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Metodologia e pratica em ciências nos anos iniciais

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Metodologia e prática de ensino de Ciências Naturais nos anos iniciais no Ensino 
Fundamental - Unidade 3 - Tópicos Importantes em Sustentabilidade 
 
Metodologia e 
prática de ensino 
de Ciências 
Naturais nos anos 
iniciais do Ensino 
Fundamental 
 
Unidade 3 - 
Tópicos Importantes em 
Sustentabilidade 
 
 
 
Metodologia e prática de ensino de Ciências Naturais nos anos iniciais no Ensino 
Fundamental - Unidade 3 - Tópicos Importantes em Sustentabilidade 
 
Paola Lemes 
 
Introdução 
Na unidade passada foram apresentados conceitos importantes sobre a 
prática de ensino de natureza e sociedade para a educação infantil e sobre o ensino 
de ciências naturais para o ensino fundamental, acompanhados de apontamentos 
relativos ao desenvolvimento cognitivo das crianças nessas duas etapas da educação 
básica. Nesta unidade, serão discutidos tópicos importantes em sustentabilidade, 
cujo entendimento é fundamental para o exercício de uma educação libertadora e 
cidadã. 
O que a sociedade entende, afinal, como recursos naturais, serviços 
ambientais e biodiversidade? Qual a importância desses elementos para a 
sobrevivência e o desenvolvimento da espécie humana? Porque a temática 
ambiental é tão urgente e necessária? 
Inicialmente, será feita a apresentação destes conceitos segundo referências 
mundialmente conceituadas na área. Em seguida, refletiremos sobre a relação entre 
a extração de recursos naturais, impactos ambientais e processos de degradação 
que esta atividade tem causado historicamente. Discutiremos também, de maneira 
histórica, o papel da Ciência no desenvolvimento dessa atividade e como ela tem 
influenciado a sociedade contemporânea. 
Falaremos sobre a importância de conhecer e preservar a biodiversidade, 
fonte de todos estes necessários recursos e ainda tão pouco conhecida e valorizada. 
O que ela tem a nos oferecer? Vivemos, por vezes, de forma tão distante da natureza 
e tão preocupados com nossos problemas diários nas grandes cidades que 
acabamos nos esquecendo de sua importância. 
Nesta unidade, nosso objetivo será ressignificar conceitos e valores para 
ressaltar a importância da natureza e dos recursos naturais para a sobrevivência da 
nossa e da próxima geração. 
Vamos juntos? 
Bons estudos! 
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Fundamental - Unidade 3 - Tópicos Importantes em Sustentabilidade 
 
1. Recursos Naturais 
“Recursos naturais” é um termo muito utilizado em nosso cotidiano, tantas 
vezes, e, há tanto tempo, que quase não paramos para refletir sobre seu significado 
e importância. Aqui, trabalharemos o conceito, a classificação, a presença e a 
importância destes elementos para a humanidade. Vamos começar fazendo um 
exercício simples: olhe ao seu redor. Observe cada um dos objetos presentes no 
ambiente que lhe cerca: mesas, cadeiras, paredes, aparelhos eletrônicos, roupas, etc. 
Já parou para pensar sobre a origem destes elementos? Todos eles, sem exceção, 
são constituídos de matéria prima proveniente da natureza. 
Pense também naquilo que é necessário para movimentar e conectar a nossa 
sociedade: carros, aviões, celulares e computadores, baterias de longa duração etc. 
Acessórios que necessitam de energia para funcionar. Energia que também provém 
da natureza. Assim, recursos naturais podem ser definidos como elementos da 
natureza que ainda não sofreram transformações decorrentes do trabalho 
humano, mas aos quais foram atribuídos valores sociais e econômicos e, 
consequentemente, são usados para satisfazer demandas de energia e 
matéria prima da sociedade. 
Segundo Moraes & Serra (2005), o termo ganhou destaque na década de 70, 
em parte devido ao trabalho do economista e pensador econômico Ernst Friedrich 
Schumacher no Reino Unido, com a publicação de sua famosa obra Small is Beautiful, 
de 1973 (“O negócio é ser pequeno”, em tradução livre e título com o qual o livro foi 
publicado no Brasil). 
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 Figura 1. Livro de E. F. Schumacher: O Negócio é ser pequeno; a obra teve influência na 
concepção do termo “Recursos Naturais”. Fonte: Site Amazon e The positive encourage. 
 Para classificar os recursos naturais alguns critérios devem ser observados. 
O primeiro critério considerado para a classificação é a origem, que pode ser biótica 
ou abiótica. Entre os recursos bióticos (derivados de elementos vivos), há aqueles de 
origem animal (alimentos, couro e ossos) e vegetal (madeira, fibras vegetais); já, entre 
os recursos abióticos (derivados de compostos inorgânicos), estão os minerais 
(carvão mineral, petróleo, gás, metais) e os energéticos (vento, água, radiação solar). 
O segundo critério considerado é a duração das reservas. Neste aspecto, 
podemos classificar os recursos naturais em renováveis, aqueles que são 
restaurados pela natureza por meio de diferentes fenômenos (energia solar, animais 
e plantas cultivados, por exemplo) e não renováveis, que possuem uma formação 
extremamente lenta para a existência humana e cujos estoques no planeta possuem 
tamanho limitado, certamente chegando ao esgotamento em um determinado 
ponto no tempo (minerais, como o ouro e o ferro). 
Há ainda a classificação referente ao processo de obtenção dos recursos, que 
podem ser aproveitados por meio do extrativismo, o método mais antigo (e um dos 
mais impactantes, quando feito de maneira desordenada), em que o ser humano 
simplesmente coleta na natureza os elementos que necessita (como exemplos, 
podemos citar a extração de madeira, do petróleo ou de alimento, como a pesca de 
atum); outro processo de obtenção de recursos naturais é a agricultura /pecuária, na 
qual ocorre a domesticação e o cultivo de animais e plantas de importância 
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econômica; há também a obtenção de recursos por meio da transformação de 
fenômenos físicos, usada principalmente para geração de energia térmica ou elétrica 
a partir de fenômenos naturais. 
 
SAIBA MAIS: Você pode pesquisar mais sobre os esforços mundiais das 
Nações Unidas para estudo e classificação dos recursos naturais (United Nations 
Framework Classification for Resources - UNFC) na página da UNECE (Comissão 
Econômica das Nações Unidas para a Europa), disponível em: 
https://www.unece.org/energy/se/reserves.html e na animação com os fundamentos 
do programa, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=AC7qsGoBAU8 
A Global Footprint Network (GFN) publicou um relatório contendo exatidão 
das datas em que a humanidade entraria em débito com a natureza em relação à 
disponibilidade de recursos ambientais. Você pode acessar a síntese deste relatório 
na reportagem publicada pela Revista Galileu disponível no link: 
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-
Ambiente/noticia/2019/07/humanidade-usou-todos-os-recursos-do-planeta-para-o-
ano-de-2019.html 
 
1.1. Impactos ambientais e processos de degradação 
Todas as espécies de organismos vivos fazem uso dos recursos naturais para 
sua sobrevivência. Sem eles, a vida como conhecemos não seria possível. Porém, 
desde que, após 2,5 milhões de anos, alguns de nossos ancestrais hominídeos 
deixaram de ser nômades caçadores e coletores para estabelecerem moradias fixas 
e praticar a agricultura muita coisa mudou em nosso planeta (Harari, 2016). 
Embora o aparecimento da espécie humana seja um dos eventos mais 
recentes na história do planeta foi o que teve maior efeito na estrutura do meio 
ambiente. Para entender o papel preponderante do ser humano na modificação do 
meio falaremos um pouco da história do uso dos recursos naturais pela humanidade 
e dos processos de degradação gerados. 
https://www.unece.org/energy/se/reserves.htmlhttps://www.unece.org/energy/se/reserves.html
https://www.unece.org/energy/se/reserves.html
https://www.youtube.com/watch?v=AC7qsGoBAU8
https://www.youtube.com/watch?v=AC7qsGoBAU8
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2019/07/humanidade-usou-todos-os-recursos-do-planeta-para-o-ano-de-2019.html
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2019/07/humanidade-usou-todos-os-recursos-do-planeta-para-o-ano-de-2019.html
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2019/07/humanidade-usou-todos-os-recursos-do-planeta-para-o-ano-de-2019.html
https://www.youtube.com/watch?v=AC7qsGoBAU8
https://www.youtube.com/watch?v=AC7qsGoBAU8
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Se analisarmos a história da Terra, veremos que eventos de surgimento e 
extinção de espécies são comuns. A média de sobrevivência de uma espécie no 
planeta gira em torno de 5 milhões de anos. Os registros fósseis indicam que a 
espécie Homo sapiens tenha surgido há cerca de 200 mil apenas, na África Oriental, 
ou seja, o homem moderno é uma espécie incipiente. Ainda mais recente, a 
Revolução Cognitiva ocorrida a cerca de 70 mil anos possibilitou o surgimento da 
linguagem e dos registros históricos escritos. E desde que podemos observar, o 
crescimento da população humana é atrelado a acontecimentos históricos. A 
expansão do Homo sapiens para outras regiões do globo já contribuía para a extinção 
de espécies, desde a ocupação da Austrália (45 mil anos atrás) e América (12 mil anos 
atrás). 
Analisando os números da população humana entre o ano zero da nossa 
época (Império Romano) até os dias atuais, veremos que até cerca do ano 1600 o 
planeta era relativamente pouco habitado e explorado, o crescimento da população 
era linear e havia grandes espaços inabitados. Por volta do ano 1750 crescimento 
humano passa a ser exponencial. Em menos de 200 anos verifica-se uma explosão 
populacional. Como será discutido mais adiante, este crescimento coincide com a 
expansão do modo pensar científico da ciência moderna, que possibilitou as grandes 
navegações, a colonização dos novos continentes descobertos e a exploração de 
novos recursos. O crescimento da população humana provocou uma busca 
incessante por mais recursos: mais alimentos, mais espaço, mais energia. Além das 
doenças já existentes, outras novas multiplicaram-se, trazendo a necessidade de 
novos medicamentos. 
Neste contexto é interessante ressaltar alguns conceitos compreendidos na 
dinâmica de populações e comunidades de organismos vivos como Curva de 
Crescimento Exponencial, Curva de Crescimento Real e Resistência 
Ambiental. Hipoteticamente, os organismos apresentariam uma curva de 
crescimento exponencial (curva em J) na ausência de fatores de resistência ambiental 
(como disponibilidade de alimento, espaço, doenças etc), crescendo 
indefinidamente. Entretanto os fatores de resistência sempre estão presentes em 
qualquer ambiente, proporcionando um eficiente controle populacional na natureza 
e resultando na curva de crescimento real (curva em S). O avanço tecnológico 
possibilitou aos seres humanos estratégias de contornar, pelo menos em parte, os 
fatores de resistência ambiental, contribuindo para a explosão populacional da 
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espécie. Por outro lado o aumento populacional dos seres humanos causou uma 
série de novos impactos. 
 
SAIBA MAIS: Leia mais sobre dinâmica de populações nesta página da ecologia do 
Instituto de Biociências da USP, disponível aqui: 
http://eco.ib.usp.br/dinamica_populacoes_print.htm 
 
 
Figura 2. Aumento da população humana ao longo do tempo. Fonte: UFJF. 
Um dos impactos ambientais mais evidentes é o desmatamento das áreas de 
floresta em todo o mundo, para extração de recursos para diferentes finalidades: 
atualmente, a agricultura e a pecuária são dois grandes fatores que contribuem para 
o aumento do desmatamento. Tanto para criação de gado (exportação de carne) 
quanto para o cultivo de monoculturas (no Brasil temos exemplos como a soja e a 
cana de açúcar) que, muitas vezes, são usadas para alimentar gado ou para a 
produção de combustíveis e não para a alimentação humana. O desmatamento 
http://eco.ib.usp.br/dinamica_populacoes_print.htm
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também contribui para a destruição do habitat de diversas espécies nativas, 
provocando sua extinção. 
Nem mesmo as grandes guerras que ocorreram ao longo da história, ou 
invenções mais recentes como métodos contraceptivos inovadores foram capazes 
de reverter o crescimento da população. Muito pelo contrário, a estimativa é que ao 
longo do próximo meio século a população humana aumente em 50% (SACHS, 2010). 
 
SAIBA MAIS: Projeções de crescimento da população brasileira podem ser 
acompanhadas em tempo real no site do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE), aqui https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/. 
E projeções de crescimento da população humana mundial, entre outros 
dados interessantes podem ser acompanhados no site World do Meters aqui: 
https://www.worldometers.info/ 
 
 
 
Figura 3. Desmatamento, um dos principais processos de degradação ambiental, em todas 
as eras. Fonte: Site Observatório da Sociedade Civil. 
Estes fatos levam ao questionamento sobre a capacidade do planeta de 
suportar tantos seres humanos, questão já levantada pelo economista britânico 
Thomas Malthus no século XVIII e que também foi considerada na formulação da 
https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/
https://www.worldometers.info/
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teoria da Evolução de Charles Darwin. A partir da primeira Revolução Industrial (1760 
a 1860) até os dias atuais, houve um aumento massivo das emissões de dióxido de 
carbono e outros gases do efeito estufa. O que implicou no aumento da temperatura 
média do planeta: o aquecimento global. O aquecimento global provoca uma série 
de desequilíbrios ecológicos em todos os ecossistemas da Terra e pesquisas 
evidenciam que ele também é responsável pelas mudanças climáticas observadas 
recentemente. Apesar de o efeito estufa ser um fenômeno natural e necessário para 
a vida na Terra, há dados empíricos que mostram sua intensificação devido a 
atividades humanas. 
 
Saiba mais: Leia mais sobre a ciência por trás das mudanças climáticas neste 
artigo do Instituto Questão de Ciência, disponível em: 
http://revistaquestaodeciencia.com.br/dossie-questao/2019/04/15/os-alicerces-
firmes-da-ciencia-das-mudancas-climaticas 
 
http://revistaquestaodeciencia.com.br/dossie-questao/2019/04/15/os-alicerces-firmes-da-ciencia-das-mudancas-climaticas
http://revistaquestaodeciencia.com.br/dossie-questao/2019/04/15/os-alicerces-firmes-da-ciencia-das-mudancas-climaticas
http://revistaquestaodeciencia.com.br/dossie-questao/2019/04/15/os-alicerces-firmes-da-ciencia-das-mudancas-climaticas
http://revistaquestaodeciencia.com.br/dossie-questao/2019/04/15/os-alicerces-firmes-da-ciencia-das-mudancas-climaticas
http://revistaquestaodeciencia.com.br/dossie-questao/2019/04/15/os-alicerces-firmes-da-ciencia-das-mudancas-climaticas
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Figura 4. Qual o custo das mudanças climáticas? Fonte: Blog Mata Nativa 
A industrialização e o desenvolvimento tecnológico não pararam no século 
seguinte, e a partir da segunda metade do SéculoXX (década de 1960 
aproximadamente) a população mundial majoritariamente rural migra 
massivamente para os centros urbanos, complicando o gerenciamento da 
sociedade. Onde alocar tantas pessoas? Inicia-se uma intensa transformação dos 
ambientes naturais em ambientes urbanos. O desenvolvimento não foi equitativo 
para todas as pessoas, contribuindo para o surgimento de problemas sociais como 
desigualdade, violência e doenças. A expansão da sociedade industrial de consumo 
aumenta o poder de compra da população, gerando uma cultura de descarte e 
intensa produção de resíduos. A gestão desses resíduos, com ênfase para o plástico 
é um dos grandes desafios para o próximo século. 
 
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Você quer ler? A comunidade científica brasileira já discute os impactos do 
aquecimento global na floresta amazônica há mais de 10 anos. Leia mais sobre o 
tema no artigo “O Aquecimento Global e o Impacto na Amazônia e na Agricultura 
Brasileira” de Carlos A. Nobre & Eduardo D. Assad, disponível em: mtc-
m16c.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/ePrint@80/2005/09.12.12.51/doc/v1.pdf 
 
2. O papel da Ciência 
Na Era Pré-Moderna, até o século XV, podemos dizer que as civilizações 
humanas eram reféns dos processos naturais. Ficavam a mercê de bom clima para 
terem boas colheitas, a mortalidade era alta, principalmente a mortalidade infantil. 
Apesar do ser humano ter sempre uma grande capacidade de modificação do meio, 
até este período, sua influência não foi tão gritante. 
Na Idade Média, a ideia de mundo das sociedades humanas era bastante 
restrita, não houve quase nenhum avanço significativo no campo científico e a igreja 
exercia um papel hegemônico, dominando o conhecimento e as riquezas. 
http://mtc-m16c.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/ePrint@80/2005/09.12.12.51/doc/v1.pdf
http://mtc-m16c.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/ePrint@80/2005/09.12.12.51/doc/v1.pdf
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Figura 5. Mapa Mundi de Fra Mauro, 1459. Fonte: Site Landsat Science NASA 
Com o início da Era Moderna (entre os séculos XV e XVIII) inicia-se a conquista 
do mundo pelas grandes navegações e também podemos dizer que há o surgimento 
do pensamento científico, ou seja, a capacidade do ser humano admitir que não 
conhecia todas as partes do mundo. A vinda dos navegadores espanhóis para o 
continente americano em 1492 foi crucial nesse sentido. Afinal, que acontecimento 
poderia evidenciar mais a ignorância humana sobre o mundo do que a descoberta 
de um continente inteiro desconhecido, com povos, fauna, flora, cultura e recursos 
completamente diferentes? 
A navegação de Cristovam Colombo ao continente americano e sua posterior 
colonização representaram a expansão e o surgimento de novas rotas comerciais, 
fazendo com que as sociedades retomassem seu poderio econômico e exercessem 
papel decisivo dentro do novo mundo que surgia. A abundância de recursos naturais, 
em especial da madeira e de minérios como ferro e ouro e a intensificação do 
trabalho escravo para extração desses recursos foram o combustível para o 
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enriquecimento do continente europeu e para as revoluções seguintes, com ênfase 
para o Renascimento. Este período representa uma série de transformações 
evidentes na cultura, sociedade, política e religião, caracterizando a transição do 
feudalismo para o capitalismo. Entretanto, a evolução mais gritante em relação às 
estruturas medievais teve efeito no campo das artes, da filosofia e das ciências. 
A criação de instrumentos técnicos de observação como a luneta (1609), o 
telescópio (1610) e, posteriormente, o microscópio (entre 1632 e 1723) foram 
fundamentais na articulação do método entre a observação e experimentação. A 
luneta, além de ser um importante instrumento comercialmente falando, pois 
permitia a observação e a identificação de navios que se aproximavam (mercantes 
ou militares, amigos ou inimigos), também forneceu as bases para o 
desenvolvimento do telescópio, fundamental para o entendimento do universo 
infinito e o surgimento de uma nova maneira de organizar os pensamentos, uma 
nova linguagem: a matemática. A derrubada da noção de universo fechado é 
atribuída a cientistas como Galileu Galilei, Joahannes Kepler e Tycho Brahe, entre 
outros. 
 
Figura 6. Galileu Galilei. Fonte: Site Terça Livre. 
O mundo, segundo Galileu, poderia ser “lido” e interpretado por meio de 
caracteres geométricos. A matemática e a lógica indutiva, mesclada com as 
concepções filosóficas do século XVII, notadamente o racionalismo de René 
Descartes e o empirismo dos filósofos ingleses, alinhavaram o sistema científico 
moderno, cujo desenvolvimento se deu progressivamente até o advento da Teoria 
da Relatividade de Einstein e da Mecânica Quântica, de Heisenberg e Bohn, na 
primeira metade do século XX (FERNANDES, 2019). As transformações no 
pensamento provocadas pela ciência seguiram-se de importantes inovações 
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tecnológicas, as quais permitiram um controle e uma exploração do meio pelos seres 
humanos ainda maior. 
 
2.1. A Ciência e a sociedade contemporânea 
A Era Contemporânea compreende o período entre a Revolução Francesa, 
ocorrida entre 1789 e os dias atuais. Justamente neste ponto, em meados do século 
XVIII o mundo passou a notar a presença e os benefícios da ciência e da técnica de 
forma mais intensa. De forma simplificada podemos dizer que o emprego do saber 
(ciência) mais o emprego do fazer (técnica), de forma contínua e sendo aperfeiçoada 
a cada etapa, resultaram nas inovações tecnológicas que modificaram a nossa 
sociedade. Durante os séculos XVIII e XIX, é notável o crescimento e aumento de 
poder do continente europeu e de suas colônias ao redor do mundo. Este 
crescimento aconteceu, principalmente, devido ao advento das inovações 
tecnológicas proporcionadas pelo financiamento e expansão das instituições 
científicas no continente, que culminaram na Revolução Industrial. 
 
Figura 7. Inovações tecnológicas que permitiram a Revolução Industrial. Fonte: Revista Zunai 
As novas tecnologias permitiram revolucionar o modo de fazer a agricultura, 
a manufatura e o transporte de bens e serviços, o que produziu um profundo efeito 
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socioeconômico e cultural inicialmente no Reino Unido que, posteriormente, se 
espalhou por toda a Europa, América do Norte, e, posteriormente, para todo o 
mundo, em um processo que ainda continua: a industrialização. 
No final do século XVIII, a economia baseada na força manual no Reino Unido 
começou a ser substituída por outra dominada pela indústria e pelas máquinas. 
Começou com a mecanização das indústrias têxteis, o desenvolvimento de técnicas 
avançadas de produção de ferro e o aumento do uso de carvão refinado. 
A expansão do comércio foi possibilitada com a introdução de canais, rodovias 
e estradas. A introdução das máquinas a vapor (abastecidas primeiramente com 
carvão) e maquinaria bruta (principalmente, na manufatura têxtil) deram a base para 
grandes aumentos na capacidade produtiva inglesa. O desenvolvimento de 
máquinas de ferramentas nas duas primeiras décadas do século XIX facilitou a 
produção de mais máquinas para serem utilizadas em outras indústrias. Durante o 
século XIX, a industrialização alastrou-se pelo resto da Europa Ocidental eAmérica 
do Norte, afetando, posteriormente, grande parte do mundo. 
A hegemonia europeia torna-se menos evidente no final do século XX, em que 
potências como os Estados Unidos e a China, começam a ganhar espaço, tornando-
se potências mundiais em ciência e tecnologia. O modo de pensar científico não era 
mais uma exclusividade europeia. Outras nações emergentes também aprenderam 
a usar a ciência e consequentemente a desenvolver inovações tecnológicas e isso foi 
substancial para melhorar a qualidade de vida das populações, aumentar a produção 
de alimentos, diminuir a quantidade de doenças e aumentar a expectativa de vida 
dos seres humanos. 
3. Biodiversidade 
Atualmente, a palavra biodiversidade deixou de ser importante apenas nos 
meios científicos e ganhou importância no vocabulário popular, virou notícia e vem 
sendo amplamente divulgada em todos os meios de comunicação disponíveis. Sendo 
um conceito tão importante, seu entendimento é essencial para o desenvolvimento 
da argumentos sólidos com relação à temática ambiental e à sustentabilidade. 
A biodiversidade pode ser definida como toda a variedade existente 
dentro e entre os seres vivos, incluindo a diversidade de espécies de 
animais, plantas e microorganismos, a diversidade genética e a diversidade 
de ecossistemas (U.S. Congressional Biodiversity Act, HRI 268, 1990). 
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A diversidade de espécies é uma combinação entre o número de espécies 
diferentes e o número de indivíduos dentro de cada espécie, importante para a 
avaliação das espécies que são mais comuns e mais raras. Dado este conceito é 
importante ressaltar algumas categorias para entender a diversidade de espécies. As 
espécies podem ser nativas, com ocorrência própria a um determinado local do 
globo, (por exemplo, o Pau-brasil e a Araucária, que são espécies de plantas nativas 
do Brasil). 
Podem ser endêmicas, que também são espécies nativas, porém, restritas a 
uma determinada parcela específica do território, o que aumenta sua 
vulnerabilidade, (por exemplo, a ararajuba e o mico-leão-dourado, endêmicas da 
Mata Atlântica). A diversidade de espécies é distribuída pelo globo de maneira 
heterogênea, sendo que alguns ambientes são mais biodiversos do que outros. 
 
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Figura 8. Exemplo da diversidade de espécies da flora e fauna brasileira. 
Fonte: Site do Museu do Amanhã e Blog Diário do Nordeste 
 
A variedade de informações genéticas (DNA, genes alelos) que existe dentro 
de cada ser vivo também faz parte da biodiversidade. Estas informações 
representam o potencial evolutivo da espécie, bem como a bagagem evolutiva 
carregada das gerações passadas. O entendimento do conceito de diversidade 
genética é extremamente importante, uma vez que é a responsável pela capacidade 
de adaptação (evolução) das espécies frente às mudanças que ocorrem no planeta. 
Portanto, preservar a diversidade genética das espécies é fundamental. 
A diversidade de ecossistemas representa a variedade de tipos de habitats em 
uma região. Na paisagem da figura 9, por exemplo, vários ecossistemas podem ser 
identificados: ambiente aquático, terrestre na planície, terrestre na parte alta da 
montanha, costão rochoso, etc. Essa diversidade de ambientes dentro da natureza 
em si é parte integrante da biodiversidade. 
 
Figura 9. Exemplo da diversidade de ecossistemas brasileiros, o Cerrado, a Mata Atlântica e 
o Pantanal. Fonte: Site O Eco e IBAMA. 
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Figura 10. Diversidade de ecossistemas (biomas) brasileiros. Fonte: Site do Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 
3.1. Conservação ambiental 
É muito comum ouvir falar na importância de se preservar o meio ambiente, ou 
no que é feito para a conservação do meio ambiente. Primeiramente, é importante 
verificar a diferença entre os termos preservação e conservação do meio ambiente. A 
diferença entre as duas palavras não é trivial e costuma causar confusão entre 
profissionais da área e até mesmo na própria legislação vigente sobre o assunto. Isso 
ocorre porque estes termos passaram por longas discussões entre os especialistas 
e, por muitos anos, foram utilizados na literatura como se tivessem o mesmo 
significado. Entretanto, a diferença crucial. 
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A palavra preservação significa intocabilidade, ou seja, para que uma área seja 
considerada preservada precisa manter-se intacta, sem a menor intervenção 
humana. Já a palavra conservação significa que intervenções podem ser realizadas, 
porém de maneira sustentável, mantendo o equilíbrio entre os elementos do 
ecossistema. O Glossário de Ecologia, publicado em 1997, define o termo 
preservação como “ações que garantem as características próprias de um ambiente 
e as interações entre os seus componentes”. Já o termo conservação, é definido 
como “um sistema flexível de diretrizes planejadas para o manejo e utilização 
sustentável dos recursos naturais”. 
A definição destes conceitos é primordial para o estabelecimento das diretrizes 
governamentais que regulamentam a utilização dos recursos pela sociedade. Assim, 
a conservação consiste essencialmente em fazer uso sustentável dos recursos 
naturais, protegendo as populações de espécies animais e vegetais, bem como 
preservando a integridade ecológica do seu habitat natural ou de substituição. 
O objetivo fundamental é, em todos os casos, manter os ecossistemas em bom 
estado de conservação e prevenir ou corrigir os danos que possam sofrer, 
maximizando, assim, os serviços ambientais por eles fornecidos. 
Como movimento social, e mesmo como disciplina técnico-científica, o 
conservacionismo tem raízes antigas, que evoluíram no último quarto do século XX 
de um estatuto de ciência da proteção do património natural, que se centrava na 
inventariação e na tentativa de desenvolver técnicas que permitissem lidar 
localmente com desastres ambientais, para um campo de ação mais global, 
procurando antecipar a degradação da qualidade do ambiente. 
3.2. Serviços ambientais 
Serviços ambientais, também conhecidos como serviços ecossistêmicos, são 
quaisquer bens, serviços ou contribuições que a natureza pode fornecer ao ser 
humano, gerando benefícios associados à qualidade de vida e ao bem estar da 
sociedade. Como para quase todos os outros conceitos dentro das ciências, há uma 
classificação e os serviços ecossistêmicos podem ser divididos em: 
· Serviços de Provisão: São aqueles serviços relacionados com a capacidade 
dos ecossistemas em prover bens, sendo eles, alimentos (frutos, raízes, 
mel), matéria-prima para produção de energia (carvão, lenha), recursos 
bioquímicos e genéticos, água e plantas ornamentais. 
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· Serviços de Regulação: Benefícios obtidos da regulação de processos 
ecossistêmicos, como controle do clima, purificação do ar, purificação e 
regulação dos ciclos das águas, controle de erosão e enchentes, 
controle de pragas e doenças. 
· Serviços Culturais: Estão relacionados com a importância dos 
ecossistemas em oferecer benefícios recreacionais, educacionais, 
estéticos e espirituais, ou seja, a relação contemplativa do ser humano 
com a natureza, tão essencial ao nosso bem estar e qualidade de vida. 
Alguns autores incluem na classificação uma quarta categoria,que diz respeito 
aos “Serviços de Suporte”, ou seja, aqueles necessários para a produção de todos os 
outros serviços ecossistêmicos, como ciclagem de nutrientes, formação do solo, 
produção primária, polinização e dispersão de sementes. Estudos recentes têm 
deixado evidente que o contato com a natureza e com o serviços ambientais é 
positivo não só no cotidiano, como também nos ambientes escolares, 
desenvolvendo nas crianças uma relação de cuidado com o meio ambiente que se 
estende pelo resto da vida e, até mesmo, em ambientes hospitalares, auxiliando na 
recuperação dos enfermos. 
Uma linha de pensamento desenvolvida a partir dos anos 2000 busca 
caminhos para a compensação por estes serviços ambientais a quem os mantém. 
De lá para cá, esforços de valoração dos serviços ambientais têm se amplificado no 
mundo todo. 
No Brasil, podemos citar iniciativas como a Plataforma Brasileira de 
Biodiversidade e Serviços ecossistêmicos, criada no início de 2016. 
 
Saiba mais: Pesquise sobre a Plataforma Brasileira de Biodiversidade e 
Serviços Ecossistêmicos aqui: https://www.youtube.com/watch?v=fExSPtgLzuA 
 
https://www.youtube.com/watch?v=fExSPtgLzuA
https://www.youtube.com/watch?v=fExSPtgLzuA
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4. Impactos ambientais, sociedade e meio 
ambiente 
Os impactos ambientais mencionados anteriormente podem ser divididos em 
algumas categorias: podem ser de ordem biológica, física ou química. Muitos 
impactos ambientais considerados negativos são causados por fenômenos naturais, 
como a destruição causada pela erupção de um vulcão, por um terremoto ou um 
tsunami. Porém, a grande maioria é de origem antrópica: causada pelo exercício das 
atividades humanas. Aqui daremos ênfase na discussão destes impactos. 
Falando dos impactos ambientais de ordem biológica, podemos destacar o 
desmatamento e a extinção de espécies. Estes impactos provocam a redução da 
biodiversidade, diminuindo o número de espécies e aumentando a fragilidade do 
ecossistema. 
A extinção das espécies, por exemplo, pode ser provocada por diversos 
fatores: espécies exóticas introduzidas pelos seres humanos em um determinado 
ambiente, que não pertencem àquele local, não possuem predadores e acabam 
competindo com as espécies nativas por recursos como alimento e espaço. Este 
fator está diretamente relacionado aos conceitos de Curva de Crescimento Real, 
Exponencial e Resistência ambiental mencionados anteriormente, uma vez que os 
ambientes não estão preparados para a inserção de espécies exóticas. Outro fator 
que causa a extinção de espécies é a exploração de espécies endêmicas, mais frágeis 
e que sofrem com pequenas modificações. Essa exploração causa a redução do 
número de indivíduos, o qual ao atingir um dado limite é considerado irreversível e 
a espécie é decretada como extinta. A superexploração de espécies em geral, 
predadas desenfreadamente pelo homem, reduz drasticamente o tamanho das 
populações. 
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Figura 11: Pesca industrial: uma atividade que provoca superexploração de espécies. Fonte: 
Imagem de Arturo Bullard, Site Portos e Mercados. 
Outro fator desencadeado principalmente pelo desmatamento é a destruição 
e a fragmentação de habitats. Esta destruição também é causada pelo aumento de 
obras de infraestrutura e atividades de extrativismo vegetal e mineral. Os ambientes 
de ocorrência das espécies são massivamente fragmentados e diminuídos, 
acarretando uma série desequilíbrios ecológicos, reduzindo os recursos disponíveis, 
como água, alimentos e espaço. A fragmentação de habitats também causa 
isolamento reprodutivo, deixando a população inicial dividida em grupos pequenos 
para cruzamento, diminuindo a variabilidade genética e contribuindo para a extinção. 
A eutrofização é um impacto e ordem química, mais visível no dia a dia. Pode 
ser definida como o excesso de nutrientes presentes em corpos de água, deixando-
a imprópria para consumo ou, até mesmo, para a vida de alguns organismos. Esses 
detritos são compostos de excesso de nutrientes e tem diversas origens, como a 
lixiviação de fertilizantes, o carregamento dessas substâncias pela água da chuva até 
o leito de rios. Os detritos também podem ser fruto do despejo de esgotos 
industriais e domésticos não tratados, ou ainda, do despejo de substâncias químicas, 
como amônia e ureia, usadas em indústrias. 
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Figura 12. Trecho limpo do Rio Tietê na Estância Barra Bonita - SP acima e trecho poluído do 
mesmo rio na capital paulista abaixo. Fonte: Site Recanto das Letras. 
A eutrofização é responsável pela proliferação acentuada do fitoplâncton, 
provocando a turvação da água e diminuindo a taxa de fotossíntese. Esta diminuição 
causa a morte das plantas e a proliferação de bactérias decompositoras aeróbias, 
que devido ao alto consumo de oxigênio, aumenta a demanda bioquímica desse gás 
na água. A falta de oxigênio leva à morte de plantas e peixes, que, 
consequentemente, causa a proliferação de bactérias anaeróbias que liberam 
substâncias tóxicas na água, como ácido sulfídrico, tornando a água imprópria para 
o consumo e para a vida. 
Outro fenômeno causado pelo despejo de detritos é a magnificação trófica ou 
bioacumulação de substâncias não biodegradáveis (como chumbo, mercúrio e 
estrôncio), que se acumulam nos organismos vivos e aumentam sua concentração 
ao longo da cadeia alimentar. 
Metodologia e prática de ensino de Ciências Naturais nos anos iniciais no Ensino 
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Figura 13. Esquema ilustrando a eutrofização de ambientes. Fonte: Artes disponíveis na 
página do instagram @arvoreagua. 
Atividades extrativistas de petróleo e minérios também podem se tornar 
extremamente perigosas quando feitas de maneira inadequada, podendo provocar 
vazamentos, no caso do petróleo, ou rompimentos de barragens de rejeitos de 
mineração. Infelizmente, há diversos exemplos recentes para ilustrar o impacto 
destas catástrofes na natureza e nas vidas humanas: o grande derramamento de 
petróleo no Golfo do México em 2010, o rompimento das barragens de rejeitos na 
cidade de Mariana – MG em 2015 e de Brumadinho – MG em 2019. 
Além dos impactos relacionados aos vazamentos, a produção de petróleo 
ainda possibilitou a criação de um material de extrema importância, que permitiu 
nos últimos anos a fabricação de diversos objetos, desde próteses cirúrgicas à 
móveis, peças de carro, câmeras fotográficas, entre muitos outros: o plástico. Um 
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material cuja maior vantagem é também sua maior inconveniência: a sua 
durabilidade. 
A expansão do uso do plástico para inúmeras finalidades, inclusive para 
utensílios descartáveis e de uso único, como sacolas, talheres, copos e canudos, e a 
poluição que este material, é a causa de um dos grandes problemas da crise 
ambiental da nossa era. 
4.1 Conceitos e valores 
Como vimos, o custo social e ambiental da expansão das sociedades 
industriais contemporâneas foi altíssimo. Dentro deste cenário, é fundamental 
pensar em novas estratégias de desenvolvimento, se quisermos proporcionar às 
próximas gerações condições para uma existência minimamente digna. 
Nos últimos 40 anos, a preocupação com as temáticas ambientais têm se 
intensificado, as inconsistências do modelo de consumo atual têm ficado mais 
evidentes, o que levou obrigatoriamente ao surgimento denovas perspectivas. 
Importantes eventos aconteceram com o intuito de refletir sobre a temática 
ambiental e iniciar uma mudança de paradigma. A Conferência de Estocolmo, ou 
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (1972) foi o 
primeiro grande evento mundial sobre o meio ambiente, no qual chefes de estado 
reuniram-se para discutir os impactos ambientais gerados e tentar melhorar a 
relação nociva entre o ser o humano e natureza. Nos 20 anos seguintes, diversas 
conferências e encontros menores relacionados à proteção do meio ambiente 
aconteceram em outras partes do mundo, como no Canadá (Toronto Conference on 
the Changing Atmosphere, 1988) e, novamente na Suécia (IPCC's First Assessment Report, 
1990). 
Em 1992, na cidade do Rio de Janeiro, acontece a Conferência das Nações 
Unidas Sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, conhecida também como 
Cúpula da Terra ou RIO-92, na qual se discutiu a introdução de um modelo de 
crescimento econômico calcado no equilíbrio ecológico e não no consumo 
desenfreado, ou seja, foi a introdução do conceito de desenvolvimento sustentável. 
Além da sensibilização das elites políticas, essa conferência resultou em importantes 
documentos como a Convenção da Diversidade Biológica, a Convenção-Quadro das 
Nações Unidas Sobre Mudança Climática e a Carta da Terra, que possuem 
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fundamentos para a construção de uma sociedade justa, sustentável e pacífica no 
século XXI. 
No mesmo ano, no Canadá surge o conceito de Pegada Ecológica, um 
indicador que mede o impacto do ser humano no planeta, expressada em hectares 
globais (10000 m²), a pegada ecológica pode ser definida como a área produtiva do 
planeta necessária para gerar produtos, bens e serviços que sustentem estilo de vida 
de determinada pessoa, população ou país. Nos mesmos moldes, atualmente, 
também são utilizados conceitos como pegada de carbono e pegada hídrica. 
 
Saiba mais: Você pode calcular sua pegada ecológica aqui: 
http://www.pegadaecologica.org.br/2015/index.php?utm_source=banner&utm_med
ium=site-wwf&utm_term=pegada-ecologica&utm_content=banner-site-
wwf&utm_campaign=pegada-ecologica 
 
Estas ações foram de extrema importância para o início de uma agenda 
desenvolvimentista pautada na preocupação com o meio ambiente, pensada pelos 
tomadores de decisão. Diversas medidas se seguiram a estas, como o Protocolo de 
Quioto em 1997 e o Acordo de Paris em 2015, ambos com intuito de diminuir as 
emissões de gás carbônico na atmosfera. 
Mais recentemente algumas metas estabelecidas pela Assembleia Geral da 
ONU, os Objetivos do desenvolvimento Sustentável – ODS, vêm sendo amplamente 
divulgadas e têm ganhado visibilidade em diversos círculos. Essas metas devem ser 
atendidas até o ano de 2030 e visam temas como desenvolvimento social e 
econômico, incluindo pobreza, fome, saúde, educação, aquecimento global, 
igualdade de gênero, água, saneamento, energia, urbanização, meio ambiente e 
justiça social. 
O advento da Internet, ocorrido no final dos anos 90, também teve o seu 
papel, revolucionando a maneira como o mundo aprende e se comunica: a 
informação está presente em todo lugar, na palma de nossa mão e pode ser 
facilmente compartilhada. Graças às massivas discussões sobre a temática ambiental 
em todos os meios de comunicação nos últimos 30 anos, a geração atual cresce 
http://www.pegadaecologica.org.br/2015/index.php?utm_source=banner&utm_medium=site-wwf&utm_term=pegada-ecologica&utm_content=banner-site-wwf&utm_campaign=pegada-ecologica
http://www.pegadaecologica.org.br/2015/index.php?utm_source=banner&utm_medium=site-wwf&utm_term=pegada-ecologica&utm_content=banner-site-wwf&utm_campaign=pegada-ecologica
http://www.pegadaecologica.org.br/2015/index.php?utm_source=banner&utm_medium=site-wwf&utm_term=pegada-ecologica&utm_content=banner-site-wwf&utm_campaign=pegada-ecologica
http://www.pegadaecologica.org.br/2015/index.php?utm_source=banner&utm_medium=site-wwf&utm_term=pegada-ecologica&utm_content=banner-site-wwf&utm_campaign=pegada-ecologica
http://www.pegadaecologica.org.br/2015/index.php?utm_source=banner&utm_medium=site-wwf&utm_term=pegada-ecologica&utm_content=banner-site-wwf&utm_campaign=pegada-ecologica
Metodologia e prática de ensino de Ciências Naturais nos anos iniciais no Ensino 
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sendo bombardeada pelas informações, facilitando a conscientização. A explosão 
das redes sociais nos últimos anos têm revolucionado também o mundo do trabalho, 
aumentando a demanda do consumidor por empresas ecologicamente corretas. 
 
Saiba mais! Pesquise sobre Negócios de Impacto. Busque no Instagram páginas 
como @verdecidadão; @pancbrasil e @matonoprato. 
 
Síntese 
Ao longo desta unidade, você teve a oportunidade de conhecer conceitos 
importantes condizentes com a agenda de ensino de Ciências Naturais baseada na 
temática ambiental, que não por acaso, é uma tendência dos dias atuais. É urgente 
a mudança de hábitos para garantir às próximas gerações uma subsistência 
sustentável e digna. Para que seja possível oferecer aos alunos uma educação 
transformadora nesse sentido, é fundamental que o educador reflita e relacione 
estes conceitos com suas próprias práticas diárias, afinal, é preciso acreditar naquilo 
que se busca ensinar. 
Chegando aqui, você deverá avaliar se as discussões ao longo da unidade lhe 
possibilitaram: 
● Compreender o que são os recursos naturais; 
● Relacionar os processos de degradação ambiental envolvidos com a utilização 
dos recursos naturais; 
● Discutir soluções para a degradação dos recursos naturais; 
● Compreender o papel da ciência para a construção do atual cenário mundial; 
● Discutir a complexidade da sociedade moderna; 
● Compreender a sustentabilidade em um contexto complexo; 
Metodologia e prática de ensino de Ciências Naturais nos anos iniciais no Ensino 
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● Compreender a biodiversidade como forma de sustentação das condições 
para a sobrevivência das diferentes espécies; 
● Conhecer os serviços ambientais prestados pelas diversas formas de vida. 
● Discutir a importância da conservação ambiental; 
● Discutir as consequências dos diferentes impactos ambientais; 
● Compreender como a ciência atua tanto para a produção de impactos 
negativos ao meio, quanto para a proteção deste meio. 
Na próxima unidade, trabalharemos mais a fundo o papel da Ciência como 
ferramenta para o crescimento econômico, desenvolvimento social e aumento da 
qualidade de vida. Falaremos também de outra importante e promissora ferramenta 
a ser explorada: a educação ambiental. 
Até lá! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Metodologia e prática de ensino de Ciências Naturais nos anos iniciais no Ensino 
Fundamental - Unidade 3 - Tópicos Importantes em Sustentabilidade 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia 
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ciências naturais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília : MEC/SEF, 1997. 
Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro04.pdf> Acesso em jul 
2019. 
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. 
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília. MEC/SEF, 
1998. v.3. p.163-204. Disponível em 
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf> Acesso em jul 2019. 
DE MORAES, Gustavo Inácio; SERRA, Maurício. A importância e a atualidade do 
pensamento de E. F. Schumacher. Ensaios FEE, v. 26, n. 2, 2005. Disponível em: 
<https://revistas.fee.tche.br/index.php/ensaios/article/viewFile/2108/2489> Acesso 
em jul 2019. 
FERNANDES, Claudio. O nascimento da Ciência Moderna, 2019. Disponível em: 
https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/o-nascimento-ciencia-moderna.htm Acesso em jul 2019. 
HARARI, Yuval Noah; Sapiens – Uma Breve História da Humanidade. 29a. Edição. 
Editora Harper. 2011. Pág. 443. 
PHILLIPI JUNIOR, Arlindo. Educação ambiental e sustentabilidade. Barueri, SP: 
Manole, 2014. 
SACHS, I. Barricadas de ontem, campos de futuro. São Paulo: IEA/USP, 2010. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v24n68/05.pdf> p.25-38. 
 
 
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro04.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf
https://revistas.fee.tche.br/index.php/ensaios/article/viewFile/2108/2489
https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/o-nascimento-ciencia-moderna.htm
https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/o-nascimento-ciencia-moderna.htm
https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/o-nascimento-ciencia-moderna.htm
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Metodologia e prática de ensino de Ciências Naturais nos anos iniciais no Ensino 
Fundamental - Unidade 3 - Tópicos Importantes em Sustentabilidade 
 
 
 
 
 
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concepção do termo “Recursos Naturais”. Site Amazon e The positive encourage, 
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em jul 2019. 
Figura 2. Aumento da população humana ao longo do tempo. UFJF. disponível em 
http://www.ufjf.br/ladem/files/2013/09/130920.gif Acesso em jul 2019. 
Figura 3. Desmatamento, um dos principais processos de degradação ambiental, em 
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https://observatoriosc.org.br/wp-content/uploads/2015/09/dsmatamento-florestas-
greenpeace-800x330.jpg Acesso em jul 2019. 
Figura 4. Qual o custo das mudanças climáticas? Blog Mata Nativa, disponível em 
http://www.matanativa.com.br/blog/wp-
content/uploads/2019/03/aquecimento_global.jpg Acesso em jul 2019. 
Figura 5. Mapa Mundi de Fra Mauro, 1459. Site Landsat Science NASA, disponível em 
https://landsat.gsfc.nasa.gov/fra-mauros-mappamundi/ Acesso em jul 2019. 
Figura 6. Galileu Galilei. Site Terça Livre, disponível em 
https://www.tercalivre.com.br/o-que-pensar-de-galileu-galilei/Acesso em jul 2019. 
Figura 7. Inovações tecnológicas que permitiram a Revolução Industrial. Revista 
Zunai, disponível em https://revistazunai.com.br/resumo-revolucao-
industrial/Acesso em jul 2019. 
https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/31ebZgQmdQL.jpg
https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/31ebZgQmdQL.jpg
https://www.thepositiveencourager.global/s-e-f-schumacher-small-beautiful/
http://www.ufjf.br/ladem/files/2013/09/130920.gif
https://observatoriosc.org.br/wp-content/uploads/2015/09/dsmatamento-florestas-greenpeace-800x330.jpg
https://observatoriosc.org.br/wp-content/uploads/2015/09/dsmatamento-florestas-greenpeace-800x330.jpg
http://www.matanativa.com.br/blog/wp-content/uploads/2019/03/aquecimento_global.jpg
http://www.matanativa.com.br/blog/wp-content/uploads/2019/03/aquecimento_global.jpg
https://landsat.gsfc.nasa.gov/fra-mauros-mappamundi/
https://www.tercalivre.com.br/o-que-pensar-de-galileu-galilei/
https://revistazunai.com.br/resumo-revolucao-industrial/
https://revistazunai.com.br/resumo-revolucao-industrial/
Metodologia e prática de ensino de Ciências Naturais nos anos iniciais no Ensino 
Fundamental - Unidade 3 - Tópicos Importantes em Sustentabilidade 
 
Figura 8. Exemplo da diversidade de espécies da flora e fauna brasileira. Site do 
Museu do Amanhã e Blog Diário do Nordeste, disponíveis em 
http://blogs.diariodonordeste.com.br/gestaoambiental/biodiversidade/brasil-
integra-a-plataforma-internacional-de-biodiversidade/#images e 
https://museudoamanha.org.br/pt-br/mudancas-climaticas-e-a-biodiversidade-
brasileira Acesso em jul 2019. 
Figura 9. Exemplo da diversidade de ecossistemas brasileiros, o Cerrado, a Mata 
Atlântica e o Pantanal. Site O Eco e IBAMA, disponíveis em 
https://www.oeco.org.br/blogs/salada-verde/documentario-sobre-o-cerrado-
estreia-nos-cinemas-em-agosto/; https://www.oeco.org.br/noticias/desmatamento-
na-mata-atlantica-e-o-menor-ja-registrado/ e 
https://siscom.ibama.gov.br/monitora_biomas/PMDBBS%20-%20PANTANAL.html 
Acesso em jul 2019. 
Figura 10. Diversidade de ecossistemas (biomas) brasileiros. Site do Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), disponível em 
https://cnae.ibge.gov.br/en/component/content/94-7a12/7a12-vamos-conhecer-o-
brasil/nosso-territorio/1465-ecossistemas.html?Itemid=101 Acesso em jul 2019. 
Figura 11: Pesca industrial: uma atividade que provoca superexploração de espécies. 
Imagem de Arturo Bullard, Site Portos e Mercados,disponível em 
https://www.portosmercados.com.br/sem-subsidio-para-o-oleo-diesel-pesca-
industrial-de-sc-perde-r-75-milhoes-no-primeiro-trimestre/Acesso em jul 2019. 
Figura 12. Trecho limpo do Rio Tietê na Estância Barra Bonita - SP acima e trecho 
poluído do mesmo rio na capital paulista abaixo. Site Recanto das Letras. disponível 
em https://www.recantodasletras.com.br/poesias-de-natureza/3551004 Acesso em 
jul 2019. 
http://blogs.diariodonordeste.com.br/gestaoambiental/biodiversidade/brasil-integra-a-plataforma-internacional-de-biodiversidade/#images
http://blogs.diariodonordeste.com.br/gestaoambiental/biodiversidade/brasil-integra-a-plataforma-internacional-de-biodiversidade/#images
https://museudoamanha.org.br/pt-br/mudancas-climaticas-e-a-biodiversidade-brasileira
https://museudoamanha.org.br/pt-br/mudancas-climaticas-e-a-biodiversidade-brasileira
https://www.oeco.org.br/blogs/salada-verde/documentario-sobre-o-cerrado-estreia-nos-cinemas-em-agosto/
https://www.oeco.org.br/blogs/salada-verde/documentario-sobre-o-cerrado-estreia-nos-cinemas-em-agosto/
https://www.oeco.org.br/noticias/desmatamento-na-mata-atlantica-e-o-menor-ja-registrado/
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https://siscom.ibama.gov.br/monitora_biomas/PMDBBS%20-%20PANTANAL.html
https://cnae.ibge.gov.br/en/component/content/94-7a12/7a12-vamos-conhecer-o-brasil/nosso-territorio/1465-ecossistemas.html?Itemid=101
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https://www.portosmercados.com.br/sem-subsidio-para-o-oleo-diesel-pesca-industrial-de-sc-perde-r-75-milhoes-no-primeiro-trimestre/
https://www.portosmercados.com.br/sem-subsidio-para-o-oleo-diesel-pesca-industrial-de-sc-perde-r-75-milhoes-no-primeiro-trimestre/
https://www.recantodasletras.com.br/poesias-de-natureza/3551004

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