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Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 54 9. Evolução da Administração Pública e as experiências de reforma do Estado: administração patrimonial, burocrática e gerencial. 9.1. Administração Pública Patrimonial: características Modelo característico das monarquias europeias até o século XIX, período pré-capitalista; Não separação da Res pública X Res principis: interpermeabilidade dos patrimônios público e privado; O aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano; Paternalismo e Patriarcalismo; Poder hereditário e Tradicional; Os cargos são considerados Prebendas e Sinecuras. 9.1.1. República Velha (+-1800 a 1930) Proclamação da República, demarcação de Poderes, mudança do centro do poder para SP; Política de governadores café com leite, clientelismo, oligarquia, economia agrário- exportadora. Não houve alteração das estruturas socioeconômicas: Administração Patrimonial 9.2. Administração Pública Burocrática: Max Weber (+-1930 a 1990) Surge na metade do séc. XIX, estado liberal, com o desenvolvimento do capitalismo e da democracia; Pode ser entendido como dominação, poder, controle e alienação; poder racional-legal; Objetivava combater a corrupção e o nepotismo do estado patrimonial; Baseada no controle rígido dos processos e procedimentos, a priori; Parte-se da desconfiança prévia nos administradores públicos e nos cidadãos que a eles dirigem demandas; Qualidade fundamental: efetividade no controle dos abusos. Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 55 Administração Pública Burocrática: Max Weber - características • Caráter legal das normas; • Caráter formal das comunicações; • Divisão do trabalho; • Impessoalidade do relacionamento; • Hierarquização da autoridade; • Rotinas e procedimentos; • Competência técnica e mérito; • Especialização da administração; • Profissionalização; • Previsibilidade no funcionamento. Disfunções da Burocracia – Merton • Internalização das normas e exagerado apego aos regulamentos; • Excesso de formalismo e papelório; • Resistência a mudanças; • Despersonalização do relacionamento; • Categorização do processo decisório; • Superconformidade às rotinas e procedimentos; • Exibição de sinais de autoridade; • Dificuldades com clientes; • Consequência indesejável: imprevisibilidade do funcionamento. 9.2.1. Estado do Bem-Estar Social e Intervencionista: Era Vargas Crise da bolsa de NY em 1929 e recessão no mundo: era capitalista; O Brasil inicia um processo industrial, desenvolvimentista e de inclusão social; Governo Getúlio: 1º governo (30 a 45): marcado por 3 fases; Criação da Comissão Permanente de Padronização e da Comissão Permanente de Compras; Estado Novo e Autoritário (37 a 45): grandes avanços sociais, econômicos e administrativos; Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 56 Criação do Departamento Administrativo do Serviço Público – DASP: marco da implantação da administração racional-legal/burocrática; tentativa de formação da burocracia nos moldes weberianos – instituto do concurso público e do treinamento; Criação da indústria de base – função intervencionista. O patrimonialismo mantinha força e o coronelismo dava lugar ao clientelismo e ao fisiologismo; Movimento cultural-populista: concurso para alto escalão e indicação clientelista para o baixo. Com a saída de Getúlio, assume Gaspar Dutra e ocorre a volta de práticas clientelistas e patrimonialistas. Esvaziamento do DASP; Em 1951 a 1954, Getúlio é eleito, promulga o segundo estatuto dos servidores públicos (lei 1711/51), toma medidas polêmicas. 9.2.2. Estado do Bem-estar Social: Era JK Criou COSB - Comissão de Simplificação Burocrática – promover estudos visando à descentralização dos serviços, por meio da avaliação das atribuições de cada órgão ou instituição e da delegação de competências, com a fixação de sua esfera de responsabilidade e da prestação de contas das autoridades. Criou a CEPA – Comissão de Estudos e Projetos Administrativos – assessorar a presidência da República em tudo que se referisse aos projetos de reforma administrativa. Grupos executivos ad hoc – criou estruturas flexíveis, paralelas de governo - híbrido administrativo de estatutários e não estatutários (burocracia gerencial); Plano de Metas – crescer 50 anos em 5, ampla expansão industrial, desenvolvimentista. 9.2.3. Estado do Bem-estar: Governo Goulart (governo parlamentarista) Comissão Amaral Peixoto: objetivo era promover “uma ampla descentralização administrativa até o nível do guichê, além de ampla delegação de competência”. - reorganização das estruturas e atividades; - expansão e fortalecimento do sistema de mérito; - normas de aquisição e fornecimento de materiais; - organização administrativa do Distrito Federal. Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 57 9.2.4. A Reforma Desenvolvimentista Militar Comestra - Comissão Especial de Estudos da Reforma Administrativa - com o objetivo de proceder ao “exame dos projetos elaborados e o preparo de outros considerados essenciais à obtenção de rendimento e produtividade da administração federal”. DL 200/67: primeiro momento da administração gerencial na tentativa de superação da rigidez burocrática – descentralização funcional (criação da administração direta e indireta – autarquias, fundações, EP, SEM). DL 200/67: sistemático e ambicioso empreendimento para a reforma Definia os princípios do planejamento (princípio dominante), da coordenação, da descentralização, da delegação de competência e do controle; Distinção entre a administração direta e a indireta – descentralização funcional Expansão das empresas estatais (SEM e EP), de órgãos independentes (fundações) e semi- independentes (autarquias); Definia as bases do controle externo e interno. Indicava diretrizes gerais para um novo plano de classificação de cargos e apontava a necessidade de fortalecimento e expansão do sistema do mérito; Estatuía normas de aquisição e contratação de bens e serviços; Tratava da organização administrativa do DF e dos Ministérios. Fixava a estrutura do Poder Executivo federal, indicando os órgãos de assistência imediata do presidente da República e distribuindo os ministérios entre os setores político, econômico, social, militar e de planejamento, além de apontar os órgãos essenciais comuns aos diversos ministérios; Desenhava os sistemas de atividades auxiliares - pessoal, orçamento, estatística, administração financeira, contabilidade e auditoria e serviços gerais; “Apesar de representar a primeira tentativa de reforma gerencial da administração pública pela intenção de mexer na rigidez burocrática, o Decreto-Lei 200/67 deixou sequelas negativas”. Dicotomia: Estado Tecnocrático X Burocrático. Distanciamento entre a AD e AI, criando um fosso. Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 58 Não garantiu a profissionalização do serviço público: não institucionalizou uma administração do tipo weberiano; utilização da administração indireta como fonte de recrutamento, prescindindo-se, em geral, do concurso público; A Reforma da Desburocratização: caminho rumo à administração gerencial Em 1979 foi criado o Programa Nacional deDesburocratização (PrND): combate a burocratização dos procedimentos, revitalização e agilização das organizações do Estado, descentralização de autoridade, melhoria e simplificação dos processos administrativos e promoção da eficiência. Hélio Beltrão tentou resgatar o conceito de cidadão. Reforma inédita, social e política. Programa de Desestatização: para conter os excessos da administração descentralizada. Crise do Modelo Nacional Desenvolvimentista “As tentativas de reforma até 1985 careceram de planejamento governamental e de meios mais eficazes de implementação. Havia uma relativa distância entre planejamento, modernização e recursos humanos, além da falta de integração entre os órgãos responsáveis pela coordenação das reformas. Os resultados dessa experiência foram relativamente nefastos e se traduziram na multiplicação de entidades, na marginalização do funcionalismo, na descontinuidade administrativa e no enfraquecimento do DASP”. Outros fatores desencadeadores da crise: Crise do petróleo de 73 e 79; Crise fiscal (crise da dívida externa e interrupção do ciclo de crescimento econômico); Esgotamento da estratégia estatizante de intervenção do Estado e do modelo de substituição de importação; Globalização; Tendência ao Modelo Neoliberal, diminuição do tamanho do Estado; Reestruturação produtiva; Crise de Estado e Crise de governabilidade (década de 70/80). Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 59 9.2.5. A Nova República – Governo Sarney: redemocratização Instituiu uma numerosa comissão, com objetivos extremamente ambiciosos, mas nada fez; Extinguiu o BNH e pouco avançou na implementação do SUS; Não conseguiu instituir um sistema de carreiras de RH; Mudanças apenas de cunho incremental; CF 88: democratização da esfera pública (Estado Democrático de Direito) X volta aos ideais burocráticos dos anos 30; fortalecimento do sistema de mérito e universal e perda de autonomia e agilidade da administração indireta. O Retrocesso da CF de 1988: centralização administrativa e descentralização política “As ações rumo a uma administração pública gerencial são, entretanto, paralisadas na transição democrática de 1985 que, embora representasse uma grande vitória democrática, teve como um de seus custos mais surpreendentes o loteamento dos cargos públicos da administração indireta e das delegacias dos ministérios nos Estados para os políticos dos partidos vitoriosos. “Um novo populismo patrimonialista surgia no país. De outra parte, a alta burocracia passava a ser acusada, principalmente pelas forças conservadoras, de ser a culpada da crise do Estado, na medida em que favorecera seu crescimento excessivo. A conjunção desses dois fatores leva, na Constituição de 1988, a um retrocesso burocrático sem precedentes. Sem que houvesse maior debate público, o Congresso Constituinte promoveu um surpreendente engessamento do aparelho estatal... que “geraram-se dois resultados: de um lado, o abandono do caminho rumo a uma administração pública gerencial e a reafirmação dos ideais da administração pública burocrática clássica; de outro lado, dada a ingerência patrimonialista no processo, a instituição de uma série de privilégios, que não se coadunam com a própria administração pública burocrática”. Bresser Pereira, PDRAE, 1995. 9.2.6. Pacto social-liberal Governo Collor: criação da Secretaria Administração Federal (SAF) e do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade; Governo Itamar: Secretaria Federal de Controle, Lei 8.666, Plano Real; Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 60 9.2.7. Crise de Governança e Crise do Modelo Burocrático Controle transforma-se na razão de ser do funcionário; Estado volta-se para si mesmo, deixando de servir à sociedade; Gerou ineficiência, lentidão e incapacidade de voltar-se para servir aos cidadãos vistos como clientes – modelo auto-referido; Um dos motivos do engessamento do modelo de gestão burocrática é que, no início, os serviços do Estado eram reduzidos, limitando-se a manter a ordem, administrar a justiça, garantir os contratos e a propriedade; no entanto, no Estado social e econômico, com o crescimento do tamanho do Estado, a hierarquia, a centralização e a rigidez dos procedimentos acabou levando a ineficiência do modelo. A Administração pública ficou associada a um papel preponderante do estado como executor direto no desenvolvimento, na gestão de políticas públicas e no provimento de serviços. Isso, após a implantação do Plano Real, o excesso de quadros e as recomendações do Consenso de Washington fizeram gerar uma crise de governança e a necessidade de reforma do aparelho do estado. 9.3. Administração Gerencial/Pós-burocrática/ Modelo Gerencial A Nova Gestão Pública (NPM) foi implantada na segunda metade do Século XX. Nasceu nos EUA, mas foi na Grã-Bretanha que obteve maior sucesso. Governo FHC: Criou o Ministério da Administração e Reforma do Estado (MARE, depois MPOG) e iniciou a implantação da administração pública gerencial (PDRAE): foco no controle de resultados, descentralização, flexibilidade, participação, controle social e transparência, competição administrada, foco no cidadão. Modelo administrativo e complexo: não pode ser confundido com a absorção de práticas neoliberais. Inspiração nos modelos de gestão empresarial contemporâneo (gestão privada), mas não pode ser confundido com estes últimos, não são similares, pois a gestão pública possui especificidades que não estão presentes na gestão das empresas privadas, o que impede de implantar o modelo nos moldes da iniciativa privada. Tem que se adequar a realidade pública. Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 61 Convergências e Divergências: gestão pública X gestão privada Administração Pública Administração Privada Supremacia do interesse público, continuidade da prestação do serviço. Autonomia da vontade privada. Controle Social, transparência, participação. Preservação os interesses corporativos (dirigentes e acionistas). Tratar a todos igualmente e com qualidade. Tratamento diferenciado para clientes. Gera valor para a sociedade Visa ao lucro financeiro. Contribuições compulsórias. Recursos de particulares. Só pode fazer o que a lei permite. Pode fazer tudo que não estiver proibido por lei. Poder de regular e gerar, unilateralmente, obrigações e deveres para a sociedade. A necessidade de implantação do modelo gerencial no Brasil, segundo o PDRAE, deve-se ao fato de ainda persistirem práticas patrimoniais e excessos do modelo burocrático, que se apresentavam superados e não atendiam mais a realidade. É importante frisar que isso não significa que esses modelos deixaram de existir. Ao contrário, alguns estudiosos afirmam que os três modelos ainda coexistem. Também, não se trata de descartar a administração racional-legal, mas de manter as suas características que ainda são válidas para garantir efetividade à administração. O modelo gerencial se apoia e conserva alguns princípios fundamentais da burocracia, embora flexibilizando-os, como a rigorosa profissionalização da administração pública, que continua princípio fundamental. Além disso, têm-se os seguintes princípios burocráticos apoiadores e orientadores do gerencialismo: Admissão segundo rígidos critérios de mérito; Existência de um sistema estruturadoe universal de remuneração: carreiras; Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 62 Avaliação constante de desempenho; Treinamento sistemático. 9.3.1. A Reforma Gerencial Britânica Passou por três momentos e ainda é um modelo em evolução. 9.3.2. O Movimento “Reinventando o Governo” Movimento americano de reforma do estado, ligado ao governo empreendedor. O sistema institucional deve reinventar-se e: Orientar-se para objetivos — ou por missões e não por regras e regulamentos; A mensuração do desempenho das agências através dos resultados; A busca da qualidade total como método administrativo; A transferência do poder aos cidadãos (descentralização) para tentar garantir a equidade – justiça redistributiva, a transparência e a accountability. Competição entre os prestadores de serviço; Redefinir os usuários como clientes, em complemento ao conceito de cidadão; Atuar na prevenção dos problemas mais do que no tratamento ou na cura; Priorizar o investimento na produção de recursos, e não em seu gasto; Descentralização da autoridade; Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 63 Preferir os mecanismos de mercado às soluções burocráticas; Catalisar a ação do setor público, privado e voluntário - navegado em vez de remar. 9.3.3. A reforma Bresser – PDRAE Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado - PDRAE apregoava: (1) o ajustamento fiscal duradouro; (2) reformas econômicas orientadas para o mercado, que, acompanhadas de uma política industrial e tecnológica, garantam a concorrência interna e criem condições para o enfretamento da competição internacional; (3) reforma da previdência social; (4) a inovação dos instrumentos de política social, proporcionando maior abrangência e promovendo melhor qualidade para os serviços sociais; (5) a reforma do aparelho do Estado, com vistas a aumentar sua ‘governança’, ou seja, sua capacidade de implementar de forma eficiente políticas públicas (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, p. 16). Observações importantes: O Estado vem abandonando o papel de executor ou prestador direto de serviços, mantendo-se, entretanto, no papel de regulador, provedor ou promotor; Como promotor desses serviços, o Estado continuará a subsidiá-los, a controlá-los e regulamentá-los, o que não necessariamente significa uma diminuição de seu tamanho, mas uma alteração de atuação. Nenhum país da região completou a construção do modelo burocrático-weberiano nos moldes das nações desenvolvidas, apesar de ter ocorrido a implantação de importantes núcleos de excelência e de regras de mérito no serviço público em vários casos latino-americanos [...]” (CLAD, 1999, p. 126). 9.3.4. Governo Lula Lançou o Plano de “Gestão Pública para um país de todos” que foi incorporado ao PPA 2004-2007 e contemplava: maior atuação do estado para cobrir o déficit institucional; aumento da governança, da eficiência, transparência e foco no cidadão. Participação ativa dos servidores públicos com recomposição dos quadros, carreira e condições gerenciais da burocracia. Uso de instrumentos, Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 64 ferramentas e metodologias para solução dos problemas e resgate da ética e simplificação administrativa. 9.4 . Gestão por Resultados na produção dos serviços Públicos e gestão Pública Empreendedora A base para construção de uma gestão para resultados é o estabelecimento de objetivos e a criação de indicadores de desempenho que possam medir os resultados e o alcance dos objetivos. Características: Parcerias com o setor privado e com o setor voluntário (ONGs); Avaliação de desempenho individual e de resultados organizacionais, atrelados a indicadores de qualidade e produtividade; Autonomia aos administradores e às agências governamentais, horizontalizando a estrutura; Descentralização política: transferindo recursos e atribuições para as demais esferas, com poder de decisão próximo ao cidadão; Melhoria da qualidade e aumento da accountability; Descentralização administrativa (delegação de autoridade); Confiança limitada; Estabelecimento do conceito de planejamento estratégico; Flexibilização das regras que regem a burocracia pública; Profissionalização do servidor público, através de políticas de motivação, de desenvolvimento pessoal e revalorização a questão da ética no serviço público; Desenvolvimento das habilidades gerenciais dos funcionários; Competição administrada; Princípio da subsidiariedade, como base do conceito de descentralização. Ênfase e orientação da ação do Estado para o cidadão-cliente; Controle social com mecanismo de prestação de contas e avaliação de desempenho; Vê o cidadão como contribuinte de impostos e como cliente de se seus serviços; Na administração pública gerencial os resultados são considerados bons não porque os processos administrativos estão sob controle e são seguros (isso é característico da APB), mas porque as necessidades do cidadão-cliente estão sendo atendidas (interesse público – diferenças do significado; Ênfase no controle “a posteriori”, de resultados, com definição precisa dos objetivos. Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 65 Governabilidade, Governança e Accountability Governabilidade Refere-se à capacidade política de governar, a forma de governo, a relação com os demais poderes e os partidos políticos; São condições substantivas, sistêmicas, institucionais e materiais de exercício do poder. Relaciona-se à legitimidade de governar derivadas da sua postura diante da sociedade civil e do mercado (em um regime democrático), com vistas a exercer sua missão. É a capacidade que o Estado tem para agregar os múltiplos interesses dispersos pela sociedade e apresentar-lhes um objetivo comum para o curto, médio e longo prazo. Governança É a capacidade que determinado governo tem para formular e implementar as suas políticas, assinalando-se a gestão das finanças públicas, dos recursos, da técnica, entendidas como as mais relevantes para o financiamento das demandas da coletividade. É o sistema que assegura o governo estratégico e o efetivo monitoramento da alta administração, por meio de práticas de medição como auditorias, unidades de controle interno e externo, visando assegurar a equidade, transparência e responsabilidade pelos resultados. Governança Pública “O exercício da autoridade, controle, administração, poder de governo”. Precisando melhor, “é a maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recursos sociais e econômicos de um país visando o desenvolvimento”, implicando ainda “a capacidade dos governos de planejar, formular e implementar políticas e cumprir funções” (Banco Mundial, 1992). Refere-se ao modus operandi das políticas governamentais: questões ligadas ao formato político- institucional do processo decisório, à definição do mix apropriado de financiamento de políticas e ao alcance geral dos programas”. A governança tem um caráter mais amplo. Pode englobar dimensões presentes na governabilidade, mas vai além. Baseia-se em múltiplos arranjos com a participação de diversos Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 66 atores (estado, terceiro setor, mercado) no desenvolvimento, na gestão de políticas públicase no provimento de serviços. Este modelo não diminui a importância do estado, mas qualifica-o com o papel de orquestrador, direcionador estratégico, indutor e fomentador essencial para a ativação e orientação das capacidades dos demais atores. Promove a adoção de modelos de gestão pós ou neo- burocráticos, tais como: redes modelos de gestão orgânicos (flexíveis, orientados para resultados, foco no beneficiário), mecanismos amplos de accountability, controle e permeabilidade Accountability Termo da língua inglesa que remete à obrigação de membros de um órgão administrativo ou representativo de 'prestar contas' a instâncias controladoras ou a seus representados. Outro termo usado é o da 'responsabilização', sendo um conceito frequentemente usado em circunstâncias que denotam responsabilidade social, imputabilidade, obrigações e prestação de contas. Pode ser classificada em accountability horizontal (agências e órgãos estatais) e vertical (pelo voto e eleição). Está diretamente ligada à transparência da gestão e ao princípio da publicidade. Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 67 Governo Eletrônico e Transparência Através da transparência (Lei 12.527/11) os atos do setor público devem ser de domínio público. Está relacionada ao princípio da publicidade, ao aumento da accountabilility, do controle social, atacando a corrupção, permitindo o acesso fácil aos cidadãos, através da internet. Por isso, foi criado o programa Governo Eletrônico - e-governo - que visa a “utilização da Internet e da web para ofertar informações e serviços governamentais aos cidadãos” (Nações Unidas, 2001, p.9). O PDRAE enfatizava a necessidade do uso da TIC – tecnologia da informação e da comunicação (item 8.2.9) e a necessidade de implantação de sistemas que possam oferecer transparência às ações do governo, disponibilização de informações gerenciais para facilitar a tomada de decisão e; acesso fácil aos cidadãos – através da internet e da rede de dados do sistema de governo. Principais Ações para criação do Governo Eletrônico: • Grupo de Trabalho de Tecnologia da Informação (GTTI): abril/2000. • Comitê Executivo do Governo Eletrônico (CEGE) que viria a definir as bases institucionais para a implantação do e-gov: outubro/2000. • 8 (oito) comitês, todos no âmbito do CEGE: em 2003. • Departamento de Governo Eletrônico, que assumiu as funções do CEGE voltadas para a coordenação e implantação de ações integradas do governo eletrônico: em 2005. • Os Programas do Governo eletrônico são comandados pela Casa Civil da PR, com apoio técnico e gerencial da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI), do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Princípios do Governo Eletrônico: • Priorização na promoção da cidadania; • Racionalização dos recursos; • Indissociabilidade entre inclusão digital e governo eletrônico, enfocando o público como sujeito do processo e não apenas como destinatário; • Utilização de software livre; • Gestão do conhecimento; • Adoção de políticas, normas e padrões comuns; • Integração com outros níveis de governo e com os demais poderes. Principais relações do Governo Eletrônico G2G – relações intragovernos e intergovernos, G2B – e-procurement; G2C – relação entre governos e cidadãos Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 68 Testes 43. ( FCC / TRT 16ªR/ 2014) Considere as afirmativas abaixo. I. O modelo de gestão burocrática permite que as organizações inovem por meio de pessoalidade nos trâmites administrativos II. A descontinuidade administrativa, os conflitos políticos, as limitações burocrático-administrativas impostas pela legislação em vigor são exemplos de fatores condicionantes no modelo de gestão pública. III. O modelo de gestão de pessoas por competência é o principal modelo que vem, gradativamente, sendo adotado pelas organizações pois atrela conhecimento, habilidade e atitudes das pessoas Está correto o que se afirma em (A) II e III, apenas. (B) I e III, apenas. (C) I e II, apenas. (D) I, II e III. (E) III, apenas. 44. (FCC - 2013 - TRT - 9ª R) Quando introduzida a gestão por resultado em uma organização pública, é importante evitar a a) definição de metas precisas que exijam constante avaliação e revisão dos planos. b) segmentação das metas em objetivos menores sob a responsabilidade de setores específicos. c) interdependência entre as metas de departamentos, favorecendo a autonomia gerencial. d) ênfase na hierarquização da organização e os controles formais voltados a processos. e) definição das responsabilidades pelos resultados em agentes específicos. 45. (FCC - 2013 - TRT 5ª) É característica da Administração Pública Gerencial (A) definir procedimentos para contratação de pessoal e compra de bens e serviços. (B) apoiar-se na noção geral de interesse público. (C) utilizar indicadores de desempenho em contratos de gestão. (D) satisfazer as demandas do cidadão. (E) ser autorreferente. 46. (FCC - 2013 - TRT 18ª) A Administração pública tem como finalidade (A) a prestação de serviços aos cidadãos. (B) a conservação e aprimoramento de bens públicos. (C) a limitação dos princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas. (D) a ampliação da estrutura constitucional do Estado. (E) o estabelecimento de alicerces da formalidade e da materialidade. 47. (FCC - 2013 - TRT 18ª) O modelo burocrático de Max Weber é um modelo organizacional disseminado nas administrações durante o século XX em todo o mundo. O modelo burocrático é atribuído a Max Weber porque o sociólogo alemão analisou e sintetizou suas principais características. NÃO corresponde a essas características o que está expresso em (A) caráter racional e divisão do trabalho. (B) hierarquia de autoridade. (C) impessoalidade nas relações. (D) relação de coesão ou de antagonismo. (E) caráter formal das comunicações. Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 69 48. (CESPE - 2013 - MI ) As organizações públicas assemelham-se às organizações privadas na medida em que também necessitam da aplicação dos processos administrativos de planejamento, organização, direção e controle, porém diferenciam-se na forma de aplicação. ( ) Certo ( ) Errado 49. (CESPE - 2013 – MI) Semelhantemente à gestão privada, cabe à gestão pública a publicidade dos seus atos a fim de demonstrar transparência de suas ações para a coletividade. ( ) Certo ( ) Errado Gabarito: 43. A 44. D 45. C 46. A 47. D 48. C 49. E Gestão Estratégica: excelência nos serviços públicos A qualidade é conceito que nasceu na escola de Taylor, escola da Administração Científica, e vem sofrendo evoluções. • Era da inspeção: foco era o produto e não no processo; • Controle estatístico: gráficos de controle e ciclo PDCA, técnicas de amostragem; • Garantia da qualidade - tarefa de todos: zero defeito, TQC e melhoria contínua; • Gestão estratégica: gestão por processos, por diretrizes e foco no cliente. Conceitos: • A qualidade não é nem pensamento nem matéria, mas uma terceira entidade...ainda que qualidade não possa ser definida, sabe-se que ela existe (transcendental). • Diferenças na qualidade equivalem a diferenças na quantidade de alguns elementos (produto). • A qualidade consiste na capacidade de satisfazer desejos (usuário). • Qualidade é conformidade às especificações (produção). • Qualidade é o grau de excelência a um preço aceitável (valor).Pressupostos: • Foco no cliente interno e externo, adequação ao uso, satisfação do cliente; Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 70 • Gestão de processos de trabalho; • É um conceito voltado para a valorização das pessoas, descentralizado, para o empoderamento e trabalho em equipe; • Envolve a participação de todos, e não somente aos gestores e dirigentes; • Deve ser um processo permanente, duradouro. O controle localiza-se em todas as etapas do processo. • Visa custos menores e a eliminação do desperdício. Princípios da Qualidade de Deming: São 14 os princípios de melhoria da qualidade total, no qual enfatiza a liderança e a participação de todos, a saber: 1. Criar constância de propósitos de aperfeiçoamento; 2. Adotar a nova filosofia: não aceitar atrasos, erros e defeitos no trabalho; 3. Acabar com a inspeção em massa, internalizando a qualidade; 4. Acabar com a prática de fazer negócios baseados em preço; 5. Melhorar constantemente o sistema de planejamento e produção e serviço ; 6. Instituir o treinamento no trabalho; 7. Instituir a liderança e não o controle, para ajudar e afazer melhor o trabalho; 8. Afastar o medo de errar; 9. Romper as barreiras entre os diversos departamentos; 10. Eliminar slogans, as metas, para a força de trabalho; 11. Remover os impedimentos ao desenvolvimento pessoal – orgulho do que faz e de seu desempenho; 12. Remova barreiras que impedem os gerentes de sentirem orgulho de seu trabalho, eliminando os índices anuais; 13. Incentivar a educação e o auto-aperfeiçoamento; 14. Contar com a totalidade da cúpula administrativa e engajar todos para a transformação. Qualidade na Administração Pública Em 1991: Collor lançou o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP), para dinamizar a indústria brasileira diante da abertura comercial. Lançou o Subprograma Qualidade e Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 71 Produtividade do Serviço Público – PQSP, voltado para o cidadão e para a melhoria da qualidade dos serviços públicos. Tinha foco interno, voltado para Técnicas e Ferramentas. Em 1996: FHC lançou o Programa de Qualidade e Participação da Administração Pública – QPAP - que visava à satisfação do cliente com o envolvimento de todos os servidores. O foco era interno e externo, voltado para a Gestão e Resultados. Em 1999: com a formulação do PPA 2000-2003, houve a transformação em Programa de Qualidade no Serviço Público – PQSP, com o objetivo de trazer satisfação ao cidadão. Tinha o foco externo, voltado para a satisfação do cidadão. Em 2005: foi instituído o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – GesPública, através do Decreto 5.378, resultado da fusão do programa de Qualidade no Serviço Público e o Programa Nacional de Desburocratização, sob a coordenação do MPOG. Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 72 O Modelo de Excelência em Gestão Pública foi concebido a partir da premissa segundo a qual é preciso ser excelente sem deixar de ser público e apresenta os seguintes princípios: Orientados por esses princípios constitucionais, integram a base de sustentação do Modelo de Excelência em Gestão Pública os fundamentos apresentados a seguir. O GesPública desdobrou o Modelo de Excelência em Gestão Pública em três instrumentos de avaliação, com a finalidade de facilitar o processo de avaliação continuada da gestão. Os três Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 73 instrumentos sugerem um caminho progressivo do processo de autoavaliação, conforme mostra o quadro a seguir. Instrumentos para avaliação da gestão pública Etapas da melhoria contínua da gestão Modelo de Excelência em Gestão Pública (MEGP) O Modelo de Excelência em Gestão Pública deve orientar as organizações na busca da transformação gerencial e, ao mesmo tempo, permitir avaliações comparativas de desempenho entre organizações públicas brasileiras e estrangeiras e com organizações do setor privado. Em 1997, o Programa optou Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 74 pelos Critérios de Excelência utilizados no Brasil e em diversos países, cujos fundamentos representam o “estado da arte” em gestão. O primeiro bloco – Liderança, Estratégias e Planos, Cidadãos e Sociedade - pode ser denominado de planejamento. Por meio da liderança forte da alta administração, que focaliza as necessidades dos cidadãos- usuários, os serviços, os produtos e os processos são planejados conforme os recursos disponíveis, para melhor atender esse conjunto de necessidades. O segundo bloco – Pessoas e Processos - representa a execução do planejamento. Nesse espaço, concretizam-se as ações que transformam objetivos e metas em resultados. São as pessoas, capacitadas e motivadas, que operam esses processos e fazem com que cada um deles produza os resultados esperados. O terceiro bloco – Resultados – representa o controle, pois serve para acompanhar o atendimento à satisfação dos destinatários dos serviços e da ação do Estado, o orçamento e as finanças, a gestão das pessoas, a gestão de suprimento e das parcerias institucionais, bem como o desempenho dos serviços/produtos e dos processos organizacionais. O quarto bloco – Informações e Conhecimento – representa a inteligência da organização. Nesse bloco, são processados e avaliados os dados e os fatos da organização (internos) e aqueles provenientes do ambiente (externos), que não estão sob seu controle direto, mas, de alguma forma, influenciam o seu desempenho. Esse bloco dá à organização a capacidade de corrigir ou melhorar suas práticas de gestão e, consequentemente, seu desempenho. Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 75 O Instrumento para Avaliação da Gestão Pública está estruturado em oito Critérios, 25 Itens e 111 Alíneas. Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 76 Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 77 Realiza-se a avaliação da gestão da organização com base em duas dimensões: processos gerenciais e resultados. Os Itens de 1.1 a 7.3 são Itens de Processos Gerenciais e, portanto, solicitam tanto as práticas de gestão empregadas pela organização para atender aos requisitos dos Critérios para Avaliação da Gestão Pública, quanto à extensão e à constância da aplicação dessas práticas pelas principais áreas, processos, serviços/produtos e/ou pelas partes interessadas pertinentes. Os Itens 8.1 a 8.6 são Itens de Resultados, ou seja, solicitam a apresentação das consequências objetivas da implementação das práticas de gestão descritas nos Itens de Processos Gerenciais. Estes resultados devem ser comparados com referenciais comparativos pertinentes e com os requisitos das partes interessadas. O sistema de pontuação visa determinar o estágio de maturidade da gestão da organização nas dimensões de Processos Gerenciais e Resultados Organizacionais. Outras Tecnologias Gerenciais e Organizacionais • São ferramentas de gestão: Downsizing: redução de níveis hierárquicos e o enxugamentoorganizacional; Benchmarking: pesquisa de melhores práticas e copia para ser o melhor dos melhores; Terceirização/Outsourcing: transferência das atividades meio para terceiros para concentrar- se nas atividades fim; Brainstorming: tempestade de ideias, para desenvolver a criatividade. Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 78 Reengenharia: mudança drástica, radical, fundamental, nos processos de trabalho. Análise SWOT (Strenghts/ Wekenesses/Opportunities/Threats): mapeia externamente as oportunidades e ameaças e internamente os pontos fortes e pontos fracos; Testes 50. ( FCC / TRT 16ªR/ 2014) A busca por excelência ou qualidade total nos serviços privados ou públicos é constante e trazem alguns princípios de Deming que estabelecem: I. Colocar todos da empresa para trabalhar de modo a realizar a transformação. A transformação é tarefa de todos. II. Evitar uma constância de propósito de aperfeiçoamento do produto e do serviço, a fim de torná-los competitivos, perpetuá-los no mercado e gerar empregos. III. Eliminar o medo. IV. Insistir na ideia de um único fornecedor para cada item, desenvolvendo relacionamentos duradouros, calcados na qualidade e na confiança, com isso reduzindo o custo total. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e II. (B) I, II e IV. (C) I, III e IV. (D) I e IV. (E) II e III. 51. (FCC - 2013 - TRT 12ª) No arcabouço do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GESPÚBLICA), ganha importância a atividade de avaliação, pois (A) a Administração Pública pauta-se por critérios de desempenho distintos das empresas privadas, não cabendo o uso, aqui, da noção de eficiência. (B) o controle social não está dentre seus fundamentos, gerando a necessidade do desenvolvimento de mecanismos internos de avaliação. (C) a orientação da gestão por processos e informações implica na necessidade de medição e análise do desempenho para a tomada de decisões. (D) o fundamento da geração de valor para todas as partes interessadas implica em estratégia de avaliação permanente, externa à atividade pública, a partir de auditorias independentes. (E) o Modelo de Excelência em Gestão Pública, por ser um modelo autogerido, propõe a adoção de ferramentas de planejamento e execução que dispensam o controle sobre resultados. 52. (CESPE - 2013 - CNJ ) A reengenharia, uma tecnologia à disposição dos gerentes, refere-se à união da implantação de novos meios tecnológicos à reestruturação e nivelamento hierárquico de uma organização. ( ) Certo ( ) Errado 53. (CESPE - 2013 - TCE-RO) Deming, um dos principais autores da escola da qualidade nas organizações, definiu como essencial o fim da dependência da inspeção em massa. ( ) Certo ( ) Errado Gabarito: 50. C 51. C Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 79 52. E 53. C Gestão Estratégica no Judiciário Brasileiro Resolução nº 49/2007 Os órgãos do Poder Judiciário relacionados no art. 92, incisos II ao VII, da Constituição Federativa do Brasil devem organizar em sua estrutura unidade administrativa competente para elaboração de estatística e plano de gestão estratégica do Tribunal. O núcleo de estatística e gestão estratégica será composto preferencialmente por servidores com formação em direito, economia, administração, ciência da informação, sendo indispensável servidor com formação em estatística. Características do Núcleo: Tem caráter permanente e deve auxiliar o Tribunal na racionalização do processo de modernização institucional. É subordinado ao Presidente ou Corregedor do Tribunal; Deve subsidiar o processo decisório dos magistrados, conforme princípios estritamente profissionais, científicos e éticos. Enviará dados para o Conselho Nacional de Justiça quando solicitados a fim de instruir ações de política judiciária nacional. Resolução nº 70/2009 Compete ao Conselho Nacional de Justiça, órgão de controle e atuação administrativa e financeira dos tribunais, a atribuição de coordenar o planejamento e a gestão estratégica do Poder Judiciário. A Res. 70/09, dispõe sobre o Planejamento e a Gestão Estratégica no âmbito do Poder Judiciário, para dar maior continuidade administrativa aos tribunais, independente da alternância de seus gestores. O Núcleo de Estatística e Gestão Estratégica (Res. 49/07) é a unidade administrativa competente para elaborar, implementar e gerir o planejamento estratégico de cada órgão da Justiça. Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 80 Prazo e forma de implantação: Aplicação: CNJ e os tribunais indicados nos incisos II a VII do Art. 92 da CF Objetivo: elaboração dos Planejamentos estratégicos, alinhados ao Plano Estratégico Nacional, com abrangência de 5 anos, aprovados até 31/12/2009, nos seus órgãos plenários ou especiais. Requisitos: a. Definição de pelo menos um indicadores de resultados para cada objetivo estratégico; b. Associação dos indicadores com metas de curto, médio e longo prazos; c. Definição de projetos e ações para o alcance das metas; d. Adequação do planejamento às propostas orçamentárias, para garantir os recursos; e. Garantia da participação efetiva de serventuários e de magistrados (1º e 2º graus, indicados pelas entidades de classe); f. CNJ dará auxilio técnico-científico aos tribunais, que terão seus planejamentos, projetos, otimização de processos e acompanhamento de dados estatísticos coordenados ou assessorados pelos Núcleos de Gestão estratégica ou unidade análoga. g. O CNJ manterá o Banco de Boas Práticas de Gestão (divididos por temas) disponível na internet, para promover a divulgação e o compartilhamento de projetos e ações desenvolvidas pelos tribunais; h. O acompanhamento dos resultados e metas fixadas acontecerão trimestralmente, através de Reuniões de Análise da Estratégia (RAE) de cada tribunal; i. Será de competência do Presidente do CNJ, em conjunto com a Comissão de Estatística e Gestão Estratégica (criação do Núcleo através da Resolução CNJ nº 49 de 18/12/2007), assessorados pelo Departamento de Gestão Estratégica coordenar as atividades de planejamento e gestão estratégica do Poder Judiciário. Resolução 70 – CNJ – emenda 01/2010 Art. 6º-A O Conselho Nacional de Justiça coordenará a realização de Encontros Anuais do Poder Judiciário, preferencialmente no mês fevereiro, com os seguintes objetivos, entre outros: I - avaliar a Estratégia Nacional; Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 81 II - divulgar o desempenho dos tribunais no cumprimento das ações, projetos e metas nacionais no ano findo; III - definir as novas ações, projetos e metas nacionais prioritárias. § 1º Os Encontros Anuais do Poder Judiciário contarão com a participação dos presidentes e corregedores dos tribunais e dos conselhos, como também das associações nacionais de magistrados, facultado o convite a outras entidades e autoridades. § 2º O Encontro Anual poderá ser precedido de reuniões preparatórias com representantes dos tribunais e com as associações nacionais dos magistrados. § 3º As deliberações dos Encontros Anuais, mormente as ações, projetos e metas prioritárias estabelecidas, serão comunicadas ao Plenário CNJ e publicadas como Anexo desta Resolução. § 4º Caberá ao Conselho Nacional de Justiça a escolha da sede do Encontro Anual, observadas as candidaturas dos tribunais interessados, privilegiando-se a alternância entre asunidades federativas. § 5º A organização dos Encontros Anuais dar-se-á em parceria entre o Conselho Nacional de Justiça e os tribunais-sede. Componentes do Planejamento e Gestão Estratégica no âmbito do Poder Judiciário: Missão: Realizar Justiça. Descrição da Missão: Fortalecer o Estado Democrático e fomentar a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, por meio de uma efetiva prestação jurisdicional. Visão: Ser reconhecido pela sociedade como instrumento efetivo de justiça, equidade e paz social. Descrição da Visão: Ter credibilidade e ser reconhecido como um Poder célere, acessível, responsável, imparcial, efetivo e justo, que busca o ideal democrático e promove a paz social,garantindo o exercício pleno dos direitos de cidadania. Atributos de Valor para a Sociedade: Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 82 Credibilidade Acessibilidade Transparência Responsabilidade Social e Ambiental Imparcialidade Ética Probidade Celeridade Modernidade 15 Objetivos distribuídos em 08 Temas Estratégicos. Os Temas são: Eficiência Operacional; Acesso ao Sistema de Justiça; Responsabilidade Social; Alinhamento e Integração; Atuação Institucional; Gestão de Pessoas; Infraestrutura e Tecnologia; Orçamento. Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 83 Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 84 Mapa Estratégico do Conselho Nacional de Justiça Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 85 O processo de gestão estratégico acontece da seguinte forma: Administração Geral e Pública Profª. Elisabete Moreira Aula 8, 9 e 10 86 TESTES 54. (FCC / TRT 23ª / 2011) O principal instrumento para a implantação do Planejamento Estratégico no âmbito do Poder Judiciário, ao qual se refere a Resolução 70 do Conselho Nacional da Justiça, é a: (A) definição de metas de longo prazo associadas à missão do Poder Judiciário, segundo o Plano Estratégico Nacional. (B) motivação dos magistrados a implantar os objetivos centrais do Poder Judiciário, segundo a definição do Poder Executivo. (C) definição da visão do Poder Judiciário segundo o Plano Estratégico Estadual. (D) agilização dos trâmites judiciais e administrativos. (E) definição de pelo menos um indicador de resultado para cada objetivo estratégico. 55. (FCC / TRT 6ª / 2012) Ser reconhecido pela sociedade como instrumento efetivo de justiça, equidade e paz social está nas disposições gerais, Artigo 1o, da resolução 70 do CNJ, que institui o planejamento estratégico do poder Judiciário. Essa frase está relacionada à (A) missão. (B) imparcialidade. (C) visão. (D) credibilidade. (E) ética pública. 56. (FCC / TRT 6ª / 2012). Fortalecer e harmonizar as relações entre os Poderes, Setores e Instituição é um dos quinze (15) objetivos estratégicos apontados na Resolução 70 do CNJ. Esse objetivo pertence à (A) eficiência operacional. (B) responsabilidade social. (C) alinhamento e integração. (D) infraestrutura e tecnologia. (E) atuação institucional. 57. (FCC / TRT 6ª / 2012) Os tribunais promoverão Reuniões de Análise Estratégia – ERA para acompanhamento dos resultados das metas fixadas, oportunidade em que poderão promover ajustes e outras medidas necessárias à melhoria do desempenho. Essas reuniões deverão ocorrer (A) a cada quatro anos. (B) diariamente. (c) mensalmente. (D) trimestralmente. (E) anualmente. Gabarito: E, C, E, D Bons estudos!!!!!