ao Direito Brasileiro (LINDB) e da Constituição Federal; e, atualmente, de forma mais aprofundada, no Código de Processo Civil. 
· O CPC atual inovou no tratamento dado à cooperação jurídica internacional no âmbito da processualista civil, dando relevo à preocupação do legislador em aprimorar os mecanismos de cooperação jurídica internacional em prol de uma tutela transnacional mais efetiva. 
· Art. 26: determina que a cooperação internacional será regida pelos tratados internacionais dos quais o Brasil seja signatário ou, na falta destes, por meio da reciprocidade manifestada pela via diplomática. Nesse ponto, lembramos que a competência para a celebração de tratados internacionais pertence à União, mas depois de assinados, eles devem ser ratificados pelo Poder Executivo com a aprovação do Poder Legislativo. 
· Na operacionalização da cooperação internacional, exige-se que sejam observadas as garantias processuais adotadas no Brasil e no país estrangeiro. 
· O texto do CPC (art. 26, I a II) confere relevância maior:
· Ao devido processo legal;
· Ao tratamento isonômico de brasileiros e estrangeiros, residentes ou não no país, quanto ao acesso à justiça, a tramitação dos processos e a assistência judiciária para os necessitados; 
· e à publicidade dos atos processuais, com exceção das situações em que legalmente deve-se observar o sigilo processual. 
· Também se exige a observância dos atos processuais, no sentido de inadmitir aqueles possam contrariar ou produzir efeitos incompatíveis com as normas fundamentais que regem o nosso ordenamento (art. 26, § 3º).
· Quanto ao objeto da cooperação jurídica internacional, o art. 27 estabelece algumas das diligências processuais que podem ser objeto de cooperação jurídica internacional entre os estados estrangeiros e o Brasil. 
· Cabe esclarecer que esse rol não é taxativo, sendo possível a utilização de medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. Trata-se de rol exemplificativo.
Art. 26.A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará:
I. o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente;
II. a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados;
III. a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do Estado requerente;
IV. a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação;
V. a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras.
§ 1º Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática.
§ 2º Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1º para homologação de sentença estrangeira.
§ 3º Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro.
§ 4º O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de designação específica.
Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto:
I. citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial;
II. colheita de provas e obtenção de informações;
III. homologação e cumprimento de decisão;
IV. concessão de medida judicial de urgência;
V. assistênciajurídica internacional;
VI. qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.
Art. 29.A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido.
· A jurisdição precisa de um auxílio, de uma cooperação jurisdicional, sendo para ouvir testemunhas, obtenção de provas, etc. Podem ser: 
· Carta precatória: mesmo país. Exemplo: um juiz de MG envia a carta precatória para o juiz de SP para que haja cooperação jurisdicional numa obtenção de provas.
· Carta rogatória: diferente país. Exemplo: um juiz do Brasil manda a carta rogatória para o judiciário da Argentina com o intuito de ter colaboração nas oitivas das testemunhas. 
Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os seguintes objetos:
I. obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso;
II. colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira;
III. qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
· Autoridade Central
· É o órgão interno responsável por conduzir a cooperação jurídica entre os Estados. 
· É a autoridade central que gerencia os pedidos de auxílio, transmitindo-os às autoridades estrangeiras após um prévio juízo de admissibilidade, que não importará em prévia análise do mérito. 
· Cabe à autoridade central, por exemplo, “evitar falhas na comunicação internacional e o seguimento de pedidos em desacordo com os pressupostos processuais gerais e específicos aplicáveis ao caso, bem como não permitir que sejam adotados mecanismos de cooperação inadequados à situação específica”.
· O Ministério da Justiça é, em regra, o órgão responsável por exercer o papel de autoridade central na cooperação jurídica internacional. 
· Essa é, inclusive, a regra contida no novo CPC, segundo o qual “o Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de designação específica” (art. 26, § 4º). 
· Em alguns casos, no entanto, há a designação de outros órgãos para execução das funções de autoridade central, como é o exemplo da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que atua nesta função para gerenciar os acordos internacionais relativos à criança e ao adolescente.
· No CPC, o art. 26, IV prevê a existência da autoridade central para a recepção e transmissão dos pedidos de cooperação. 
· O art. 31, por sua vez, estabelece que a comunicação realizada pela autoridade central para o exercício de suas funções ocorrerá de forma direta para com as autoridades semelhantes e, se necessário, também será possível a comunicação com outros órgãos estrangeiros que estejam envolvidos com a tramitação e execução dos pedidos enviados e recebidos pelo Estado Brasileiro.
· Ressalte-se que antes de qualquer medida deverão ser observadas as eventuais disposições contidas em tratado firmado entre os Estados ou em acordo de reciprocidade.
· Todos os pedidos de cooperação jurídica internacional devem, portanto, ser remetidos à autoridade central brasileira, que lhe dará o devido andamento (art. 37). 
· Se, no entanto, o pedido for oriundo de autoridade estrangeira, poderá a autoridade central brasileira deixar de admiti-lo se nele contiver manifesta ofensa à ordem pública(art. 39). 
· O termo “ordem pública”, conceito jurídico indeterminado, deve ser compreendido sob o paradigma dos valores políticos, econômicos, sociais e jurídicos vigentes à época do pedido.
Art. 31.A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas congêneres e, se necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução de pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas disposições específicas constantes de tratado.
Art. 32. No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências necessárias para seu cumprimento.
Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada.Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada quando for autoridade central.
Art. 34.Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional.
Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal.
§ 1º A defesa restringir-se-á à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que o pronunciamento judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil.
§ 2º Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira.
 Art. 37. O pedido de cooperação jurídica internacional oriundo de autoridade brasileira competente será encaminhado à autoridade central para posterior envio ao Estado requerido para lhe dar andamento.
Art. 38. O pedido de cooperação oriundo de autoridade brasileira competente e os documentos anexos que o instruem serão encaminhados à autoridade central, acompanhados de tradução para a língua oficial do Estado requerido.
Art. 39.O pedido passivo de cooperação jurídica internacional será recusado se configurar manifesta ofensa à ordem pública.
· Competência
· A competência é uma limitação à jurisdição. 
· Competência internacional.
· Competência interna. 
· Princípios norteadores: efetividade, interesse e submissão.
· Cada país é capaz de julgar uma demanda que ele é capaz de efetivar. 
· Cada país deve julgar aquilo que é de seu interesse.
· Cada país deve respeitar a autonomia das partes em questão de foro. 
· Competência nacional ou interna
Critérios:
1) (
Não sendo caso de competência funcional, conclui-se que a ação é em primeira instância.
)Hierárquico Funcional (Ratione Personae) – em razão das partes:
a) Foros Privilegiados:Gerará a competência originária. Em razão da função ou hierarquia move-se a causa no tribunal, por exemplo.
b) Relação de acessoriedade ou dependência:quando a lei obriga um juiz de demanda pretérita a julgar ação posterior.
Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza:
 (
Uma causa dependente de outra significa causa compensada.
)I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada;
II - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda;
III - quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3º , ao juízo prevento.
Parágrafo único. Havendo intervenção de terceiro, reconvenção ou outra hipótese de ampliação objetiva do processo, o juiz, de ofício, mandará proceder à respectiva anotação pelo distribuidor.
2) Material (Ramo da justiça):
a) Justiça Eleitoral (art. 121, CF + Código Eleitoral);
b) Justiça do Trabalho (art. 114, CF);
c) Justiça Federal (art. 109, CF);
d) Justiça Estadual (Residual)
· Tudo o que não for das outras, é da Justiça Estadual.
· Competência Material Delegada: 
· Não havendo vara trabalhista na comarca, a competência é da Justiça Estadual, desde que o processo vá para o Tribunal.
· Benefícios Previdenciários + Hipóteses que podem ser definidas em lei: Podem ser ajuizadas na Justiça Estadual, desde que vá para o Tribunal.
3) Critério Valorativo (valor da causa):
a) Juizado Especial Federal e Juizado da Fazenda Pública: até 60 salários mínimos (absoluta).b) Juizado Especial Cível: até 40 salários mínimos (relativa).
4) Critério Territorial: circunscrição geográfica (art. 42 a 63 do CPC).
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei.
Art. 43.Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.
Art. 44.Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal , a competência é determinada pelas normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas normas de organização judiciária e, ainda, no que couber, pelas constituições dos Estados.
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações:
I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho;
II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
§ 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de competência do juízo perante o qual foi proposta a ação.
§ 2º Na hipótese do § 1º, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas.
§ 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo.
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles.
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro.
§ 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
§ 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa.
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta.
 Art. 48.O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições testamentárias.
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante ou assistente.
Art. 51.É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União.
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal.
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito Federal.
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado.
Art. 53. É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha);            (Incluída pela Lei nº 13.894, de 2019)
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos;
III - do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício;
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.
Art. 54.A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, observado o disposto nesta Seção.
 Art. 55.Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput :
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico;
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
Art. 56.Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.
Art. 57.Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas.
Art. 58.A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente.
Art. 59.O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.
Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel.
Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal.
Art. 62.A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes.
Art. 63.As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constarde instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.
· Da capacidade processual – art. 70 ao 76
Art. 70.Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo.
Art. 71.O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei.
· Capacidade processual é aquela que se pode postular em juízo, sem necessidade de representação ou assistência. Dessa forma, os legalmente capazes serão aqueles que se encontrem em exercício pleno de seus direitos, ou seja:
· Pessoas físicas ou jurídicas;
· Direito público ou privado.
· Obs.: o incapaz pode, também, entrar com uma ação por meio de representação ou assistência de seus pais, tutores ou curadores.
Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:
I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade;
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado.
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei.
· Curador especial: 
· Incapaz que não tenha representante ou caso esse possua interesses conflitantes com aquele; réu revel.
· Curatela Especial é feita pela Defensoria Pública ( representante legal ou defensor, porém, não podendo ajuizar reconvenção).
· No caso de estar representando o incapaz, a falta de nomeação irá implicar na falta de um dos pressupostos processuais, a capacidade e irá ensejar a nulidade do processo.
Art. 73.O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens;
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles;
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo.
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, invalida o processo.
· Se não houver separação absoluta de bens é preciso a autorização do cônjuge, em relação aos bens reais imobiliários.
· Na falta do consentimento de acordo com o art. 74, haverá nulidade.
· Com relação às ações possessórias, o § 2º do art. 73 repetiu o § 2º do art. 10 do Código de 73, ao exigir a participação do cônjuge do autor ou do réu somente nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticados (NCPC, 2015).
· E o § 3º do art. 73 estende, corretamente, a exigência do consentimento e de participação do outro cônjuge, nos casos acima aludidos, também à união estável, desde que comprovada nos autos.  Evidentemente que, a união estável aqui referida encampa também a união homo afetiva (BRASIL, 2015).
· Quando o cônjuge for réu:
· A propósito das ações possessórias, segundo o magistério de Sergio Bermudes (in Pontes de Miranda, Comentários ao CPC, 5. ed., 2. tir., 1997, t. I, p. 267, nota de rodapé 70-a), “se há composse (CC/1916, art. 488), obviamente de ambos os cônjuges, o § 2º exige a participação do cônjuge do autor ou do réu. Optou o legislador da Lei nº 8.952/1994 pelo emprego do substantivo grifado para significar que, em se tratando de composse dos dois cônjuges, ou de ato possessório praticado por ambos, basta o consentimento de um deles para que o outro proponha a ação, não se verificando litisconsórcio necessário ativo, pois o autor litigará sozinho, sem que o consorte integre a relação processual, o que seria indispensável para que ele alcançasse a qualidade de parte, adquirida pela presença no processo. A hipótese, aqui, será de representação do cônjuge ausente do processo, mas anuente, pelo seu consorte, ficando aquele sujeito aos efeitos da sentença. Se, todavia, a ação possessória for proposta para a tutela de pretensão contrária à composse do casal, ou a ato de posse praticado pelos dois cônjuges, ocorrerá litisconsórcio necessário passivo, pois se torna indispensável a citação de ambos, aplicando-se o inciso II do § 1º”
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado;
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
III - o Município, por seu prefeito ou procurador;
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar;
V - a massa falida, pelo administrador judicial;
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;
VII - o espólio, pelo inventariante;
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores;
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.
§ 1º Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte.
§ 2º A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a irregularidade de sua constituição quando demandada.
§ 3º O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a receber citação para qualquer processo.
§ 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias.
· Representantes ativos e passivos:
· União: AGU forma direta ou vinculada.
· Estados e DF: Procuradoria.
· Município: Prefeito e Procurador.
· Autarquia e Fundação Pública: por quem a lei do ente federado designar.
· PJ de Direito Privado: representadas por quem o estatuto designar e, caso haja omissão, será por seus diretores.
· Pessoas jurídicas estrangeiras: gerente, representante ou administrador da filial que exista no Brasil.
Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.
§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor;
II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;
III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre.
§ 2º Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator:
I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;
II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido.
· Correção da incapacidade processual e da irregularidade da representação:
· Não havendo o cumprimento o processo que esteja na instância originária:
I. Será extinto,se a providência couber ao autor;
II. O réu será considerado revel, se a providência lhe couber;
III. O terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que seja encontrado.
§ 2º Com a falta de cumprimento na fase recursal o redator:
I. Não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;
II. Determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido.
· Dos deveres das partes e seus procuradores – art. 77 e 78 
Art. 77.Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo:
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento;
III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito;
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação;
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva;
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.
§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade da justiça.
§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta.
§ 3 o Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no § 2º será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da execução fiscal, revertendo-se aos fundos previstos no art. 97 .
§ 4º A multa estabelecida no § 2º poderá ser fixada independentemente da incidência das previstas nos arts. 523, § 1º , e 536, § 1º .
§ 5º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista no § 2º poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
§ 6º Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2º a 5º, devendo eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará.
§ 7º Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará o restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nos autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2º.
§ 8º O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir decisão em seu lugar.
· As partes devem agir conforme o princípio da boa-fé objetiva.
· O § 2 e 3 abordam acerca do ato atentatório à dignidade da justiça.
· Mas o que este ato abarca? "Todo e qualquer comportamento comissivo ou omissivo, que possa atrapalhar, retardar, tentar fraudar ou fraudar, reduzir a respeitabilidade e a importância do sistema judiciário"
· Punição: multa de até 25% do valor da causa e se essa não for paga haverá execução fiscal, contudo, se o valor da causa for irrisório a multa poderá ser fixada em até 10 salários mínimos.
· Exceção da multa: Conforme o expresso no §6,  é exceção quando se trata do MP, Defensoria Pública ou advogado público.
Art. 78.É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe do processo empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados.
§ 1º Quando expressões ou condutas ofensivas forem manifestadas oral ou presencialmente, o juiz advertirá o ofensor de que não as deve usar ou repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra.
§ 2º De ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determinará que as expressões ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do ofendido, determinará a expedição de certidão com inteiro teor das expressões ofensivas e a colocará à disposição da parte interessada.
· O § 1 aborda a conduta/expressão ofensiva, visto que, se realizada presencialmente e oralmente perante o juiz haverá uma advertência por parte do mesmo.
· Já o § 2 determina que quando a ofensa é realizada de maneira escrita, o juiz ao tomar conhecimento pode determinar de ofício que as palavras sejam riscadas, ademais o ofendido pode demandar se o ato não for realizado pelo magistrado.
· O ofendido também poderá pedir a expedição de uma certidão com as palavras ofensivas, visto que, poderá utilizar de prova em um processo posterior (exemplo: calúnia ou difamação).
· Da responsabilidade das partes por dano processual – art. 79 ao 81
· A responsabilidade das partes por dano processual está expressamente prevista no Código de Processo Civil, dispondo que responderá por perdas e danos àquele que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente.
Art. 79.Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente.
· Durante a tramitação do processo, o juiz tem o poder-dever de velar pela solução do litígio de forma adequada, reprimindo aqueles atos que se manifestem contrários ao desenvolvimento regular do feito e a dignidade da justiça. 
· O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento pacifico que a pena de litigância de má-fé, assim como expresso na lei, deve atingir somente as partes e os advogados não estão sujeitos a aplicação dessa penalidade em razão da atuação profissional.
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
· Dessa forma, com a ocorrência de algum desses atos, a parte dolosa, ficará suspeita as consequências do praticado.
· O juiz, reconhecendo o dolo, poderá condenar o litigante de má-fé a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu;
· Também ficará condenado, a arcar com os honorários advocatícios, bem como todas as despesas efetuadas pelo prejudicado;
· Ainda, será aplicada multa superior a 1% e inferior a 10% sobre o valor corrigido da causa.
Art. 81.De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
§ 1º Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
§ 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
§ 3º O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.
· Antes de o juiz condenar a parte às sanções previstas neste artigo, deverá oportunizar prazo para defesa, nos termos do art. 9º e 10, sob pena de violação dos princípios do contraditório e ampla defesa.
· A sanção atribuída àquele que incorrer em litigância de má-fé, a princípio, será indenizatória. A multa, então, deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor da causa corrigido. Ademais, a parte arcará com os honorários advocatícios e as despesas que efetuou.
· Nos casos em que mais de uma parte aja em litigânciade má-fé, o juiz condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa. Contudo, quando os litigantes de má-fé se coligarem para a lesão, responderão solidariamente.
· Quando o valor da causa, todavia, for irrisório ou inestimável, a multa pode ser fixada em até dez vezes o valor do salário mínimo vigente.
· O valor de indenização em decorrência da litigância de má-fé será fixado pelo juiz. Ou seja, a parte lesada não tem poder decisivo sobre esse valor. No entanto, caso não se possa mensurá-lo, será liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.
· Das despesas, dos honorários advocatícios e das multas – art. 82 a 97
Art. 82.Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, incumbe às partes prover as despesas dos atos que realizarem ou requererem no processo, antecipando-lhes o pagamento, desde o início até a sentença final ou, na execução, até a plena satisfação do direito reconhecido no título.
§ 1º Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica.
§ 2º A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou.
· Exceto os atos processuais gratuitos, os indivíduos terão de arcar com as despesas e custos de todo o processo (inicio até a sentença final), antecipando-lhes o pagamento até que seja proferida sentença ou satisfação do seu direito.
· § 1º- Cabe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público
· § 2º- O vencido será condenado, na sentença, a pagar as despesas que a parte vencedora antecipou (custas processuais).
Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país ao longo da tramitação de processo prestará caução suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o pagamento.
§ 1º Não se exigirá a caução de que trata o caput :
I - quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional de que o Brasil faz parte;
II - na execução fundada em título extrajudicial e no cumprimento de sentença;
III - na reconvenção.
§ 2º Verificando-se no trâmite do processo que se desfalcou a garantia, poderá o interessado exigir reforço da caução, justificando seu pedido com a indicação da depreciação do bem dado em garantia e a importância do reforço que pretende obter.
· Durante a tramitação do processo o autor que residir fora do Brasil deverá não apenas arcar com as despesas processuais, mas também prestar caução suficiente ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios da parte contrária caso não tenha bens imóveis que assegurem o pagamento.
· § 1º- Exceções do caput;
· § 2º-Verificando o desfalque da garantia o interessado possui o direito de reforçar a caução.
Art. 84.As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a indenização de viagem, a remuneração do assistente técnico e a diária de testemunha.
· Diz que as despesas processuais não podem ser confundidas com as custas processuais, embora as englobem. Ela inclui, assim, nos moldes do art. 84 do Novo CPC:
· Custas processuais;
· Indenização de viagem;
· Remuneração de assistente técnico;
· Diária de testemunha
Art. 85.A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.
§ 1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.
§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
§ 3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2º e os seguintes percentuais:
I - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos;
II - mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-mínimos;
III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos;
IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos;
V - mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos.
§ 4º Em qualquer das hipóteses do § 3º :
I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo, quando for líquida a sentença;
II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado;
III - não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa;
IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação.
§ 5º Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3º, a fixação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessivamente.
§ 6º Os limites e critérios previstos nos §§ 2º e 3º aplicam-se independentemente de qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de improcedência ou de sentença sem resolução de mérito.
§ 7º Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada.
§ 8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2º.
§ 9º Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 (doze) prestações vincendas.
§ 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem deu causa ao processo.
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase de conhecimento.
§ 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas e outras sanções processuais, inclusive as previstas no art. 77 .
§ 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à execução rejeitados ou julgados improcedentes e em fase de cumprimento de sentença serão acrescidas no valor do débito principal, para todos os efeitos legais.
§ 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial.
§ 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe caibam seja efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na qualidade de sócio, aplicando-seà hipótese o disposto no § 14.
§ 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros moratórios incidirão a partir da data do trânsito em julgado da decisão.
§ 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em causa própria.
§ 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança.
§ 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos termos da lei.
· “Trata-se de honorários sucumbência (imputado à parte perdedora), e se distingue do honorário convencional (aquele feito em escritório, pré-convencionado)”.
· Enunciado n. 8 do FPPC: Fica superado o enunciado n. 453 da súmula do STJ após a entrada em vigor do novo CPC (“Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria”).
· Enunciado n. 241 do FPPC: Os honorários de sucumbência recursal serão somados aos honorários pela sucumbência em primeiro grau, observados os limites legais.
· INFORMAÇÃO: No CPC de 1973: Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Esta verba honorária será devida, também, nos casos em que o advogado funcionar em causa própria.
· Em qual momento caberá o honorário devido ao causídico: reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente. 
· Valor: No mínimo 10% e no máximo 20% sobre o valor da condenação, proveito obtido, ou não podendo mensurá-lo, será sobre o valor atualizado da causa.
· Serão levados em conta: I - o grau de zelo do profissional; II - o lugar de prestação do serviço; III - a natureza e a importância da causa; IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
· E se a Fazenda Pública for parte (Pessoas Jurídicas de Direito Público) for parte? Qual o valor da fixação dos honorários?
· I-Condenação ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos
*Mínimo de dez e máximo de vinte por cento
· II-Condenação ou do proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-mínimos
*Mínimo de oito e máximo de dez por cento
III-Condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos
*Mínimo de cinco e máximo de oito por cento
· IV-Condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos
*Mínimo de três e máximo de cinco por cento
· V-Condenação ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos
*Mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação
· § 4º Em qualquer das hipóteses do § 3º: Inciso I,II, III e IV (À respeito da sentença líquida)
· Caso exceda o valor da causa: § 5º Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3º, a fixação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessivamente. 
· E os limites: § 6º Os limites e critérios previstos nos §§ 2º e 3º aplicam-se independentemente de qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de improcedência ou de sentença sem resolução de mérito. 
· §7 ao §19 (exceções, alterações nos honorários)
Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas.
Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários.
· Se refere a hipótese de sucumbência recíproca, isso é, que nesses casos as despesas processuais são proporcionalmente distribuídas entre as partes. Contudo, quando a sucumbência for por uma parte mínima no pedido, o outro irá responder por inteiro às despesas e honorários do advogado. Por exemplo: o autor do pedido é de 1000 e obteve 600. Sucumbiu em 400 e o réu em 600. Os honorários e as despesas processuais são distribuídos na proporcionalidade do ganho e da perda. 
Art. 87. Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os vencidos respondem proporcionalmente pelas despesas e pelos honorários.
§ 1º A sentença deverá distribuir entre os litisconsortes, de forma expressa, a responsabilidade proporcional pelo pagamento das verbas previstas no caput .
§ 2 o Se a distribuição de que trata o § 1º não for feita, os vencidos responderão solidariamente pelas despesas e pelos honorários.
· Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os vencidos respondem proporcionalmente pelas despesas e pelos honorários.
· Nos casos, então, em que houver litisconsórcio ativo ou passivo, os vencidos responderão proporcionalmente pelas despesas e pelos honorários advocatícios. A sentença distribuirá, desse modo, a responsabilidade proporcional sobre eles. Caso, todavia, não o faça, os vencidos responderão solidariamente.
Art. 88.Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo requerente e rateadas entre os interessados.
· Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo requerente. Posteriormente, então, serão rateadas entre os interessados na causa.
Art. 89.Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados pagarão as despesas proporcionalmente a seus quinhões.
· Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados pagarão as despesas proporcionalmente a seus quinhões.
Art. 90.Proferida sentença com fundamento em desistência, em renúncia ou em reconhecimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que desistiu, renunciou ou reconheceu.
§ 1º Sendo parcial a desistência, a renúncia ou o reconhecimento, a responsabilidade pelas despesas e pelos honorários será proporcional à parcela reconhecida, à qual se renunciou ou da qual se desistiu.
§ 2º Havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto às despesas, estas serão divididas igualmente.
§ 3º Se a transação ocorrer antes da sentença, as partes ficam dispensadas do pagamento das custas processuais remanescentes, se houver.
§ 4º Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir integralmente a prestação reconhecida, os honorários serão reduzidos pela metade.
Art. 91.As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão pagas ao final pelo vencido.
§ 1º As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública poderão ser realizadas por entidade pública ou, havendo previsão orçamentária, ter os valores adiantados por aquele que requerer a prova.
§ 2º Não havendo previsão orçamentária no exercício financeiro para adiantamento dos honorários periciais, eles serão pagos no exercício seguinte ou ao final, pelo vencido, caso o processo se encerre antes do adiantamento a ser feito pelo ente público.
· O art. 91, caput, do novo CPC, é um repeteco do art. 27 do CPC/73. O novel dispositivo apenas acrescentou a Defensoria Pública entre os destinatários do privilégio de “não antecipar o pagamento as despesas dos atos que realizarem ou requererem no processo”, ônus atribuído pelo caput do art. 82 a todos os mortais que se aventuram nas sendas da justiça. Sabedor de que a lei não opera milagres e que não pode obrigar o perito a trabalhar de graça, o legislador deu um jeito de remendar a partitura. Mesmo com o remendo o desafinamento incomoda os ouvidos.
Art. 92. Quando, a requerimento do réu, o juiz proferir sentença sem resolver o mérito, o autor não poderá propor novamente a ação sem pagar ou depositar em cartório as despesas e os honorários a que foi condenado.
Art. 93.As despesas de atos adiados ou cuja repetição for necessária ficarão a cargo da parte, do auxiliar da justiça, do órgão do Ministério Público ou da Defensoria

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