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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA LOGÍSTICA REVERSA LOGÍSTICA REVERSA unidade I LOGÍSTICA REVERSA Professor Mestre Renato Binoto crescimento desordenado das cidades CANAIS REVERSOS DE PÓS-VENDA CANAIS REVERSOS DE PÓS-CONSUMO unidade II unidade III compliance Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualida- de, novas habilidades para liderança e solução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsa- bilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar – assume o compromisso de democra- tizar o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promo- ver a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cida- dãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universitário Cesumar busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com as demandas Reitor Wilson de Matos Silva palavra do reitor DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Coordenação de Sistemas Fabrício Ricardo Lazilha, Coordenação de Polos Reginaldo Carneiro, Coordenação de Pós-Graduação, Extensão e Produção de Materiais Renato Dutra, Coordenação de Graduação Kátia Coelho, Coordenação Administrativa/Serviços Compartilhados Evandro Bolsoni, Gerência de Inteligência de Mercado/Digital Bruno Jorge, Gerência de Marketing Harrisson Brait, Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura, Design Educacional Nalva Moura, Diagramação Aline Morais, André Morais, Revisão Textual Hellyery Agda Gonçalves da Silva, Ilustração Thomas Hudson, Fotos Shutterstock. NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desen- volvimento da consciência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento aca- dêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição univer- sitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de com- petências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação da extensão univer- sitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e adminis- trativa; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, incentivando a edu- cação continuada. C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância: Logística Reversa. Renato Binoto. Publicação revista e atualizada, Maringá - PR, 2014. 74 p. “Pós-graduação Núcleo Comum - EaD”. 1. Logística 2. Resíduos . 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 658 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do Conhecimento. Essa é a característica principal pela qual a UNICESUMAR tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, de- mocratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais. De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da edu- cação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informa- ção e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos. A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a co- nhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível. Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas fer- ramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós. Priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da UNICesumar se propõe a fazer. Pró-Reitor de EaD Willian Victor Kendrick de Matos Silva boas-vindas sobre pós-graduação a importância da pós-graduação O Brasil está passando por grandes transformações, em especial nas últimas décadas, motivadas pela estabilização e crescimento da economia, tendo como consequência o aumento da sua impor- tância e popularidade no cenário global. Esta importância tem se refletido em crescentes investimentos internacionais e nacionais nas empresas e na infraestrutura do país, fato que só não é maior devido a uma grande carência de mão de obra especializada. Nesse sentindo, as exigências do mercado de trabalho são cada vez maiores. A graduação, que no passado era um diferenciador da mão de obra, não é mais suficiente para garantir sua emprega- bilidade. É preciso o constante aperfeiçoamento e a continuidade dos estudos para quem quer crescer profissionalmente. A pós-graduação Lato Sensu a distância da UNICESUMAR conta hoje com 21 cursos de especialização e MBA nas áreas de Gestão, Educação e Meio Ambiente. Estes cursos foram planejados pensando em você, aliando conteúdo teórico e aplicação prática, trazendo informações atualizadas e alinhadas com as necessida- des deste novo Brasil. Escolhendo um curso de pós-graduação lato sensu na UNICESUMAR, você terá a oportunidade de conhecer um conjun- to de disciplinas e conteúdos mais específicos da área escolhida, fortalecendo seu arcabouço teórico, oportunizando sua aplicação no dia a dia e, desta forma, ajudando sua transformação pessoal e profissional. Professor Dr. Renato Dutra Coordenador de Pós-Graduação , Extensão e Produção de Materiais NEAD - UNICESUMAR “Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” Missão apresentação do material Olá acadêmicos (as) que estão começando as ati- vidades relacionadas ao tema Logística Reversa, muito Prazer! Sou o Professor Renato Binoto, graduado em Tecnologia em Logística pela FATEC de Jaú, mestre em Engenharia Urbana e Transportes pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Possuo treinamento de Gestão de Projetos ágeis pela USP de São Carlos e Práticas de Projetos alinhadas ao PMI pelo SENAC. Sou coordenador e docente do MBA de Logística da Escola de Negócios TREVISAN, coordenador e professor do MBA de Logística da Faculdade Sulamericana FASAM-GO. Além disso, sou docente de MBA do IPOG de Goiânia-GO, do SENAC de Jabaquara-SP, do SENAC de Santo Amaro-SP, da UNIARA de Araraquara-SPe Anhanguera Matão- SP. Ademais, sou docente da Escola de Negócios Integração, palestrante em logística empresarial e reversa tendo experiência junto ao IMAM, SENAC, UNIP, Mackenzie, Universidade São Francisco, sou Educador da Plataforma Liderança Sustentável. Vale mencionar que sou consultor em Logística Empresarial e Reversa, atuo e possuo experiência em Projetos de otimização de processos logísti- cos, Supply Chain Management, Logística Reversa. Executa Treinamentos Corporativos, possui Vivência em congressos, simpósios e palestras. Apesar de ser um tema recentemente discu- tido com um enfoque maior no Brasil, devido à sanção da Política Nacional de Resíduos Sólidos Professor Mestre Renato Binoto que veremos com mais detalhes a seguir, se traz uma importância muito grande, em se tratando de indústrias e sociedade como um todo. Sabemos hoje, melhor que algumas décadas atrás, que a questão ambiental está intimamente relacionada com a vida do homem em sociedade e que a própria sobrevivência da nossa espécie está relacionada a como nós nos relacionamos com a natureza e dela fazemos uso. Desejo a você um ótimo curso e desde já estou à disposição para discussões e pro- priamente dúvidas sobre o assunto. Sucesso logístico e ambiental a todos! Segundo o artigo publicado na Revista Filantropia, de julho e agosto de 2009, escrito por Marcio Zeppeline, fui motivado a escrever em cima de alguns pontos de vista que concordo e apoio no artigo. Devemos SALVAR a raça Humana e não o Planeta. Dentro de uma questão que venho abordando há algum tempo, tratando da in- sustentabilidade sustentável que somos obrigados e motivados a praticar; Dentro dos três elos, sendo responsabilidade social, meio ambiente e economia; não busca- mos o equilíbrio, buscamos a solução para situações que não apresentam soluções, ou mesmo quando apresentam, são altamente custosas. Partindo para o título e a ideia do Zeppeline, até que ponto falamos em salvar o planeta e não salvarmos a nós mesmos? Fica bem claro neste ponto de vista, que o maior problema ambiental no mundo é social. Só teremos sucesso em salvar o planeta quando realmente tivermos acesso à informação e conscientização ambiental. A respeito das corporações, não vejo ainda um equilíbrio ambiental nas en- genharias para projeto inicial de produtos sustentáveis. Diante da ética dentro da engenharia que enfrentamos hoje, certamente a engenharia prejudica o ambiente, indiferentemente do ramo de atuação e projeto a ser desenvolvido. Não existe uma situação que a engenharia crie que não afete o ambiente. Mesmo sendo a geração de produtos sustentáveis propriamente ditos, está acontecendo o consumismo. Fica uma questão dentro do artigo: alguém sabe dizer algum produto gerado que não afete diretamente o ambiente, mesmo sendo ele sustentável? Desta forma, já que vamos prejudicar que prejudiquemos o menos possível! Temos um grande desafio cultural e de responsabilidade social, em que para realmente agirmos a certos gargalos e quebra de paradigmas, devemos melhorar algumas situações prejudiciais ao ambiente que são rotineiras dentro de nossas casas, no trabalho, na escola, enfim, consumimos e geramos resíduo o dia todo. Até que ponto este material está tendo o direcionamento adequado para reuso ou recicla- gem e até que ponto o processo inicial da engenharia está oferecendo ao cliente condições de facilidades para o reuso ou reciclagem no pós-consumo? Como podemos responder a questão inicial: a importância da industrialização nos dias de hoje e a maneira erronia em se tratando do viés sustentável ao qual não se cumpre. Hoje vivemos em uma sociedade de 7 bilhões de habitantes, pela primeira vez na história temos mais gente morando em centros urbanos do que em áreas rurais, desta forma, dependemos exclusivamente da indústria para meio de vida e pros- pecção nestas regiões. Desse modo, podemos dimensionar o volume de produtos que são gerados, consumidos e descartados, em todas essas atividades geramos resíduos. No entanto, para compreendermos essa relação precisamos olhar para nosso passado histórico, afinal em todo modelo produtivo, nunca se deu devida importância a reciclagem ou reuso, ou seja, sempre extraímos, transformamos, produzimos, co- mercializamos e descartamos sem fechamento de ciclo. Isto gerou um desequilíbrio ambiental em extração cada vez maior devido ao acesso a produtos e crescimento populacional e impacto devido ao descarte em lixões e locais indevidos, e propria- mente demos início ao surgimento de doenças e sanidade pública. Em 2010, o Brasil sanciona a Política Nacional de Resíduos sólidos e propriamente a logística reversa veio como meio facilitador e viabilizador do canal para tentativa de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos. O desafio está lançado e dentro da responsabilidade compartilhada ditada em lei, todos temos um papel importante, sendo indústria ou cidadão. Enfim, vamos nos alertar a estas ideias e vamos salvar a raça humana com pro- jetos sociais, conscientização, desenvolvimento da nossa massa multiplicadora que são as crianças, a partir dela que realmente conseguiremos atingir uma melhoria ambiental. O mundo é nosso e, dentro do princípio natural da vida, será mais das crianças do que de nós adultos. su m ár io 01 14 Historia e Contextualização 20 Historia da Logística Reversa 25 Logística Reversa 29 Roteiros de Veículos para Coleta de Resíduos Sólidos Domiciliares LOGÍSTICA REVERSA 02 03 42 Canais Reversos de Pós-Venda 50 Logística Reversa de Pós-Consumo 53 Compliance CANAIS REVERSOS DE PÓS-VENDA CANAIS REVERSOS DE PÓS-CONSUMO 1 LOGÍSTICA REVERSA Professor Mestre Renato Binoto Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estu- dará nesta unidade: • Nesta unidade você aluno terá acesso as seguin- tes abordagens: • Revoluções industriais • Falta de preocupação com o meio Ambiente • Geração de resíduos • Crescimento desordenado das cidades Objetivos de Aprendizagem • Discutir e Contextualizar as revoluções industriais. • Abordar o crescimento urbano em consequên- cia a indústria. • Discutir geração de resíduos de forma descontrolada. • Impacto ambiental e sanidade pública. Abordando as revoluções industriais, o não interesse em reciclagem e reuso e propriamente com volume produtivo e qualidade, somado ao crescimen- to das industrias e deslocamento da sociedade de áreas rurais aos centros urbanos, tivemos o crescimento desordenado das cidades, somado a po- luição descontrolado pela industrialização, consumo social e descarte de produtos de forma inadequada. Surge desde então o modelo capitalista associado ao plano estratégico de obsolescência programada em que se diminui o término da vida útil do produto, obrigando a sociedade a consu- mir cada vez mais sem fechamento de ciclo para reciclagem e reuso. Desde então, tivemos um canal de desiquilíbrio entre geração, velocidade de consumo e propriamente o não fechamento do ciclo, pois tudo que con- sumimos, pequena parte cai em um canal de revalorização em se tratando de reuso e reciclagem. Por definição, a logística reversa é subdividida em logística reversa de pós- venda e pós-consumo, ou seja, ela é uma estratégia viabilizadora de tempo e custo, e não deve ser associada a resíduos sólidos. São áreas multidisciplinares que demandam especialistas de todas as áreas, o problema do Brasil é a verticalização de poder, onde poucos tentam se tornar deuses do assunto versus a problemática de infraestrutura somada ao desconhecimento legal e teórico sobre o assunto. Vamos compartilhar conhecimento logístico, é uma área muito importante para continuar neste desconhecimento. Logística Reversa 14 HISTORIA e contextualização Pós-Graduação | Unicesumar 15 Abordando o histórico e a contex-tualização de logística reversa, não poderíamos deixar de lado a abordagem das revoluções industriais e o en- tendimento de focos produtivos relacionados ao términoda vida útil dos produtos gerados, o que se realmente importava e não tendo a holística de todo ciclo do produto. Esse pro- cesso histórico e social onde a indústria se tornou o setor dominante de uma economia, mediante a substituição de instrumentos, técnicas e processos de produção, resultando em aumento da produtividade dos fatores e a geração de riqueza, fez com que a economia, antes de base agrária, artesanal e comercial, passasse a ter uma base urbana e industrial, o que gerou e gera até hoje, transformações profundas sobre os modos de vida e o padrão de relações sociais anterior. Antes, o sistema de produção artesanal, manual, espacialmente disperso, dá lugar à produção serial, mecânica, espacialmente concentrada, padronizada, isto é, capaz de gerar produtos de qualidade homogênea. Toda a economia e toda a sociedade se reor- ganizam em função do desenvolvimento da indústria. Desta forma, a industrialização foi o passo de processo gigante da moderniza- ção, em se tratando de inovação tecnológica, desenvolvimento econômico e mudança social, pois estão estreitamente relaciona- dos. As principais características do processo de industrialização são: • Aperfeiçoamento na divisão do trabalho e da especialização • Concentração da renda e da riqueza • Intensificação da geração bruta de capital fixo • Aumento da produtividade industrial e agrícola • Aumento do consumo • Generalização do trabalho assalariado • Incremento da urbanização e desenvolvimento do setor de serviços. Os três principais marcos históricos em se tratando de revolução industrial, aos quais abordaremos a seguir e tiverem consequ- ências na forma de consumo e impactos na geração de resíduos, foi com a chamada Primeira Revolução Industrial, estabeleci- da pelo surgimento da primeira máquina a vapor e pelas consequentes mudanças na so- ciedade em virtude dessa nova tecnologia. Já a chamada Segunda Revolução Industrial envolveu uma série de desenvolvimentos dentro da indústria química, elétrica e side- rúrgica, com base no uso intenso do petróleo como fonte de energia. Por fim, a Terceira Revolução Industrial, conhecida também como a Revolução Digital ou mesmo Era do Conhecimento, caracteriza-se pelo uso intensivo da informática e telemática e as consequentes transformações nas relações sociais e econômicas. Logística Reversa 16 A primeira Revolução industrial, processo iniciado na Inglaterra, na metade do século 18, teve como grande marco: a invenção da máquina a vapor e sua aplicação na produ- ção têxtil, para fios e tecidos. Esse processo trouxe modificações exorbitantes na eco- nomia e escala social, trouxe consequência em espaço geográfico, ou seja, aumento das cidades, devido a criação de variadas profis- sões para suprir a demanda de trabalho em linhas produtivas e maquinários. Isto acarre- tou o aumento de mercadorias produzidas, unidades de produção, fábricas e, por con- sequência, as cidades passaram a crescer em ritmo acelerado. No campo chegou o processo de mecanização, em que a demanda de crescimento, a partir da necessidade de modais de transportes, surgiram as pri- meiras ferrovias, para suprimentação das necessidades de matéria-prima agrícola e minerais, a qual ampliou significativa- mente a exploração de outros países, por exemplo, o continente africano. “O cliente pode ter o carro da cor que quiser, contanto que seja preto” Frase utilizada por Henry Ford, criador da Ford Motor Company, em sua autobio- grafia, remete ao modelo Ford de Montagem em Sé- rie, ou Linha de Montagem, sendo considerada uma das maiores inovações tecno- lógicas da era industrial. O motivo do carro preto era que a tinta preta era mais barata, secava mais rápido e os carros poderiam ser montados mais rapidamente e propriamente não apare- ciam defeitos pelo manuseio do mesmo até o término da montagem. A linha de montagem de FORD era sequenciada e em massa, ou seja, cada funcio- nário ficava em seu posto de trabalho e o veículo se mo- vimentava entre os postos de montagem. O funcionário atuando de forma repetitiva e sistematizada, permitia que o mesmo ficasse altamente especializado naquela fun- ção. Base de trabalho de FORD, produção em série de forma a produzir automóveis em massa, em menos tem- po e a um menor custo. Com isso, Ford passou a fabricar um carro a cada 98 minu- tos, pagando a seus operá- rios 5 dólares ao dia, no ano de 1914!! Fonte: Elaborado pelo autor. PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: Pós-Graduação | Unicesumar 17 A segunda revolução industrial aconteceu na América do Norte, na Europa e no Japão, entre 1860 e 1900, foi uma corrida rumo à in- dustrialização. Caracterizada pela invenção do aço, descoberta da eletricidade e do pe- tróleo, foi uma importante transformação do capitalismo. O que se traz de importante desta revolução é o início da produção em massa inventada por Henry Ford, a qual se tem por princípio, padronizar o produto e, desta forma, em linha de montagem, cada trabalhador exerce uma função integrada na sequência produtiva. Esta atividade re- volucionou o mundo na época, em que se barateou o custo produtivo, viabilizando o acesso de compra de produtos a classes eco- nômicas que antes não tinham acesso. Ainda, mencionando as evoluções na segunda revolução industrial, não poderíamos deixar de lado a história e o modelo Toyota de produção, usada até os dias de hoje pela re- volução industrial positivamente que causou. A história da Toyota é bastante interessan- te. Infelizmente o Japão estava passando uma crise do pós-segunda guerra mundial, atrela- do a um problema financeiro e o desafio da reconstrução do país. Impactando ainda mais a situação, dentro deste período difícil, se somou a uma catástrofe natural, com alguns terremotos afetando diretamente algumas linhas férreas, desta forma limitando ainda mais a mobilidade de pessoas. Na época a família Toyota, atuava com teares de tecido, e um dos fundadores da empresa teve a ideia de mecanizar os teares. Com esta atividade, ele começou a ir buscar suprimentos nos Estados Unidos, onde conheceu o carro e a viabilidade mecânica do mesmo. Desta forma, se deu início a esta logística internacional de peças de alguns tipos de ve- ículos, para no Japão se montar os primeiros veículos Toyota. Esse sistema, inicialmente, tinha uma produtividade muito baixa, o que impedia de adotar o modelo de produção em massa, consequentemente surgiu o modelo que é adotado ainda hoje, produção enxuta ou “lean manufacturing”. Este modelo enxuto, consequente à realidade do país, devido à precariedade fi- nanceira e dificuldade de matéria-prima, se criou estratégias de qualidade para mini- mizar o máximo possível de desperdícios e gargalos produtivos para não geração de sucatas, desta forma, se obtém até hoje uma máxima excelência em processos produti- vos em linha. SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: Logística Reversa 18 O sistema tradicional modelo fordista da indústria automobilística, também surgiu inicialmente como modelo produtivo refe- renciado a terceira revolução industrial. Por outro lado, de acordo com o modelo Toyotista e a demanda de produtos e serviços nesta revolução o simples modelo em massa, não atenderias as exigências e diferenciações de produtos e suas particularidades em uma sociedade vivente na década de 70 e com início de acesso à tecnologia, computadores, os primeiros softwares. Nesta revolução já presenciamos a tecno- logia aprimorando antigas invenções, criando novas ou estabelecendo conexões entre di- ferentes áreas das ciências. Nesta época, a informática começa o seu início também re- volucionário com computadores e softwares, chips, inúmeros produtos eletrônicos. Temos ainda, o início da robótica, telecomunicações, lançamento de satélites, ao qual se viabili-zou as transmissões de rádio e televisão em tempo real. Na era tecnológica, a telefonia fixa e móvel, início da internet, revoluciona a co- municação em um processo acelerado. A indústria aeroespacial fabrica satélites e leva homens e robôs a novas fronteiras no espaço. Medicamentos, plantas e animais são trans- formados pela biotecnologia. Todas essas inovações são introduzidas no processo pro- dutivo, criando máquinas capazes de realizar não apenas o serviço pesado, mas tarefas sutis e que exigem cálculos complexos e grande precisão. Computadores e robôs, unidos, extraem matéria-prima, manufatu- ram, distribuem o produto final e realizam serviços gerais. TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: Qual a grande diferença entre o siste- ma FORD e o da TOYOTA? Foram dois grandes fatos históricos mundiais em se tratando de gestão produtiva, po- rém eram diferentes em quê? Palavra- chave, verticalização de matéria-prima. Fonte: Elaborado pelo autor. Pós-Graduação | Unicesumar 19 Nas novas cidades indus- triais, estavam ausentes as tradições mais elementares de serviços públicos mu- nicipais. Bairros inteiros às vezes ficavam sem água até mesmo das bicas locais. Vez por outra, os pobres tinham de sair de casa em casa, nos bairros de classe média, a pedir água, como poderiam pedir pão durante uma cri- se de alimentos. Com essa falta de água para beber e lavar, não admira que se acumulassem as imundícies - os esgotos abertos, não obstante o mau cheiro que produziam, indicavam rela- tiva prosperidade municipal. E, se as famílias eram assim tratadas, quase não é preci- so que se procurem docu- mentos para verificar como passavam os trabalhadores casuais. Casas abandona- das, de propriedade incerta, eram usadas como hospe- darias, com quinze ou vinte pessoas em um só quarto. Em Manchester, de acordo com as estatísticas policiais de 1841, havia cerca de 109 hospedarias onde pessoas de ambos os sexos dormiam indiscriminadamente e havia 91 casas destinadas a abrigar mendigos. Fonte: Extraído de: MUN- FORD, Lewis. A cidade na história. Ed. Martins Fontes, 1991. Logística Reversa 20 história da LOGÍSTICA REVERSA Pós-Graduação | Unicesumar 21 Abordamos acima as revoluções industriais e agora entende-mos o surgimento das cidades, as novas formas de modelos produtivos, modelos de produção em massa, novas formas de consumo, maior variedade de produtos. Desta forma, o impacto que se tem hoje em se tratando de resíduos e consumo descontrola- do é originário destes marcos, principalmente na segunda revolução industrial, situação pós-guerra, aumento do consumo e variabilida- de de produtos, onde esta era despertou o interesse empresarial em fornecer produtos a serem consumidos pela sociedade. Tivemos o surgimento de eletrodomésticos, eletroeletrônicos, veículos entre outros itens do dia a dia que complementam nosso conforto residencial. Esta cadeia produtiva e logística incentivou o consumo descontrolado e desde o começo não se pensava em canais reversos para o reuso ou reciclagem, devido o fácil acesso a extração e agregação de valor a matérias-primas virgens. Não apenas neste caso, a respeito do consumo descontrolado, porém como agravante, veio somado o aumento da velocidade de descarte dos produtos de utilidade após seu primeiro uso. Esta ino- corrência do aumento da descartabilidade dos produtos em geral, não encontrando canais de distribuição reversos de pós-consumo devidamente estruturados e organizados começou a gerar impac- tos urbanos com as destinações inadequadas de resíduos, ou seja, o cidadão não tinha infraestrutura de canal de retorno e disponha seu resíduo de forma aleatória. Logística Reversa 22 Desse modo, dessa época até os dias de hoje, temos o desequilíbrio entre as quantida- des descartadas e as reaproveitadas, gerando um enorme crescimento de produtos de pós- consumo sem destinações adequadas que os permitem reuso e/ou reciclagem. Em conse- quência, com o também crescimento rápido das cidades devido à industrialização, somado ao descontrole, crescimento desordenado e nenhuma importância à geração de resídu- os, estas problemáticas trouxeram acúmulos de impactos e doenças a sociedade. Um dos primeiros relatos existentes em se tratando de cuidados com resíduos sólidos foi em Nova York, em 1886, com o Primeiro Programa de Reciclagem da história. Na mesma época surgiram em 1880 e 1900 os primeiros incineradores Ingleses (Fumaça Insalubre). No entanto, não deixou de ser grandes queimadores de resíduos sólidos, pois não se sabia ao certo e não se fazia o controle da emissão dos gases tóxicos, im- pactando a cidade de maneira similar ou talvez pior em se tratando de problemas respiratórios. Um dos grandes passos de logística reversa e coleta seletiva para reuso e reci- clagem, diria eu, um dos mais eficientes, porém por uma causa tão nobre, foi o sistema de coleta de material ferroso nos Estados Unidos, para fabricação de armamentos para uso na guerra. Até hoje é considerado um dos poucos movimentos de coleta seletiva realmente eficiente em nível de geração e retorno ao ciclo produtivo para este tipo de material ferroso. Isto prova o desinteresse po- lítico e social referindo-se a esse impacto. Nas próximas aulas estudaremos logística reversa e a política nacional de resíduos sólidos que detalha esses tópicos. Alguns estudiosos abordam que a pri- meira logística reversa realmente existente, foi no período medieval, no pós-combate, no qual existia um time de soldados que passa- vam coletando armaduras e demais objetos dos soldados mortos, ou seja, se fazia a coleta afinal a extração e propriamente acesso a ma- teriais ferrosos era muito limitado, portanto, da dificuldade se fazia a oportunidade para proteção de seus impérios. Referindo-se as revoluções industriais, o grande marco, foi o acesso a variedade de produtos, padronização e mecanização, lo- gicamente atrelado a gestão da qualidade nos processos produtivos, ou seja, nunca se pensou no término da vida útil destes pro- dutos e propriamente viabilidade de retorno para reciclagem ou reuso. Pós-Graduação | Unicesumar 23 De acordo com acadêmicos e propriamente documentários e pesquisa sobre o assunto, se hoje o mundo acompanhasse o ritmo de vida dos Estados Unidos, seriam necessá- rios 4 planetas terra para conseguir atender a toda população de sete bilhões de pessoas presentes no mundo. É importante lembrar que a humanidade já está consumindo 30% a mais do que o planeta é capaz de repor e é preciso que haja uma redução em até 40% as emissões de gases de efeito estufa para que a temperatura não suba mais do que 2º C. Fato relevante, devido ao modelo indus- trial e estratégico que se formatou por lá e propriamente se espalhou pelo mundo em se tratando de obsolescência programada, ou seja, por definição, é a decisão do produtor de propositadamente desenvolver, fabricar e distribuir um produto para consumo de forma que se torne obsoleto ou não funcio- nal especificamente para forçar o consumidor a comprar a nova geração do produto. A obsolescência programada faz parte de um fenômeno industrial e mercadológico surgido nos países capitalistas nas décadas de 1930 e 1940 conhecido como “descar- talização”. Faz parte de uma estratégia de mercado que visa garantir um consumo constante através da insatisfação, de forma que os produtos que satisfazem as necessi- dades daqueles que os compram parem de funcionar ou tornem-se obsoletos em um curto espaço de tempo, tendo que ser obri- gatoriamente substituídos de tempos em tempos por mais modernos. Historicamente, em pontos de maior relevância, que realmente se espalhou e contagiou o sistema capitalista produtivo, a obsolescência programada foi criada, na década de 1920, pelo então presidente da General Motors Alfred Sloan. Ele procurouatrair os consumidores a trocar de carro fre- quentemente, tendo como apelo a mudança anual de modelos e acessórios. Bill Gates, fundador da Microsoft, também adotou esta estratégia de negócio nas atualizações do Windows. Em contrapartida, provando a viabilida- de do modelo capitalista junto a sociedade, versus um mundo equilibrado e propriamen- te mais justo, foi o caso da Centennial Bulb, lâmpada que continua em funcionamen- to desde 1901, o espanhol Benito Muros, da SOP (Sem Obsolescência Programada) OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA Logística Reversa 24 desenvolveu uma lâmpada de longa dura- bilidade e recebeu ameaças por conta desta invenção. O desgaste natural dos produtos é normal. Porém, o produto ser “planejado” para parar de funcionar ou se tornarem obso- letos em um curto período de tempo é uma prática da indústria que deve ser combatida. O grande problema para a indústria, e a saída, foi a obsolescência programada. Quando criada, ela durava muito, mas as fabricantes viram que venderiam apenas um número limitado de unidades. Por isso, criaram uma fórmula para limitar o funcionamento das lâmpadas, que passaram a durar apenas mil horas, por exemplo. Conforme usamos um produto, é natural que este sofra desgastes e se torne antigo com o passar do tempo. O que não é natural é que a própria fabricante planeje o envelhe- cimento de um produto, ou seja, programar quando determinado objeto vai deixar de ser útil e parar de funcionar, apenas para au- mentar o consumo Apesar do avanço tecnológico, que resultou na criação de uma diversidade de materiais disponíveis para produção e consumo, hoje nossos eletrodomésticos são piores, em questão de durabilidade, do que há 50 anos. Os produtos são fáceis de comprar, mas são desenhados para não durar. Por esta razão, o consumidor sofre para dar a eles uma destinação final adequada e ainda se vê obrigado a comprar outro produto. Na área tecnológica, a obsolescência programada pode ser vista com maior fre- quência. Geralmente, durante o período de garantia, os desktops e notebooks de alguns fabricantes funcionam normalmente. No entanto, após o fim desse prazo, passam a apresentar defeitos como superaquecimento ou esgotamento da bateria. Na quase tota- lidade dos casos o preço do conserto é tão alto que não vale a pena, e os consumidores são impelidos a adquirir um produto novo Diante de uma situação tão alarman- te, mudanças dos padrões de produção e consumo, de forma a diminuir o descarte desnecessário de toneladas de lixo eletrôni- co e tóxico no planeta, são essenciais para reverter esse quadro. Além disso, é dever do Estado regulari- zar, fiscalizar e induzir esses novos padrões. As empresas, por sua vez, devem garantir ao consumidor acesso à informação e assumir a responsabilidade pelo ciclo de vida dos pro- dutos, visando ao desenho adequado dos produtos e embalagens e o fim da obsoles- cência programada. “Comprar, tirar, comprar”. Pós-Graduação | Unicesumar 25 Segundo o Council of Logistics Management (CLM – Organização de Gestores Logísticos), a logística pode ser defi nida como: Logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fl uxo efi ciente e efi caz de mercadorias, serviços e das informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos clientes (BALLOU, 2006). A logística tem concentrado seu foco de estudo, principalmente, no exame dos fl uxos da cadeia produtiva direta, ou seja, aqueles que vão das matérias primas primarias ao consumidor fi nal. Isso demonstra que o aumento produtivo e o consumo descontrolado criam por consequ- ência um aumento da descartabilidade dos produtos em geral. Contudo não são encontrados os fl uxos de distribuição reversos de pós-consumo; isto provoca desequilíbrio entre as quantidades de produtos descartadas e reaproveitadas; gerando a necessidade de criação da Logística Reversa (LEITE, 2003) Logística reversa é a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fl uxo e as informações logísticas relacionadas ao retorno dos bens de pós-vendas e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo. O objetivo dessa atividade é agregar a estes bens, valores eco- nômicos, ecológicos e legais e também valorizar a imagem corporativa da empresa (LEITE, 2003; REVLOG, 2005). LOGÍSTICA reversa Logística Reversa 26 As atividades envolvidas na logística reversa são: a coleta, a separação, a em- balagem e a expedição de itens usados, danificados ou obsoletos dos pontos de venda ou consumo até os locais de repro- cessamento, reciclagem, revenda ou descarte (STEVEN, 2004). Os canais de fluxos diretos geram uma dependência de outros setores para o fecha- mento do encadeamento logístico. Existem duas categorias de encadeamentos de fluxos reversos: pós-consumo e pós-venda (LEITE, 2003): • Os encadeamentos reversos de pós- consumo referem-se ao retorno de uma parcela de produtos e de materiais originados no descarte dos produtos, depois de extinta sua utilidade original, e que retornam ao ciclo produtivo através de reuso, desmanche ou reciclagem. Há também casos em que uma parcela destes produtos pós- consumo é destinada a sistemas de deposição final, alguns deles seguros ou controlados e outros não seguros, provocando impactos maiores ao meio ambiente. • Os encadeamentos reversos de pós- venda são constituídos pelas diferentes formas de retorno de parcela de produto com pouco ou nenhum uso ou com problemas relacionados à qualidade. Segue esquema completo com detalha- mentos de fluxo reverso, ilustrado na figura a seguir. Figura: - Esquema de Canais de Distribuição Diretos e Reversos Fonte: Adaptação Leite, 2003. Pós-Graduação | Unicesumar 27 O conceito de logística reversa, na década de 80, estava relacionado, basicamente, a um movimento contrário ao fluxo de pro- dutos na cadeia de suprimentos, do cliente para empresa. Já na década de 90, a preo- cupação com o meio ambiente entrou em cena gerando uma evolução nesse conceito através de novas abordagens, impulsionadas, principalmente, por pressões dos consumi- dores, o que gerou nova legislação e controle dos órgãos fiscalizadores. Outro fator impor- tante, desse período, foi que as empresas perceberam que poderiam utilizar a logística reversa para evitar perdas e, ainda, como mais uma fonte de lucros (CHAVES e BATALHA, 2006; LEITE, 2003; BOWERSOX e CLOSS, 2001). Os encadeamentos de Distribuição Reversos são as etapas, formas e meios pelos quais uma parcela dos produtos vendidos retorna ao ciclo produtivo, seja por alguma disfunção detectada após a venda, seja pelo término de sua vida útil. A preocupação em relação ao encadea- mento de distribuição reversa é relativamente recente. Diversos autores fizeram, no passado, referências a esses fluxos reversos como tema de preocupação para o “futuro” (BALLOU, 2001). A razão para este pequeno interesse pelo estudo dos encadeamentos de distribuição reversos está em sua aparente pouca impor- tância econômica, quando comparada com a distribuição direta. Os volumes movimenta- dos nos encadeamentos reversos são apenas uma fração daqueles dos fluxos diretos e seu valor relativo é baixo, se comparado ao dos bens originais. Mesmo tendo um forte apelo ambien- tal, ainda não se pode dizer que existe um grande interesse pelo estudo dos encadea- mentos de distribuição reversos. A logística reversa é realizada, na maior parte dos casos, quando existe obrigação legal, quando existe risco de danos à imagem da empresa ou, em raros casos, quando consegue diminuir parte dos custos na linha de produção ao reutilizar algum dos componentes de seus produtos, principalmente as embalagens. Logística Reversa 28 Nos demais casos, sempre que podem, as empresasevitam a logística reversa (SOUZA, 2006). É importante destacar que os bens de pós-consumo não precisam necessariamen- te retornar à cadeia de origem ou aos elos anteriores da cadeia de negócios. Esses pro- dutos podem seguir adiante, sendo enviados como matérias-primas secundárias ou com- ponentes a outras indústrias, onde se inicia o processo de produção de um novo produto em uma nova cadeia de suprimentos. Muitos fabricantes preferem arcar com um preço um pouco mais elevado dos ma- teriais virgens, tendo em contrapartida a certeza de que serão abastecidos nos mo- mentos acertados com seus fornecedores. A qualidade dos materiais reciclados também evoluiu devido às melhorias nos processos de recuperação e à maior profissionalização dos participantes desse processo (KOPICKI, 1993). Essa profissionalização colaborou muito para o crescimento da utilização e para a me- lhoria da qualidade dos materiais reciclados. Ainda assim, faz-se necessário, cada vez mais, o aparecimento de empresas maiores ou co- operativas que possam lidar com grandes clientes de reciclados. Enquanto isso não ocorre, muitos compradores de materiais reciclados baseiam se em compras de di- versas fontes, significando que não só fazem compras em mais de um fornecedor de reci- clados, como também continuam a comprar matérias-primas virgens quando necessário (KOPICKI, 1993). Mesmo que ainda se constate a resis- tência de consumidores (individuais ou empresariais), estes têm, cada vez mais, apro- vados, por meio da aquisição, os produtos com conteúdo reciclado, principalmente devido ao seu caráter ecológico (SAMPAIO, 2001). Cabe, assim, às empresas esclarece- rem seus clientes sobre a qualidade desses produtos, que algumas vezes podem não apresentar as mesmas especificações dos produtos feitos a partir de matérias-pri- mas virgens, mas atendem perfeitamente às exigências necessárias para um bom desempenho. Pós-Graduação | Unicesumar 29 Dentro da logística reversa, o ponto fundamental para viabilidade da área, são modelos roteirizadores para coleta, seja ela seletiva, empresarial, entre outras atividades. Dois modelos clás- sicos que se usam nesta ênfase, é o problema do carteiro Chinês e o problema do caixeiro viajante, especificamente para viabilidade de gerenciamento de fluxo reverso para se criar a estratégia de onde e como será o desenho de fluxo. O termo roteirização, embora não seja encontrado nos dicionários de língua portuguesa, tem sido utilizado como equiva- lente ao inglês “routing” (ou ”routeing”) para designar o processo para a determinação de um ou mais roteiros ou sequências de paradas a serem cumpridos, com o objetivo de visitar um conjunto de pontos distin- tos geograficamente e pré-determinados (CUNHA, 2000). Processos automáticos de programação de veículos e programação de roteiros têm sido uma das áreas de pesquisa operacional e modelagem matemática de grande de- senvolvimento teórico e prático, em nível roteiros de veículos para coleta de resíduos sólidos domiciliares Logística Reversa 30 mundial (ASSAD, 1988). Quando a definição dos roteiros envolve não só aspectos espaciais ou geográficos, mas também temporais, tais como restri- ções de horários de atendimento nos pontos a serem visitados, os problemas são então denominados programação de rotas de ve- ículos (CUNHA, 2000). A programação de rotas de veículos é a definição de uma ou mais rotas a serem percorridas por veículos de uma frota, pas- sando por locais que devem ser visitados. Estes locais podem ser pontos específicos, caracterizados como nós de uma rede ou segmentos de vias. Os segmentos de vias são denominados arcos ou ligações (BRASILEIRO, 2004). As rotas dos veículos podem ser defini- das utilizando técnicas não matemáticas ou matemáticas. As técnicas não matemáticas são denominadas de métodos empíricos. As técnicas matemáticas utilizam algoritmos e a definição das rotas pode ser realizada por método manual ou computacional. No método computacional, o algoritmo é integrado a um software que faz o pro- cessamento dos dados com o auxílio do computador, cruzando informações e gerenciando mapeamentos geográficos para identificação de rotas. Para esta programação de rotas de veí- culos é definido uma ou mais rotas a serem percorridas por veículos de uma frota, pas- sando por todos os locais que devem ser visitados. O objetivo principal para a defini- ção de rotas é propiciar um serviço de alto nível aos clientes, e ao mesmo tempo, ge- renciar custos operacionais e de capitais tão baixos quanto possível. Por outro lado, se faz necessário obedecer a certas restrições. Inicialmente, vamos discutir o problema do Carteiro Chinês. Sendo assim, o proble- ma do carteiro chinês se faz útil, pois consiste em encontrar uma rota de percurso mínimo, dentro de uma área, passando ao longo de cada arco pelo menos uma vez. Situações frequentes que se inserem dentro deste contexto são: limpeza das ruas, serviços de endereçamento postal e coleta de lixo. Trazendo isto para a nossa realidade, e enfatizando o nome do problema de rota, é exatamente isso, ou seja, vamos alinhar isso ao serviço da empresa dos correios. Imaginemos os carteiros saindo de um ponto de origem, base de correios, traçando um percurso de porta a porta entregando os documentos e Pós-Graduação | Unicesumar 31 correspondências, fazendo o menor caminho possível, não repetindo caminho, passan- do por todas as casas no menor tempo, ou seja, isto é a definição para que a rota do problema seja viável para o modelo. Segue imagem clássica de Euler, onde se originou este modelo. Outro tipo de problema de rota bastante utilizado, é o problema do caixeiro viajante. O problema do caixeiro viajante é conside- rado um problema da otimização; além de exibir uma solução é requerida certa qualida- de ótima da solução. Segue figura histórica do caixeiro viajante, ou seja, tem por objetivo sair de um ponto, passar por algumas cidades de sua escolha, definindo o menor caminho, tempo e custo e voltar para o mesmo ponto de origem Por definição, o problema consiste em um conjunto de cidades e uma matriz de distâncias distancias fazendo com que seja encontrado um caminho que tenha a menor distância a ser percorrida para que sejam visi- tadas todas as cidades passando exatamente uma única vez em cada cidade e retornan- do a cidade de origem. De acordo com a figura acima, podemos observar o sistema de rota partindo do ponto 1, passando por todos os pontos e retornan- do ao ponto 1, sendo a origem e o destino da rota, fazendo apenas cálculos de menor tempo e custo entre as rotas. Embora considerada uma estratégia simples a logística reversa, necessita de estudos prévios relacionados a rota, de modo a obter eficiência de custo e tempo Para o levantamento de dados para início das rotas, geralmente são encontra- das algumas limitações, tais como a falta de dados, característica de transbordo e transporte para o resíduo, características er- gonômicas para o trabalho do agente coletor. Ponto importante é que as competências necessárias para as cadeias que trabalham com fluxos reversos apresentam algumas es- pecificidades, as quais exigem uma atenção constante com relação a aspectos que não são tratados na logística tradicional, tais como: origem dispersa, oscilação na dispo- nibilidade do produto, volume baixo por origem e decisão sobre uso de fluxos próprios ou compartilhados. Por essa razão, estudos neste ramo são importantes para empresas que oferecem tais serviços, as quais benefi- ciarão o bem estar público e desenvolverão sustentabilidade. Logística Reversa 32 O sistema de gerenciamento de re-síduos é composto por atividades relacionadas às etapas de geração, acondicionamento, coleta e transporte,re- aproveitamento, tratamento e destinação final. Desta forma, a logística reversa atua em um ponto fundamental que é a viabilidade do canal, para agregação de valor, retorno do resíduo a se transformar em subprodu- to e propriamente viabilidade de transporte, porém é um pequeno elo de toda a comple- xidade da cadeia reversa. No fluxo direto, para gerenciamento de cadeias de suprimentos, se faz necessário a integração entre elos da cadeia, ou seja, integração entre todos clientes e fornece- dores até o cliente final, no caso da logística reversa, além dessa integração de cadeias de suprimentos, se faz necessária a integração junto a sociedade, para destinação adequada de resíduos, cooperativismo, para viabilida- de de coleta e propriamente órgãos públicos para fiscalização da sistemática. Logística reversa é complexa e multidisciplinar. Para iniciar um processo de coleta seletiva é preciso avaliar, quantitativamente e qualitati- vamente, o perfil dos resíduos sólidos gerados em determinado município ou localidade, a fim de estruturar melhor o processo de coleta. Para este trabalho de coleta, logisticamente executado, existem três sistemas básicos para a coleta de materiais visando à reciclagem: a coleta porta a porta, os pontos de entrega vo- luntária (PEV) e a coleta em grandes geradores. De acordo com a figura a seguir, podemos ob- servar a integração dos três modos de coleta. sistemas de transporte de fluxo reverso pontos de entrega voluntária (pev) Essa forma de coleta em pontos de entrega voluntários utiliza contêine-res colocados em pontos estratégicos fixos na cidade onde o cidadão espontanea- mente deposita os materiais recicláveis (LEITE, 2003). A criação de um PEV (Ponto de Entrega Voluntário) de óleo de fritura pode ser rea- lizada em condomínios ou bairros. Escolas, igrejas e instituições públicas são locais estra- tégicos que podem proporcionar o destino ambientalmente correto a esse resíduo alta- mente poluidor. Dentre os aspectos positivos do emprego dos PEV pode-se citar: • Facilita a coleta, reduzindo custos com transporte, especialmente em bairros com baixa densidade populacional e evita trechos improdutivos, como pode ocorrer na coleta porta a porta; • Auxilia a coleta nos municípios com atividade turística, cuja população pode estar ausente da cidade nos dias em que há coleta dos recicláveis; • Permite a exploração do espaço do PEV Pós-Graduação | Unicesumar 33 para publicidade e eventual obtenção de patrocínio; • Permite a separação e descarte dos recicláveis por tipos, dependendo do estímulo educativo e do tipo de container, o que facilita a triagem posterior. Os aspectos negativos desse tipo de coleta são: • Demanda maior vontade da população, que precisa se deslocar até o PEV; • Pode sofrer vandalismo como o depósito de lixo orgânico e animais mortos, pichação e incêndio; • Não permite a avaliação da adesão da comunidade ao hábito de separar materiais. A destinação adequada nos PEV é de suma importância, afinal é neste modelo de coleta que se viabiliza a coleta de resíduos gerados nas residências pela sociedade, ou seja, se cada cidadão levasse seu resíduo num ponto de coleta voluntário, eliminaríamos o roteiro porta a porta que é o mais custoso e propria- mente percorre um grande percurso para atingimento de um volume de resíduo co- letado, veremos com detalhes abaixo. coleta em grandes geradores Na logística de fluxo direto, existe uma ferramenta estratégica de coleta, co-nhecida por “Milk Run” (corrida do Leite), o qual consiste em um planejamen- to estratégico, mantido por um operador logístico, onde o mesmo faz um roteiro de coleta combinado passando em fornecedo- res coletando componentes em quantidades pré-determinadas com o objetivo de entre- gá-los no fabricante (Greene, 1997). Essa ferramenta é bastante utilizada na indústria do automóvel. Esta estratégia tem por ob- jetivo um melhor gerenciamento de rotas e transporte, minimização de estoques e riscos logísticos para um imprevisto de não entrega de algum fornecedor. O processo de milk run decorre principalmente numa mesma área, entre fornecedores locais, no entanto, o processo pode incluir fornecedores de outras áreas geográficas que mantenham um armazém local. O nome da ferramenta foi dado devido a rotina de entrega de leite no início do século, onde um carroceiro passava de casa em casa deixando uma garrafa cheia e coletando a vazia. Estrategicamente, em se tratando de fluxos reversos, podemos usar a mesma fer- ramenta para coleta em grandes geradores de resíduos em uma rota pré-determinada e regional, onde se minimiza a distância percor- rida, custo de transporte atrelado ao volume de resíduo que se consegue entre a região de cobertura de coleta. Para aplicação da ferramenta, alguns as- pectos são importantes: • Definição das industrias ou grandes Logística Reversa 34 geradores que irão participar do processo de coleta • Definição do tipo e quantidade de veículos para coleta • Definição das rotas e fornecimento de equipamento necessário para a coleta. • Divulgação e orientação através de um modelo informativo aos integrantes da área de abrangência de coleta. Desta forma, temos uma corrida do leite de fluxo reverso. Esse modelo em grandes gera- dores pode ser aplicado com um caminhão saindo de um ponto de origem, passando nos grandes geradores efetuando a coleta, onde a mesma deve ser semanal ou quinze- nal, por armazenar uma grande quantidade de resíduo em um curto prazo de tempo e por fim retorna ao ponto de origem para triagem dos resíduos coletados, beneficia- mento primário e secundário, e destinando subprodutos a indústria de transformação. Esse modelo reverso, integrado e colabora- tivo, agrega valor ao fluxo reverso ao passo que o mesmo gerencia resíduos sólidos, por exemplo, das indústrias. Segue modelo ilustra- tivo para analisar a viabilidade da ferramenta. coleta porta a porta Este tipo de coleta porta a porrta (uti-lizando carrinhos ou caminhões) é executado por coletores que per- correm as residências em dias e horários específicos, não coincidindo com a coleta normal dos resíduos sólidos domiciliares. Os moradores colocam os recicláveis nas calçadas, acondicionados em contêineres distintos, de acordo com o sistema implanta- do na cidade. O serviço de coleta, neste caso, pode ser realizado através de Cooperativas de Catadores (LEITE, 2003). Os aspectos positivos notados no uso da coleta porta a porta são: • Facilita a separação dos materiais nas fontes geradoras e sua disposição na calçada; • Dispensa o deslocamento até um Ponto de Entrega Voluntário, incentivando maior participação da população; • Permite mensurar a adesão da população ao programa, pois os domicílios/estabelecimentos participantes podem ser identificados durante a coleta; • Adianta o processo de descarga nas centrais de triagem. Como aspectos negativos destacam-se: • Exige uma infraestrutura maior de coleta, com custos mais altos para transporte; • Aumenta os custos de triagem, ao exigir posterior re-seleção. • A armazenagem dos resíduos nas residências, no período entre as coletas, pode ser um problema para os participantes. Pós-Graduação | Unicesumar 35 Vimos nesta nossa primeira unidade de estudo que as re- voluções industriais se importaram apenas com o volume produtivo, a gestão de custos e quando presente, princi- palmente na linha automotiva, com a gestão da qualidade. Podemos concluir essa importância a qualidade, com a clássica frase de Henry Ford – Você tem direito de comprar qualquer cor de carro, desde que ele seja preto, ou seja, neste momento a cor preta tinha uma secagem mais rápida e como a movimentação dos veículos eram de forma manual dentro da indústria para sequenciamento de montagem,desta forma, a cor preta não apresentava defeitos. Abordamos também o crescimento urbano desorde- nado, devido ao rápido crescimento industrial e demanda de trabalho nas cidades e, propriamente tivemos em con- sequência, a geração de resíduos sem canais de retorno, criando grandes problemas de sanidade publica vincula- do a pragas e doenças. Por fim, vimos a definição de logística reversa, canais e estruturas de transportes e propriamente a divisão em canais de pós-venda e pós-consumo que detalharemos de forma estratégica nas unidades a seguir. Até o próximo módulo. considerações finais Logística Reversa 36 1. as revoluções industriais trouxeram uma grande evolução industrial, porem no seu ponto de vista, o que faltou para um melhor gerenciamento? a) Gestão de Custos ( ) b) Gestão de Pessoas ( ) c) Gestão da Qualidade ( ) d) Gestão Ambiental ( ) Guia de resposta Como vimos, nunca se deu a importância devida aos canais de reciclagem e reuso, desta forma não se permi- tiu a destinação adequada e produção menos impactante. Na época por estarmos iniciando os processos produtivos, ainda tínhamos acesso fácil a recursos e matéria-prima, e propriamente ainda não se pensava na limitação de recur- sos escassos. atividade de estudo Pós-Graduação | Unicesumar 37 MATERIAL COMPLEMENTAR Para saber mais sobre “A história Secreta da Obsolescência Programada”, acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=Zx0f_8FKMrY>. Gestão de Negócios 38 VISÃO HOLÍSTICA E A ÉTICA NA SUSTENTABILIDADE Levanto uma questão inicial: em se tratando da visão holística e ética na sustentabilidade, qual a importância destas práticas trabalharem integra- das para o equilíbrio ambiental? Não me permito responder a questão, por ignorância, ou mesmo para não quebrar a proposta do questionamento, onde o meio ambiente é um bem de todos e não só apenas de quem estuda ou atua especificamente na área. Perante a visão holística, qual a importância de se enxergar como um todo o globo e não só apenas a cidade ou localidade em que vivemos? Já pararam para pensar por que as chaminés das antigas fábricas eram tão altas e como elas funcionavam? Processo simples e funcional, eram altas o suficiente para lançar os gases produzidos no ar e, perante o efeito natural de correntes de ventos contínuos, transportavam esses gases a outras localidades. Problema corriqueiro onde, pela falta de correntes de ventos, estes gases ficavam alocados nas regiões propriamente produzi- das, minimizando a qualidade de vida. Até que ponto pensamos de forma única, visão de um todo, onde geramos pequenos prejuízos ambientais locais e esta ação prejudica globalmente o ecossistema? Devido à forma capitalista e rotineira em que vivemos que nos limita a visão holística, vale ressaltar a importância de se pensar de forma macro, onde ainda existem alguns países que, por escolha, não fazem práticas da busca do equilíbrio sustentável, lançando diariamen- te toneladas de gases estufa na atmosfera e geração descontrolada de resíduos industriais e sólidos urbanos. A prova desta situação é a forma- ção da ilha de lixo do pacífico. O lixo chegou ate lá, foi transportado por Pós-Graduação | Unicesumar 39 quilômetros e quilômetros pelas correntes marítimas. Faço um apelo direto aos estudantes e atuantes especificamente na área, me incluo neste apelo. Quais são nossos compromissos éticos com esta realidade? Compartilho um interessante modelo adotado em Harvard, onde se define uma carteirinha de cumprimento do aluno ao diploma adquirido. Cabe a ele cumprir os compromissos éticos definidos na car- teirinha ao mercado de trabalho. Desta forma, ele atinge o diferencial e cumpre seu papel com o conhecimento adquirido na academia e de forma multiplicadora atua na sociedade de forma ética (link para artigo sobre a Carteirinha de Harvard: http://www.nytimes.com/2009/05/30/ business/30oath.html?_r+1&th&emc=th). Por que não criamos uma carteirinha ética ambiental à sociedade? Quais seriam as atividades que já fazemos pela busca do equilíbrio ambiental, e quais são as atividades que não devo fazer para a preservação ambiental que é o bem maior de todos? Será que temos capacidade para possuir estas carteirinhas de agentes éticos do meio ambiente? Deixo este desafio aos leitores deste material, escrevam quais são os principais mandamentos éticos e holísticos que fazemos e o que não devemos fazer para que se atinja o equilíbrio sustentável. Eu faço a minha parte! E você? Será que estamos realmente agindo e fa- zendo o certo? Questionem a sociedade e disseminem conhecimentos ambientas, desta forma podemos mudar o diagnóstico atual. Fonte: Adaptado pelo autor. 2 CANAIS REVERSOS DE PÓS-VENDA Professor Mestre Renato Binoto Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Canais de pós-venda • Viabilidade e Feedback • Estratégia reversaObjetivos de Aprendizagem • Discutir e Contextualizar os canais reversos de pós-venda • Viabilidade e fidelização de clientes, estratégia de alavancagem Os encadeamentos reversos de pós-venda são constituídos pelas diferentes formas de retorno de parcela de produto com pouco ou nenhum uso ou com problemas relacionados à qualidade. A caracterização da logística reversa de pós-venda se dá quando há a reutilização, a revenda como subproduto ou produto de segunda linha e a reciclagem de bens que são devolvidos pelo cliente a qual- quer ponto da cadeia de distribuição por erros comerciais, expiração do prazo de validade e devolução por falhas na qualidade, ao va- rejista, atacadista ou diretamente à indústria. Segundo Leite (2003), denomina-se de logística reversa de pós-venda a específica área de atuação da logística reversa que se ocupa do planejamento, da operação e do controle do fluxo físico e das informações logísticas correspondentes de bens de pós-venda, sem uso ou com pouco uso, que por diferentes motivos retornam aos diferentes elos da cadeia de distribuição direta, que constituem uma parte dos canais reversos pelos quais fluem esses produtos. Esses bens na maioria das vezes podem ter suas peças ou compo- nentes reaproveitados e reintegrados ao ciclo produtivo. O recall de produtos, por exemplo, refere-se justamente aos problemas com validade de produtos ou a problemas observados após a venda, que são devolvidos por motivos legais ou por diferenciação de serviço ao cliente, um exemplo evidente do recall de produtos no Brasil, vê das montadoras de veículos, que por vezes, solicitam aos seus clientes o retorno às concessionárias para a reposição de de- terminada peça. Logistica Reversa 42 Ofl uxo reverso de pós-venda, se busca a viabilidade de equilíbrio econômico e propriamente no atendimento ao consumidor. A viabilidade do fl uxo reverso se faz através de feedback ou propriamente como estratégia para fi deliza- ção de fornecedores, por outro lado, em se tratando de processos de garantia que demandam retorno de produtos adquiridos por consumidores, a logística reversa de pós-venda é uma logística desnecessária no ponto de vista de que se no fl uxo direto e sistema produtivo tivesse sido bem gerido, esse canal de retorno seria desnecessário, ou seja, a viabilidade de pós-venda neste caso é a não existência do canal. Identifi cado o problema junto ao consumidor, se dá início ao fl uxo, porém mesmo sendo custoso, se busca o equilíbrio de tempo e propriamente custo atrelado ao código de direito do consumidor e propriamente minimização de perda de clientes. CANAIS REVERSOS de pós-venda Pós-Graduação | Unicesumar 43 Ferramentas e aplicação de Feedback junto aos elos de cadeia logística, para ge- renciamento de fluxo de informação de forma reversa, possibilita rotinas de melhorias continuas, afinal esta atividade bem gerida, permite uma alavancagem de mercado pela identificação da insatisfação de clientes e propriamente a proposta de melhoria para atender de forma diferenciadao cliente, com estratégia de fidelização do mesmo. Por outro lado, em se tratando de custos, o fluxo reverso atrelado ao direito do con- sumidor, no ato de processos de garantia para troca ou manutenção de produtos adquiridos por consumidores, se faz necessário uma operação estratégica para mini- mização de tempo e propriamente custo desta demanda de fluxo, afinal neste caso, a logística reversa começa com o detalhamento e minimização de riscos em processos produtivos e propriamente qualidade, para que os produtos saiam em perfeitas con- dições ao mercado consumidor. Em 1972, o Congresso norte-americano aprovou a Lei de Segurança de Produtos ao Consumidor, a qual permite à Comissão de Segurança de Produtos ao Consumidor (CSPC) estabelecer padrões obrigatórios de segurança para produtos. Por exemplo, a CSPC pode exigir de um fabricante o recolhimento (recall) de um produto para repa- rá-lo, substitui-lo ou destruí-lo. O não cumprimento das determinações pode significar penalidades civis ou prisão do infrator. Em se tratando de canal de retorno para atendimento ao mercado consumidor, seja processo de garantia de produtos, ou recall, por mais que seja um retraba- lho, no que o operador logístico e o analista têm que se preocupar para uma boa estratégia de operação? Logistica Reversa 44 Essas são apenas algumas ações legais públicas. Muitas empresas veem as falhas ao gerenciar produtos defeituosos como causa principal para a perda da boa vontade do cliente em relação à empresa e para as possíveis repercussões legais. O ponto é que os riscos, para a empresa que falha, de antecipar a possibilidade de um recolhimento de produtos são mais altos do que nunca. (BALLOU, 2001). Um processo de logística reversa de pós-venda bem gerenciado nas empresas constitui uma fonte de vantagem competitiva através da diferenciação no atendimen- to, que agrega valor perceptível aos clientes e, em longo prazo, os fideliza. Percebe-se que empresas líderes no mercado procuram assumir tal atitude, focalizadas em um re- lacionamento de parceria entre clientes e fornecedores, que contribui para a empresa na redução de impactos ambientais e na construção de uma imagem corporativa po- sitiva perante o mercado. RECALLS E PRODUTOS INSEGUROS Entenda o que é recall, informe-se sobre produtos inseguros e cadastre seu acidente de consumo O que é recall? Recall, ou chamamento, é o mecanismo que obriga o fornecedor a alertar nos jornais, rádios e TVs os consumidores que adquiriram produtos defeituosos com potencial risco para a saúde e segurança, além de informar sobre os procedimentos a ser adotados para a solução do problema – o conserto ou troca, por exemplo. A prática do recall se estabeleceu no Brasil com a publicação do CDC (Código de Defesa do Consumidor), estabelecido nos artigos 6º (direito à informação) e 10º (segurança do produto) Caso o defeito apontado no chamamento tenha ocasionado acidente, o consumidor pode solicitar na Justiça a reparação por danos morais e patrimoniais eventualmente sofridos. A Fundação Procon-SP possui um banco de dados bastante interessante sobre recall. Nele há informações sobre chamamentos realizados desde 2002, organizados por segmento, tipo de defeito ou marca/modelo. Além de veículos, há medicamentos, produtos infantis, alimentos e bebidas e entre outros produtos./ Também o DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor), do Ministério da Justiça, registra desde 2000, em nível nacional, os recalls de automóveis, medicamentos, alimentos, brinquedos, produtos de informática, entre outros. Essa lista se refere apenas aos casos reconhecidos e computados pelo DPDC, o que não significa que não haja outros casos de recolhimento pelo País. Produtos de origem animal, por exemplo, estão sob a responsabilidade do Ministério da Agricultura e os demais alimen- tos sob a órbita da Anvisa. A agência também é responsável por fiscalizar e eventualmente ordenar o recolhimento de todos os demais alimentos, além de remédios, cosméticos, saneantes e produtos para a saúde. Fonte: http://www.idec.org.br/consultas/recalls-e-produtos-inseguros. Acesso em 25/09/2014. Pós-Graduação | Unicesumar 45 CONSIDERAÇÕES FINAIS Logística reversa de pós-venda em se tratando de informações e fidelização de clien- tes, ela se torna estratégica, por outro lado, em se tratando de retrabalhos, o erro ou propriamente gargalo em processos produtivos acarreta uma obrigação de fluxo de retorno para atendimento ao consumidor sendo recall ou propriamente processos de garantia de produtos. Por mais que seja um retrabalho e um custo, a empresa tem que gerenciar essa logística no menor tempo e propriamente no menor custo possível. Recall – IDEC - Recall é um comunicado que o fornecedor faz, convocando todos os consumidores que adquiriram determinado produto para que reparem algum defeito que existe no produto em questão. Confira mais em: https://www.youtube.com/watch?v=pcVpqchdgGQ Site do Governo Brasileiro, Ministério da Justiça, para consulta pública de lotes e fabricantes para identificação se o seu veiculo precisa de recall. http://portal.mj.gov.br/recall/pesquisaConsumidor.jsf Web Gestão de Negócios 46 LOGÍSTICA É SIMPLES?! O ser humano é o complicado Em se tratando de viabilidade logística e cenário Brasil, temos sim alguns agravantes, como infraestrutura e modais de transportes, porém existe um agravante maior de todos, que é a im- portância do capital humano no cenário logístico. Como já diria o Haspásio, quantos litros de agua são necessários para se produzir um quilo de pão? São necessários mil litros de água pra se produzir um quilo de pão, ou seja, tenho que cultivar o trigo antes que ele se torne matéria-prima como ingrediente para a massa do pão. Temos que enxergar a logística desta forma, ou seja, de forma holística para que se viabilize o setor. A logística vem sendo cada vez mais complicada, pois atuamos num cenário competitivo entre todos os elos da cadeia e não propriamente partindo para um cenário perfeito que é a criação de vínculos e redes colaborativas. É a grande questão, por que temos que ganhar em apenas um elo da cadeia logística, se juntos podemos ganhar de forma mutua e reciproca viabilizando o canal entre todos os integrantes? A logística é simples, o ser humano que é complicado quando se trata de gestão, esta atividade acarreta impactos de descontrole de estoque, gargalos de transporte guerra em sistemas pro- dutivos. Está na hora de pararmos com a batalha e partirmos para um setor colaborativo e viável, em se tratando de giro de informação, fidelização, estabelecimento de contratos, para que sim, tenha- mos uma integração logística. Já ouviu falar em Supply Chain Managament? Meus caros, este termo não sai dos livros, o Supply Chain management não existe no Brasil, o máximo que temos é integração logística, ou seja, te- mos apenas alguns elos de cadeia integrado e não propriamente a cadeia toda, não permitindo considerar o supply chain como determina a teoria. Para quebrar esses paradigmas e termos realmente logística no país, temos que criar culturas colaborativas, permitindo o lean manufacturing, gestão correta de estoque, movimentação e distribuição correta, de forma que se permita planejamento. Da forma que trabalhamos hoje, somos operadores adivinhadores de possibilidades, não temos como dimensionar nada sem estar integrados a nossos elos da cadeia. Para termos uma logística perfeita, antes de ferramentas, melhores praticas e sistemas de infor- mação, precisamos desenvolver pessoas para atuarem de forma colaborativa e que tenham visão holística da cadeia completa. O profissional de logística não pode enxergar apenas seu ambiente de trabalho. Fonte: o autor. Pós-Graduação | Unicesumar 47 3 LOGÍSTICA REVERSA Professor Mestre Renato Binoto Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Logística Reversa de Pós-Consumo • Canais e viabilidadede retorno • Gerenciamento de resíduos • Compliance Objetivos de Aprendizagem • Discutir e Contextualizar os canais de retorno de pós-consumo • Apresentar a legalidade de retorno e propriamen- te a PNRS Para a aplicação da logística reversa e gerenciamento de resídu- os sólidos urbanos é primordial a visão holística e sistêmica no contexto integrado e colaborativo, ou seja, deve englobar etapas articuladas entre si, desde a não geração até a disposição final, com atividades compatíveis com as dos demais sistemas do saneamen- to ambiental, sendo essencial a participação ativa e cooperativa do primeiro, segundo e terceiro setor, respectivamente, governo, ini- ciativa privada e sociedade civil organizada. Com a Logística Reversa dos bens de pós-consumo, as organiza- ções também podem obter uma boa parte de materiais de volta para o seu fluxo de produção, seja por meio da reciclagem ou do reuso. A logística para reciclagem é um conjunto de técnicas que tem por finalidade aproveitar os “detritos” e reutilizá-los no ciclo de produção de que saíram ou em um ciclo de produção paralelo. É uma atividade pela qual, materiais que poderiam se tornar lixo, ou que já estão no lixo, são desviados, coletados, separados e proces- sados para serem usados como matéria-prima na manufatura de novos produtos. Como, para as empresas recicladoras, estas ma- térias recuperadas sempre têm um custo mais conveniente que o da matéria prima original, cabe à logística para reciclagem viabili- zar economicamente o transporte e a armazenagem dos produtos, obtendo, como efeito colateral benéfico, uma diminuição dos danos ambientais. Logística Reversa 50 A figura abaixo ilustra as relações entre o processo logístico reverso. Os resíduos devem ser coletados, selecionados e expedidos. Posteriormente serão encaminhados para retornar ao ciclo de negócios que abrange as seguintes etapas: reprocessamento, revenda, recondiciona- mento e reciclagem. Se não servirem para estes processos, os resíduos são descartados, possibilitando seu retorno ao ciclo produti- vo como materiais secundários. De acordo com a figura, vale ressaltar a importância do beneficiamento primário e secundário, ou seja, para a viabilidade de coleta em empre- sas ou cooperativas, se faz necessário esse tipo de beneficiamento para agregação de valor, ou seja, o simples fato de coleta e co- mercialização, sem as etapas de reprocessos e transformação de resíduos em subprodutos para retorno ao fluxo produtivo, não agrega valor ao canal e propriamente economia e margem de lucratividade ao elo da cadeia reversa. logística reversa de pós-consumo Figura: - Esquema do Processo Logístico Reverso Fonte: Adaptação Leite, 2003 Condicionar Recondicionar Processar ReprocessarReiniciar Vender Revender Descarte Expedição Coleta Aterro Sanitário Bene�ciamento Secundário Bene�ciamento Primário Agregação de valor Comercial Retorno ao Ciclo dos negócios Pós-Graduação | Unicesumar 51 Os principais benefícios, no caso da recicla- gem, são a preservação do meio ambiente e a redução de custos para as empresas (em alguns casos). As primeiras cadeias de recicla- gem apareceram por razões econômicas. As cadeias de reciclagem de aço, ferro e papel, por exemplo, antecedem a preocupação pública com ecologia ou com o meio am- biente (KOPICKI, 1993). Tanto a reciclagem de materiais, quanto as atividades de recondicionamento e rema- nufatura de produtos podem ser realizadas seguindo as mesmas etapas, que são três (KOPICKI, 1993): coleta, processamento e utilização. As dificuldades na coleta dos materiais e produtos a serem reciclados são compar- tilhadas com outras atividades da Logística Reversa, como o retorno de embalagens, por exemplo. O processamento consiste em escolha, limpeza e algum tipo de alteração de forma (quando isso facilitar a utilização ou o transporte nas etapas seguintes), além do em- pacotamento (quando for o caso), mas não necessariamente nessa ordem (MARQUES, 2003). O objetivo da limpeza (do material recolhido) e da escolha consiste em separar o material a ser reciclado (ou recolhido) dos demais materiais e resíduos. O homem só se deu conta disto, devido aos impactos ambientais, surgimento de doenças e logicamente, escassez de matéria prima de fonte finita. Como vimos anterior- mente, historia da reciclagem é baseada nesses fatores onde ganhou destaque a partir do final da década de 1980, quando foi cons- tatado que as fontes de petróleo e de outras matérias-primas não renováveis estavam se esgotando rapidamente, e que havia falta de espaço para a disposição de resíduos e de outros dejetos na natureza. A expressão vem do inglês recycle (re = repetir, e cycle = ciclo). A reciclagem é o termo designado para reaproveitamento de materiais que benefi- ciados e reprocessados como matéria-prima para novos produtos. Os materiais mais comuns são o papel, o vidro, o metal e o plás- tico. As maiores vantagens da reciclagem são a minimização da utilização de fontes naturais, muitas vezes não renováveis; e a minimização da quantidade de resíduos que necessita de tratamento final, como aterra- mento, ou incineração. Importante, o conceito de reciclagem serve apenas para os materiais que podem voltar ao estado original e ser transforma- do novamente em um produto igual em todas as suas características. O conceito de reciclagem é diferente do de reutilização, re- ciclagem vem de reciclo, ou seja, voltar ao Logística Reversa 52 que era antes. Por exemplo se eu reciclar uma garrafa pet, eu a reprocesso e ela volta a ser uma garrafa de pet. Por outro lado, posso reu- tilizar uma garrafa de pet, neste caso posso fazer artesanato entre outras coisas. Ainda, a importância da reciclagem que é o ato de reciclar, ou seja, refazer o ciclo, permite trazer de volta, à origem, sob a forma de matérias-primas, aqueles materiais que não se degradam facilmente e que podem ser reprocessados, mantendo suas caracte- rísticas básicas. Para os resíduos sólidos urbanos gerados em pequenos municípios destacam-se as seguintes formas de reaproveitamento e tra- tamento de resíduos: • Reciclagem – processo de transformação dos resíduos com o objetivo de inseri-los novamente como matéria-prima na cadeia produtiva. • Reutilização – uso direto dos resíduos como produto, necessitando, por exemplo, no caso de embalagens, de procedimentos de limpeza, como lavagem e/ou esterilização. • Recuperação – extração de certas substâncias do resíduo. No caso de reforma ou conserto de resíduos volumosos, como móveis ou eletrodomésticos descartados, pode- se entender este procedimento como forma de recuperação. • Desmanche Canibalismo – Ferros velho e desmanche de veículos para comercialização de peças de veículos • Doação e Caridade – Doação de produtos para outras pessoas ao qual o produto ainda apresente boas caraterísticas de uso • Incineração – queima de materiais impactantes sem potencialidade de reuso e reciclagem Qual é o seu papel como gerador de resíduos, e qual sua importância no sistema de retorno? Quanto à utilização: muitas empresas alegam não trabalhar com matérias-primas secundá- rias (recicladas) devido à baixa qualidade, ao preço mais alto e à indisponibilidade frequen- te de fornecimento. Apesar disto, é cada vez maior o número de empresas que alegam que estão economizando por meio da reci- clagem. Segundo (KOPICKI, 1993), em muitos casos, essa economia é indireta, evitando-se multas pelo não cumprimento de exigências legais. Já a disponibilidade (ou incerteza de suprimento) de matérias-primas recicladas ainda é um problema principalmente para ramos que trabalham com escalas de pro- dução muito grandes. Isso porque a coleta e o processamento desses materiais normal- mente são feitos por empresas pequenas e médias que muitas vezes
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