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ESPONDILITE ANQUILOSANTE SUMÁRIO 1. Introdução ..................................................................... 3 2. Epidemiologia .............................................................. 3 3. Fisiopatologia .............................................................. 4 4. Manifestações Clínicas ............................................ 6 5. Diagnóstico .................................................................. 9 6. Diagnóstico Diferencial .........................................12 7. Tratamento .................................................................14 Referências Bibliograficas .........................................17 3ESPONDILITE ANQUILOSANTE 1. INTRODUÇÃO A espondilite anquilosante (EA) se caracteriza por ser um distúrbio in- flamatório de causa desconhecida que afeta primariamente o esqueleto axial; articulações periféricas e estru- turas extra-articulares também são envolvidas com frequência. A doença em geral começa na segunda ou ter- ceira década; a prevalência de sexo masculino para feminino está entre 2:1 e 3:1. O termo espondiloartrite axial está entrando em uso comum, apoiado por critérios formulados em 2009. Essa classificação inclui tan- to EA definida como estágios iniciais que ainda não preenchem os critérios clássicos para EA, mas provavelmen- te ela também inclui outras condições com uma história natural diferente. Figura 01. Foto característica de paciente com espondilite anquilosante. Fonte: UpToDate, 2020 2. EPIDEMIOLOGIA A EA é o distúrbio inflamatório mais comum do esqueleto axial. A seguir, uma regra útil de polegares: EA ocor- re em 0,2% da população geral, em 2% da população B27-positiva e em 20% dos indivíduos B27-positivos com um membro da família afetado. Uma predominância pelo sexo mas- culino na doença é evidente, com uma relação homem:mulher variando de 2,5:1 a 5:1. No entanto, estudos epidemiológicos recentes têm revela- do um menor envolvimento do sexo feminino do que tais estimativas indi- cavam. A base para a predisposição de gênero ainda não foi esclarecida. Entretanto, sustenta-se que a EA seja sub-reconhecida em mulheres, tal- vez devido a uma doença axial mais branda e a um início mais tardio da doença, mas outros diagnósticos de 4ESPONDILITE ANQUILOSANTE dor pélvica e dor lombar em mulheres podem dificultar o diagnóstico desta doença pelos médicos, em pacientes do sexo feminino. 3. FISIOPATOLOGIA A sacroiliíte com frequência é a ma- nifestação mais precoce da EA. O co- nhecimento de sua patologia vem de estudos de biópsia e necropsia que cobrem uma faixa de durações da doença. Sinovite e medula mixoide representam as alterações mais ini- ciais, seguidas por pannus e tecido de granulação subcondral. Edema da medula, entesite e diferenciação condroide também são encontrados. Macrófagos, células T, plasmócitos e osteoclastos são prevalentes. Fi- nalmente, as margens erodidas da articulação são substituídas, gradu- almente, por regeneração fibrocarti- laginosa e, então, por ossificação. A articulação pode tornar-se totalmen- te obliterada. Figura 02. Ressonância magnética de paciente com sacroilite ativa. Fonte: UpToDate, 2020 Na coluna, os espécimes estudados ou foram ressecados cirurgicamente na doença avançada ou foram tirados de autópsias. Há tecido inflamatório de granulação no tecido conectivo paravertebral na junção do anel fi- broso com o osso vertebral e, em al- guns casos, ao longo de todo o anel externo. As fibras anulares exterio- res são erodidas e finalmente subs- tituídas por osso, formando o come- ço de um sindesmófito, o qual cresce, então, por ossificação endocondral contínua, fazendo ponte com os cor- pos vertebrais adjacentes. A progres- são ascendente desse processo leva à “coluna em bambu”. Outras lesões na coluna incluem osteoporose difu- sa (perda de osso trabecular apesar do acréscimo de osso do periósteo), erosão de corpos vertebrais na mar- gem do disco, formação de vérte- bras “quadradas” ou “em barril”, e inflamação e destruição da fronteira 5ESPONDILITE ANQUILOSANTE disco-osso. Artrite inflamatória das articulações apofisárias (facetas) é comum, com sinovite, inflamação na ligação óssea da cápsula articular e tecido de granulação subcondral na medula óssea. Erosão da cartilagem articular por pannus com frequência é seguida por anquilose óssea. Isso pode preceder a formação de sindes- mófitos fazendo pontes com discos adjacentes. A densidade mineral do osso está diminuída na coluna e na porção proximal do fêmur no começo da evolução da doença. Sinovite periférica na EA mostra vas- cularidade acentuada, que também é evidente como macrovascularidade tortuosa vista durante artroscopia. Hiperplasia da camada de revesti- mento, infiltração linfoide e formação de pannus também são encontradas. Erosões cartilaginosas centrais, cau- sadas pela proliferação de tecido de granulação subcondral, são comuns. Deve ser enfatizado que as caracte- rísticas da artrite periférica na EA e outras formas de EspA são similares, sendo distintas daquelas da artrite reumatoide. Inflamação na entese fibrocartilagi- nosa, a região onde um tendão, liga- mento ou cápsula articular insere-se ao osso, é uma lesão característica na EA e em outras espondiloartrites, tan- to em locais axiais quanto periféricos. A entesite está associada a edema proeminente da medula óssea adja- cente e com frequência é caracteriza- da por lesões erosivas que, finalmen- te, sofrem ossificação. Figura 03. Foto de entesite calcanhar. Fonte: UpToDate, 2020 6ESPONDILITE ANQUILOSANTE 4. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Tipicamente, a EA começa na fase de adulto jovem, mas os sintomas podem surgir na adolescência ou antes deste período. Até 15% das crianças com poliartrite crônica juvenil são classi- ficadas com espondilite anquilosante juvenil ou EAJ. Essas crianças podem apresentar um padrão pauciarticular com predileção pelas articulações do tarso e pouca queixa de envolvimento axial. Durante a fase de adolescência, existe um aumento na prevalência da sacroiliíte radiográfica, com quase to- dos os pacientes manifestando essa característica no fim da adolescência. No outro extremo do espectro etário, há um pequeno número de pacientes com EA de início tardio e que podem apresentar sacroiliíte e oligoartrite. O envolvimento axial e o envolvimento assimétrico de membros inferiores podem servir para diferenciar entre esses pacientes e aqueles com AR de início tardio, embora clinicamente tal- vez haja características superpostas. Estudos recentes indicam que a taxa de progressão radiográfica pode ser menor no início-juvenil que na idade adulta na EA. Figura 04. Comparação dos achados de ressonância magnética em um indivíduo normal e em um paciente com es- pondiloartrite. Fonte: UpToDate, 2020 A apresentação clássica da EA é o início insidioso de lombalgia, que per- siste por mais de três meses, acom- panhada de rigidez matinal preco- ce e que costuma melhorar com o exercício. Alguns investigadores atri- buem a resposta ao tratamento com AINES como recurso adicional de diferenciação da EA e da lombalgia mecânica. A dor lombar que faz com que o paciente desperte do sono fre- quentemente é um indício da dor in- flamatória, que pode ser previamente mal diagnosticada como dor devi- do à discopatia degenerativa, sendo esta última a causa mais comum de 7ESPONDILITE ANQUILOSANTE lombalgia na população geral. Tipi- camente, há dor na região das arti- culações sacroilíacas, com ou sem irradiação discreta para as nádegas. A dor na região média da coluna to- rácica e a dor cervical, particularmen- te à noite, são menos comuns, mas, quando ocorrem, sugerem fortemen- te dorsalgia inflamatória. A fadiga também é um sintoma sugestivo e frequentemente é realçado por esses pacientes, devido ao paciente típico do sexo masculino jovem demandar uma alta normalidade funcional em termos de esportes e lazer. Se a infla- maçãofor inadequadamente contro- lada, ocorrerá uma rigidez frequente, que pode persistir a maior parte do dia, com perda progressiva da mobili- dade e da flexibilidade. SAIBA MAIS! A oligoartrite periférica é encontrada em até 30% dos pacientes com EA. Tipicamente, tra- ta-se de uma oligoartrite assimétrica com predileção pelos membros inferiores. É importante perguntar acerca de tendinite concomitante ou prévia (p. ex., tendinite aquileana) ou dor no calcanhar (p. ex., fasciite plantar), devido a qualquer uma das duas poder refletir uma entesite que é parte do quadro clínico. O envolvimento do quadril pode ocorrer em qualquer ponto no curso da EA e cursar em destruição articular. Uma contratura de flexão do quadril na sua base pode contribuir para uma inclinação crescente na posição ortostática ou na deambulação e que, de outra maneira, seria atribuída ao comprometimento espinal da doença. SE LIGA! As manifestações extra-articulares envolvem, principalmente, os olhos. O envol- vimento ocular pode ocorrer em até 40% dos pacientes com EA, mais tipicamente a uveí- te anterior aguda (irite). A uveíte costuma se manifestar por discreto comprometimento na acuidade visual e fotofobia, podendo ser acompanhadas de dor ocular. Tipicamente, ela é unilateral e recorrente. Doença inflamatória do intestino e psoríase ocorrem em, aproximada- mente, 10% das coortes de EA. Insuficiência aórtica, defeitos de condução cardíaca e fibrose pulmonar são manifestações incomuns. 8ESPONDILITE ANQUILOSANTE FIgura 05. Foto de uveite anterior. Fonte: UpToDate, 2020. MAPA MENTAL DAS MANIFESTAÇÕES MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Perda de mobilidade e flexibilidade da coluna Melhora da dor com atividade física Uveite Anterior Acometimento axial Sacroiliíte Dor lombar de caráter inflamatório 9ESPONDILITE ANQUILOSANTE 5. DIAGNÓSTICO Exame Físico O exame físico da coluna vertebral mostra caracteristicamente uma res- trição de movimentos que, de início, pode revelar-se, em parte, como es- pasmo do músculo paraespinal. No entanto, mais tarde, no curso da do- ença, revela a anquilose das articula- ções zigoapofisárias e o surgimento dos sindesmófitos dos corpos verte- brais. A flexão para frente é restrita e pode ser monitorada pela medida da distância dedo-chão quando o pa- ciente se curva para frente. SE LIGA! O teste de Schoeber é utilizado para medir a mobilidade na parte lombar baixa: com o paciente na posição ortostática, assinala-se um ponto na altura da quinta vértebra lombar e outro ponto 10 cm acima. Com a flexão da coluna vertebral normal, a distância deve au- mentar, pelo menos, 5 cm. O envolvimento torácico é medido pela expansão do tórax, com a circunferência do tórax em inspiração máxima sendo mais de 5 cm superior à circunferência na expiração máxima. Alterações na mobilidade cervical podem ser medidas pela distância occipito-parede, com o calcanhar do paciente contra a parede e o indivíduo tentando tocar a parte posterior da cabeça na parede. A mobilidade da coluna vertebral restrita no início do curso da doença pode ser mais bem detectada por flexão espinal lateral, medida como a di- ferença de que o dedo distância chão quando ereto em comparação a flexão máxima para o lado. A inflamação na articulação sacroilíaca pode ser percebida por uma hipersensibilidade dolorosa na linha articular à pressão direta ou pela manobra de Fabere ou Gaenslen. Na pri- meira, o paciente é posicionado em decúbito dorsal enquanto o examinador flexiona e roda seu quadril externamente. Na segunda manobra, o examinador estende o quadril deixando a perna pender para fora da mesa de exame. Em ambos os casos, é imposto um estresse na articulação sacroilíaca, que pode produzir a lombalgia se ela for derivada deste local. Figura 06. Foto do teste de Shoeber. Fonte: https://images.app.goo.gl/WHpm7URdXUSYkD91A 10ESPONDILITE ANQUILOSANTE Achados Laboratoriais Os exames laboratoriais na avaliação da lombalgia inflamatória são relati- vamente inespecíficos. A velocidade de hemossedimentação e a proteína C-reativa estão tipicamente elevadas, mas valores normais não descartam a lombalgia inflamatória e o grau de elevação costuma ser menor do que se encontraria na AR aguda. A anemia da doença crônica pode ser observa- da se a doença for de longa duração. Valores séricos de imunoglobulina A podem estar elevados, mas os auto- anticorpos são ausentes. Raramente, o HLA-B27 é o fator definitivo para o diagnóstico. Na vigência de sintomas lombares característicos, o exame tem sensibilidade e especificidade ra- zoavelmente altas. Exames por Imagem A avaliação radiográfica é importante para a confirmação da doença, mas, em uma fase inicial, pode não haver alterações radiográficas nas articu- lações sacroilíacas. Se o médico tem um alto índice de suspeita, em tais casos, a RNM pode melhorar a sen- sibilidade da radiografia simples, pois as alterações inflamatórias na RNM antecedem alterações radiográficas. Devem ser solicitadas as incidências específicas das articulações sacroilía- cas, pois a obliquidade da articulação torna difícil sua avaliação em uma ra- diografia de pelve anteroposterior de rotina. Os achados clássicos são alte- rações bilaterais nas articulações sa- croilíacas. As alterações são erosões na linha articular, pseudoalargamen- to, esclerose subcondral e, por fim, anquilose, apresentando completa substituição óssea das articulações sacroilíacas. 11ESPONDILITE ANQUILOSANTE Calcificação no disco Quadratura da vértebra Sindesmofito Quadratura da vértebra Sindesmofito em ponte (anquilose) Novo sindesmofito Figura 07. Progressão radiográfica da coluna lombar em paciente com espondilite anquilosante. Fonte: UpToDate, 2020 12ESPONDILITE ANQUILOSANTE MAPA MENTAL DO DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO Exame Físico Restrição de movimentos Achados Laboratoriais Exame de Imagem Teste de Shoeber - Elevação de VHS Elevação de PCR Gene HLA-B27 + Erosões na linha articular do esqueleto axial Esclerose subcondral Presença de sidesmofitos Sacroiliíte 6. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL O diagnóstico diferencial de EA con- templa outras EAP, osteíte conden- sante do ílio, hiperostose esquelética idiopática difusa, síndrome de sinovi- te-acne-pustulosehiperostose- oste- omielite (SAPHO) e alguns estados hiperostóticos induzidos (intoxicação por vitamina A, fluorose). A forma- ção de osso novo ocorre na disco- patia degenerativa, mas a aparência horizontal volumosa dos osteófitos é facilmente distinguida da dos sindes- mófitos, e o estreitamento do espaço discal não é uma característica de EA. A osteoartrite da articulação sacroilí- aca foi recentemente reconhecida como tendo uma maior prevalência do que o anteriormente observado. O curso clínico e a gravidade da EA são altamente variáveis. Dor inflama- tória nas costas e rigidez dominam o quadro nos estágios iniciais, enquan- to podem desenvolver se dor crônica e deformidade ao longo do tempo. Em ambas as fases, precoce e tardia, da doença, pode haver um impac- to significativo sobre a incapacidade para o trabalho e a qualidade de vida. 13ESPONDILITE ANQUILOSANTE Apenas uma minoria de pacientes desenvolverá o quadro exuberante da coluna em bambu, mas, atualmen- te, existem poucas variáveis que po- dem confiavelmente ajudar a prever o curso da doença. Atualmente, o mais forte preditor de formação de sindes- mófitos é a presença deles no início da doença. Em pacientes com EA nos quais uma dor nova e refratária se de- senvolve na coluna, a fratura interver- tebral deve ser considerada e pode ocorrer após traumatismos mínimos. Outras complicações tardias são a síndrome da cauda equina, as fratu- ras osteoporóticas por compressão, a espondilodiscite e a doença pulmonar restritiva. Figura 08. Espinha de bambu na espondilite anquilosante. Fonte: UpToDate, 2020 14ESPONDILITE ANQUILOSANTE 7. TRATAMENTO Medidas Gerais O exercício constitui uma parte im- portante do plano terapêuticopara pacientes com EA. Geralmente, de- vem ser evitados esportes de alto im- pacto, enquanto a natação é o exercí- cio ideal. O alongamento para manter a mobilidade e a manutenção da pos- tura deve ser enfatizado, e um fisiote- rapeuta experiente pode ajudar muito na orientação do paciente nos exer- cícios diários. Sessões periódicas de alongamento são convenientes em longas viagens de carro e de avião. O paciente, ao dormir, deve manter-se em posição de decúbito dorsal com as costas retas, em vez de curvado sobre um dos lados. Devem ser refor- çados exercícios de respiração pro- funda e cessação do tabagismo. Tratamento Medicamentoso Os fármacos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) são a primeira li- nha da terapia farmacológica da EA. Esses agentes reduzem a dor e a hi- persensibilidade, e aumentam a mo- bilidade, em muitos pacientes com EA. Há evidências crescentes de que a terapia contínua com AINE em dose alta torna mais lenta a progressão ra- diológica, em particular nos pacientes com um risco mais alto para progres- são. Entretanto, muitos pacientes com EA têm sintomas continuados apesar do tratamento com AINE e têm pro- babilidade de se beneficiar com tera- pia anti-TNF-α. Pacientes com EA tratados com inflixi- mabe (anticorpo monoclonal anti-TN- F-α quimérico humano/camundongo), etanercepte (proteína IgG de fusão do receptor solúvel p75 do TNF-α), ada- limumabe ou golimumabe (anticorpos monoclonais humanos anti-TNF-α, ou certolizumabe pegol [anticorpo monoclonal humanizado murino anti- -TNF-α]) têm mostrado reduções rá- pidas, profundas e mantidas de todas as mensurações clínicas e laborato- riais de atividade da doença. Em uma resposta boa, há melhora significativa tanto de indicadores objetivos como de subjetivos de atividade da doen- ça e função, inclusive rigidez matinal, dor, mobilidade da coluna, inchaço nas articulações periféricas, PCR e VHS. Estudos de RM indicam resolu- ção substancial do edema de medula óssea, entesite e derrames articula- res, nas articulações sacroilíacas, na coluna e nas articulações periféricas. Resultados similares foram obtidos em grandes ensaios controlados ran- dômicos dos quatro agentes, e em muitos estudos abertos. Cerca de 50% dos pacientes obtêm uma redu- ção ≥ 50% do BASDAI. A resposta tende a ser estável ao longo do tempo, e remissões parciais ou totais são comuns. Previsores das melhores respostas incluem idade mais jovem, duração da doença mais 15ESPONDILITE ANQUILOSANTE curta, marcadores inflamatórios de linha de base mais altos e incapaci- dade funcional na linha de base mais baixa. Não obstante, alguns pacien- tes com doença de longa duração e mesmo anquilose da coluna podem obter benefício significante. A indicação mais comum para cirur- gia nos pacientes com EA é artrite grave da articulação do quadril, cuja dor e rigidez geralmente são aliviadas de modo surpreendente pela artro- plastia total do quadril. Raros pacien- tes podem se beneficiar da correção cirúrgica de deformidades extremas em flexão da coluna, ou da subluxa- ção atlantoaxial. Os ataques de uveíte em geral são tratados de modo eficaz com a admi- nistração local de glicocorticoides, em conjunto com agentes midriáticos, embora glicocorticoides sistêmicos, fármacos imunossupressores ou te- rapia anti-TNF possam ser necessá- rios. Os inibidores do TNF reduzem a frequência dos ataques de uveíte em pacientes com EA, embora casos de uveíte, inicial ou recorrente, depois do uso de um inibidor do TNF tenham sido observados, em especial com o etanercepte. MAPA MENTAL DO TRATAMENTO Fisioterapia TRATAMENTO Medidas Gerais Cessar tabagismo Atividade física Tratamento Medicamentoso Cirurgia Uveite AINES Anti-TNF-A Artrite grave da articulação do quadril Deformidades extremas na flexão da coluna Corticoide 16ESPONDILITE ANQUILOSANTE MAPA MENTAL GERAL Uveite Anterior ESPONDILITE ANQUILOSANTE Exame Físico Achados Laboratoriais Exame de Imagem Medidas Gerais Tratamento Medicamentoso Cirurgia Uveite DiagnósticoManifestações Acometimento axial Dor lombar de caráter inflamatório Melhora da dor com atividade física Perda de mobilidade e flexibilidade da coluna Restrição de movimentos Teste de Shoeber - Elevação de VHS Elevação de PCR Gene HLA-B27 + Erosões na linha articular do esqueleto axial Esclerose subcondral Presença de sidesmofitos Sacroiliíte Tratamento Fisioterapia Cessar tabagismo Atividade física AINES Anti-TNF-A Artrite grave da articulação do quadril Deformidades extremas na flexão da coluna Corticoide 17ESPONDILITE ANQUILOSANTE REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Horneff G, Foeldvari I, Minden K, et al. 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