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Medicina Ana Cat!ina Du"a Rebelo Abdome agudo p#f$ativo Generalidades - É a terceira causa mais comum de abdome agudo. - Dor abdominal, não traumática, de início súbito. - Pode gerar posteriormente um quadro infeccioso. - Com referência ao ligamento de Treitz (flexura que marca a transição do duodeno para o jejuno), as perfurações podem ser classificadas em altas ou baixas. - Nas altas, começa geralmente como uma peritoninte química (suco digestivo) e depois evolui para um quadro infeccioso. - Nas baixas geralmente se inicia com peritonite infecciosa com evolução para um quadro sistêmico, podendo ter sinais de sepse. Fisiopatologia - Perfuração de víscera oca que pode se dar por processo inflamatório, neoplásico, obstrutivo e infeccioso. - Geralmente ocorre com o extravasamento de secreção do órgão afetado na cavidade, progredindo para uma inf lamação peritoneal de natureza química, assim há infecção bacteriana secundária, seguindo com processo infeccioso que pode ser local ou sistêmico. - Pseudomonas aeruginosa, Kleibisiella sp e E. Coli são as bactérias mais comuns. Etiologia • Estômago e duodeno - Úlceras agudas e crônicas. - Podem ser associadas ao uso de álcool, corticoides, AINES. - Neoplasias. - Corpos estranhos. • Intestino delgado - P r o g re s s ã o d e o u tr o s p r o c e s s o s inf lamatór ios como divert icul i te e apendicite. - Volvos de ceco e sigmoide. - Megacólon tóxico. - Neoplasias. - Síndrome de Ogilve. - Doença inflamatória intestinal. • Intestino grosso - Do lado direito o processo infeccioso é mais grave por conta das fezes (germes). - Fenômeno de alça fechada: a válvula íleocecal é competente e não permite o fluxo do conteúdo cecal para o íleo, gerando distensão progressiva do ceco até a sua perfuração. - Abdome agudo obstrutivo com necrose intestinal. - Doença inflamatória intestinal. - Corpo estranho. - Infecção. - Divertículo de Meckel (congênito). - Diverticulite: quando há perfuração após o processo inflamatório. Quadro clínico - Avaliar primeiramente se a peritonine é química ou bacteriana, o nível de per furação e o compromet imento sistêmico. - Dor abdominal súbita. - Abdome em tábua (contratura involuntária generalizada da parede abdominal por peritonite difusa). - Sinais de peritoninte. - Evolução rápida. - Pode haver distensão abdominal e ausência de RHA. ⇢ A clínica varia de acordo com a etiologia. ⇢ Pode haver sinais de sepse, hipotensão ou choque, dependendo da gravidade do caso. ⇢ Desconforto respiratório por conta de gases que comprometem a musculatura diafragmática. Página de 1 3 Medicina Ana Cat!ina Du"a Rebelo - Em perfurações retroperitoneais a dor pode ser lombar. - Em casos de perfuração em abdome superior pode haver dor difusa nos ombros. Diagnósticos etiológicos • Úlcera pépdica perfurada - Se estendem através da parede muscular serosa, permitindo comunicação entre a luz da víscera e a cavidade abdominal, extravasando seu conteúdo. - Desequilíbrio entre a secreção de ácidos. - Peritonite química. - Pode decorrer da complicação de doença ulcerosa pépdica e prevalência de H. Pylori. - Pode evoluir parachoque hipovolêmico. • Divertículos - Perfuração espontânea de divertículos. - Pode evoluir para sepse e falência de múltiplos órgãos. - A perfuração pode se dar por: atividade cólica anormal, modificações na dieta, fatores predisponentes. - Há extravasamento de conteúdo fecal que pode gerar erosões na mucosa e infecções. - Pode h aver necrose e per furação intramural (quando acomete a perfusão sanguínea dos divertículos). • Corpos estranhos - Via oral ou retal. - Esôfago é o mais acometido ou locais de estreitamento como piloro, angulações duodenais e flexura duodenojejunal. - Dor intensa e difusa que se localiza na região epigástrica com irradiação para o dorso (dor em faixa). - Náuseas e vômitos precoces e volumosos. - Íleo paralítico. Diagnóstico - História clínica minunciosa. - Exame físico: sinal de Jobert, abdome em tábua. - Exames de imagem. - Os exames laboratoriais são inespecíficos, marcando apenas processos inflamatórios e infecciosos. • Exames de imagem - Presença de ar ou líquido na cavidade peritoneal, retroperitônio ou na parede dos órgãos. - Pode haver pneumoperitônio na maioria dos casos e no restante há bloqueio no local da perfuração (ausência de gás). ⇢ Radiografia - Simples e de fácil acesso. - Mostra o melhor indicador de perfuração: Pneumoperitônio. - Pedir radiografia de tórax PA para observar se há pneumoperitônio na loja hepática. Página de 2 3 Medicina Ana Cat!ina Du"a Rebelo - Em ortostase é o melhor para indentificar ar entre o diafragma e f ígado ou estômago. - Sinais da radiografia em decúbito dorsal: ⇢ Tomografia (TC) - Alta sensibilidade e especificidade. - Vizualisação mais exata de abscessos, sinais de obstrução e isquemia. - Confirmação da localização do gás pode ser feita com a mudança de decúbito do paciente. - Gás no retroperitônio é pouco móvel. • Exame de exploração ⇢ Videolaparoscopia - Quando não há os parâmetros dos sinais e sintomas clínicos. Tratamento - Suporte clínico, monitorização, manejo de hipotensão e choque se houver. - Antibioticoterapia de amplo espectro antes do tratamento def init ivo ou intra- o p e r a t ó r i o . P o d e s e r m a n t i d o posteriormente. - Cirurgia: pode ser epiplonplastia (úlcera pépdica perfurada), ressecção da área comprometida com anastomose primária ou ostomia. Sinal de Rigler Delineamento da parede gástrica ou intestinal pela presença de gás na luz e na cavidade peritoneal Sinal do ligamento falciforme Delineamento de estruturas que normalmente não são vistas pelo gás, o ligamentose torna radiopaco Sinal do úraco O úraco fica radiopaco Sinal do V invertido Os ligamentos umbilicais laterais se tornam visíveis Página de 3 3
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