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Comportamento C r i a t i v o O comportamento humano é complexo e multidimensional, resulta da inter-relação de variáveis internas e externas, sendo que nenhuma delas, isoladamente, determina a causa de uma conduta. É a designação genética da conduta do indivíduo. Nosso comportamento é modelado, em grande parte, por esses fatores e, em especial, pelas expectativas alheias. Nesse sentido, o comportamento criativo de uma pessoa também é fruto de sua personalidade, e portanto, de se esperar diferentes comportamentos em um grupo de trabalho, podendo-se destacar os seguintes (COMELLA, 1975): Comportamento receptivo: Significa perceber e aceitar possibilidades que a maioria das pessoas ignora ou rejeita prematuramente. Pode ser de natureza sensorial ou psicológica. No primeiro caso a pessoa se caracteriza por estar atento ao que acontece a sua volta enquanto que no segundo a característica é de pessoa de mente aberta e sem preconceitos à novas ideias. a curiosidade é inerente do comportamento receptivo. Comportamento discriminador: Pessoas criativas geralmente são discriminadoras, não tolerando ambiguidades e desordens. Este comportamento caracteriza-se por ser questionador, sendo que as pessoas não permitem que qualquer opinião seja tomada como verdadeira ou autoritariamente mascarada como racional. Pessoas criativas com este comportamento asseguram informações de alta qualidade para seus pensamentos. Comportamento conceitualizador: Caracterizado por pessoas com a mente muito bem organizada e despreocupadas de seguir padrões sociais; apresentam excepcional facilidade de entender, integrar e correlacionar ideias complexas. Pessoas com este comportamento conseguem ver algo extraordinário onde tudo parece comum e conseguem deduzir relações simples onde para outros tudo é complexo. Comportamento Eclético: Pessoas criativas invariavelmente têm interesse em um amplo campo interdisciplinar que possibilita uma fertilização cruzada de ideias de forma que a mente entende a similaridade dos problemas em vários campos de possíveis soluções. Comportamento independente: Caracterizado por pessoas criativas com forte independência em seus pensamentos, causando difícil relacionamento no ambiente de trabalho principalmente com seus superiores. Comportamento perfeccionista: Este comportamento é próprio daquelas pessoas criativas que consideram os assuntos em profundidade e com detalhamento, protegendo-se constantemente contra generalidades. Estas pessoas acreditam que o detalhe, mesmo sutil, faz a diferença. Comportamento de honestidade intelectual: Pessoas criativas com este comportamento caracterizam-se por defender seus pontos de vista até as últimas consequências. Este comportamento teimoso é inadequado para a geração de novas ideias e as pessoas que se enquadram nele, sabendo disso, usualmente se preservam de opinar, porém quando o fazem existe uma grande chance de ter-se uma boa ideia nova. Barreiras Criatividade da Há muitos fatores que sufocam ou reduzem a capacidade de criar de indivíduos, e este pode ser chamado de barreiras. São antecedentes, hábitos, ambientes, preconceitos que formam o bloqueio e que devem ser reconhecidos e dispersados. Todas as pessoas são diferentes umas das outras, portanto, as barreiras que cada uma possui também serão diferentes em modo e grau de intensidade dependendo do ambiente onde se encontra. Todas as pessoas tem capacidade para ser criativa, porém, o que diferencia entre elas é o grau de desenvolvimento do processo criativo. A maioria das barreiras podem ser classificadas como psicológicas, pois vem de dentro do indivíduo, como por exemplo pode-se citar (CSILLAG, 1983): Medo da crítica; Medo da apreensão; Medo de desaprovação; Medo de possíveis críticas; Medo de desapontamentos; Podem acautelar a pessoa de ter boas ideias; A fixação funcional, é um tipo de barreira que impede o indivíduo de visualizar outros usos para um produto, além de sua função principal; Dependência excessiva dos outros, o indivíduo impressiona em demasia pelo conhecimento e julgamento dos outros e falha em exercitar sua própria criatividade; Outros tipos de barreiras poderiam ser classificadas como “problemas de engenheiros”, ou seja, definição incorreta da necessidade dos clientes, a pessoa nunca chegará a um resultado esperados pelos clientes, mesmo que seja criativa, pois desde o início o problema já está formulado errado; Superespecialização, o único problema deste tipo de barreira, é que o indivíduo perde a visão ampla do sistema onde se integra, para um problema particular de sua área de conhecimento, chega-se rapidamente a uma solução; etc. Há barreiras que acontece por um dado período de tempo: estagnação por exemplo, pode acontecer quando as pessoas estão excessivamente cansadas e não conseguem produzir mais, é necessário uma relaxação para estimular a mente e proporcionar um período de incubação de novas ideias; Há barreiras que são inerentes da própria pessoa: são os hábitos, estes podem ser bons ou ruins dependendo do contexto onde se encontra. O homem pode tentar resolver problemas com soluções que eram boas no passado, mas que não são necessariamente as melhores nos tempos atuais. Existe muitos outros tipos de barreiras e todas devem ser identificadas e eliminadas. TÉCNICAS de Criatividade O desenvolvimento de características pessoais não é a única forma de maximizar a capacidade de criação. O desenvolvimento de características pessoais não é a única forma de maximizar a capacidade de criação. As pessoas de comportamento receptivo, por natureza têm afinidade para trabalho em grupo, sendo que no uso de técnicas de criatividade, somente as do tipo grupais possibilitará explorar seu maior potencial. O fato da aceitação de muitas ideias, amplia demasiadamente o horizonte de atuação, fazendo-se necessário o uso de técnicas de criatividade (de categoria) forçada para direcioná-lo. As técnicas de criatividade são, portanto, metodologias sistematizadas, com diferentes graus de abstração, destinadas a produzir estímulos nas pessoas visando a geração de ideias (BACK, 1988). Existem técnicas para trabalho em grupo e individual sendo que ambas classificam-se, segundo a associação dos elementos envolvidos, em três categorias (CSILLAG, 1983), a saber: Quando a linha de pensamento é vinculada a um ou mais elementos estimulantes do problema a resolver ou vinculada entre elementos não relacionados ao problema. As mais conhecidas são objeto escolhido, catálogo, listagens, encaixe forçado, análise de estímulos. Quando a linha de pensamentos transcorre sem a necessidade de nenhum elemento estimulante, portanto, seu vínculo obrigatório. As mais conhecidas são associação livre, listagem de atributos, lista de verificação, brainstorming, brainwriting. Complexa: Quando a técnica utiliza ambas as categorias acima. As mais conhecidas são análise morfológica, inversão, analogia, sinergia, sinergia visual. Algumas destas técnicas são muito utilizadas, a brainstorming é uma delas, e se baseia no princípio da associação e tem por objetivo básico estimular um grupo de pessoas a detectar problemas ou produzir ideias e soluções para questões existentes de maneira rápida e direta.O fato de existirem comportamentos criativos diferenciados entre as pessoas gera problemas de desempenho no trabalho de criação de ideias. Os fatores que levam a estes problemas podem ser provenientes do relacionamento entre as pessoas, do ambiente de trabalho e dos procedimentos funcionais inadequados. Portanto é fundamental conhecer o potencial criativo de cada indivíduo do grupo para as diferentes tarefas do trabalho, com base no comportamento criativo individualizado. Abarreira do tipo hábito pode levá-lo a utilização de conhecimentos que eram bons no passado e que não são os melhores atualmente. O risco de motivação em excesso, devido a variedade de ideias, aumenta podendo levá-lo a sugerir soluções muito difíceis de serem alcançadas. O potencial deste indivíduo aumenta em ambientes dinâmicos comconstante inovações e em relacionamentos informais com colegas de trabalho, buscando sempre visualizar resultados práticos. Pessoas com este comportamento ficam desmotivadas em trabalhos repetitivos. Associação forçada: Associação livre: Pessoas discriminadoras contribuem mais quando trabalham com técnicas de criatividade individuais, embora em algumas técnicas grupais que envolvem análise e detalhamento (Sinergia, Análise de Estímulos) estas pessoas também contribuem. Técnicas de associação forçada são mais apropriadas do que as de associação livre, pois nestas o discriminador inibe a criatividade dos outros membros do grupo, como no caso do “Brainstorming”. Por outro lado, este comportamento é favorável no sentido de não permitir definição incorreta de problemas, devido a característica de questionamento e crítica. O potencial destas pessoas é melhor aproveitado em funções gerenciais. O conceitualizador é uma pessoa sem afinidade a regras, possuindo um jeito próprio consistente. Comporta-se também como receptivo, porém, não tolera padrões de trabalho estabelecidos. Por sua característica, adapta-se bem a ambientes informais e seu grande potencial está em solucionar problemas complexos. Trabalhos triviais não o estimulam. O eclético pode trabalhar tanto com técnicas grupais quanto individuais, independentemente de ser livre ou forçada, sendo que seu maior potencial é obtido como o uso das técnicas grupais, destacando-se o Brainstorming. De maneira geral, as técnicas que requerem amplos conhecimentos são mais indicadas (Sinergia, Analogia). A princípio, pessoas ecléticas não apresentam nenhuma barreira que se evidência. No ambiente de trabalho o eclético deve conviver com pessoas de nível de conhecimento igual ou superior a ele. A necessidade de atualização é inerente do eclético e portanto o seu ambiente de trabalho deve proporcionar funções de inovação com tecnologia moderna a sua disposição. A pessoa de comportamento criativo independente não admite divergência de opiniões em seu trabalho, portanto só é possível a utilização de técnicas individuais. A barreira de criatividade com que esta pessoa convive é a fixação funcional no sentido de não aceitar outra ideia que não seja a sua. Isto pode levar, em alguns casos, a definições incorretas dos problemas. O seu relacionamento no trabalho é difícil com os colegas e principalmente com os seus superiores, o que o direciona para tarefas individuais. O perfeccionista, a rigor, não é indicado para a geração de novas ideias, pois seu hábito de perfeição pode inibir a evolução das ideias, tanto de outras pessoas da equipe quanto as suas. Seu maior potencial pode ser utilizado na fase de detalhamento de projetos. Um ambiente formal e com desafios pode ser adequado para o perfeccionista. As pessoas com comportamento de honestidade intelectual contribui significativamente quando envolvido com técnicas de criatividade individuais. Porém quando a técnica é grupal a contribuição nem sempre ocorre, mas quando ocorre, é significativa. Técnicas forçadas são mais adequadas devido a baixa frequência com que a pessoa emite ideias. Sua maior barreira é o hábito de ser teimoso, pois retarda o desenvolvimento das ideias. Sendo flexível, pode adaptar a diferentes situações de trabalho. Tem uma atitude de trabalho idealista e é eficaz, e portanto, suas atividades devem ser direcionadas para tarefas de importância (complexas), do contrário poderá desmotivá-lo.