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DIREITO CIVIL II
3 e 4 séries - 2018-2
Profª. Me. Jennifer Leal Furtado Barreto Dalalba
jennifer.barreto@aedu.com
Compensação 
Trata-se de uma forma de extinção da obrigação em que as partes são, ao mesmo tempo, credora e devedora uma da outra (art. 368, CC). 
“Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.”
OBS:
Não confundir a compensação com a confusão. Diferentemente, na confusão, as qualidades de credor e devedor reúnem-se na mesma pessoa.
Há três espécies de compensação.
Espécies Compensação:
A) Compensação judicial: é processual, pois feita pelo juiz no próprio processo. Ex: na sentença o juiz faz a compensação quando atendido pedido da inicial e da reconvenção também; no caso de sucumbência recíproca (quando as duas partes são vencedoras e vencidas), o juiz determina encargos processuais pro rata (proporcionais). 
B) Compensação legal: é aquela que, em virtude dos requisitos previstos pelo direito positivo, opera-se de pleno direito, cabendo ao juiz declara-la, quando for oposta como defesa. 
A compensação é uma defesa indireta de mérito. É a chamada exceção substancial, cabendo ao réu alega-la. No momento que o réu opõe a defesa da compensação, se os requisitos da lei estiverem reunidos, o juiz estará obrigado a declarar (reconhecer a defesa da) a compensação. Não cabe ao juiz reconhecer de oficio, porque envolve direitos patrimoniais.
Requisitos (concomitantes) da Compensação Legal
a) Reciprocidade das dividas. 
Significa que, para haver compensação legal, as partes devem ser, reciprocamente, credora e devedora uma da outra.
Mas, o próprio sistema jurídico prevê algumas exceções. Nesse sentido, embora não seja parte da relação base, o art. 371 do CC admite que o fiador possa, quando demandado, opor ao credor (demandante) crédito próprio.
“Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado.”
b) Liquidez das dividas.
As dividas devem ser certas, determinadas.
“Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis.”
c) Vencimento das dívidas.
d) Homogeneidade das dívidas.
Significa que as dividas devem ser da mesma natureza. Ex: moeda rara e dinheiro corrente não são da mesma natureza.
 
OBS:
No que tange à homogeneidade das dívidas, o art. 370 estabelece que não haverá compensação legal se, posto do mesmo gênero, distinguam-se na qualidade. 
“Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada no contrato.”
Mas, se as dividas não forem homogêneas, admite-se a compensação convencional, embora não permitida a compensação legal.
C) Compensação convencional: é aquela que se opera segundo a vontade das partes e independentemente dos requisitos previstos em lei. Decorre da vontade das partes.
“Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a compensação.”
OBS:
O CC no art. 373 estabelece hipóteses legais de impossibilidade da compensação (legal, convencional ou judicial), considerando a causa que determina a dívida. Isso evita a quebra de confiança.
“Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto:
I - se provier de esbulho, furto ou roubo;
II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos;
III - se uma for de coisa não suscetível de penhora.(ex: salário)”
Mas, o STJ tem admitido, em caráter excepcional (Resp. 982.857/RJ, 18/09/08), a compensação de obrigação alimentícia.
Não cabe compensação de verba salarial (art. 373, III, CC e AgRg em Ag 353991/RS).
O art. 374 do CC foi revogado por uma razão tributária. O governo federal ficou com receio de que os contribuintes parassem de pagar tributo com fundamento em compensação de outras dívidas.
“Art. 374. A matéria da compensação, no que concerne às dívidas fiscais e parafiscais, é regida pelo disposto neste capítulo. (Vide Medida Provisória nº 75, de 24.10.2002) (Revogado pela Lei nº 10.677, de 22.5.2003)”
A aplicação do CC continua a ser subsidiaria quanto às dividas tributárias.
“Art. 375. Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou no caso de renúncia prévia de uma delas.”
“Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever.”
“Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente.
“Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem compensar sem dedução das despesas necessárias à operação.”
“Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão observadas, no compensá-las, as regras estabelecidas quanto à imputação do pagamento.”
“Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exeqüente a compensação, de que contra o próprio credor disporia.”
6.7.5 Transação 
Foi deslocada para a grade de contratos. Mas, embora tenha natureza contratual, tem como efeito extinguir obrigação.
Trata-se de um negócio jurídico pelo qual as partes previnem ou terminam o litígio, mediante concessões recíprocas. 
“Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o litígio mediante concessões mútuas.”
Requisitos da Transação 
A) Acordo (consentimento): é o núcleo existencial da transação.
B) Existência de relação jurídica controvertida.
C) Ânimo de extinguir ou prevenir um litígio.
D) Concessões recíprocas.
Não se aplica o princípio da proporcionalidade, para que a transação seja lícita, salvo quando envolver interesse de incapaz.
Meio de Impugnação da Validade da Transação
A ação rescisória não é o meio para impugnação da transação, mas sim a ação de invalidade, uma vez que a transação tem natureza negocial. 
 “Art. 849. A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa.
Parágrafo único. A transação não se anula por erro de direito a respeito das questões que foram objeto de controvérsia entre as partes.”
Nesse sentido, O CC restringiu os vícios. A transação só se anula (nulidade relativa) por dolo, coação ou erro essencial, mas não por erro de direito. 
Espécies de Transação 
A) Transação judicial:
Segundo Carlos Roberto Gonçalves, a transação judicial pressupõe uma demanda em curso.
B) Transação extrajudicial:
Pretende evitar demanda ainda não instaurada.
OBS:
Na forma dos art. 1748, III, e art. 1774 do CC, o tutor e o curador só poderão transigir quanto a bens e direitos do incapaz mediante autorização judicial. Na mesma linha, sustenta Mª Helena Diniz que também os pais. 
Forma da Transação 
“Art. 842. A transação far-se-á por escritura pública, nas obrigações em que a lei o exige, ou por instrumento particular, nas em que ela o admite; se recair sobre direitos contestados em juízo, será feita por escritura pública, ou por termo nos autos, assinado pelos transigentes e homologado pelo juiz.”
A transação pode ser por forma pública ou por instrumento particular conforme exigência legal. Mas, se já existir demanda, deverão fazer mediante escritura pública ou por termo nos autos do processo. 
Objeto da Transação 
O objeto transação é direito patrimonial de caráter privado.
“Art. 841. Só quanto a direitos patrimoniais de caráter privado se permite a transação.”
Mas, há ressalvas quanto a direitos personalíssimos. Haverá acordo (não tecnicamente transação), por exemplo, quanto aos objetos: guarda do filho e regime de visitas.
O direito a alimentos, em si, não é passível de transação, mas no que tange ao quantum(aspecto patrimonial) é possível. 
Características da Transação 
A) Relatividade dos efeitos da transação (art. 844, CC)
A transação, em regra, vincula as partes que a firmaram.
“Art. 844. A transação não aproveita, nem prejudica senão aos que nela intervierem, ainda que diga respeito a coisa indivisível.
§ 1o Se for concluída entre o credor e o devedor, desobrigará o fiador.
§ 2o Se entre um dos credores solidários e o devedor, extingue a obrigação deste para com os outros credores.
§ 3o Se entre um dos devedores solidários e seu credor, extingue a dívida em relação aos co-devedores.”
B) Indivisibilidade (art. 848, CC)
 “Art. 848. Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula será esta.
Parágrafo único. Quando a transação versar sobre diversos direitos contestados, independentes entre si, o fato de não prevalecer em relação a um não prejudicará os demais.”
C) Interpretação restritiva (art. 843, CC)
Não se admite analogia, nem interpretação ampliativa. 
“Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se transmitem, apenas se declaram ou reconhecem direitos.”
D) Natureza declaratória da transação (art. 843, CC).
A transação não cria direito, mas apenas declara direitos.
A característica da natureza declaratória é relativa, uma vez que o próprio CC excepciona e admite que por meio da transação se possa criar ou constituir direito (art. 845, CC). Ex: em ação de divórcio há a transferência de um carro a outra parte (por meio da transação), que perde o bem por evicção. Essa parte deverá postular por meio de perdas e danos o ressarcimento pela coisa evicta.
“Art. 845. Dada a evicção da coisa renunciada por um dos transigentes, ou por ele transferida à outra parte, não revive a obrigação extinta pela transação; mas ao evicto cabe o direito de reclamar perdas e danos.
Parágrafo único. Se um dos transigentes adquirir, depois da transação, novo direito sobre a coisa renunciada ou transferida, a transação feita não o inibirá de exercê-lo.”
“Art. 846. A transação concernente a obrigações resultantes de delito não extingue a ação penal pública.”
“Art. 847. É admissível, na transação, a pena convencional.”
“Art. 850. É nula a transação a respeito do litígio decidido por sentença passada em julgado, se dela não tinha ciência algum dos transatores, ou quando, por título ulteriormente descoberto, se verificar que nenhum deles tinha direito sobre o objeto da transação.”

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