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Discinesia Cili! Prim!ia (DCP) O que é? As células epiteliais do trato respiratório possuem inúmeros cílios que têm como função protege-lo movimentando-se e deslocando uma camada de muco (que capta partículas nocivas) da parte respiratória inferior para a cavidade oral; entretanto, essa doença autossômica recessiva não permite essa movimentação resultando em infecções respiratórias, bronquiectasias e outros. Os defeitos ciliares adquiridos podem se desenvolver imediatamente após uma agressão, como no caso de infecções bacterianas e virais no trato respiratório. O processo infeccioso resulta na destruição do epitélio ciliado, provocando alteração na frequência de batimento ciliar e como consequência retardo no transporte mucociliar. O que interfere nos cílios? Primeiro Caso Siewert, em 1904, descreveu o caso de um jovem com situs inversus, bronquieactasias e tosse crônica desde a infância. Em 1933, Kartagener caracterizou a tríade de situs inversus, bronquiectasias e sinusopatia crônica como uma entidade clínico-patológica distinta. Posteriormente, defeitos na ultra- estrutura ciliar foram relacionados a defeitos ultra-estruturais da cauda dos espermatozóides de homens inférteis com doença pulmonar e o termo “síndrome dos cílios imóveis” foi proposto por Afzelius. Sleigh, em 1980, sugeriu o termo “discinesia ciliar primária” ao observar que os cílios são, na maioria das vezes, móveis, mas com movimento incoordenado. Mais recentemente, tem sido descritas variantes da DCP que se apresentam com ultra-estrutura normal, porém com a frequência dos batimentos reduzida ou com defeitos de orientação. Cílios normais: Diagnóstico Testes sofisticados (em falta no Brasil, por isso é difícil o diagnóstico precoce) e achados clínicos como: situs inversus (posição trocada do coração e do fígado), disfunção respiratória grave pós nascimento, tosse crônica, pneumonias recorrentes, otite média crônica, sinusite crônica e infertilidade. Tratamento Fisioterapia para eliminação do muco, medicamentos para infecções e acompanhamento frequente. Eduarda Airoldi de Mello - Medicina - UNISC - ATM 2026/2 Características Fenotípicas ● desconforto respiratório neonatal em recém- nascidos a termo ● defeitos de lateralidade ● congestão nasal crônica o ano todo ● tosse produtiva o ano todo ● infecções recorrentes do trato respiratório inferior ● bronquiectasia ● otite média crônica com efusão maior de 6 meses ● pansinusite crônica ● infertilidade masculina ● história de discinesia ciliar em familiar próximo Os Cílios São estruturas especializadas filiformes/tubular, cobertas por membrana plasmática, que se estendem a partir da superfície celular. No seu interior, há 10 (ou 9) pares de microtúbulos, sendo 9 periféricos (ligados por pontes de nexina), com distribuição radial periférica, 1 ou 0 par no centro, unido aos periféricos por pontes de filamentos radiais. Arranjos são designados 9+2 ou 9+0. Os cílios são classificados em móveis e não móveis. Cada par periférico possui dois braços de dineína (externo → frequência de batimentos) (interno → movimento de onda). O pé basal é responsável pela estabilidade do cílio e pela orientação ciliar. Os cílios humanos normais geralmente batem de forma rítmica, rápida e com freqüência de aproximadamente 12 hertz na traquéia e 8 hertz no bronquíolo, aumentando conforme a proximidade das vias aéreas centrais. - Cílio móvel 9+0 → cílios nodais da placa notocordal do embrião → se for não-funcional terá posição dos órgãos ao acaso - Cílio móvel 9+2 → das células ciliadas epiteliais das vias aéreas, da tuba uterina, do epêndima e da cauda dos espermatozóides - Não móveis → percepção de sinais físicos e bioquímicos extracelulares ● 9+0: das células epiteliais dos túbulos renais (monocílio) e dos ductos biliar e pancreático, condrócitos e osteócitos, cílios conectores das células fotorreceptoras da retina ● 9+2: cílios da orelha interna (quinocílios e estereocílios) Eduarda Airoldi de Mello - Medicina - UNISC - ATM 2026/2
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