Buscar

logistica reversa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
LOGÍSTICA
REVERSA
LOGÍSTICA
REVERSA
unidade I
LOGÍSTICA
REVERSA
Professor Mestre Renato Binoto
crescimento
desordenado
das cidades
CANAIS REVERSOS 
DE PÓS-VENDA
CANAIS REVERSOS 
DE PÓS-CONSUMO
unidade II
unidade III
compliance
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca por 
tecnologia, informação, conhecimento de qualida-
de, novas habilidades para liderança e solução de 
problemas com eficiência tornou-se uma questão 
de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsa-
bilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos 
nossos fará grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário 
Cesumar – assume o compromisso de democra-
tizar o conhecimento por meio de alta tecnologia 
e contribuir para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promo-
ver a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profissionais cida-
dãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro 
Universitário Cesumar busca a integração do 
ensino-pesquisa-extensão com as demandas 
Reitor 
Wilson de Matos Silva
palavra do reitor
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração Wilson 
de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora 
Cláudio Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Coordenação de Sistemas Fabrício Ricardo Lazilha, Coordenação 
de Polos Reginaldo Carneiro, Coordenação de Pós-Graduação, Extensão e Produção de Materiais Renato 
Dutra, Coordenação de Graduação Kátia Coelho, Coordenação Administrativa/Serviços Compartilhados 
Evandro Bolsoni, Gerência de Inteligência de Mercado/Digital Bruno Jorge, Gerência de Marketing Harrisson 
Brait, Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura, Design Educacional 
Nalva Moura, Diagramação Aline Morais, André Morais, Revisão Textual Hellyery Agda Gonçalves da Silva, 
Ilustração Thomas Hudson, Fotos Shutterstock.
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
institucionais e sociais; a realização de uma 
prática acadêmica que contribua para o desen-
volvimento da consciência social e política e, por 
fim, a democratização do conhecimento aca-
dêmico com a articulação e a integração com 
a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar 
almeja ser reconhecido como uma instituição univer-
sitária de referência regional e nacional pela qualidade 
e compromisso do corpo docente; aquisição de com-
petências institucionais para o desenvolvimento de 
linhas de pesquisa; consolidação da extensão univer-
sitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e 
a distância; bem-estar e satisfação da comunidade 
interna; qualidade da gestão acadêmica e adminis-
trativa; compromisso social de inclusão; processos 
de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relacionamento 
permanente com os egressos, incentivando a edu-
cação continuada.
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância:
 Logística Reversa. Renato Binoto. 
 Publicação revista e atualizada, Maringá - PR, 2014.
 74 p.
“Pós-graduação Núcleo Comum - EaD”.
 1. Logística 2. Resíduos . 3. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 658
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do 
Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a UNICESUMAR tem sido 
conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. 
Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais 
daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um 
conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, de-
mocratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos 
aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da edu-
cação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em 
diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informa-
ção e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso 
horário e atravessa oceanos em segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje 
em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das 
desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a co-
nhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está 
disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda 
uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas fer-
ramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura 
e transformando a todos nós.
Priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos 
em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao 
mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como 
já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso 
que a EAD da UNICesumar se propõe a fazer. 
Pró-Reitor de EaD
Willian Victor Kendrick 
de Matos Silva
boas-vindas
sobre pós-graduação
a importância da pós-graduação
O Brasil está passando por grandes transformações, em especial 
nas últimas décadas, motivadas pela estabilização e crescimento 
da economia, tendo como consequência o aumento da sua impor-
tância e popularidade no cenário global. Esta importância tem se 
refletido em crescentes investimentos internacionais e nacionais 
nas empresas e na infraestrutura do país, fato que só não é maior 
devido a uma grande carência de mão de obra especializada.
Nesse sentindo, as exigências do mercado de trabalho são cada 
vez maiores. A graduação, que no passado era um diferenciador 
da mão de obra, não é mais suficiente para garantir sua emprega-
bilidade. É preciso o constante aperfeiçoamento e a continuidade 
dos estudos para quem quer crescer profissionalmente. 
A pós-graduação Lato Sensu a distância da UNICESUMAR 
conta hoje com 21 cursos de especialização e MBA nas áreas de 
Gestão, Educação e Meio Ambiente. Estes cursos foram planejados 
pensando em você, aliando conteúdo teórico e aplicação prática, 
trazendo informações atualizadas e alinhadas com as necessida-
des deste novo Brasil. 
Escolhendo um curso de pós-graduação lato sensu na 
UNICESUMAR, você terá a oportunidade de conhecer um conjun-
to de disciplinas e conteúdos mais específicos da área escolhida, 
fortalecendo seu arcabouço teórico, oportunizando sua aplicação 
no dia a dia e, desta forma, ajudando sua transformação pessoal 
e profissional.
Professor Dr. Renato Dutra
Coordenador de Pós-Graduação , Extensão e Produção de Materiais 
NEAD - UNICESUMAR
“Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária”
Missão
apresentação do material 
Olá acadêmicos (as) que estão começando as ati-
vidades relacionadas ao tema Logística Reversa, 
muito Prazer!
Sou o Professor Renato Binoto, graduado 
em Tecnologia em Logística pela FATEC de Jaú, 
mestre em Engenharia Urbana e Transportes pela 
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Possuo 
treinamento de Gestão de Projetos ágeis pela USP 
de São Carlos e Práticas de Projetos alinhadas ao 
PMI pelo SENAC. Sou coordenador e docente do 
MBA de Logística da Escola de Negócios TREVISAN, 
coordenador e professor do MBA de Logística da 
Faculdade Sulamericana FASAM-GO. Além disso, sou 
docente de MBA do IPOG de Goiânia-GO, do SENAC 
de Jabaquara-SP, do SENAC de Santo Amaro-SP, da 
UNIARA de Araraquara-SPe Anhanguera Matão-
SP. Ademais, sou docente da Escola de Negócios 
Integração, palestrante em logística empresarial e 
reversa tendo experiência junto ao IMAM, SENAC, 
UNIP, Mackenzie, Universidade São Francisco, sou 
Educador da Plataforma Liderança Sustentável. 
Vale mencionar que sou consultor em Logística 
Empresarial e Reversa, atuo e possuo experiência 
em Projetos de otimização de processos logísti-
cos, Supply Chain Management, Logística Reversa. 
Executa Treinamentos Corporativos, possui Vivência 
em congressos, simpósios e palestras.
 
Apesar de ser um tema recentemente discu-
tido com um enfoque maior no Brasil, devido à 
sanção da Política Nacional de Resíduos Sólidos 
Professor Mestre 
Renato Binoto
que veremos com mais detalhes a seguir, se traz uma importância muito grande, 
em se tratando de indústrias e sociedade como um todo. Sabemos hoje, melhor 
que algumas décadas atrás, que a questão ambiental está intimamente relacionada 
com a vida do homem em sociedade e que a própria sobrevivência da nossa espécie 
está relacionada a como nós nos relacionamos com a natureza e dela fazemos uso. 
Desejo a você um ótimo curso e desde já estou à disposição para discussões e pro-
priamente dúvidas sobre o assunto. Sucesso logístico e ambiental a todos!
Segundo o artigo publicado na Revista Filantropia, de julho e agosto de 2009, 
escrito por Marcio Zeppeline, fui motivado a escrever em cima de alguns pontos 
de vista que concordo e apoio no artigo. Devemos SALVAR a raça Humana e não 
o Planeta.
Dentro de uma questão que venho abordando há algum tempo, tratando da in-
sustentabilidade sustentável que somos obrigados e motivados a praticar; Dentro 
dos três elos, sendo responsabilidade social, meio ambiente e economia; não busca-
mos o equilíbrio, buscamos a solução para situações que não apresentam soluções, 
ou mesmo quando apresentam, são altamente custosas.
Partindo para o título e a ideia do Zeppeline, até que ponto falamos em salvar 
o planeta e não salvarmos a nós mesmos? Fica bem claro neste ponto de vista, que 
o maior problema ambiental no mundo é social. Só teremos sucesso em salvar o 
planeta quando realmente tivermos acesso à informação e conscientização ambiental. 
A respeito das corporações, não vejo ainda um equilíbrio ambiental nas en-
genharias para projeto inicial de produtos sustentáveis. Diante da ética dentro da 
engenharia que enfrentamos hoje, certamente a engenharia prejudica o ambiente, 
indiferentemente do ramo de atuação e projeto a ser desenvolvido. Não existe uma 
situação que a engenharia crie que não afete o ambiente. Mesmo sendo a geração 
de produtos sustentáveis propriamente ditos, está acontecendo o consumismo. 
Fica uma questão dentro do artigo: alguém sabe dizer algum produto gerado que 
não afete diretamente o ambiente, mesmo sendo ele sustentável? Desta forma, já 
que vamos prejudicar que prejudiquemos o menos possível!
Temos um grande desafio cultural e de responsabilidade social, em que para 
realmente agirmos a certos gargalos e quebra de paradigmas, devemos melhorar 
algumas situações prejudiciais ao ambiente que são rotineiras dentro de nossas casas, 
no trabalho, na escola, enfim, consumimos e geramos resíduo o dia todo. Até que 
ponto este material está tendo o direcionamento adequado para reuso ou recicla-
gem e até que ponto o processo inicial da engenharia está oferecendo ao cliente 
condições de facilidades para o reuso ou reciclagem no pós-consumo?
Como podemos responder a questão inicial: a importância da industrialização 
nos dias de hoje e a maneira erronia em se tratando do viés sustentável ao qual 
não se cumpre.
Hoje vivemos em uma sociedade de 7 bilhões de habitantes, pela primeira vez 
na história temos mais gente morando em centros urbanos do que em áreas rurais, 
desta forma, dependemos exclusivamente da indústria para meio de vida e pros-
pecção nestas regiões. Desse modo, podemos dimensionar o volume de produtos 
que são gerados, consumidos e descartados, em todas essas atividades geramos 
resíduos.
No entanto, para compreendermos essa relação precisamos olhar para nosso 
passado histórico, afinal em todo modelo produtivo, nunca se deu devida importância 
a reciclagem ou reuso, ou seja, sempre extraímos, transformamos, produzimos, co-
mercializamos e descartamos sem fechamento de ciclo. Isto gerou um desequilíbrio 
ambiental em extração cada vez maior devido ao acesso a produtos e crescimento 
populacional e impacto devido ao descarte em lixões e locais indevidos, e propria-
mente demos início ao surgimento de doenças e sanidade pública.
Em 2010, o Brasil sanciona a Política Nacional de Resíduos sólidos e propriamente 
a logística reversa veio como meio facilitador e viabilizador do canal para tentativa 
de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos. O desafio está lançado e dentro da 
responsabilidade compartilhada ditada em lei, todos temos um papel importante, 
sendo indústria ou cidadão.
Enfim, vamos nos alertar a estas ideias e vamos salvar a raça humana com pro-
jetos sociais, conscientização, desenvolvimento da nossa massa multiplicadora que 
são as crianças, a partir dela que realmente conseguiremos atingir uma melhoria 
ambiental. O mundo é nosso e, dentro do princípio natural da vida, será mais das 
crianças do que de nós adultos.
su
m
ár
io 01
14 Historia e Contextualização
20 Historia da Logística Reversa
25 Logística Reversa
29 Roteiros de Veículos para Coleta de Resíduos Sólidos Domiciliares
LOGÍSTICA REVERSA
02 03
42 Canais Reversos de Pós-Venda 50 Logística Reversa de Pós-Consumo
53 Compliance
CANAIS REVERSOS DE PÓS-VENDA CANAIS REVERSOS DE 
PÓS-CONSUMO
1 LOGÍSTICA REVERSA
Professor Mestre Renato Binoto
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estu-
dará nesta unidade:
• Nesta unidade você aluno terá acesso as seguin-
tes abordagens:
• Revoluções industriais
• Falta de preocupação com o meio Ambiente
• Geração de resíduos
• Crescimento desordenado das cidades
Objetivos de Aprendizagem
• Discutir e Contextualizar as revoluções industriais.
• Abordar o crescimento urbano em consequên-
cia a indústria.
• Discutir geração de resíduos de forma 
descontrolada.
• Impacto ambiental e sanidade pública.
Abordando as revoluções industriais, o não interesse em reciclagem e reuso 
e propriamente com volume produtivo e qualidade, somado ao crescimen-
to das industrias e deslocamento da sociedade de áreas rurais aos centros 
urbanos, tivemos o crescimento desordenado das cidades, somado a po-
luição descontrolado pela industrialização, consumo social e descarte de 
produtos de forma inadequada. Surge desde então o modelo capitalista 
associado ao plano estratégico de obsolescência programada em que se 
diminui o término da vida útil do produto, obrigando a sociedade a consu-
mir cada vez mais sem fechamento de ciclo para reciclagem e reuso.
Desde então, tivemos um canal de desiquilíbrio entre geração, velocidade 
de consumo e propriamente o não fechamento do ciclo, pois tudo que con-
sumimos, pequena parte cai em um canal de revalorização em se tratando 
de reuso e reciclagem. 
Por definição, a logística reversa é subdividida em logística reversa de pós-
venda e pós-consumo, ou seja, ela é uma estratégia viabilizadora de tempo 
e custo, e não deve ser associada a resíduos sólidos. 
São áreas multidisciplinares que demandam especialistas de todas as áreas, 
o problema do Brasil é a verticalização de poder, onde poucos tentam se 
tornar deuses do assunto versus a problemática de infraestrutura somada 
ao desconhecimento legal e teórico sobre o assunto. Vamos compartilhar 
conhecimento logístico, é uma área muito importante para continuar neste 
desconhecimento.
Logística Reversa
14
HISTORIA 
e contextualização
Pós-Graduação | Unicesumar
15
Abordando o histórico e a contex-tualização de logística reversa, não poderíamos deixar de lado a 
abordagem das revoluções industriais e o en-
tendimento de focos produtivos relacionados 
ao términoda vida útil dos produtos gerados, 
o que se realmente importava e não tendo a 
holística de todo ciclo do produto. Esse pro-
cesso histórico e social onde a indústria se 
tornou o setor dominante de uma economia, 
mediante a substituição de instrumentos, 
técnicas e processos de produção, resultando 
em aumento da produtividade dos fatores e a 
geração de riqueza, fez com que a economia, 
antes de base agrária, artesanal e comercial, 
passasse a ter uma base urbana e industrial, 
o que gerou e gera até hoje, transformações 
profundas sobre os modos de vida e o padrão 
de relações sociais anterior. 
Antes, o sistema de produção artesanal, 
manual, espacialmente disperso, dá lugar à 
produção serial, mecânica, espacialmente 
concentrada, padronizada, isto é, capaz de 
gerar produtos de qualidade homogênea. 
Toda a economia e toda a sociedade se reor-
ganizam em função do desenvolvimento da 
indústria. Desta forma, a industrialização foi 
o passo de processo gigante da moderniza-
ção, em se tratando de inovação tecnológica, 
desenvolvimento econômico e mudança 
social, pois estão estreitamente relaciona-
dos. As principais características do processo 
de industrialização são:
• Aperfeiçoamento na divisão do 
trabalho e da especialização
• Concentração da renda e da riqueza
• Intensificação da geração bruta de 
capital fixo
• Aumento da produtividade industrial e 
agrícola
• Aumento do consumo
• Generalização do trabalho assalariado
• Incremento da urbanização e 
desenvolvimento do setor de serviços.
Os três principais marcos históricos em se 
tratando de revolução industrial, aos quais 
abordaremos a seguir e tiverem consequ-
ências na forma de consumo e impactos 
na geração de resíduos, foi com a chamada 
Primeira Revolução Industrial, estabeleci-
da pelo surgimento da primeira máquina a 
vapor e pelas consequentes mudanças na so-
ciedade em virtude dessa nova tecnologia. 
Já a chamada Segunda Revolução Industrial 
envolveu uma série de desenvolvimentos 
dentro da indústria química, elétrica e side-
rúrgica, com base no uso intenso do petróleo 
como fonte de energia. Por fim, a Terceira 
Revolução Industrial, conhecida também 
como a Revolução Digital ou mesmo Era 
do Conhecimento, caracteriza-se pelo uso 
intensivo da informática e telemática e as 
consequentes transformações nas relações 
sociais e econômicas.
Logística Reversa
16
A primeira Revolução industrial, processo 
iniciado na Inglaterra, na metade do século 
18, teve como grande marco: a invenção da 
máquina a vapor e sua aplicação na produ-
ção têxtil, para fios e tecidos. Esse processo 
trouxe modificações exorbitantes na eco-
nomia e escala social, trouxe consequência 
em espaço geográfico, ou seja, aumento das 
cidades, devido a criação de variadas profis-
sões para suprir a demanda de trabalho em 
linhas produtivas e maquinários. Isto acarre-
tou o aumento de mercadorias produzidas, 
unidades de produção, fábricas e, por con-
sequência, as cidades passaram a crescer em 
ritmo acelerado. 
No campo chegou o processo de 
mecanização, em que a demanda de 
crescimento, a partir da necessidade de 
modais de transportes, surgiram as pri-
meiras ferrovias, para suprimentação das 
necessidades de matéria-prima agrícola 
e minerais, a qual ampliou significativa-
mente a exploração de outros países, por 
exemplo, o continente africano. 
“O cliente pode ter o carro 
da cor que quiser, contanto 
que seja preto”
Frase utilizada por  Henry 
Ford, criador da Ford Motor 
Company, em sua autobio-
grafia, remete ao modelo 
Ford de Montagem em Sé-
rie, ou Linha de Montagem, 
sendo considerada uma das 
maiores inovações tecno-
lógicas da era industrial. O 
motivo do carro preto era 
que a  tinta preta era mais 
barata, secava mais rápido 
e os carros poderiam ser 
montados mais rapidamente 
e propriamente não apare-
ciam defeitos pelo manuseio 
do mesmo até o término da 
montagem.
A linha de montagem de 
FORD era sequenciada e em 
massa, ou seja, cada funcio-
nário ficava em seu posto de 
trabalho e o veículo se mo-
vimentava entre os postos 
de montagem. O funcionário 
atuando de forma repetitiva 
e sistematizada, permitia que 
o mesmo ficasse altamente 
especializado naquela fun-
ção. Base de trabalho de 
FORD, produção em série de 
forma a produzir automóveis 
em massa, em menos tem-
po e a um menor custo. Com 
isso, Ford passou a fabricar 
um carro a cada 98 minu-
tos, pagando a seus operá-
rios 5 dólares ao dia, no ano 
de 1914!!
Fonte: Elaborado pelo autor.
PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL:
Pós-Graduação | Unicesumar
17
A segunda revolução industrial aconteceu 
na América do Norte, na Europa e no Japão, 
entre 1860 e 1900, foi uma corrida rumo à in-
dustrialização. Caracterizada pela invenção 
do aço, descoberta da eletricidade e do pe-
tróleo, foi uma importante transformação 
do capitalismo. O que se traz de importante 
desta revolução é o início da produção em 
massa inventada por Henry Ford, a qual se 
tem por princípio, padronizar o produto e, 
desta forma, em linha de montagem, cada 
trabalhador exerce uma função integrada 
na sequência produtiva. Esta atividade re-
volucionou o mundo na época, em que se 
barateou o custo produtivo, viabilizando o 
acesso de compra de produtos a classes eco-
nômicas que antes não tinham acesso. 
Ainda, mencionando as evoluções na 
segunda revolução industrial, não poderíamos 
deixar de lado a história e o modelo Toyota de 
produção, usada até os dias de hoje pela re-
volução industrial positivamente que causou. 
A história da Toyota é bastante interessan-
te. Infelizmente o Japão estava passando uma 
crise do pós-segunda guerra mundial, atrela-
do a um problema financeiro e o desafio da 
reconstrução do país. Impactando ainda mais 
a situação, dentro deste período difícil, se 
somou a uma catástrofe natural, com alguns 
terremotos afetando diretamente algumas 
linhas férreas, desta forma limitando ainda 
mais a mobilidade de pessoas. Na época a 
família Toyota, atuava com teares de tecido, e 
um dos fundadores da empresa teve a ideia 
de mecanizar os teares. Com esta atividade, 
ele começou a ir buscar suprimentos nos 
Estados Unidos, onde conheceu o carro e a 
viabilidade mecânica do mesmo. 
Desta forma, se deu início a esta logística 
internacional de peças de alguns tipos de ve-
ículos, para no Japão se montar os primeiros 
veículos Toyota. Esse sistema, inicialmente, 
tinha uma produtividade muito baixa, o que 
impedia de adotar o modelo de produção em 
massa, consequentemente surgiu o modelo 
que é adotado ainda hoje, produção enxuta 
ou “lean manufacturing”. 
Este modelo enxuto, consequente à 
realidade do país, devido à precariedade fi-
nanceira e dificuldade de matéria-prima, se 
criou estratégias de qualidade para mini-
mizar o máximo possível de desperdícios 
e gargalos produtivos para não geração de 
sucatas, desta forma, se obtém até hoje uma 
máxima excelência em processos produti-
vos em linha. 
SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL:
Logística Reversa
18
O sistema tradicional modelo fordista da 
indústria automobilística, também surgiu 
inicialmente como modelo produtivo refe-
renciado a terceira revolução industrial. Por 
outro lado, de acordo com o modelo Toyotista 
e a demanda de produtos e serviços nesta 
revolução o simples modelo em massa, não 
atenderias as exigências e diferenciações de 
produtos e suas particularidades em uma 
sociedade vivente na década de 70 e com 
início de acesso à tecnologia, computadores, 
os primeiros softwares.
Nesta revolução já presenciamos a tecno-
logia aprimorando antigas invenções, criando 
novas ou estabelecendo conexões entre di-
ferentes áreas das ciências. Nesta época, a 
informática começa o seu início também re-
volucionário com computadores e softwares, 
chips, inúmeros produtos eletrônicos. Temos 
ainda, o início da robótica, telecomunicações, 
lançamento de satélites, ao qual se viabili-zou as transmissões de rádio e televisão em 
tempo real. 
Na era tecnológica, a telefonia fixa e 
móvel, início da internet, revoluciona a co-
municação em um processo acelerado. A 
indústria aeroespacial fabrica satélites e leva 
homens e robôs a novas fronteiras no espaço. 
Medicamentos, plantas e animais são trans-
formados pela biotecnologia. Todas essas 
inovações são introduzidas no processo pro-
dutivo, criando máquinas capazes de realizar 
não apenas o serviço pesado, mas tarefas 
sutis e que exigem cálculos complexos e 
grande precisão. Computadores e robôs, 
unidos, extraem matéria-prima, manufatu-
ram, distribuem o produto final e realizam 
serviços gerais. 
TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL:
Qual a grande diferença entre o siste-
ma FORD e o da TOYOTA? Foram dois 
grandes fatos históricos mundiais em 
se tratando de gestão produtiva, po-
rém eram diferentes em quê? Palavra-
chave, verticalização de matéria-prima. 
Fonte: Elaborado pelo autor.
Pós-Graduação | Unicesumar
19
Nas novas cidades indus-
triais, estavam ausentes as 
tradições mais elementares 
de serviços públicos mu-
nicipais. Bairros inteiros às 
vezes ficavam sem água até 
mesmo das bicas locais. Vez 
por outra, os pobres tinham 
de sair de casa em casa, nos 
bairros de classe média, a 
pedir água, como poderiam 
pedir pão durante uma cri-
se de alimentos. Com essa 
falta de água para beber 
e lavar, não admira que se 
acumulassem as imundícies 
- os esgotos abertos, não 
obstante o mau cheiro que 
produziam, indicavam rela-
tiva prosperidade municipal. 
E, se as famílias eram assim 
tratadas, quase não é preci-
so que se procurem docu-
mentos para verificar como 
passavam os trabalhadores 
casuais. Casas abandona-
das, de propriedade incerta, 
eram usadas como hospe-
darias, com quinze ou vinte 
pessoas em um só quarto. 
Em Manchester, de acordo 
com as estatísticas policiais 
de 1841, havia cerca de 109 
hospedarias onde pessoas 
de ambos os sexos dormiam 
indiscriminadamente e havia 
91 casas destinadas a abrigar 
mendigos.
Fonte: Extraído de: MUN-
FORD, Lewis. A cidade na 
história. Ed. Martins Fontes, 
1991.
Logística Reversa
20
história da 
LOGÍSTICA REVERSA
Pós-Graduação | Unicesumar
21
Abordamos acima as revoluções industriais e agora entende-mos o surgimento das cidades, as novas formas de modelos produtivos, modelos de produção em massa, novas formas 
de consumo, maior variedade de produtos. Desta forma, o impacto 
que se tem hoje em se tratando de resíduos e consumo descontrola-
do é originário destes marcos, principalmente na segunda revolução 
industrial, situação pós-guerra, aumento do consumo e variabilida-
de de produtos, onde esta era despertou o interesse empresarial em 
fornecer produtos a serem consumidos pela sociedade. 
Tivemos o surgimento de eletrodomésticos, eletroeletrônicos, 
veículos entre outros itens do dia a dia que complementam nosso 
conforto residencial. Esta cadeia produtiva e logística incentivou 
o consumo descontrolado e desde o começo não se pensava em 
canais reversos para o reuso ou reciclagem, devido o fácil acesso a 
extração e agregação de valor a matérias-primas virgens. 
Não apenas neste caso, a respeito do consumo descontrolado, 
porém como agravante, veio somado o aumento da velocidade de 
descarte dos produtos de utilidade após seu primeiro uso. Esta ino-
corrência do aumento da descartabilidade dos produtos em geral, 
não encontrando canais de distribuição reversos de pós-consumo 
devidamente estruturados e organizados começou a gerar impac-
tos urbanos com as destinações inadequadas de resíduos, ou seja, 
o cidadão não tinha infraestrutura de canal de retorno e disponha 
seu resíduo de forma aleatória.
Logística Reversa
22
Desse modo, dessa época até os dias de 
hoje, temos o desequilíbrio entre as quantida-
des descartadas e as reaproveitadas, gerando 
um enorme crescimento de produtos de pós-
consumo sem destinações adequadas que os 
permitem reuso e/ou reciclagem. Em conse-
quência, com o também crescimento rápido 
das cidades devido à industrialização, somado 
ao descontrole, crescimento desordenado e 
nenhuma importância à geração de resídu-
os, estas problemáticas trouxeram acúmulos 
de impactos e doenças a sociedade. 
Um dos primeiros relatos existentes em 
se tratando de cuidados com resíduos sólidos 
foi em Nova York, em 1886, com o Primeiro 
Programa de Reciclagem da história. Na 
mesma época surgiram em 1880 e 1900 os 
primeiros incineradores Ingleses (Fumaça 
Insalubre). No entanto, não deixou de ser 
grandes queimadores de resíduos sólidos, 
pois não se sabia ao certo e não se fazia o 
controle da emissão dos gases tóxicos, im-
pactando a cidade de maneira similar ou 
talvez pior em se tratando de problemas 
respiratórios. 
Um dos grandes passos de logística 
reversa e coleta seletiva para reuso e reci-
clagem, diria eu, um dos mais eficientes, 
porém por uma causa tão nobre, foi o sistema 
de coleta de material ferroso nos Estados 
Unidos, para fabricação de armamentos para 
uso na guerra. Até hoje é considerado um 
dos poucos movimentos de coleta seletiva 
realmente eficiente em nível de geração e 
retorno ao ciclo produtivo para este tipo de 
material ferroso. Isto prova o desinteresse po-
lítico e social referindo-se a esse impacto. Nas 
próximas aulas estudaremos logística reversa 
e a política nacional de resíduos sólidos que 
detalha esses tópicos.
Alguns estudiosos abordam que a pri-
meira logística reversa realmente existente, 
foi no período medieval, no pós-combate, no 
qual existia um time de soldados que passa-
vam coletando armaduras e demais objetos 
dos soldados mortos, ou seja, se fazia a coleta 
afinal a extração e propriamente acesso a ma-
teriais ferrosos era muito limitado, portanto, 
da dificuldade se fazia a oportunidade para 
proteção de seus impérios. 
Referindo-se as revoluções industriais, o 
grande marco, foi o acesso a variedade de 
produtos, padronização e mecanização, lo-
gicamente atrelado a gestão da qualidade 
nos processos produtivos, ou seja, nunca se 
pensou no término da vida útil destes pro-
dutos e propriamente viabilidade de retorno 
para reciclagem ou reuso.
Pós-Graduação | Unicesumar
23
De acordo com acadêmicos e propriamente 
documentários e pesquisa sobre o assunto, 
se hoje o mundo acompanhasse o ritmo de 
vida dos Estados Unidos, seriam necessá-
rios 4 planetas terra para conseguir atender 
a toda população de sete bilhões de pessoas 
presentes no mundo. É importante lembrar 
que a humanidade já está consumindo 30% 
a mais do que o planeta é capaz de repor e é 
preciso que haja uma redução em até 40% as 
emissões de gases de efeito estufa para que 
a temperatura não suba mais do que 2º C.
Fato relevante, devido ao modelo indus-
trial e estratégico que se formatou por lá e 
propriamente se espalhou pelo mundo em 
se tratando de obsolescência programada, ou 
seja, por definição, é a decisão do produtor 
de propositadamente desenvolver, fabricar 
e distribuir um produto para consumo de 
forma que se torne obsoleto ou não funcio-
nal especificamente para forçar o consumidor 
a comprar a nova geração do produto.
A obsolescência programada faz parte 
de um fenômeno industrial e mercadológico 
surgido nos países capitalistas nas décadas 
de 1930 e 1940 conhecido como “descar-
talização”. Faz parte de uma estratégia de 
mercado que visa garantir um consumo 
constante através da insatisfação, de forma 
que os produtos que satisfazem as necessi-
dades daqueles que os compram parem de 
funcionar ou tornem-se obsoletos em um 
curto espaço de tempo, tendo que ser obri-
gatoriamente substituídos de tempos em 
tempos por mais modernos.
Historicamente, em pontos de maior 
relevância, que realmente se espalhou e 
contagiou o sistema capitalista produtivo, 
a obsolescência programada foi criada, na 
década de 1920, pelo então presidente da 
General Motors Alfred Sloan. Ele procurouatrair os consumidores a trocar de carro fre-
quentemente, tendo como apelo a mudança 
anual de modelos e acessórios. Bill Gates, 
fundador da Microsoft, também adotou esta 
estratégia de negócio nas atualizações do 
Windows.
Em contrapartida, provando a viabilida-
de do modelo capitalista junto a sociedade, 
versus um mundo equilibrado e propriamen-
te mais justo, foi o caso da Centennial Bulb, 
lâmpada que continua em funcionamen-
to desde 1901, o espanhol Benito Muros, 
da SOP (Sem Obsolescência Programada) 
OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA
Logística Reversa
24
desenvolveu uma lâmpada de longa dura-
bilidade e recebeu ameaças por conta desta 
invenção. O desgaste natural dos produtos 
é normal. Porém, o produto ser “planejado” 
para parar de funcionar ou se tornarem obso-
letos em um curto período de tempo é uma 
prática da indústria que deve ser combatida. 
O grande problema para a indústria, e a saída, 
foi a obsolescência programada. Quando 
criada, ela durava muito, mas as fabricantes 
viram que venderiam apenas um número 
limitado de unidades. Por isso, criaram uma 
fórmula para limitar o funcionamento das 
lâmpadas, que passaram a durar apenas mil 
horas, por exemplo.
Conforme usamos um produto, é natural 
que este sofra desgastes e se torne antigo 
com o passar do tempo. O que não é natural 
é que a própria fabricante planeje o envelhe-
cimento de um produto, ou seja, programar 
quando determinado objeto vai deixar de 
ser útil e parar de funcionar, apenas para au-
mentar o consumo
Apesar do avanço tecnológico, que 
resultou na criação de uma diversidade 
de materiais disponíveis para produção e 
consumo, hoje nossos eletrodomésticos 
são piores, em questão de durabilidade, do 
que há 50 anos. Os produtos são fáceis de 
comprar, mas são desenhados para não durar. 
Por esta razão, o consumidor sofre para dar a 
eles uma destinação final adequada e ainda 
se vê obrigado a comprar outro produto. 
Na área tecnológica, a obsolescência 
programada pode ser vista com maior fre-
quência. Geralmente, durante o período de 
garantia, os desktops e notebooks de alguns 
fabricantes funcionam normalmente. No 
entanto, após o fim desse prazo, passam a 
apresentar defeitos como superaquecimento 
ou esgotamento da bateria. Na quase tota-
lidade dos casos o preço do conserto é tão 
alto que não vale a pena, e os consumidores 
são impelidos a adquirir um produto novo
Diante de uma situação tão alarman-
te, mudanças dos padrões de produção e 
consumo, de forma a diminuir o descarte 
desnecessário de toneladas de lixo eletrôni-
co e tóxico no planeta, são essenciais para 
reverter esse quadro. 
Além disso, é dever do Estado regulari-
zar, fiscalizar e induzir esses novos padrões. 
As empresas, por sua vez, devem garantir ao 
consumidor acesso à informação e assumir a 
responsabilidade pelo ciclo de vida dos pro-
dutos, visando ao desenho adequado dos 
produtos e embalagens e o fim da obsoles-
cência programada. “Comprar, tirar, comprar”.
Pós-Graduação | Unicesumar
25
Segundo o Council of Logistics Management (CLM – Organização de 
Gestores Logísticos), a logística pode ser defi nida como:
Logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fl uxo 
efi ciente e efi caz de mercadorias, serviços e das informações relativas 
desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de 
atender às exigências dos clientes (BALLOU, 2006).
A logística tem concentrado seu foco de estudo, principalmente, no 
exame dos fl uxos da cadeia produtiva direta, ou seja, aqueles que vão 
das matérias primas primarias ao consumidor fi nal. Isso demonstra que 
o aumento produtivo e o consumo descontrolado criam por consequ-
ência um aumento da descartabilidade dos produtos em geral. Contudo 
não são encontrados os fl uxos de distribuição reversos de pós-consumo; 
isto provoca desequilíbrio entre as quantidades de produtos descartadas 
e reaproveitadas; gerando a necessidade de criação da Logística Reversa 
(LEITE, 2003)
Logística reversa é a área da logística empresarial que planeja, opera 
e controla o fl uxo e as informações logísticas relacionadas ao retorno dos 
bens de pós-vendas e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo 
produtivo. O objetivo dessa atividade é agregar a estes bens, valores eco-
nômicos, ecológicos e legais e também valorizar a imagem corporativa 
da empresa (LEITE, 2003; REVLOG, 2005).
LOGÍSTICA 
reversa
Logística Reversa
26
As atividades envolvidas na logística 
reversa são: a coleta, a separação, a em-
balagem e a expedição de itens usados, 
danificados ou obsoletos dos pontos de 
venda ou consumo até os locais de repro-
cessamento, reciclagem, revenda ou descarte 
(STEVEN, 2004).
Os canais de fluxos diretos geram uma 
dependência de outros setores para o fecha-
mento do encadeamento logístico. Existem 
duas categorias de encadeamentos de fluxos 
reversos: pós-consumo e pós-venda (LEITE, 
2003):
• Os encadeamentos reversos de pós-
consumo referem-se ao retorno de 
uma parcela de produtos e de materiais 
originados no descarte dos produtos, 
depois de extinta sua utilidade original, 
e que retornam ao ciclo produtivo 
através de reuso, desmanche ou 
reciclagem. Há também casos em 
que uma parcela destes produtos pós-
consumo é destinada a sistemas de 
deposição final, alguns deles seguros 
ou controlados e outros não seguros, 
provocando impactos maiores ao meio 
ambiente.
• Os encadeamentos reversos de pós-
venda são constituídos pelas diferentes 
formas de retorno de parcela de 
produto com pouco ou nenhum uso 
ou com problemas relacionados à 
qualidade. 
Segue esquema completo com detalha-
mentos de fluxo reverso, ilustrado na figura 
a seguir.
Figura: - Esquema de Canais de Distribuição Diretos e Reversos
Fonte: Adaptação Leite, 2003.
Pós-Graduação | Unicesumar
27
O conceito de logística reversa, na década 
de 80, estava relacionado, basicamente, a 
um movimento contrário ao fluxo de pro-
dutos na cadeia de suprimentos, do cliente 
para empresa. Já na década de 90, a preo-
cupação com o meio ambiente entrou em 
cena gerando uma evolução nesse conceito 
através de novas abordagens, impulsionadas, 
principalmente, por pressões dos consumi-
dores, o que gerou nova legislação e controle 
dos órgãos fiscalizadores. Outro fator impor-
tante, desse período, foi que as empresas 
perceberam que poderiam utilizar a logística 
reversa para evitar perdas e, ainda, como mais 
uma fonte de lucros (CHAVES e BATALHA, 
2006; LEITE, 2003; BOWERSOX e CLOSS, 2001).
Os encadeamentos de Distribuição 
Reversos são as etapas, formas e meios pelos 
quais uma parcela dos produtos vendidos 
retorna ao ciclo produtivo, seja por alguma 
disfunção detectada após a venda, seja pelo 
término de sua vida útil.
A preocupação em relação ao encadea-
mento de distribuição reversa é relativamente 
recente. Diversos autores fizeram, no passado, 
referências a esses fluxos reversos como tema 
de preocupação para o “futuro” (BALLOU, 
2001).
A razão para este pequeno interesse pelo 
estudo dos encadeamentos de distribuição 
reversos está em sua aparente pouca impor-
tância econômica, quando comparada com a 
distribuição direta. Os volumes movimenta-
dos nos encadeamentos reversos são apenas 
uma fração daqueles dos fluxos diretos e seu 
valor relativo é baixo, se comparado ao dos 
bens originais.
Mesmo tendo um forte apelo ambien-
tal, ainda não se pode dizer que existe um 
grande interesse pelo estudo dos encadea-
mentos de distribuição reversos. A logística 
reversa é realizada, na maior parte dos casos, 
quando existe obrigação legal, quando existe 
risco de danos à imagem da empresa ou, 
em raros casos, quando consegue diminuir 
parte dos custos na linha de produção ao 
reutilizar algum dos componentes de seus 
produtos, principalmente as embalagens. 
Logística Reversa
28
Nos demais casos, sempre que podem, as 
empresasevitam a logística reversa (SOUZA, 
2006). 
É importante destacar que os bens de 
pós-consumo não precisam necessariamen-
te retornar à cadeia de origem ou aos elos 
anteriores da cadeia de negócios. Esses pro-
dutos podem seguir adiante, sendo enviados 
como matérias-primas secundárias ou com-
ponentes a outras indústrias, onde se inicia o 
processo de produção de um novo produto 
em uma nova cadeia de suprimentos.
Muitos fabricantes preferem arcar com 
um preço um pouco mais elevado dos ma-
teriais virgens, tendo em contrapartida a 
certeza de que serão abastecidos nos mo-
mentos acertados com seus fornecedores. A 
qualidade dos materiais reciclados também 
evoluiu devido às melhorias nos processos 
de recuperação e à maior profissionalização 
dos participantes desse processo (KOPICKI, 
1993). 
Essa profissionalização colaborou muito 
para o crescimento da utilização e para a me-
lhoria da qualidade dos materiais reciclados. 
Ainda assim, faz-se necessário, cada vez mais, 
o aparecimento de empresas maiores ou co-
operativas que possam lidar com grandes 
clientes de reciclados. Enquanto isso não 
ocorre, muitos compradores de materiais 
reciclados baseiam se em compras de di-
versas fontes, significando que não só fazem 
compras em mais de um fornecedor de reci-
clados, como também continuam a comprar 
matérias-primas virgens quando necessário 
(KOPICKI, 1993).
Mesmo que ainda se constate a resis-
tência de consumidores (individuais ou 
empresariais), estes têm, cada vez mais, apro-
vados, por meio da aquisição, os produtos 
com conteúdo reciclado, principalmente 
devido ao seu caráter ecológico (SAMPAIO, 
2001). Cabe, assim, às empresas esclarece-
rem seus clientes sobre a qualidade desses 
produtos, que algumas vezes podem não 
apresentar as mesmas especificações dos 
produtos feitos a partir de matérias-pri-
mas virgens, mas atendem perfeitamente 
às exigências necessárias para um bom 
desempenho.
Pós-Graduação | Unicesumar
29
Dentro da logística reversa, o ponto fundamental para viabilidade da área, são modelos roteirizadores 
para coleta, seja ela seletiva, empresarial, 
entre outras atividades. Dois modelos clás-
sicos que se usam nesta ênfase, é o problema 
do carteiro Chinês e o problema do caixeiro 
viajante, especificamente para viabilidade de 
gerenciamento de fluxo reverso para se criar 
a estratégia de onde e como será o desenho 
de fluxo.
O termo roteirização, embora não 
seja encontrado nos dicionários de língua 
portuguesa, tem sido utilizado como equiva-
lente ao inglês “routing” (ou ”routeing”) para 
designar o processo para a determinação 
de um ou mais roteiros ou sequências de 
paradas a serem cumpridos, com o objetivo 
de visitar um conjunto de pontos distin-
tos geograficamente e pré-determinados 
(CUNHA, 2000).
Processos automáticos de programação 
de veículos e programação de roteiros têm 
sido uma das áreas de pesquisa operacional 
e modelagem matemática de grande de-
senvolvimento teórico e prático, em nível 
roteiros de veículos para coleta 
de resíduos sólidos domiciliares
Logística Reversa
30
mundial (ASSAD, 1988).
Quando a definição dos roteiros envolve 
não só aspectos espaciais ou geográficos, 
mas também temporais, tais como restri-
ções de horários de atendimento nos pontos 
a serem visitados, os problemas são então 
denominados programação de rotas de ve-
ículos (CUNHA, 2000).
A programação de rotas de veículos é 
a definição de uma ou mais rotas a serem 
percorridas por veículos de uma frota, pas-
sando por locais que devem ser visitados. 
Estes locais podem ser pontos específicos, 
caracterizados como nós de uma rede ou 
segmentos de vias. Os segmentos de vias são 
denominados arcos ou ligações (BRASILEIRO, 
2004).
As rotas dos veículos podem ser defini-
das utilizando técnicas não matemáticas ou 
matemáticas. As técnicas não matemáticas 
são denominadas de métodos empíricos. As 
técnicas matemáticas utilizam algoritmos 
e a definição das rotas pode ser realizada 
por método manual ou computacional. 
No método computacional, o algoritmo 
é integrado a um software que faz o pro-
cessamento dos dados com o auxílio do 
computador, cruzando informações e 
gerenciando mapeamentos geográficos para 
identificação de rotas. 
Para esta programação de rotas de veí-
culos é definido uma ou mais rotas a serem 
percorridas por veículos de uma frota, pas-
sando por todos os locais que devem ser 
visitados. O objetivo principal para a defini-
ção de rotas é propiciar um serviço de alto 
nível aos clientes, e ao mesmo tempo, ge-
renciar custos operacionais e de capitais tão 
baixos quanto possível. Por outro lado, se faz 
necessário obedecer a certas restrições. 
Inicialmente, vamos discutir o problema 
do Carteiro Chinês. Sendo assim, o proble-
ma do carteiro chinês se faz útil, pois consiste 
em encontrar uma rota de percurso mínimo, 
dentro de uma área, passando ao longo de 
cada arco pelo menos uma vez. Situações 
frequentes que se inserem dentro deste 
contexto são: limpeza das ruas, serviços de 
endereçamento postal e coleta de lixo. 
Trazendo isto para a nossa realidade, e 
enfatizando o nome do problema de rota, é 
exatamente isso, ou seja, vamos alinhar isso ao 
serviço da empresa dos correios. Imaginemos 
os carteiros saindo de um ponto de origem, 
base de correios, traçando um percurso de 
porta a porta entregando os documentos e 
Pós-Graduação | Unicesumar
31
correspondências, fazendo o menor caminho 
possível, não repetindo caminho, passan-
do por todas as casas no menor tempo, ou 
seja, isto é a definição para que a rota do 
problema seja viável para o modelo. Segue 
imagem clássica de Euler, onde se originou 
este modelo.
Outro tipo de problema de rota bastante 
utilizado, é o problema do caixeiro viajante. 
O problema do caixeiro viajante é conside-
rado um problema da otimização; além de 
exibir uma solução é requerida certa qualida-
de ótima da solução. Segue figura histórica 
do caixeiro viajante, ou seja, tem por objetivo 
sair de um ponto, passar por algumas cidades 
de sua escolha, definindo o menor caminho, 
tempo e custo e voltar para o mesmo ponto 
de origem
Por definição, o problema consiste em 
um conjunto de cidades e uma matriz de 
distâncias distancias fazendo com que seja 
encontrado um caminho que tenha a menor 
distância a ser percorrida para que sejam visi-
tadas todas as cidades passando exatamente 
uma única vez em cada cidade e retornan-
do a cidade de origem. 
De acordo com a figura acima, podemos 
observar o sistema de rota partindo do ponto 
1, passando por todos os pontos e retornan-
do ao ponto 1, sendo a origem e o destino 
da rota, fazendo apenas cálculos de menor 
tempo e custo entre as rotas.
Embora considerada uma estratégia 
simples a logística reversa, necessita de 
estudos prévios relacionados a rota, de modo 
a obter eficiência de custo e tempo
Para o levantamento de dados para 
início das rotas, geralmente são encontra-
das algumas limitações, tais como a falta 
de dados, característica de transbordo e 
transporte para o resíduo, características er-
gonômicas para o trabalho do agente coletor. 
Ponto importante é que as competências 
necessárias para as cadeias que trabalham 
com fluxos reversos apresentam algumas es-
pecificidades, as quais exigem uma atenção 
constante com relação a aspectos que não 
são tratados na logística tradicional, tais 
como: origem dispersa, oscilação na dispo-
nibilidade do produto, volume baixo por 
origem e decisão sobre uso de fluxos próprios 
ou compartilhados. Por essa razão, estudos 
neste ramo são importantes para empresas 
que oferecem tais serviços, as quais benefi-
ciarão o bem estar público e desenvolverão 
sustentabilidade. 
Logística Reversa
32
O sistema de gerenciamento de re-síduos é composto por atividades relacionadas às etapas de geração, 
acondicionamento, coleta e transporte,re-
aproveitamento, tratamento e destinação 
final. Desta forma, a logística reversa atua em 
um ponto fundamental que é a viabilidade 
do canal, para agregação de valor, retorno 
do resíduo a se transformar em subprodu-
to e propriamente viabilidade de transporte, 
porém é um pequeno elo de toda a comple-
xidade da cadeia reversa.
No fluxo direto, para gerenciamento de 
cadeias de suprimentos, se faz necessário 
a integração entre elos da cadeia, ou seja, 
integração entre todos clientes e fornece-
dores até o cliente final, no caso da logística 
reversa, além dessa integração de cadeias de 
suprimentos, se faz necessária a integração 
junto a sociedade, para destinação adequada 
de resíduos, cooperativismo, para viabilida-
de de coleta e propriamente órgãos públicos 
para fiscalização da sistemática. Logística 
reversa é complexa e multidisciplinar.
Para iniciar um processo de coleta seletiva 
é preciso avaliar, quantitativamente e qualitati-
vamente, o perfil dos resíduos sólidos gerados 
em determinado município ou localidade, a 
fim de estruturar melhor o processo de coleta. 
Para este trabalho de coleta, logisticamente 
executado, existem três sistemas básicos para 
a coleta de materiais visando à reciclagem: a 
coleta porta a porta, os pontos de entrega vo-
luntária (PEV) e a coleta em grandes geradores. 
De acordo com a figura a seguir, podemos ob-
servar a integração dos três modos de coleta.
sistemas de transporte de fluxo reverso
pontos de entrega voluntária (pev)
Essa forma de coleta em pontos de entrega voluntários utiliza contêine-res colocados em pontos estratégicos 
fixos na cidade onde o cidadão espontanea-
mente deposita os materiais recicláveis (LEITE, 
2003). A criação de um PEV (Ponto de Entrega 
Voluntário) de óleo de fritura pode ser rea-
lizada em condomínios ou bairros. Escolas, 
igrejas e instituições públicas são locais estra-
tégicos que podem proporcionar o destino 
ambientalmente correto a esse resíduo alta-
mente poluidor. 
Dentre os aspectos positivos do emprego 
dos PEV pode-se citar: 
• Facilita a coleta, reduzindo custos com 
transporte, especialmente em bairros 
com baixa densidade populacional e 
evita trechos improdutivos, como pode 
ocorrer na coleta porta a porta;
• Auxilia a coleta nos municípios com 
atividade turística, cuja população 
pode estar ausente da cidade nos dias 
em que há coleta dos recicláveis;
• Permite a exploração do espaço do PEV 
Pós-Graduação | Unicesumar
33
para publicidade e eventual obtenção 
de patrocínio;
• Permite a separação e descarte dos 
recicláveis por tipos, dependendo 
do estímulo educativo e do tipo de 
container, o que facilita a triagem 
posterior.
Os aspectos negativos desse tipo de coleta 
são:
• Demanda maior vontade da 
população, que precisa se deslocar até 
o PEV;
• Pode sofrer vandalismo como o 
depósito de lixo orgânico e animais 
mortos, pichação e incêndio;
• Não permite a avaliação da adesão 
da comunidade ao hábito de separar 
materiais.
A destinação adequada nos PEV é de suma 
importância, afinal é neste modelo de coleta 
que se viabiliza a coleta de resíduos gerados 
nas residências pela sociedade, ou seja, se 
cada cidadão levasse seu resíduo num ponto 
de coleta voluntário, eliminaríamos o roteiro 
porta a porta que é o mais custoso e propria-
mente percorre um grande percurso para 
atingimento de um volume de resíduo co-
letado, veremos com detalhes abaixo.
coleta em grandes geradores
Na logística de fluxo direto, existe uma ferramenta estratégica de coleta, co-nhecida por “Milk Run” (corrida do 
Leite), o qual consiste em um planejamen-
to estratégico, mantido por um operador 
logístico, onde o mesmo faz um roteiro de 
coleta combinado passando em fornecedo-
res coletando componentes em quantidades 
pré-determinadas com o objetivo de entre-
gá-los no fabricante (Greene, 1997). Essa 
ferramenta é bastante utilizada na indústria 
do automóvel. Esta estratégia tem por ob-
jetivo um melhor gerenciamento de rotas e 
transporte, minimização de estoques e riscos 
logísticos para um imprevisto de não entrega 
de algum fornecedor. O processo de milk 
run decorre principalmente numa mesma 
área, entre fornecedores locais, no entanto, 
o processo pode incluir fornecedores de 
outras áreas geográficas que mantenham 
um armazém local. O nome da ferramenta foi 
dado devido a rotina de entrega de leite no 
início do século, onde um carroceiro passava 
de casa em casa deixando uma garrafa cheia 
e coletando a vazia.
Estrategicamente, em se tratando de 
fluxos reversos, podemos usar a mesma fer-
ramenta para coleta em grandes geradores 
de resíduos em uma rota pré-determinada e 
regional, onde se minimiza a distância percor-
rida, custo de transporte atrelado ao volume 
de resíduo que se consegue entre a região 
de cobertura de coleta. 
Para aplicação da ferramenta, alguns as-
pectos são importantes:
• Definição das industrias ou grandes 
Logística Reversa
34
geradores que irão participar do 
processo de coleta
• Definição do tipo e quantidade de 
veículos para coleta
• Definição das rotas e fornecimento de 
equipamento necessário para a coleta.
• Divulgação e orientação através de um 
modelo informativo aos integrantes da 
área de abrangência de coleta.
Desta forma, temos uma corrida do leite de 
fluxo reverso. Esse modelo em grandes gera-
dores pode ser aplicado com um caminhão 
saindo de um ponto de origem, passando 
nos grandes geradores efetuando a coleta, 
onde a mesma deve ser semanal ou quinze-
nal, por armazenar uma grande quantidade 
de resíduo em um curto prazo de tempo e 
por fim retorna ao ponto de origem para 
triagem dos resíduos coletados, beneficia-
mento primário e secundário, e destinando 
subprodutos a indústria de transformação. 
Esse modelo reverso, integrado e colabora-
tivo, agrega valor ao fluxo reverso ao passo 
que o mesmo gerencia resíduos sólidos, por 
exemplo, das indústrias. Segue modelo ilustra-
tivo para analisar a viabilidade da ferramenta. 
coleta porta a porta
Este tipo de coleta porta a porrta (uti-lizando carrinhos ou caminhões) é executado por coletores que per-
correm as residências em dias e horários 
específicos, não coincidindo com a coleta 
normal dos resíduos sólidos domiciliares. 
Os moradores colocam os recicláveis nas 
calçadas, acondicionados em contêineres 
distintos, de acordo com o sistema implanta-
do na cidade. O serviço de coleta, neste caso, 
pode ser realizado através de Cooperativas 
de Catadores (LEITE, 2003).
Os aspectos positivos notados no uso da 
coleta porta a porta são: 
• Facilita a separação dos materiais nas 
fontes geradoras e sua disposição na 
calçada;
• Dispensa o deslocamento até 
um Ponto de Entrega Voluntário, 
incentivando maior participação da 
população;
• Permite mensurar a adesão da 
população ao programa, pois 
os domicílios/estabelecimentos 
participantes podem ser identificados 
durante a coleta;
• Adianta o processo de descarga nas 
centrais de triagem.
Como aspectos negativos destacam-se:
• Exige uma infraestrutura maior de 
coleta, com custos mais altos para 
transporte;
• Aumenta os custos de triagem, ao 
exigir posterior re-seleção.
• A armazenagem dos resíduos nas 
residências, no período entre as 
coletas, pode ser um problema para os 
participantes.
Pós-Graduação | Unicesumar
35
Vimos nesta nossa primeira unidade de estudo que as re-
voluções industriais se importaram apenas com o volume 
produtivo, a gestão de custos e quando presente, princi-
palmente na linha automotiva, com a gestão da qualidade.
Podemos concluir essa importância a qualidade, com a 
clássica frase de Henry Ford – Você tem direito de comprar 
qualquer cor de carro, desde que ele seja preto, ou seja, 
neste momento a cor preta tinha uma secagem mais 
rápida e como a movimentação dos veículos eram de 
forma manual dentro da indústria para sequenciamento 
de montagem,desta forma, a cor preta não apresentava 
defeitos. 
Abordamos também o crescimento urbano desorde-
nado, devido ao rápido crescimento industrial e demanda 
de trabalho nas cidades e, propriamente tivemos em con-
sequência, a geração de resíduos sem canais de retorno, 
criando grandes problemas de sanidade publica vincula-
do a pragas e doenças.
Por fim, vimos a definição de logística reversa, canais 
e estruturas de transportes e propriamente a divisão em 
canais de pós-venda e pós-consumo que detalharemos 
de forma estratégica nas unidades a seguir. 
Até o próximo módulo.
considerações finais
Logística Reversa
36
1. as revoluções industriais trouxeram uma grande 
evolução industrial, porem no seu ponto de vista, o 
que faltou para um melhor gerenciamento?
a) Gestão de Custos ( )
b) Gestão de Pessoas ( )
c) Gestão da Qualidade ( )
d) Gestão Ambiental ( ) 
Guia de resposta
Como vimos, nunca se deu a importância devida aos 
canais de reciclagem e reuso, desta forma não se permi-
tiu a destinação adequada e produção menos impactante. 
Na época por estarmos iniciando os processos produtivos, 
ainda tínhamos acesso fácil a recursos e matéria-prima, e 
propriamente ainda não se pensava na limitação de recur-
sos escassos. 
atividade de estudo
Pós-Graduação | Unicesumar
37
MATERIAL COMPLEMENTAR 
Para saber mais sobre “A história Secreta da Obsolescência Programada”, 
acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=Zx0f_8FKMrY>.
Gestão de Negócios
38
VISÃO HOLÍSTICA E A ÉTICA NA SUSTENTABILIDADE
Levanto uma questão inicial: em se tratando da visão holística e ética na 
sustentabilidade, qual a importância destas práticas trabalharem integra-
das para o equilíbrio ambiental?
Não me permito responder a questão, por ignorância, ou mesmo para 
não quebrar a proposta do questionamento, onde o meio ambiente é um 
bem de todos e não só apenas de quem estuda ou atua especificamente 
na área.
Perante a visão holística, qual a importância de se enxergar como um 
todo o globo e não só apenas a cidade ou localidade em que vivemos? 
Já pararam para pensar por que as chaminés das antigas fábricas eram 
tão altas e como elas funcionavam? Processo simples e funcional, eram 
altas o suficiente para lançar os gases produzidos no ar e, perante o efeito 
natural de correntes de ventos contínuos, transportavam esses gases a 
outras localidades. Problema corriqueiro onde, pela falta de correntes de 
ventos, estes gases ficavam alocados nas regiões propriamente produzi-
das, minimizando a qualidade de vida.
Até que ponto pensamos de forma única, visão de um todo, onde geramos 
pequenos prejuízos ambientais locais e esta ação prejudica globalmente 
o ecossistema? Devido à forma capitalista e rotineira em que vivemos 
que nos limita a visão holística, vale ressaltar a importância de se pensar 
de forma macro, onde ainda existem alguns países que, por escolha, não 
fazem práticas da busca do equilíbrio sustentável, lançando diariamen-
te toneladas de gases estufa na atmosfera e geração descontrolada de 
resíduos industriais e sólidos urbanos. A prova desta situação é a forma-
ção da ilha de lixo do pacífico. O lixo chegou ate lá, foi transportado por 
Pós-Graduação | Unicesumar
39
quilômetros e quilômetros pelas correntes marítimas.
Faço um apelo direto aos estudantes e atuantes especificamente na área, 
me incluo neste apelo. Quais são nossos compromissos éticos com esta 
realidade? Compartilho um interessante modelo adotado em Harvard, 
onde se define uma carteirinha de cumprimento do aluno ao diploma 
adquirido. Cabe a ele cumprir os compromissos éticos definidos na car-
teirinha ao mercado de trabalho. Desta forma, ele atinge o diferencial 
e cumpre seu papel com o conhecimento adquirido na academia e de 
forma multiplicadora atua na sociedade de forma ética (link para artigo 
sobre a Carteirinha de Harvard: http://www.nytimes.com/2009/05/30/
business/30oath.html?_r+1&th&emc=th).
Por que não criamos uma carteirinha ética ambiental à sociedade? Quais 
seriam as atividades que já fazemos pela busca do equilíbrio ambiental, e 
quais são as atividades que não devo fazer para a preservação ambiental 
que é o bem maior de todos?
Será que temos capacidade para possuir estas carteirinhas de agentes 
éticos do meio ambiente?
Deixo este desafio aos leitores deste material, escrevam quais são os 
principais mandamentos éticos e holísticos que fazemos e o que não 
devemos fazer para que se atinja o equilíbrio sustentável.
Eu faço a minha parte! E você? Será que estamos realmente agindo e fa-
zendo o certo? Questionem a sociedade e disseminem conhecimentos 
ambientas, desta forma podemos mudar o diagnóstico atual.
Fonte: Adaptado pelo autor.
2 CANAIS REVERSOS DE PÓS-VENDA
Professor Mestre Renato Binoto
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará 
nesta unidade:
• Canais de pós-venda
• Viabilidade e Feedback
• Estratégia reversaObjetivos de Aprendizagem
• Discutir e Contextualizar os canais reversos de 
pós-venda
• Viabilidade e fidelização de clientes, estratégia de 
alavancagem
Os encadeamentos reversos de pós-venda são constituídos pelas 
diferentes formas de retorno de parcela de produto com pouco ou 
nenhum uso ou com problemas relacionados à qualidade. 
A caracterização da logística reversa de pós-venda se dá quando há 
a reutilização, a revenda como subproduto ou produto de segunda 
linha e a reciclagem de bens que são devolvidos pelo cliente a qual-
quer ponto da cadeia de distribuição por erros comerciais, expiração 
do prazo de validade e devolução por falhas na qualidade, ao va-
rejista, atacadista ou diretamente à indústria. Segundo Leite (2003), 
denomina-se de logística reversa de pós-venda a específica área 
de atuação da logística reversa que se ocupa do planejamento, da 
operação e do controle do fluxo físico e das informações logísticas 
correspondentes de bens de pós-venda, sem uso ou com pouco 
uso, que por diferentes motivos retornam aos diferentes elos da 
cadeia de distribuição direta, que constituem uma parte dos canais 
reversos pelos quais fluem esses produtos. 
Esses bens na maioria das vezes podem ter suas peças ou compo-
nentes reaproveitados e reintegrados ao ciclo produtivo. O recall de 
produtos, por exemplo, refere-se justamente aos problemas com 
validade de produtos ou a problemas observados após a venda, 
que são devolvidos por motivos legais ou por diferenciação de 
serviço ao cliente, um exemplo evidente do recall de produtos no 
Brasil, vê das montadoras de veículos, que por vezes, solicitam aos 
seus clientes o retorno às concessionárias para a reposição de de-
terminada peça. 
Logistica Reversa
42
Ofl uxo reverso de pós-venda, se busca a viabilidade de equilíbrio econômico e propriamente no atendimento ao consumidor. A viabilidade do fl uxo reverso se faz através de feedback ou propriamente como estratégia para fi deliza-
ção de fornecedores, por outro lado, em se tratando de processos de garantia que 
demandam retorno de produtos adquiridos por consumidores, a logística reversa de 
pós-venda é uma logística desnecessária no ponto de vista de que se no fl uxo direto e 
sistema produtivo tivesse sido bem gerido, esse canal de retorno seria desnecessário, 
ou seja, a viabilidade de pós-venda neste caso é a não existência do canal. Identifi cado 
o problema junto ao consumidor, se dá início ao fl uxo, porém mesmo sendo custoso, 
se busca o equilíbrio de tempo e propriamente custo atrelado ao código de direito do 
consumidor e propriamente minimização de perda de clientes. 
CANAIS REVERSOS
de pós-venda
Pós-Graduação | Unicesumar
43
Ferramentas e aplicação de Feedback junto aos elos de cadeia logística, para ge-
renciamento de fluxo de informação de forma reversa, possibilita rotinas de melhorias 
continuas, afinal esta atividade bem gerida, permite uma alavancagem de mercado 
pela identificação da insatisfação de clientes e propriamente a proposta de melhoria 
para atender de forma diferenciadao cliente, com estratégia de fidelização do mesmo. 
Por outro lado, em se tratando de custos, o fluxo reverso atrelado ao direito do con-
sumidor, no ato de processos de garantia para troca ou manutenção de produtos 
adquiridos por consumidores, se faz necessário uma operação estratégica para mini-
mização de tempo e propriamente custo desta demanda de fluxo, afinal neste caso, a 
logística reversa começa com o detalhamento e minimização de riscos em processos 
produtivos e propriamente qualidade, para que os produtos saiam em perfeitas con-
dições ao mercado consumidor. 
Em 1972, o Congresso norte-americano aprovou a Lei de Segurança de Produtos 
ao Consumidor, a qual permite à Comissão de Segurança de Produtos ao Consumidor 
(CSPC) estabelecer padrões obrigatórios de segurança para produtos. Por exemplo, a 
CSPC pode exigir de um fabricante o recolhimento (recall) de um produto para repa-
rá-lo, substitui-lo ou destruí-lo. O não cumprimento das determinações pode significar 
penalidades civis ou prisão do infrator. 
Em se tratando de canal de retorno para atendimento ao mercado consumidor, 
seja processo de garantia de produtos, ou recall, por mais que seja um retraba-
lho, no que o operador logístico e o analista têm que se preocupar para uma 
boa estratégia de operação?
Logistica Reversa
44
Essas são apenas algumas ações legais públicas. Muitas empresas veem as falhas ao 
gerenciar produtos defeituosos como causa principal para a perda da boa vontade do 
cliente em relação à empresa e para as possíveis repercussões legais. O ponto é que 
os riscos, para a empresa que falha, de antecipar a possibilidade de um recolhimento 
de produtos são mais altos do que nunca. (BALLOU, 2001). 
Um processo de logística reversa de pós-venda bem gerenciado nas empresas 
constitui uma fonte de vantagem competitiva através da diferenciação no atendimen-
to, que agrega valor perceptível aos clientes e, em longo prazo, os fideliza. Percebe-se 
que empresas líderes no mercado procuram assumir tal atitude, focalizadas em um re-
lacionamento de parceria entre clientes e fornecedores, que contribui para a empresa 
na redução de impactos ambientais e na construção de uma imagem corporativa po-
sitiva perante o mercado. 
RECALLS E PRODUTOS INSEGUROS
Entenda o que é recall, informe-se sobre produtos inseguros e cadastre seu acidente de 
consumo
O que é recall?
Recall, ou chamamento, é o mecanismo que obriga o fornecedor a alertar nos jornais, 
rádios e TVs os consumidores que adquiriram produtos defeituosos com potencial risco 
para a saúde e segurança, além de informar sobre os procedimentos a ser adotados para 
a solução do problema – o conserto ou troca, por exemplo.
 A prática do recall se estabeleceu no Brasil com a publicação do CDC (Código de Defesa 
do Consumidor), estabelecido nos artigos 6º (direito à informação) e 10º (segurança do 
produto) 
Caso o defeito apontado no chamamento tenha ocasionado acidente, o consumidor pode 
solicitar na Justiça a reparação por danos morais e patrimoniais eventualmente sofridos.
A Fundação Procon-SP possui um banco de dados bastante interessante sobre recall. Nele 
há informações sobre chamamentos realizados desde 2002, organizados por segmento, 
tipo de defeito ou marca/modelo. Além de veículos, há medicamentos, produtos infantis, 
alimentos e bebidas e entre outros produtos./
Também o DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor), do Ministério da 
Justiça, registra desde 2000, em nível nacional, os recalls de automóveis, medicamentos, 
alimentos, brinquedos, produtos de informática, entre outros.
Essa lista se refere apenas aos casos reconhecidos e computados pelo DPDC, o que não 
significa que não haja outros casos de recolhimento pelo País. Produtos de origem animal, 
por exemplo, estão sob a responsabilidade do Ministério da Agricultura e os demais alimen-
tos sob a órbita da Anvisa. A agência também é responsável por fiscalizar e eventualmente 
ordenar o recolhimento de todos os demais alimentos, além de remédios, cosméticos, 
saneantes e produtos para a saúde. 
Fonte: http://www.idec.org.br/consultas/recalls-e-produtos-inseguros.
Acesso em 25/09/2014.
Pós-Graduação | Unicesumar
45
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Logística reversa de pós-venda em se tratando de informações e fidelização de clien-
tes, ela se torna estratégica, por outro lado, em se tratando de retrabalhos, o erro ou 
propriamente gargalo em processos produtivos acarreta uma obrigação de fluxo de 
retorno para atendimento ao consumidor sendo recall ou propriamente processos de 
garantia de produtos. Por mais que seja um retrabalho e um custo, a empresa tem que 
gerenciar essa logística no menor tempo e propriamente no menor custo possível.
Recall – IDEC - Recall é um comunicado que o fornecedor faz, convocando todos 
os consumidores que adquiriram determinado produto para que reparem algum 
defeito que existe no produto em questão. 
Confira mais em:
https://www.youtube.com/watch?v=pcVpqchdgGQ
Site do Governo Brasileiro, Ministério da Justiça, para consulta pública de lotes 
e fabricantes para identificação se o seu veiculo precisa de recall.
http://portal.mj.gov.br/recall/pesquisaConsumidor.jsf
Web
Gestão de Negócios
46
LOGÍSTICA É SIMPLES?!
O ser humano é o complicado
Em se tratando de viabilidade logística e cenário Brasil, temos sim alguns agravantes, como 
infraestrutura e modais de transportes, porém existe um agravante maior de todos, que é a im-
portância do capital humano no cenário logístico.
Como já diria o Haspásio, quantos litros de agua são necessários para se produzir um quilo de pão? 
São necessários mil litros de água pra se produzir um quilo de pão, ou seja, tenho que cultivar o 
trigo antes que ele se torne matéria-prima como ingrediente para a massa do pão.
Temos que enxergar a logística desta forma, ou seja, de forma holística para que se viabilize o 
setor.
A logística vem sendo cada vez mais complicada, pois atuamos num cenário competitivo entre 
todos os elos da cadeia e não propriamente partindo para um cenário perfeito que é a criação 
de vínculos e redes colaborativas.
É a grande questão, por que temos que ganhar em apenas um elo da cadeia logística, se juntos 
podemos ganhar de forma mutua e reciproca viabilizando o canal entre todos os integrantes?
A logística é simples, o ser humano que é complicado quando se trata de gestão, esta atividade 
acarreta impactos de descontrole de estoque, gargalos de transporte guerra em sistemas pro-
dutivos.
Está na hora de pararmos com a batalha e partirmos para um setor colaborativo e viável, em se 
tratando de giro de informação, fidelização, estabelecimento de contratos, para que sim, tenha-
mos uma integração logística.
Já ouviu falar em Supply Chain Managament? Meus caros, este termo não sai dos livros, o Supply 
Chain management não existe no Brasil, o máximo que temos é integração logística, ou seja, te-
mos apenas alguns elos de cadeia integrado e não propriamente a cadeia toda, não permitindo 
considerar o supply chain como determina a teoria.
Para quebrar esses paradigmas e termos realmente logística no país, temos que criar culturas 
colaborativas, permitindo o lean manufacturing, gestão correta de estoque, movimentação e 
distribuição correta, de forma que se permita planejamento. Da forma que trabalhamos hoje, 
somos operadores adivinhadores de possibilidades, não temos como dimensionar nada sem 
estar integrados a nossos elos da cadeia.
Para termos uma logística perfeita, antes de ferramentas, melhores praticas e sistemas de infor-
mação, precisamos desenvolver pessoas para atuarem de forma colaborativa e que tenham visão 
holística da cadeia completa.
O profissional de logística não pode enxergar apenas seu ambiente de trabalho.
Fonte: o autor.
Pós-Graduação | Unicesumar
47
3 LOGÍSTICA REVERSA
Professor Mestre Renato Binoto
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará 
nesta unidade:
• Logística Reversa de Pós-Consumo
• Canais e viabilidadede retorno
• Gerenciamento de resíduos
• Compliance 
Objetivos de Aprendizagem
• Discutir e Contextualizar os canais de retorno de 
pós-consumo
• Apresentar a legalidade de retorno e propriamen-
te a PNRS
Para a aplicação da logística reversa e gerenciamento de resídu-
os sólidos urbanos é primordial a visão holística e sistêmica no 
contexto integrado e colaborativo, ou seja, deve englobar etapas 
articuladas entre si, desde a não geração até a disposição final, com 
atividades compatíveis com as dos demais sistemas do saneamen-
to ambiental, sendo essencial a participação ativa e cooperativa do 
primeiro, segundo e terceiro setor, respectivamente, governo, ini-
ciativa privada e sociedade civil organizada. 
Com a Logística Reversa dos bens de pós-consumo, as organiza-
ções também podem obter uma boa parte de materiais de volta 
para o seu fluxo de produção, seja por meio da reciclagem ou do 
reuso. A logística para reciclagem é um conjunto de técnicas que 
tem por finalidade aproveitar os “detritos” e reutilizá-los no ciclo de 
produção de que saíram ou em um ciclo de produção paralelo. É 
uma atividade pela qual, materiais que poderiam se tornar lixo, ou 
que já estão no lixo, são desviados, coletados, separados e proces-
sados para serem usados como matéria-prima na manufatura de 
novos produtos. Como, para as empresas recicladoras, estas ma-
térias recuperadas sempre têm um custo mais conveniente que o 
da matéria prima original, cabe à logística para reciclagem viabili-
zar economicamente o transporte e a armazenagem dos produtos, 
obtendo, como efeito colateral benéfico, uma diminuição dos danos 
ambientais. 
Logística Reversa
50
A figura abaixo ilustra as relações entre o processo logístico reverso. Os resíduos devem ser coletados, 
selecionados e expedidos. Posteriormente 
serão encaminhados para retornar ao ciclo de 
negócios que abrange as seguintes etapas: 
reprocessamento, revenda, recondiciona-
mento e reciclagem. Se não servirem para 
estes processos, os resíduos são descartados, 
possibilitando seu retorno ao ciclo produti-
vo como materiais secundários. De acordo 
com a figura, vale ressaltar a importância do 
beneficiamento primário e secundário, ou 
seja, para a viabilidade de coleta em empre-
sas ou cooperativas, se faz necessário esse 
tipo de beneficiamento para agregação de 
valor, ou seja, o simples fato de coleta e co-
mercialização, sem as etapas de reprocessos 
e transformação de resíduos em subprodutos 
para retorno ao fluxo produtivo, não agrega 
valor ao canal e propriamente economia e 
margem de lucratividade ao elo da cadeia 
reversa.
logística reversa 
de pós-consumo
Figura: - Esquema do Processo Logístico Reverso
Fonte: Adaptação Leite, 2003
Condicionar
Recondicionar
Processar
ReprocessarReiniciar
Vender
Revender
Descarte
Expedição Coleta
Aterro
Sanitário
Bene�ciamento
Secundário
Bene�ciamento
Primário
Agregação de
valor Comercial
Retorno ao
Ciclo dos
negócios
Pós-Graduação | Unicesumar
51
Os principais benefícios, no caso da recicla-
gem, são a preservação do meio ambiente 
e a redução de custos para as empresas (em 
alguns casos). As primeiras cadeias de recicla-
gem apareceram por razões econômicas. As 
cadeias de reciclagem de aço, ferro e papel, 
por exemplo, antecedem a preocupação 
pública com ecologia ou com o meio am-
biente (KOPICKI, 1993).
Tanto a reciclagem de materiais, quanto 
as atividades de recondicionamento e rema-
nufatura de produtos podem ser realizadas 
seguindo as mesmas etapas, que são três 
(KOPICKI, 1993): coleta, processamento e 
utilização.
As dificuldades na coleta dos materiais 
e produtos a serem reciclados são compar-
tilhadas com outras atividades da Logística 
Reversa, como o retorno de embalagens, 
por exemplo. O processamento consiste em 
escolha, limpeza e algum tipo de alteração de 
forma (quando isso facilitar a utilização ou o 
transporte nas etapas seguintes), além do em-
pacotamento (quando for o caso), mas não 
necessariamente nessa ordem (MARQUES, 
2003). O objetivo da limpeza (do material 
recolhido) e da escolha consiste em separar 
o material a ser reciclado (ou recolhido) dos 
demais materiais e resíduos.
O homem só se deu conta disto, devido 
aos impactos ambientais, surgimento de 
doenças e logicamente, escassez de matéria 
prima de fonte finita. Como vimos anterior-
mente, historia da reciclagem é baseada 
nesses fatores onde ganhou destaque a partir 
do final da década de 1980, quando foi cons-
tatado que as fontes de petróleo e de outras 
matérias-primas não renováveis estavam se 
esgotando rapidamente, e que havia falta de 
espaço para a disposição de resíduos e de 
outros dejetos na natureza. A expressão vem 
do inglês recycle (re = repetir, e cycle = ciclo).
A reciclagem é o termo designado para 
reaproveitamento de materiais que benefi-
ciados e reprocessados como matéria-prima 
para novos produtos. Os materiais mais 
comuns são o papel, o vidro, o metal e o plás-
tico. As maiores vantagens da reciclagem 
são a minimização da utilização de fontes 
naturais, muitas vezes não renováveis; e a 
minimização da quantidade de resíduos que 
necessita de tratamento final, como aterra-
mento, ou incineração.
Importante, o conceito de reciclagem 
serve apenas para os materiais que podem 
voltar ao estado original e ser transforma-
do novamente em um produto igual em 
todas as suas características. O conceito de 
reciclagem é diferente do de reutilização, re-
ciclagem vem de reciclo, ou seja, voltar ao 
Logística Reversa
52
que era antes. Por exemplo se eu reciclar uma 
garrafa pet, eu a reprocesso e ela volta a ser 
uma garrafa de pet. Por outro lado, posso reu-
tilizar uma garrafa de pet, neste caso posso 
fazer artesanato entre outras coisas.
Ainda, a importância da reciclagem que 
é o ato de reciclar, ou seja, refazer o ciclo, 
permite trazer de volta, à origem, sob a forma 
de matérias-primas, aqueles materiais que 
não se degradam facilmente e que podem 
ser reprocessados, mantendo suas caracte-
rísticas básicas.
Para os resíduos sólidos urbanos gerados 
em pequenos municípios destacam-se as 
seguintes formas de reaproveitamento e tra-
tamento de resíduos:
• Reciclagem – processo de 
transformação dos resíduos com o 
objetivo de inseri-los novamente como 
matéria-prima na cadeia produtiva.
• Reutilização – uso direto dos resíduos 
como produto, necessitando, por 
exemplo, no caso de embalagens, 
de procedimentos de limpeza, como 
lavagem e/ou esterilização.
• Recuperação – extração de certas 
substâncias do resíduo. No caso de 
reforma ou conserto de resíduos 
volumosos, como móveis ou 
eletrodomésticos descartados, pode-
se entender este procedimento como 
forma de recuperação.
• Desmanche Canibalismo – Ferros 
velho e desmanche de veículos para 
comercialização de peças de veículos
• Doação e Caridade – Doação de 
produtos para outras pessoas ao 
qual o produto ainda apresente boas 
caraterísticas de uso
• Incineração – queima de materiais 
impactantes sem potencialidade de 
reuso e reciclagem
Qual é o seu papel como gerador de 
resíduos, e qual sua importância no 
sistema de retorno? 
Quanto à utilização: muitas empresas alegam 
não trabalhar com matérias-primas secundá-
rias (recicladas) devido à baixa qualidade, ao 
preço mais alto e à indisponibilidade frequen-
te de fornecimento. Apesar disto, é cada vez 
maior o número de empresas que alegam 
que estão economizando por meio da reci-
clagem. Segundo (KOPICKI, 1993), em muitos 
casos, essa economia é indireta, evitando-se 
multas pelo não cumprimento de exigências 
legais. Já a disponibilidade (ou incerteza de 
suprimento) de matérias-primas recicladas 
ainda é um problema principalmente para 
ramos que trabalham com escalas de pro-
dução muito grandes. Isso porque a coleta 
e o processamento desses materiais normal-
mente são feitos por empresas pequenas e 
médias que muitas vezes

Continue navegando