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Concentração de alimentos Evaporação – Concentração por membrana Faculdade de Farmácia Departamento de Bromatologia Tecnologia de Alimentos II Profª. Josiane Roberto Domingues 1 Evaporação Definição A evaporação ou concentração por ebulição é a remoção parcial de água de alimentos líquidos por meio de fervura e liberação do vapor d’água. ⇩ Aumento do índice de sólidos totais. Preservação por redução da atividade de água. 2 Evaporação Aplicação Pré-concentração de alimentos (sucos de frutas, leite, café) antes da secagem, congelamento ou esterilização e assim reduzir seu peso e volume. Economia de energia nas operações subsequentes e redução de custos com armazenamento, transporte e distribuição. 3 Evaporação A evaporação tem um maior consumo de energia que outros métodos de concentração, entretanto, um maior grau de concentração pode ser obtido. 4 5 Equivalente de vapor (custo por quilograma de água removido dividido pelo custo equivalente de vapor) Máxima concentração possível (%) Ultrafiltração 0,001 28 Osmose reversa 0,028 30 Evaporação de triplo efeito 0,370 80 Comparação da eficiência energética e do grau de concentração em diferentes métodos de concentração Evaporação Teoria Durante a evaporação, ocorre a transferência de calor sensível do vapor para o alimento para elevar a temperatura deste até seu ponto de ebulição. 6 Consumo de energia Uma quantidade substancial de energia é necessária para remover a água dos alimentos por ebulição (2.257 kJ por quilograma de água evaporada a 100°C). 7 Consumo de energia Pode-se economizar energia por meio da regeneração de calor contido nos vapores produzidos pela fervura de alimentos mediante: Recompressão do vapor Preaquecimento Efeitos múltiplos 8 Recompressão do vapor Aumento da pressão para manutenção da temperatura do vapor. 9 Preaquecimento O vapor liberado é usado para aquecer o líquido de alimentação. 10 Efeitos múltiplos Diversos evaporadores (ou efeitos) são conectados juntos. O vapor de um efeito é usado diretamente como meio de aquecimento do seguinte. O vapor só pode ser usado para ferver líquidos em uma temperatura de fervura mais baixa. Os efeitos devem, dessa forma, ter uma diminuição progressiva da pressão para manter a diferença de temperatura entre o líquido e o meio de aquecimento. 11 Evaporador de efeito único 12 Evaporador de efeito múltiplo 13 Evaporadores 14 Elementos de um evaporador Trocador de calor Separador Condensador 15 Trocador de calor – fornecer calor sensível e latente de evaporação para o líquido, elevando a sua temperatura ao ponto de ebulição e liberando vapor; - Separador – vapor liberado é separado da fase líquida concentrada - Condensador – condensação dos vapores produzidos Evaporador com trocador de calor de tubos O alimento líquido circula dentro dos tubos dispostos paralelamente que são aquecidos externamente por vapor d’água. 16 Evaporadores com trocador de calor de placas Operam com sistema de passagem única com circulação forçada. O produto circula no sistema em pequena quantidade. O tempo de residência é curto, devido a alta velocidade do líquido. 17 Evaporador de recipiente aberto ou á vácuo São tachos que recebem calor através de serpentina ou camisas de vapor. Podem operar a pressão atmosférica ou vácuo. Não são econômicos por causa da grande perda de calor. Alguns tachos usam serpentina giratória para evitar problemas de queima do produto. 18 Vantagens na operação à vácuo: Concentração de alimentos sensíveis ao calor. Aumento da velocidade de evaporação pelo aumento da diferença de temperatura entre o produto e o meio de aquecimento. Eficiência térmica de alguns evaporadores 19 Tipo de instalação Kg vapor consumido/Kg água evaporada Evaporador de único-efeito 1,1 Evaporador de dois-efeitos 0,54 Evaporador de três-efeitos 0,38 Evaporador de sete-efeitos 0,17 Evaporador de dois efeitos com recompressão térmica 0,33 Desidratador do tipo atomizador 2,5-3,0 Secador de tambor 1,5 Adição do leite Neutralização da acidez Ebulição do leite Adição de sacarose Concentração Adição de ingredientes Determinação do grau Brix Resfriamento Agitação Acondiciona- mento (hot filling) Armazenamento, transporte e comercialização Doce de leite -Fluxograma Doce de leite pastoso – 18 a 20% de açúcar Doce de leite em barra – 30% de açúcar Adicionar após ebulição inicial Tacho aberto ou fechado; Constante agitação em movimentos circulares (homogeneização do produto inicial; evitar a queima do produto concentrao); Teor de sólidos totais – 70% ou 68° Brix (doce de leite cremoso); 90% ou 86°Brix (doce de leite em barra); Determinação do ponto: teste com refratômetro, teste com o copo com água (gotas de doce não se dissolvem – ponto de puxa) Teste do refratômetro Ponto de puxa Produção de Geleia de Frutas Produto obtido pela cocção, de frutas, inteiras ou em pedaços, polpa ou suco de frutas, com açúcar e água e concentrado até consistência gelatinosa. 23 Classificação Comum - 40 partes de frutas frescas, ou seu equivalente + 60 partes de açúcar. Extra - 50 partes de frutas frescas, ou seu equivalente + 50 partes de açúcar. 24 Formulação A formação do gel depende do equilíbrio entre ácidos, pectinas, açúcar e água. Em meio ácido a pectina está carregada negativamente e a adição do açúcar altera este equilíbrio, desestabilizando a pectina que forma uma rede de fibras que compõe o gel, cuja estrutura é capaz de reter líquidos. 25 Formulação A densidade e continuidade desta rede são afetadas pelo teor de pectina. A rigidez da estrutura é afetada pela concentração de açúcar e ácidos (pH). 26 Formulação Os ácidos enrijecem as fibras desta rede. A alta acidez afeta a elasticidade (gel duro), formando a SINERESE que é o excesso de ácidos, onde as cadeias de aproximam demais e a água é expulsa da rede. 27 Formulação Valores de pH superiores a 3,6 não ocorre a geleificação, pois as cadeias não se aproximam. 28 Pectina Pectina ATM: Grau de metoxilação > 50% Pectina BTM: Grau de metoxilação < 50% 29 Gel Péctico Pectina ATM: Pectina + Ácido + Açúcar Pectina BTM: pectina + Íons bivalentes (Ca++) – Ligações cruzadas entre as moléculas. 30 31 32 RESISTÊNCIA DA GELÉIA Continuidade da estrutura % de pectina 0,5 1,0 1,5 Ótima (dependendo do tipo de pectina) Rigidez da geléia Acidez % de açúcar pH 64,0 67,5 71,0 Geléia débil Formação de cristais Ótima 2,7 3,2 3,6 Ótima Geléia dura Não forma geléia 33 Matéria-prima em pedaços Desintegrar a quente Mínimo de 85oC Aquecimento em água para solubilização da pectina (86oC) Clarificação Suco clarificado Controles - Brix - Teor de pectina - Acidez (pH) Formulação da geléia Concentração por membranas Osmose reversa (Hiperfiltração) Ultrafiltração 34 Vantagens da concentração por membranas sobre a concentração por evaporação O alimento não é aquecido Não envolve mudança de fase, utilizando a energia de modo mais eficiente Baixo custo com mão-de-obra e operação 35 Desvantagens Limitação quanto a matéria (solução de baixo conteúdo de sólidos) Grau de concentração alcançado Custo 36 37 Ordónez, 2005 Separação por Membranas Osmose reversa e Ultrafiltração Operações nas quais a água e alguns solutossão removidos seletivamente por uma membrana semipermeável. A força motriz para o transporte através da membrana é a pressão aplicada ao líquido de alimentação. 38 Osmose reversa X Ultrafiltração A OR emprega pressões mais altas, 5 a 10 vezes àquela usada na UF. Osmose reversa 4.000 a 8.000 x 103 Pa Ultrafiltração 50 a 1.000 103 Pa 39 Osmose reversa X Ultrafiltração Membranas Osmose reversa Ponto de corte: pesos moleculares de 100 a 4.000 Da Ultrafiltração Apresentam porosidade maior e retém somente moléculas grandes (Ex: proteínas e colóides) 40 41 Ordónez, 2005 Aplicação 42 Ordónez, 2005 Aplicação Concentração de soro de leite resultante da fabricação de queijo (soro em pó – MP para sorvete). Concentrar e purificar sucos de frutas. Concentrar clara de ovo, leite, café. Clarificar vinho e cerveja. Desmineralizar e purificar água de poço ou rio e dessalinizar água do mar. 43 Aplicação Retirada de álcool para a produção de cervejas, cidras e vinhos de baixo teor alcóolico. 44 Baixo teor ≤ 0,5% ou ° GL Aplicação Indústria de laticínios Concentração do leite para fabricação de derivados Remoção seletiva de lactose e sais Padronização do teor de sólidos 45 Aplicação Separação e concentração de enzimas, outras proteínas ou pectina. Remoção de precipitados protéicos de mel. Tratamento de águas de processamento para remoção de bactérias e contaminantes. 46 Equipamentos 47 Membranas 48 Efeito nos alimentos Ao contrário da concentração por ebulição, as membranas de OR e UF concentram alimentos sem a aplicação de calor e alcançam uma boa manutenção da qualidade nutricional e sensorial. 49
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