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Prof. Erick Alves Aula 02 1 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU Aula 02 Controle Externo para TCU Auditor Federal de Controle Externo Prof. Erick Alves Prof. Erick Alves Aula 02 2 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU Sumário SUMÁRIO ..................................................................................................................................................2 APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................................... 3 COMPETÊNCIAS ATRIBUÍDAS AO TCU PELA CONSTITUIÇÃO .................................................................... 4 COMPETÊNCIAS DO ART. 71 DA CF ............................................................................................................................ 4 COMPETÊNCIA DO ART. 72, §1º ............................................................................................................................... 50 COMPETÊNCIA DO ART. 74 §2º ............................................................................................................................... 51 COMPETÊNCIA DO ART. 161, PARÁGRAFO ÚNICO ....................................................................................................... 52 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PELOS TRIBUNAIS DE CONTAS .......................................................................... 56 QUESTÕES COMENTADAS DA BANCA CESPE .......................................................................................... 60 LISTA DE QUESTÕES............................................................................................................................... 70 GABARITO .............................................................................................................................................. 83 RESUMO DIRECIONADO .........................................................................................................................84 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 86 Prof. Erick Alves Aula 02 3 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU Apresentação Nesta aula, vamos estudar o seguinte item do edital do último concurso de Auditor do TCU: CONTROLE EXTERNO: Competências atribuídas ao TCU pela Constituição. Este livro digital em PDF está organizado da seguinte forma: Teoria permeada com questões, para fixação do conteúdo – estudo OBRIGATÓRIO, págs. 4 a 59; Bateria de questões comentadas da banca organizadora do concurso, para conhecer a banca e o seu nível de cobrança – estudo OBRIGATÓRIO, págs. 60 a 69; Lista de questões da banca sem comentários seguida de gabarito, para quem quiser tentar resolver antes de ler os comentários – estudo FACULTATIVO, pág. 70 a 83; Resumo Direcionado, para auxiliar na revisão – estudo FACULTATIVO, págs. 84 a 85. Você pode ouvir o meu curso completo de Direito Administrativo narrado no aplicativo EmÁudio Concursos, disponível para download em celulares Android e IOS. No aplicativo, você pode ouvir as aulas em modo offline, em velocidade acelerada e montar listas. Assim, você consegue estudar em qualquer hora e lugar! Vale a pena conhecer! Além disso, neste número, eu e a Prof. Érica Porfírio disponibilizamos dicas, materiais e informações sobre Direito Administrativo. Basta adicionar nosso número no seu WhatsApp e nos mandar a mensagem “Direito Administrativo”. proferickalves proferickalves Prof. Erick Alves Aula 02 4 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU Competências atribuídas ao TCU pela Constituição Na Constituição Federal, as competências do TCU estão expressas, fundamentalmente, no art. 71, seus incisos e parágrafos. Há, porém, outros dispositivos na Carta Magna que conferem atribuições específicas para a Corte de Contas, como o art. 33, §2º, art. 72, §1º, art. 74, §2º e art. 161, parágrafo único. Além disso, o STF reconhece a competência do TCU para apreciar, no exercício de suas atribuições, a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público. Nesta aula, vamos estudar tudo isso! Competências do art. 71 da CF O caput do art. 71 da CF dispõe: Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: O dispositivo informa que, para auxiliar o exercício do controle externo a cargo do Congresso Nacional, o TCU possui competências próprias e privativas, enumeradas nos incisos seguintes, atribuições que, frise-se, não podem ser desempenhadas por nenhum outro órgão ou Poder, nem mesmo pelo Congresso. Então, compete ao TCU: Emitir parecer prévio sobre as contas anuais prestadas pelo Presidente da República I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; O TCU aprecia – não julga! - as contas anuais do Presidente da República e emite parecer prévio. O prazo para emissão do parecer prévio é de até 60 dias a contar do recebimento das contas pelo Tribunal. O procedimento é o seguinte1: 1 Lima (2011), com adaptações. Leitura obrigatória: CF, art. 71 Prof. Erick Alves Aula 02 5 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU Fonte: TCU 1. O Presidente da República apesenta ao Congresso, no prazo de 60 dias após a abertura da sessão legislativa, as contas relativas ao exercício anterior (CF, art. 84, XXIV); 2. O Congresso envia as contas para análise do TCU (não há prazo previsto na CF); 3. No prazo de 60 dias a contar da data de seu recebimento, o TCU aprecia as contas, na forma de um parecer prévio, aprovado pelo Plenário do Tribunal, que é enviado ao Congresso; 4. No Congresso, as contas e o parecer prévio do TCU são considerados pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) na elaboração do seu parecer, que conclui por Projeto de Decreto Legislativo (CF, art. 166, §1º, I). O parecer prévio do TCU não vincula o parecer da CMO; e 5. O Plenário do Congresso Nacional julga as contas do Presidente da República ao deliberar sobre o referido Projeto de Decreto Legislativo (CF, art. 49, IX). Prof. Erick Alves Aula 02 6 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU Assim, por força do art. 49, IX da CF, compete exclusivamente ao Congresso Nacional o julgamento das contas do Presidente da República. O TCU somente as aprecia e emite parecer prévio, enquanto o parecer para julgamento é dado pela CMO, na forma de projeto de Decreto Legislativo. O Plenário do Congresso Nacional julga as contas do Presidente da República ao deliberar sobre tal projeto de Decreto Legislativo. As contas prestadas pelo Presidente da República constituem as chamadas contas de governo, de natureza política, que propicia uma visão macro do desempenho da economia e das políticas sociais, em confronto com as normas constitucionais, legais e regulamentares. Contas de governo é o conjunto de documentos por meio do qual o chefe do Poder Executivo submete os resultados gerais do exercício financeiro-orçamentário, originados dos seus atos de governo ou atos políticos, de sua estrita competência, a julgamento político do Poder Legislativo2. Segundo o art. 36, parágrafo único, da Lei Orgânica do TCU, as contas prestadas pelo Presidente da República consistirão nos balanços gerais da União e no relatório do órgão central do sistema de controle interno do Poder Executivo sobre a execução dos orçamentos de que trata o art. 165, §5º da CF, que são os seguintes: ▪ Orçamento fiscal referente aosPoderes, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; ▪ Orçamento de investimento das empresas em que o Poder Público, direta ou indiretamente, detenha maioria do capital social com direito a voto; ▪ Orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta e indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. Detalhe interessante é que as contas de governo não devem trazer apenas informações sobre a gestão do Poder Executivo, mas também dados sobre as atividades administrativas dos demais Poderes, fazendo com que o relatório elaborado pelo TCU componha um panorama de toda a Administração Pública Federal, de modo a subsidiar o julgamento a ser efetuado pelo Congresso Nacional. Isso porque o Presidente da República não presta contas unicamente como chefe de um dos Poderes, e sim como responsável geral pela execução orçamentária da União. Tanto é assim que a aprovação política das contas presidenciais pelo Congresso Nacional não libera os responsáveis diretos pela gestão financeira das inúmeras unidades orçamentárias do próprio Poder Executivo do julgamento de suas contas específicas por parte do Tribunal de Contas, como veremos adiante. 2 Aguiar e Aguiar (2008, p. 17) Quem julga as contas do Presidente da República é o Congresso Nacional. O TCU apenas emite parecer prévio. Prof. Erick Alves Aula 02 7 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU Fique atento!! O caput do art. 56 da LRF dispõe que as contas prestadas pelo Chefe do Poder Executivo incluirão, além das suas, as dos presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do chefe do Ministério Público, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do Tribunal de Contas. Assim, a Lei prevê vários pareceres prévios a serem emitidos pelo TCU, um para o presidente de cada órgão. Entretanto, o referido dispositivo da LRF encontra-se suspenso, em caráter liminar, pelo STF (ADIn 2.238-5). Por esse motivo, o TCU, no momento, emite parecer prévio exclusivamente em relação às contas do Presidente da República, que são julgadas pelo Congresso Nacional, como previsto na Constituição. As contas dos presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, ao contrário, em vez de serem objeto de pareceres prévios individuais, são efetivamente julgadas pelo TCU, por força do art. 71, II da CF e em consonância com a decisão do Supremo. Não obstante, o relatório elaborado pelo TCU sobre as contas de governo, que acompanha o parecer prévio, contempla informações sobre os demais Poderes e o Ministério Público, compondo assim um panorama de toda a Administração Pública Federal. Na última revisão do RI/TCU, em 2012, o texto da norma foi adequado à situação ora vigente, alterando as referências que fazia às Contas do Governo da República para Contas do Presidente da República (ver Título VI, Capítulo II, art. 221 a 229 do RI/TCU). Inclusive, foi revogado o §1º do art. 221, que, nos moldes da LRF, dizia que as contas de governo incluiriam, além das contas do Presidente da República, as contas dos presidentes dos demais Poderes e do chefe do Ministério Público. Dessa forma, o Regimento Interno deixou de referir-se a vários pareceres e passou a considerar apenas um parecer prévio, emitido exclusivamente sobre as contas do Presidente da República. Segundo o Regimento Interno do TCU, o parecer prévio emitido pelo Tribunal é conclusivo no sentido de exprimir se as contas prestadas pelo Presidente da República representam adequadamente as posições financeira, orçamentária, contábil e patrimonial em 31 de dezembro, bem como sobre a observância dos princípios constitucionais e legais que regem a administração pública federal. Nesse sentido, o parecer prévio deve conter registros sobre a observância às normas constitucionais, legais e regulamentares na execução dos orçamentos da União e nas demais operações realizadas com recursos públicos federais, em especial quanto ao que estabelece a lei orçamentaria anual (RI/TCU, art. 228). Para cumprir o prazo de 60 dias previsto na Constituição, o RI/TCU determina que o relatório e o projeto do parecer prévio sobre as Contas do Presidente da República serão apresentados ao Plenário do TCU pelo relator dentro do prazo de 50 dias a contar do recebimento das contas pelo Tribunal (RI/TCU, art. 223). O relator, no caso, é o ministro do TCU encarregado de presidir a análise das contas. Todo ano, na primeira sessão ordinária do Plenário do mês de julho, é sorteado o ministro relator das Contas do Presidente da República relativas ao exercício subsequente (RI/TCU, art. 155). Assim, no início de julho de 2018, foi sorteado o relator das Contas relativas a 2019, que serão apreciadas pelo Tribunal para emissão de parecer prévio em 2020. Vale ressaltar que somente ministros titulares podem relatar as Contas do Presidente da República. Os Auditores (Ministros-Substitutos) não podem. Prof. Erick Alves Aula 02 8 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU O relatório elaborado pelo ministro relator, que acompanha o parecer prévio, deve conter informações sobre o (RI/TCU, art. 228, §2º): ▪ Cumprimento dos programas previstos na lei orçamentária anual quanto à legitimidade, eficiência e economicidade, bem como o atingimento de metas e a consonância destes com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; ▪ Reflexo da administração financeira e orçamentária federal no desenvolvimento econômico e social do País. ▪ Cumprimento dos limites e parâmetros estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. O parecer prévio emitido pelo TCU pode ser pela aprovação, com ou sem ressalvas e recomendações, ou pela rejeição das contas. Todavia, embora o parecer prévio seja conclusivo, é meramente opinativo, não vinculando o parecer da CMO e muito menos o julgamento a cargo do Congresso Nacional. Vale lembrar que, caso o Presidente da República não preste as contas, compete à Câmara dos Deputados tomá-las (art. 51, II, da CF). Para finalizar o assunto, segue um texto bastante elucidativo acerca da natureza e da finalidade do parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas. O texto foca na realidade dos Tribunais de Contas dos Estados, mas suas ideias centrais também valem para o TCU: O parecer prévio emitido pelo TCU sobre as contas do Presidente da República é meramente opinativo e, por isso, não vincula o julgamento a cargo do Congresso Nacional. Prof. Erick Alves Aula 02 9 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU O QUE É O PARECER PRÉVIO3 De acordo com a ordem constitucional, uma das funções dos Tribunais de Contas dos Estados é analisar as prestações de contas dos governos municipais e estaduais e sobre elas emitir parecer prévio. O nome “parecer prévio” se justifica pelo fato de ele representar uma posição preliminar do órgão de controle externo, a qual deverá, ainda, ser apreciada pelos Parlamentos – Câmaras de Vereadores e Assembleias Legislativas, respectivamente. Assim, os TCEs não julgam as contas de Prefeitos e Governadores, mas, com base em um relatório específico, contendo a análise sobre as prestações de contas dos titulares do Poder Executivo, emitem parecer pela aprovação ou rejeição das contas, o qual, necessariamente, será submetido à votação dos representantes do povo. No caso dos municípios, a posição do TCE expressa pelo parecer prévio só poderá ser revertida pela Câmara Municipal mediante votação de, no mínimo, 2/3 dos seus membros. Quando se tratar de contas estaduais, a reversão poderá se dar pela maioria simples dos votos dos Deputados Estaduais. No caso do exame das contas do Governo do Estado, o Tribunalde Contas elabora, primeiramente, um relatório técnico com apreciação geral e fundamentada da gestão orçamentária, patrimonial, financeira, operacional, ambiental, econômica e fiscal do exercício. Esse relatório, que verifica também se as operações estão de acordo com os princípios de contabilidade pública e se foram atendidos os limites de gastos nas áreas da educação, saúde e pessoal, estabelecidos constitucionalmente, é encaminhado ao titular do Poder Executivo para sua manifestação. Posteriormente, o Plenário do TCE debate e vota a matéria, aprovando o parecer prévio que será encaminhado à Assembleia Legislativa. Caberá aos Deputados Estaduais, então, a aprovação, com ou sem ressalvas, ou a rejeição das contas anuais do Governo. Nesse sentido, a análise global da gestão pelo TCE, de natureza técnica e informativa, serve de base para o julgamento político-administrativo, cuja competência, conforme determina a Constituição do Estado, é do Poder Legislativo. 3 Retirado do Parecer Prévio sobre as contas do Governador do RS, relativo ao exercício de 2011. Disponível no site do TCE-RS ou clicando aqui. http://www1.tce.rs.gov.br/portal/page/portal/tcers/consultas/contas_estaduais/contas_governador Prof. Erick Alves Aula 02 10 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU Questões para fixar 1) TCU – TEFC 2012 – Cespe Em observância ao princípio constitucional da independência dos poderes, as contas referentes à gestão financeira e orçamentária dos Poderes Legislativo e Judiciário não são incluídas nas contas prestadas anualmente pelo presidente da República, sobre as quais cabe ao TCU emitir parecer prévio. Comentário: O erro do quesito está na expressão “não são incluídas”. Embora o TCU emita parecer prévio exclusivamente em relação às contas do Presidente da República, o relatório elaborado pelo Tribunal relativo às contas de governo contempla informações sobre a gestão financeira e orçamentária dos demais Poderes e o Ministério Público, compondo assim um panorama de toda a Administração Pública Federal. Sobre o assunto, vale apresentar informação presente no relatório emitido pelo TCU sobre as contas da Presidente da República relativa ao exercício de 2011, disponível no site do Tribunal: Registro que o TCU emite parecer prévio apenas sobre as contas prestadas pela Presidente da República, pois as contas atinentes aos Poderes Legislativo e Judiciário e ao Ministério Público não são objeto de pareceres prévios individuais, mas efetivamente julgadas por esta Corte de Contas, em consonância com a decisão do Supremo Tribunal Federal, publicada no Diário da Justiça de 21/8/2007, ao deferir Medida Cautelar no âmbito da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2.238-5/DF. O Relatório sobre as Contas do Governo da República contempla, não obstante, informações sobre os demais Poderes e o Ministério Público, compondo assim todo um panorama da administração pública federal. Para fins didáticos, vamos ver a justificativa que o Cespe apresentou para a manutenção do gabarito após os recursos: Recurso indeferido. De acordo com o art. 56, ‘caput’, da Lei Complementar n° 101, de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), "As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no art. 20, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas". Em Ação Direta de Inconstitucionalidade (n° 2.238-5), o STF indeferiu liminar relativa ao art. 56 em julgamento de 12/02/2003, e indeferiu medida cautelar, por unanimidade, em julgamento de 08/08/2007, referente ao dispositivo legal mencionado. Assim sendo, as contas do Presidente da República incluem toda a gestão do governo federal, abarcando, portanto, os Poderes Legislativo e Judiciário. Não é por outro motivo que a Lei Orgânica do TCU determina, em seu art. 36, parágrafo único, que as contas do Presidente consistirão nos balanços gerais da União e no relatório sobre as leis de que trata o § 5º, do art. 165, da CF. Primeiramente, vale destacar que o art. 56, caput da LRF, encontra-se sim suspenso cautelarmente pelo STF, ao contrário do que afirma a banca em sua justificativa. É só verificar o trecho do relatório do TCU sobre as contas da Presidente da República reproduzido acima, no qual o Tribunal faz referência à decisão do Supremo que deferiu a medida cautelar no âmbito da ADI 2.238-5/DF. Ademais, em consulta Prof. Erick Alves Aula 02 11 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU ao site do STF, verifica-se que a decisão citada pela banca, proferida em 8/8/2007, que teria indeferido a cautelar, foi retificada no dia seguinte, 9/8/2007, confirmando o deferimento da medida e a consequente suspensão do art. 56, caput da LRF. Veja: EMENTA: CONSTITUCIONAL. MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 04 DE MAIO DE 2000 (LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL). MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.980-22/2000. Lei Complementar nº 101/2000. (...) XXVI - Art. 56, caput: norma que contraria o inciso II do art. 71 da Carta Magna, tendo em vista que apenas as contas do Presidente da República deverão ser apreciadas pelo Congresso Nacional. (...) Decisão: O Tribunal, por unanimidade, indeferiu a medida cautelar relativamente ao artigo 56, caput, e, por maioria, deferiu a cautelar quanto ao artigo 57, ambos da Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000, vencido o Senhor Ministro Ilmar Galvão (Relator), que a indeferia. Votou a Presidente, Ministra Ellen Gracie. Impedido o Senhor Ministro Gilmar Mendes. Lavrará o acórdão o sucessor do Ministro Ilmar Galvão, o Senhor Ministro Carlos Britto, que não participou da votação. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Plenário, 08.08.2007. Decisão: Fica retificada a decisão proclamada na assentada anterior para constar que, quanto ao artigo 56, caput, da Lei Complementar nº 101/2000, o Tribunal, à unanimidade, deferiu a cautelar, nos termos do voto do Relator. Ausente, nesta assentada, o Senhor Ministro Eros Grau. Presidência da Senhora Ministra Ellen Gracie. Plenário, 09.08.2007. Portanto, a última decisão do Supremo sobre o assunto confirma a atual suspensão cautelar do art. 56, caput da LRF. Não obstante, ressalto que, a meu ver, a questão está mesmo errada, mas pelas razões que expus no início desse comentário, e não pela justificativa da banca. Gabarito: Errado 2) TCU – ACE 2005 – Cespe O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, é exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete julgar as contas prestadas anualmente pelo presidente da República, em 60 dias a contar de seu recebimento. Comentário: O TCU não julga as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República. De acordo com o art. 71, I da CF, o Tribunal deve apreciá-las, mediante parecer prévio, em até 60 dias a contar do seu recebimento. O julgamento é competência do Congresso Nacional (CF, art. 49 IX). No âmbito do TCU, compete privativamente ao Plenário do Tribunal deliberar sobre o parecer prévio relativo às Contas do Prof. Erick Alves Aula 02 12 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU Presidente da República (RI/TCU, art. 15, I, “a”). Tal parecer é conclusivo, no sentido da aprovação ou rejeição das contas, porém não vincula o julgamento efetuado pelo Congresso. Observe ainda que, no plano federal, a comissão mista de senadores e deputados (CMO) também emite parecer sobre as contas prestadas pelo Presidente da República (CF, art. 166, §1º, I). Gabarito: Errado 3) TCDF – ACE 2012 - Cespe De acordo com a Lei Orgânica do TCDF, é de competência desse tribunal julgar as contas do governador do DF e elaborarrelatório sintético a esse respeito, emitindo parecer definitivo, no qual o conselheiro relator — antes de se pronunciar sobre o mérito das contas — ordena a citação dos responsáveis. Comentário: Por simetria com o disposto na Constituição Federal, o julgamento das contas dos Chefes do Poder Executivo nas demais esferas de governo compete ao Poder Legislativo local, após parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas competente. No caso do Distrito Federal, de que trata o comando da questão, o julgamento das contas do governador compete à Câmara Legislativa do DF e não ao TCDF, daí o erro. O TCDF, a exemplo do TCU, apenas emite parecer prévio. Gabarito: Errado 4) TCU – AUFC 2011 – Cespe Ao julgar irregulares as contas do chefe do Poder Executivo, o TCU, no exercício de suas competências, deverá ajuizar as ações civis e penais cabíveis. Comentário: O quesito está errado. A competência para julgar as contas do chefe do Poder Executivo Federal, ou seja, do Presidente da República, é do Congresso Nacional, e não do TCU. O TCU apenas emite parecer prévio que subsidia, porém não vincula, o julgamento a cargo do Legislativo (CF, art. 49, IX; art. 71, I). Registre-se que o TCU deve representar ao Poder competente quando tiver conhecimento, no exercício de sua jurisdição, de abusos sujeitos à ação civil ou penal (CF, art. 71, XI). A apuração e o julgamento de tais ilícitos são da competência do Poder Judiciário, estando fora da esfera de atuação do Tribunal de Contas. Portanto, o quesito também erra ao afirmar que o TCU “deverá ajuizar as ações civis e penais cabíveis”. Gabarito: Errado 5) TCE/RS – OCE 2013 – Cespe Cabe ao TCE/RS julgar as contas a serem prestadas anualmente pelo governador do estado e pelos prefeitos municipais, nos termos da Lei Orgânica do TCE/RS. Comentário: O Tribunal de Contas não julga as contas do Chefe do Poder Executivo. Apenas emite parecer prévio. Quem julga é o Poder Legislativo, nas respectivas esferas de governo, ou seja, Congresso Nacional Prof. Erick Alves Aula 02 13 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU (Presidente da República), Câmara Legislativa (Governador de DF), Assembleias Legislativas (Governadores dos Estados) e Câmaras Municipais (Prefeitos dos Municípios). Gabarito: Errado 6) TCE/RS – OCE 2013 – Cespe O parecer prévio sobre as contas prestadas anualmente pelo governador do DF à Câmara Legislativa deve obrigatoriamente incluir recomendação pela aprovação ou pela rejeição das contas, de acordo com a forma prevista em regulamento. Comentário: A assertiva está correta. O parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas a respeito das contas do Governador deve ser conclusivo, isto é, deve incluir recomendação objetiva indicando se as contas merecem ser aprovadas ou rejeitadas. Gabarito: Certo 7) TCU – AUFC 2013 - Cespe São competências do TCU a análise técnico-jurídica e o julgamento das contas prestadas anualmente pelo presidente da República e a emissão de pareceres gerais. Comentário: A questão está errada. Como se vê, esse é um assunto batido nas provas do Cespe. Nos termos do art. 71, I da CF, o TCU não julga as contas do Presidente da República, e sim emite parecer prévio. Gabarito: Errado 8) TCU – AUFC 2011 – Cespe Caso sejam constatadas irregularidades nas contas do presidente da República, o TCU deverá emitir parecer prévio pela rejeição dessas contas, o que tornará o chefe do Poder Executivo inelegível para as eleições que se realizarem nos oito anos subsequentes à emissão da referida peça técnica. Comentário: A primeira parte do quesito está correta (Caso sejam constatadas irregularidades nas contas do presidente da República, o TCU deverá emitir parecer prévio pela rejeição dessas contas...), uma vez que, nos termos do RI/TCU (art. 228), o parecer prévio do Tribunal será conclusivo. Entretanto, o parecer prévio do TCU, por si só, não torna o chefe do Executivo inelegível, como afirma a parte final do item. A decisão sobre a inelegibilidade compete à Justiça Eleitoral. O parecer do TCU é meramente opinativo. Gabarito: Errado 9) TCU – ACE 2005 – Cespe De acordo com as normas infraconstitucionais, o TCU tem competência para julgar as contas dos gestores da administração federal direta e indireta. Mas, em relação às contas de governo da República, o Tribunal deve apenas apreciá-las e emitir parecer prévio, pois cabe ao Congresso Nacional julgá-las com Prof. Erick Alves Aula 02 14 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU base nos pareceres emitidos pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional de que trata o art. 166 da Constituição Federal. Comentário: A competência para o TCU julgar as contas dos gestores da administração federal direta e indireta provém da própria Constituição (CF, art. 71, II) e não da legislação infraconstitucional, daí o erro do quesito. Da mesma forma, a Constituição determina que o julgamento das contas prestadas pelo Chefe do Executivo Federal (contas do Presidente da República) é de competência do Congresso Nacional (CF, art. 49, IX), cabendo ao TCU apenas apreciá-las e emitir parecer prévio (CF, art. 71, I). Norma infraconstitucional não pode alterar tais competências do TCU e do Congresso. Gabarito: Errado 10) TCU – ACE 2005 – Cespe Nos termos da Constituição Federal de 1988, o TCU pode apreciar contas de governo de autarquia territorial e emitir parecer prévio. Comentário: Segundo o art. 33, §2º da CF, as contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do TCU. Detalhe é que a emissão de parecer prévio sobre as contas do Governo do Território é uma competência do TCU somente, não extensível aos demais tribunais de contas. O procedimento é o mesmo que o das contas do Presidente da República. O TCU emite parecer prévio, no prazo de 60 dias a contar de seu recebimento. O julgamento fica a cargo do Congresso Nacional, após parecer da CMO. Gabarito: Certo 11) TCU – TCE 2007 – Cespe O TCU apreciará as contas prestadas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, consolidadas às contas dos respectivos tribunais, mediante parecer prévio, ao qual caberá recurso, inclusive patrimonial, quanto à adequação. Comentário: A questão está errada. O TCU emite parecer prévio apenas em relação às contas do Presidente da República. Todas as demais contas submetidas ao TCU, inclusive as do Supremo Tribunal Federal, relativas às atividades administrativas da Suprema Corte, são efetivamente julgadas. Ademais, observe que a assertiva fala em “recurso” quanto à adequação do parecer prévio. Nas normas de controle externo, não há previsão de recurso contra o parecer prévio emitido pelo TCU, haja vista seu caráter opinativo, que não lhe confere capacidade de afetar direito subjetivo de terceiros. Gabarito: Errado 12) TCE/BA – Procurador 2010 – ESAF Prof. Erick Alves Aula 02 15 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU Cabe exclusivamente ao Congresso Nacional apreciar e julgar anualmente as contas de governo, consideradas em seu sentido mais amplo. Comentário: A exclusividade conferida pela Constituição ao Congresso Nacional refere-se apenas ao julgamento das contas do Presidente da República (CF, art. 49, IX). Também as apreciam o TCU, que emite parecer prévio (CF, art. 71, I), e a Comissão mista de Senadores e Deputados (CMO), que emite parecer, na forma de projeto de Decreto Legislativo (CF, art. 166, §1º, I). Portanto, a palavra “apreciar” torna o quesito incorreto. Gabarito: Errado 13) TCU – ACE 2004 – CESPE Os tribunais de contas devem emitir parecer prévio, separadamente, sobre as contas prestadas pelos chefes do Poder Executivo, pelos presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e pelo chefe do Ministério Público.Já sobre as contas dos tribunais de contas, o parecer deve ser proferido pela comissão mista de orçamento ou equivalente das casas legislativas estaduais e municipais. Comentário: A assertiva está de acordo com o texto da LRF. A primeira frase se refere ao caput do art. 56, que foi suspenso liminarmente pelo STF, em consonância com a decisão publicada no Diário da Justiça de 21/8/2007, no âmbito da ADIn 2.238-5/DF. Portanto, à época do certame, era correta a afirmação de que os tribunais de contas devem emitir parecer prévio, separadamente, sobre as contas prestadas pelos chefes do Poder Executivo, pelos presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e pelo chefe do Ministério Público. Contudo, agora, o Tribunal de Contas emite apenas um parecer prévio, relativo às contas do Chefe do Executivo, em consonância com a decisão do STF, que é liminar, diga-se de passagem, mas está em vigor. Para não haver confusão, vamos alterar o gabarito oficial. Vale lembrar, contudo, que o relatório elaborado pelo Tribunal sobre as contas do Chefe do Poder Executivo contempla informações sobre as atividades administrativas dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, compondo um panorama de toda a Administração Pública. Já a segunda frase, se refere ao §2º do art. 56 da LRF, que não foi suspenso na referida ADIn. O Supremo somente suspendeu o caput do art. 56. Portanto, permanece correto que, sobre as contas dos tribunais de contas, o parecer deve ser proferido pela comissão mista de orçamento (CMO) ou equivalente das casas legislativas estaduais e municipais, segundo o art. 56, §2º da LRF. Gabarito: Errado 14) TCU – AUFC 2009 – Cespe No exame das contas prestadas anualmente pelo presidente da República, o TCU, ao verificar irregularidades graves, poderá impor sanções ao chefe do Poder Executivo, sem prejuízo da apreciação dessas mesmas contas pelo Congresso Nacional. Comentário: Prof. Erick Alves Aula 02 16 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU O TCU exerce sua função opinativa ou consultiva ao emitir parecer prévio sobre as contas do Presidente da República, mas não a sancionatória. O julgamento é competência do Congresso Nacional, na qualidade de representante do povo, e possui caráter político. Busca verificar, entre outros aspectos, se o Chefe do Executivo cumpriu ou não o programa de governo aprovado pelo Legislativo nos planos plurianuais. Em tese, a sanção no caso de rejeição das contas deveria ser imposta pelo povo, nas eleições subsequentes. Além disso, a rejeição das contas pode ensejar: ▪ Abertura de processo de impeachment, nos termos do art. 85 da CF; ▪ Inelegibilidade do gestor, na forma da Lei Complementar 64/1990; ▪ Consequências legais no que concerne à prática de atos de improbidade administrativa (Lei 1.079/50). Todavia, nenhuma dessas sanções é imposta pelo Tribunal de Contas. No parecer prévio emitido pelo Tribunal apenas são formuladas recomendações, se for o caso. Registre-se que os Tribunais de Contas podem impor sanção aos Chefes do Poder Executivo em outros processos de controle externo que não as contas de governo. Por exemplo, se o Chefe do Executivo deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas o Relatório de Gestão Fiscal (RGF) nos prazos previstos, o Tribunal poderá multá-lo, por força do art. 5º, I, §§ 1º e 2º da Lei 10.028/20004, já que a emissão do RGF é de responsabilidade desse Chefe de Poder, conforme art. 54, I da LRF. Contudo, a sanção será aplicada em processo específico, de auditoria ou representação, por exemplo, e não no processo que examina as contas de governo para emissão do parecer prévio. Outro exemplo são os convênios firmados com a União em que o Chefe do Executivo local (Governador e Prefeito) é signatário do ajuste e, nessa condição, contribui, por ação ou omissão, para a ocorrência de prejuízo ao erário. No caso, seria instaurado um processo de tomada de contas especial, a ser julgado pelo TCU (considerando que os recursos do convênio tenham origem federal), no qual o Chefe do Executivo local poderá ser condenado a ressarcir o prejuízo, além de sofrer alguma sanção. Gabarito: Errado 15) TCE/AC – ACE 2008 – Cespe As contas anuais do presidente da República são consolidadas e julgadas primeiramente pela Câmara dos Deputados e depois pelo Senado Federal. Caso sejam rejeitadas, poderão implicar processo de impeachment. Comentário: As contas anuais do Presidente da República são julgadas pelo Congresso Nacional, e não por suas Casas, separadamente (CF, 49, IX) daí o erro do quesito. Não obstante, é correto que, caso as contas sejam rejeitadas pelo Congresso Nacional, poderão implicar processo de impeachment (CF, art. 85). Gabarito: Errado 4 Lei 10.028/2000 – Lei de Crimes Fiscais: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L10028.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L10028.htm Prof. Erick Alves Aula 02 17 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU 16) TCE/PE – Procurador Consultivo 2004 – Cespe Se o TCE/PE considerasse irregulares as contas de um governador, tal fato, por si só, não produziria qualquer consequência direta, nem sanção direta. Comentário: O parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas em relação às contas do chefe do Poder Executivo, apesar de ser um subsídio importante, possui natureza consultiva, opinativa, isto é, não vincula o julgamento a ser efetuado pelo Poder Legislativo. Tampouco resulta em sanção direta. Portanto, o quesito está correto. Gabarito: Certo 17) TCU – ACE 2008 – Cespe As contas dos dirigentes dos Poderes e órgãos da administração pública federal deverão ser encaminhadas, anualmente, ao TCU, dentro de 60 dias após a abertura da sessão legislativa. Comentário: As contas dos dirigentes dos Poderes e órgãos da administração pública federal deverão ser encaminhadas ao TCU dentro dos prazos definidos em ato normativo do Tribunal (RI/TCU, art. 192). A questão procurou confundir o candidato, pois o prazo de 60 dias após a abertura da sessão legislativa é o prazo de que dispõe o Presidente da República para, anualmente, apresentar suas contas referentes ao exercício anterior ao Congresso Nacional (CF, art. 84, XXIV). Gabarito: Errado 18) TCU – ACE 2008 – Cespe Na sua missão de apreciação das contas anuais dos dirigentes da República, o TCU emitirá parecer prévio específico para cada Poder, inclusive para o Ministério Público Federal, impreterivelmente até a data do recesso subsequente ao do recebimento dessas contas. Comentário: Como já comentado, face à suspensão cautelar do caput do art. 56 da LRF, o TCU, assim como os demais Tribunais de Contas, emite parecer prévio exclusivamente em relação às contas do Chefe do Poder Executivo. Portanto, em relação às contas anuais dos demais dirigentes da República, o TCU não emite parecer prévio, e sim julga. Assim, as contas do dirigente responsável pela gestão administrativa do Ministério Público Federal são julgadas pelo TCU e não somente objeto de parecer prévio. Ademais, o prazo para o TCU emitir o parecer prévio é de 60 dias a contar de seu recebimento pelo Tribunal, e não até a data do recesso subsequente. Gabarito: Errado 19) TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe Prof. Erick Alves Aula 02 18 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU Os tribunais de contas se revestem da condição de juiz natural das contas anuais prestadas pelos chefes do Poder Executivo, cabendo-lhes processar e julgar as autoridades competentes. Comentário: Quem julga as contas dos chefes do Poder Executivo, nas esferas federal, estadual e municipal, é o Poder Legislativo, representado pelo Congresso Nacional, pelas Assembleias Legislativas e pelas Câmaras Municipais, respectivamente. Não é competência dos tribunais de contas,que apenas emitem parecer prévio. Assim, a expressão, “processar e julgar” macula o quesito. Gabarito: Errado 20) TCU – ACE 2005 – Cespe A Câmara dos Deputados não detém competência privativa própria no exercício do controle externo. Comentário: O quesito está errado, pois compete privativamente à Câmara dos Deputados proceder à tomada de contas do Presidente da República quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de 60 dias após a abertura da sessão legislativa (CF, art. 51, II). Gabarito: Errado 21) TCU – ACE 2005 – Cespe Nos termos da Constituição Federal de 1988, o TCU pode apreciar contas de governo de autarquia territorial e emitir parecer prévio. Comentário: Segundo o art. 33, §2º da CF, as contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do TCU. Portanto, a emissão de parecer prévio sobre as contas do Governo do Território é uma competência do TCU somente, não extensível aos demais tribunais de contas. O procedimento é o mesmo que o das contas do Presidente da República. O TCU emite parecer prévio, no prazo de 60 dias a contar de seu recebimento. O julgamento fica a cargo do Congresso Nacional, após parecer da CMO. Gabarito: Certo 22) TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe Uma das incumbências do tribunal de contas do estado é a emissão de parecer prévio sobre as contas de prefeito municipal, que deverá ser aprovado ou rejeitado pela câmara municipal, sempre por maioria absoluta. Sendo divergente a posição dos vereadores, o parecer do tribunal deixará de prevalecer por decisão de três quartos dos membros da câmara municipal. Comentário: Primeiramente, cabe enfatizar que a competência para emitir o parecer prévio sobre as contas de prefeito municipal é do Tribunal de Contas responsável pelo controle externo do Município, o qual, na maior parte Prof. Erick Alves Aula 02 19 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU dos casos, é o Tribunal de Contas do Estado. Nos Estados da Bahia, Goiás e Pará, todavia, esse parecer compete ao respectivo Tribunal de Contas dos Municípios (órgão de controle externo estadual responsável pelo controle externo de todos os Municípios do Estado), enquanto que nos Municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo, o parecer prévio sobre as contas do Prefeito compete ao respectivo Tribunal de Contas Municipal. Em todos os casos, o julgamento das contas compete à respectiva Câmara de Vereadores. Quanto à assertiva, o erro está na expressão “aprovado ou rejeitado pela câmara municipal, sempre por maioria absoluta”, eis que o parecer prévio só poderá ser rejeitado por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal, nos termos do art. 31, §2º da CF: §2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal. Gabarito: Errado Julgar as contas dos responsáveis por recursos públicos e dos causadores de prejuízo ao erário II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; Pelo dispositivo acima, o TCU julga as contas: ▪ dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, , da administração direta e indireta; e ▪ dos que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário. Aqui não se trata apenas de elaborar relatórios ou emitir parecer. Em relação às contas prestadas pelos administradores públicos ou pelos que causam dano ao erário, o TCU efetivamente profere um julgamento, decidindo se as contas são regulares, regulares com ressalva ou irregulares, com base nos elementos apresentados. Nenhum outro órgão ou Poder possui competência para avaliar e julgar a gestão daqueles que administram o patrimônio público federal. As contas submetidas pelos administradores públicos a cada exercício financeiro para exame e julgamento do TCU constituem as chamadas contas de gestão, que proporcionam uma visão pontual da gestão levada a efeito pelos responsáveis. Possui caráter estritamente técnico. Prof. Erick Alves Aula 02 20 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU Contas de gestão é o conjunto de documentos pelo qual os gestores públicos submetem os resultados específicos da administração financeira, posta em prática mediante seus atos administrativos de gestão orçamentária, financeira, patrimonial e operacional, a exame e julgamento do Tribunal de Contas5. Importante ressaltar que se submetem ao julgamento ordinário anual do TCU as contas dos responsáveis de toda a Administração Pública Federal, direta e indireta, de qualquer Poder. Por sua vez, as contas dos causadores de prejuízo ao erário são ditas contas especiais, de caráter eventual, prestadas para apuração de determinado fato que provocou dano ao patrimônio público, identificação dos responsáveis e quantificação do prejuízo. Nos casos de contas especiais, além das contas dos gestores públicos, também se submetem ao julgamento eventual do Tribunal as contas de entidades privadas e de pessoas não vinculadas à Administração Pública que tenham concorrido para dar causa a prejuízo ao erário. É o caso, por exemplo, de uma Organização Não-Governamental que receba repasse do Poder Público Federal e não destina os recursos para os fins devidos. Repare que o TCU julga as contas das pessoas (responsáveis), não as contas do órgão/entidade, nem as pessoas em si. As pessoas, por seu turno, são responsáveis pela gestão e pela prestação de contas, respondendo pessoalmente por eventuais desvios ou irregularidades e, por isso, podem ser penalizadas pelo Tribunal e, ainda, serem chamadas a recompor o prejuízo causado. Com efeito, a responsabilidade do administrador relativamente aos atos e fatos de sua gestão é estritamente pessoal, só recebendo quitação após o julgamento do Tribunal. O conceito de responsáveis que podem ter as contas julgadas é bastante amplo, conforme vemos no parágrafo único do art. 70 da CF: Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou entidade pública que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou quem, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. Assim, responsável é qualquer agente público que tenha atribuição de administrar recursos financeiros e patrimoniais de órgão ou entidade; por exemplo: membros de comissão de licitação, membros de órgão colegiado que, por determinação normativa, seja responsável por atos de gestão; dirigente de unidade administrativa; gerente responsável pela gestão patrimonial; ordenador de despesas etc. O conceito compreende, ainda, aqueles que, mesmo não sendo administradores ou responsáveis diretos por atos de gestão, possam ter contribuído, por ação ou omissão, para a ocorrência de perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário. Inclui-se aí, além de agentes públicos, qualquer pessoa física ou jurídica de natureza privada. 5 Aguiar e Aguiar (2008, p. 19). Prof. Erick Alves Aula 02 21 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU Portanto, todos os administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos têm o dever de prestar contas, isto é, precisam demonstrar se a aplicação dos recursos públicos que tiveram sob sua responsabilidade foi boa e regular. Aqui, pode ser feito um link com a jurisdição do TCU que estudamos na aula passada. As pessoas que estão sob a jurisdição do TCU estão sujeitasa ter suas contas apreciadas e julgadas pelo Tribunal, mediante a constituição de processos de contas ordinárias, extraordinárias ou especiais, conforme o caso. Por fim, vale mencionar a Súmula TCU nº 90, pela qual o parecer prévio, emitido pelo TCU, e a aprovação pelo Congresso Nacional das contas anuais do Presidente da República não isentam os responsáveis por bens, valores e dinheiros públicos de apresentarem ao TCU as respectivas prestações de contas para julgamento pelo Tribunal. Assim, por exemplo, as contas do responsável pelo DNIT estão sujeitas ao julgamento do TCU mesmo se as contas do Presidente da República, nas quais foram apresentados e avaliados aspectos relacionados à infraestrutura rodoviária do país, já tenham sido aprovadas pelo Congresso. A lógica aqui é a seguinte: ao julgar as contas de governo, o Poder Legislativo faz uma análise política, verificando, basicamente, se o Chefe do Executivo cumpriu o plano de governo aprovado pelo Legislativo nos planos plurianuais, leis orçamentárias e demais normas legais. O Executivo é que faz a gestão geral do orçamento, descentralizando créditos e recursos financeiros, inclusive para os demais Poderes. Por isso é que as contas de governo apresentam informações sobre toda a Administração Pública, mas o julgamento efetuado pelo Legislativo recai apenas sobre o Chefe do Executivo. Enquanto o julgamento político das contas de governo está a cargo do Poder Legislativo, o julgamento técnico da gestão administrativa de todos os Poderes (inclusive o Executivo), objeto das contas de gestão, é atribuição do Tribunal de Contas. Assim, por exemplo, o TCU julga as contas do gestor responsável pelo Ministério da Educação, integrante do Poder Executivo, assim como julga as contas do gestor responsável pela administração da Câmara dos Deputados, independentemente do resultado do julgamento das contas de governo. Fique atento!! As contas de governo têm como responsável apenas o Chefe do Executivo e possuem caráter político, sendo julgadas pelo Poder Legislativo. Já as contas de gestão possuem caráter técnico e têm como responsáveis todos os servidores com atribuições administrativas nas unidades da Administração Pública, de todos os Poderes, sendo julgadas pelo Tribunal de Contas. Os procedimentos e demais características do julgamento de contas no âmbito do TCU será nosso objeto de estudo em aula específica do curso. Prof. Erick Alves Aula 02 22 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU Questões para fixar 23) TCE/PE – Auditor de Contas Públicas 2004 – Cespe Se determinada pessoa, ainda que não seja servidora pública, encontra-se na administração de bens da União, compete ao TCU julgar atos por ela praticados de que resulte prejuízo ao erário público. Comentário: A interpretação da parte final do art. 71, II da CF, referente ao julgamento das contas dos causadores de dano ao erário, deve ser feita em conjunto com o parágrafo único do art. 70, da seguinte maneira: Compete ao TCU julgar as contas de qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária e que, satisfazendo essas condições, der causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário. Portanto, conforme a interpretação acima, se determinada pessoa, ainda que não seja servidora pública, encontra-se na administração de bens da União, é certo que compete ao TCU julgar os atos por ela praticados de que resulte prejuízo ao erário. Perceba que, nesse caso, os fatos determinantes para que a pessoa não vinculada à Administração Pública se submeta ao julgamento do TCU são: (i) administrar bens da União; e (ii) causar prejuízo ao erário. Caso somente a condição (i) fosse satisfeita, a pessoa ainda estaria obrigada a prestar contas dos recursos públicos administrados. Nesse caso, porém, a prestação de contas ao TCU seria indireta, por intermédio das contas ordinárias do órgão da União que lhe repassou os recursos, o qual é responsável por assegurar a boa e regular aplicação das verbas repassadas. O TCU não julgaria as contas da pessoa diretamente, pois não havendo dano ao erário, não seria instaurado um processo de tomada de contas especial; o Tribunal julgaria apenas as contas ordinárias do órgão que transferiu as verbas. Gabarito: Certo 24) TCU – TCE 2007 – Cespe Entre as atribuições do TCU, destaca-se o julgamento das contas prestadas pelos administradores públicos e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos federais, que demonstrem prejuízo ao erário. Conforme o entendimento doutrinário e jurisprudencial, essas decisões vinculam a administração pública. Comentário: A questão está correta. O julgamento das contas dos administradores e demais responsáveis que demonstrem prejuízo ao erário (tomadas de contas especiais) é competência própria e privativa do TCU (CF, art. 71, II). Nem mesmo o Poder Judiciário pode reformar um julgamento de contas proferido pelo TCU. Essa é jurisprudência do STF: “No julgamento das contas de responsáveis por haveres públicos, a competência é exclusiva dos Tribunais de Contas, salvo nulidade por irregularidade formal grave ou Prof. Erick Alves Aula 02 23 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU manifesta ilegalidade.” Por isso, é correto afirmar que a decisão do Tribunal no julgamento de contas vincula a Administração Pública. Gabarito: Certo 25) TCE/AC – ACE 2008 – Cespe Considerando que é competência exclusiva do Congresso Nacional julgar as contas dos poderes da União, é correto afirmar que as contas do Poder Legislativo, referentes à atividade financeira desse poder, devem ser julgadas pelo próprio Poder Legislativo, com parecer prévio do TCU. Comentário: Ao falar em contas referentes à atividade financeira, a questão se refere às contas de gestão, cujo julgamento compete ao TCU, e não ao Congresso Nacional (CF, art. 71, II). Ademais, diante da suspensão cautelar do caput do art. 56 da LRF, somente as contas de governo apresentadas pelo chefe do Poder Executivo serão julgadas pelo Poder Legislativo. Aliás, vale ressaltar que não existem outras contas de governo (por exemplo, “contas de governo do Legislativo” ou “contas de governo do Judiciário”); contas de governo são só as apresentadas pelo Chefe do Executivo. As contas dos demais órgãos e autoridades de todos os Poderes (que são contas de gestão) serão julgadas pelo Tribunal de Contas. Gabarito: Errado 26) TCU – AUFC 2011 – Cespe O julgamento das contas prestadas pelos administradores públicos federais é de competência exclusiva do Congresso Nacional. Comentário: O item está errado, pois o julgamento das contas dos administradores públicos, as chamadas contas de gestão, é competência própria e privativa do Tribunal de Contas, nos termos da CF, art. 71, II, não podendo ser exercida por nenhum outro órgão ou Poder. A única exceção consiste nas contas de gestão de alguns Tribunais de Contas Estaduais, as quais são julgadas pelo Poder Legislativo local, nos termos da respectiva Constituição. Um exemplo conhecido é o TCDF, cujas contas são julgadas pela Câmara Legislativa do DF. Cabe ressaltar que essa sistemática (Legislativo julga as contas do TC) não segue o modelo estabelecido na CF (TC julga suas próprias contas), mas sua legitimidade e constitucionalidade foram reconhecidas pelo Supremo Tribunal Federal6. Gabarito: Errado 27) Câmara dos Deputados – Analista 2012 – Cespe Cabe ao Congresso Nacional, como órgão titular do controle externo, julgar, em caráter definitivo, as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos. Comentário: 6 Ver ADI 1.175-8/DFProf. Erick Alves Aula 02 24 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU O quesito está errado, pois a competência para julgar, em caráter definitivo, as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos é exclusiva do Tribunal de Contas da União, nos termos do art. 71, II, da CF. O Congresso Nacional, embora titular do controle externo, não pode substituir a Corte de Contas nesse mister. Gabarito: Errado 28) TRF/5 – Juiz Substituto 2007 – Cespe O controle externo da Administração Pública – contábil, financeiro, orçamentário, operacional e patrimonial – é tarefa atribuída ao Poder legislativo e ao tribunal de contas. O primeiro, quando atua nessa seara, o faz com o auxílio do segundo, que, por sua vez, detém competências que lhe são próprias e exclusivas e que, para serem exercidas, independem da interveniência do Poder legislativo. Como os prefeitos municipais assumem dupla função, política e administrativa, ou seja, a tarefa de executar orçamento e o encargo de captar receitas e ordenar despesas, submetem-se a duplo julgamento: um político, perante o parlamento, precedido de parecer prévio; o outro, técnico, a cargo da corte de contas e que pode gerar um julgamento direto com imputação de débito e multa. Comentário: Essa questão é um resumo do que vimos até aqui sobre controle externo da administração pública no Brasil e o julgamento de contas. O detalhe é em relação aos prefeitos, que são julgados duplamente, pelas Câmaras Municipais (julgamento político) e pelos Tribunais de Contas (julgamento técnico). Diferentemente, na esfera federal e na estadual, o Presidente da República e os governadores somente são submetidos ao julgamento político do respectivo Poder Legislativo. Com efeito, os prefeitos, diferentemente dos governadores e do Presidente da República, também são responsáveis diretos por atos de gestão, ou seja, são ordenadores de despesa. Numa linguagem mais clara, eles também "assinam cheques". Veja, por exemplo, uma das competências do prefeito de São Paulo, expressa na LO do Município: Art. 70 Compete ainda ao Prefeito: VI - administrar os bens, a receita e as rendas do Município, promover o lançamento, a fiscalização e arrecadação de tributos, autorizar as despesas e os pagamentos dentro dos recursos orçamentários e dos créditos aprovados pela Câmara Municipal; Esse tipo de atribuição não faz parte do rol de competências dos governadores e do Presidente da República. Estes últimos apenas exercem a função de direção superior da administração (assim como os prefeitos), consubstanciada na elaboração e coordenação da execução das políticas públicas e programas governamentais, cuja prestação de contas é feita mediante as contas de governo, julgadas pelo Legislativo. Os prefeitos, por sua vez, além da direção superior da administração municipal, também são responsáveis diretos por atos de gestão, como visto acima, cuja prestação de contas é feita mediante as contas de gestão, julgadas pelo Tribunal de Contas. Daí o duplo julgamento a que são submetidos. O gabarito da questão, portanto, é certo. Prof. Erick Alves Aula 02 25 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU Ressalte-se, porém, que esse entendimento, perfilhado pela doutrina e pelos próprios Tribunais de Contas, não é o entendimento do STF. Em 2016, no RE 848.826, o Supremo decidiu que é exclusivamente da Câmara Municipal a competência para julgar as contas de governo e as contas de gestão dos prefeitos, cabendo ao Tribunal de Contas auxiliar o Poder Legislativo municipal, emitindo parecer prévio e opinativo, que somente poderá ser derrubado por decisão de 2/3 dos vereadores. Portanto, a jurisprudência atual do STF é no sentido de que o Tribunal de Contas não tem competência para julgar as contas dos Prefeitos, em nenhuma hipótese, muito embora alguns atos praticados pelo chefe do Executivo Municipal tenham a natureza de atos de gestão. Na visão da Suprema Corte, por simetria com a norma constitucional aplicável ao plano federal, o Tribunal de Contas apenas emite parecer prévio em relação às contas do Prefeito; o julgamento é competência privativa da Câmara Municipal. Aproveitando o assunto, vale mencionar que, no mesmo julgado, o STF decidiu que, em caso de omissão da Câmara Municipal, o parecer emitido pelo Tribunal de Contas não gera a inelegibilidade prevista no artigo 1º, inciso I, alínea “g”, da Lei Complementar 64/1990. Este dispositivo, que teve sua redação dada pela Lei da Ficha Limpa, aponta como inelegíveis aqueles que “tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, para as eleições que se realizarem nos oito anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do artigo 71 da Constituição Federal”. Para o Supremo, como o parecer do Tribunal de Contas é opinativo, ele não seria apto a produzir consequências como a inelegibilidade. Gabarito: Certo 29) CGU – AFC 2012 – ESAF As contas de gestão do TCU são julgadas pela(o) a) Congresso Nacional. b) Câmara dos Deputados. c) Tribunal de Contas da União. d) Senado Federal. e) Supremo Tribunal Federal. Comentário: O art. 71, II da CF, que trata do julgamento das contas de gestão, preceitua: Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e Prof. Erick Alves Aula 02 26 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; Portanto, quaisquer contas de gestão que envolvam recursos públicos federais são julgadas pelo TCU, inclusive as dele próprio, referentes às suas atividades administrativas (contratação de pessoal, aquisição de bens etc), cujos responsáveis são os servidores da Secretaria e o Presidente do Tribunal. Por isso, correta apenas a alternativa “c”. Vale ressaltar que o §2º do art. 56 da LRF, que não foi suspenso pelo STF, determina que a CMO emita parecer sobre as contas do TCU. § 2o O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será proferido no prazo previsto no art. 57 pela comissão mista permanente referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente das Casas Legislativas estaduais e municipais. Perceba que o Poder Legislativo não julga as contas do Tribunal. A CMO apenas emite um parecer. Os gestores do TCU recebem quitação do próprio Tribunal e não do Congresso Nacional. E o TCU não precisa aguardar o parecer da CMO para julgar suas próprias contas, pois esse parecer não vincula o julgamento. Na verdade, ante a suspensão do caput do art. 56, não tem qualquer função prática. O que acaba acontecendo é que o TCU envia suas contas para a CMO quase que a "título de conhecimento". Por fim, saliente-se que essa sistemática (TC julga suas próprias contas) não necessariamente é replicada nas demais esferas de governo. No DF, por exemplo, as contas do TCDF são julgadas pela Câmara Legislativa, conforme disposto na Lei Orgânica distrital. Nesse caso, o TCDF não se pronuncia sobre suas próprias contas. Seus gestores recebem quitação da Câmara Legislativa. E o parecer emitido pela comissão equivalente à CMO possui uma função mais efetiva, que é subsidiar o julgamento a cargo do Parlamento. Como vimos, o STF já apreciou o assunto e não viu problemas. Há ainda o caso dos Tribunais de Contas dos Municípios,responsáveis pelo controle externo dos municípios do Estado (existentes na BA, GO e PA). Segundo entendimento do STF na ADI 687, tais tribunais, por serem órgãos estaduais, devem prestar contas perante o Tribunal de Contas do Estado, e não perante a Assembleia Legislativa. Dessa forma, por exemplo, os gestores do TC dos Municípios da Bahia devem prestar contas perante o TCE/BA, e não perante o próprio TC dos Municípios da Bahia ou à Assembleia Legislativa, e assim sucessivamente. Gabarito: alternativa “c” http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art166%C2%A71 Prof. Erick Alves Aula 02 27 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU Apreciar, para fins de registro, a legalidade de atos de pessoal III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; Os atos de pessoal praticados no âmbito da administração direta ou indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público, estão sujeitos a registro, implicando a apreciação de sua legalidade pelo Tribunal de Contas, da seguinte forma: O TCU aprecia a legalidade, para fins de registro: ✓ dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta. ✓ das concessões de aposentadorias, reformas e pensões. Porém, o TCU não aprecia a legalidade, para fins de registro: ✓ das nomeações para cargo de provimento em comissão. ✓ das melhorias posteriores das aposentadorias, reformas e pensões que não alterem o fundamento legal do ato concessório. Apreciar para fins de registro significa que todo ato de admissão de pessoal ou de concessão de aposentadorias, reformas e pensões somente se completará com o respectivo registro pelo TCU. Efetuado o registro, o ato é confirmado; caso contrário, o ato é desconstituído. Assim, se o Tribunal considerar ilegal a aposentadoria concedida a um servidor, por não preencher os requisitos de tempo de serviço, por exemplo, o registro do ato será negado e o órgão de origem deverá cessar o pagamento dos proventos. Segundo a jurisprudência do STF, os atos sujeitos a registro possuem natureza de atos administrativos complexos, que somente se aperfeiçoam com o registro no Tribunal de Contas. Já para parte da doutrina, é ato composto, visto que opera efeitos imediatos quando de sua concessão pelo respectivo órgão, devendo o Tribunal de Contas apenas ratificá-lo ou não. Porém, o entendimento que prevalece é o do STF. O TCU aprecia, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, compreendendo as admissões de empregados públicos, regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), da mesma forma que os servidores estatutários, regidos pela Lei 8.112/1990. Aprecia também as admissões em caráter temporário, geralmente realizadas por empresas públicas e sociedades de economia mista. As nomeações para cargo em comissão e função de confiança constituem a única exceção, sendo dispensadas da apreciação pelo TCU para fins de registro em vista da precariedade do vínculo com a Administração, pois são de livre nomeação e exoneração. Vale ressaltar, contudo, que tais nomeações somente não são submetidas a registro, mas continuam sujeitas às demais formas de fiscalização do Tribunal, como auditorias e inspeções, Prof. Erick Alves Aula 02 28 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU pois, apesar de serem de livre nomeação e exoneração, devem observância aos ditames constitucionais e legais. Na apreciação da legalidade dos atos de admissão de pessoal, o TCU avalia, fundamentalmente, se foi obedecido o princípio do concurso público e se não está havendo acumulação ilegal de cargos. Quanto às concessões de aposentadorias, reformas e pensões, o dispositivo somente alcança os benefícios que são pagos com recursos do Tesouro Nacional aos servidores públicos federais, civis e militares ou seus beneficiários. Assim, o TCU não aprecia as aposentadorias dos empregados públicos das empresas públicas e sociedades de economia mista, integrantes da administração indireta, concedidas à conta do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que obedece a regime específico. É desnecessário novo registro se houver melhoria posterior que não altere o fundamento legal da concessão do benefício como, por exemplo, se houver aumento dos proventos do aposentado por conta da revisão geral de remuneração prevista no art. 37, X da CF, ou por conta da extensão de alguma gratificação concedida aos servidores ativos. Entretanto, se, por exemplo, esse mesmo aposentado for beneficiário de decisão judicial determinando a revisão do seu tempo de serviço e o consequente recálculo de proventos, houve alteração do fundamento do ato concessório, de modo que a renovação do registro torna-se necessária. Questões para fixar 30) TCU – ACE 2005 – Cespe O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, é exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório. Comentário: A assertiva está correta, pois reproduz literalmente o art. 71, III da Constituição. Por isso é importante que os principais dispositivos da legislação sejam lidos durante o estudo, pois não são raras as questões em que a banca exige o texto “seco” da Lei. Gabarito: Certo 31) TCU – ACE 2005 – Cespe Compete ao TCU apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, mas essa atribuição não se estende às nomeações para cargo de provimento em comissão. Comentário: De acordo com o art. 71, III da Constituição Federal, todo ato de admissão de pessoal, a qualquer título, da administração direta e indireta, deve ser submetido ao TCU, a fim de que o Tribunal aprecie a legalidade para fins de registro. A única exceção refere-se às nomeações para cargos de provimento em comissão, que são de livre nomeação e exoneração, e não se sujeitam a registro. Gabarito: Certo Prof. Erick Alves Aula 02 29 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU 32) TCE/RO – ACE 2013 – Cespe O ato inicial de concessão de aposentadoria de servidor do estado de Rondônia estará sujeito à apreciação do TCE/RO, para fins de registro ou exame. Comentário: O quesito está correto. O Tribunal de Contas aprecia a legalidade, para fins de registro, das concessões iniciais de aposentadorias, reformas e pensões na administração direta, autárquica e fundacional, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório inicial. No que tange às concessões iniciais, apenas não são submetidas a registro as aposentadorias dos empregados públicos da administração indireta concedidas à conta do Regime Geral de Previdência Social (empresas públicas e sociedades de economia mista). Como o enunciado fala em “servidor do estado”, pode-se entender que se trata de servidor da administração direta, cuja aposentadoria, portanto, está sujeita à apreciação do Tribunal de Contas para fins de registro. Gabarito: Certo 33) TCU – ACE 2007 – Cespe O Tribunal deContas da União (TCU) aprecia a legalidade do ato concessivo de aposentadoria e, encontrando-se este em conformidade com a lei, procede a seu registro. Essa apreciação é competência exclusiva do TCU e visa ordenar o registro do ato, o que torna definitiva a aposentadoria, nos termos da lei. Entretanto, se, na apreciação do ato, detectar-se ilegalidade, não compete ao TCU cancelar o pagamento da aposentadoria, inclusive para respeitar o princípio da segregação. Comentário: O quesito está correto. Nos termos do art. 71, III da CF, a competência para conceder ou negar registro ao ato concessivo de aposentadoria é exclusiva dos Tribunais de Contas, dentro da respectiva jurisdição. Para tanto, o Tribunal aprecia se a concessão seguiu ou não os requisitos legais e regulamentares, como tempo de serviço, tempo de contribuição etc. Segundo a jurisprudência do STF, o registro pelo TCU aperfeiçoa o ato ou, em outras palavras, torna a aposentadoria definitiva. Entretanto, conforme o art. 262 do RI/TCU, quando o ato de aposentadoria, reforma ou pensão for considerado ilegal pelo Tribunal, o órgão de origem é responsável por cessar o pagamento dos proventos ou benefícios no prazo de 15 dias contados da ciência da decisão que negou o registro, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa. Gabarito: Certo 34) TCU – Auditor 2006 – Cespe No ano de 2006, foram encaminhados ao TCU, para fins de registro, atos de admissão de pessoal e aposentadoria de magistrados e servidores de um tribunal regional, integrante do Poder Judiciário federal. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens subsequentes. Os atos de admissão de pessoal, bem como os atos de concessão de aposentadorias, inclusive de magistrados, praticados no âmbito do tribunal regional em questão, devem ser encaminhados ao TCU para fins de registro. Entretanto, fogem a qualquer controle exercido pelo TCU as nomeações para cargos Prof. Erick Alves Aula 02 30 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU de provimento em comissão, bem assim as alterações de aposentadoria que não alterem o fundamento legal do ato concessório. Comentário: O TCU aprecia a legalidade para fins de registro de qualquer admissão de pessoal efetuada no âmbito da administração pública, direta ou indireta, de todos os Poderes, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão (CF, art. 71, III). Assim, os atos de admissão de magistrados devem ser encaminhados ao TCU para fins de registro, uma vez que são precedidos de concurso público, não se tratando de cargo de livre nomeação e exoneração (CF, art. 93, I). Entretanto, é errado dizer que as nomeações para cargos de provimento em comissão fogem de qualquer controle exercido pelo TCU. Tais nomeações apenas não são submetidas a registro, mas, apesar de serem de livre nomeação e exoneração, estão sujeitas a algumas regras, como por exemplo, a impossibilidade de nomeação de parentes até 3º grau da autoridade nomeante (Súmula Vinculante nº 13 do STF) ou a observância dos limites da LRF para gastos com pessoal. Assim, o TCU pode realizar uma auditoria em determinado órgão e verificar se as nomeações para cargos de provimento em comissão estão ou não de acordo com a lei. Veja, por exemplo, a recente fiscalização do TCU7 na folha de pagamento do Senado Federal e da Câmara dos Deputados que determinou a suspensão de parcelas acima do teto constitucional recebidas por ocupantes de cargos em comissão ou funções de confiança. Por fim, quanto à impossibilidade de o TCU exercer qualquer controle sobre as alterações de aposentadoria que não alterem o fundamento legal do ato concessório, vale mencionar que o Tribunal pode rever sua decisão que determinou o registro, dentro do prazo de 5 anos, se verificado que o ato viola a ordem jurídica, ou a qualquer tempo, no caso de comprovada má-fé (RI/TCU, art. 260, §2º). Assim, por exemplo, se for verificada má-fé, mesmo não havendo alteração no fundamento legal da concessão, o TCU poderá, dentre outras medidas, cancelar o registro e aplicar alguma sanção ao responsável. Gabarito: Errado 35) TCE/AC – ACE 2009 – Cespe Em conformidade com a CF, os atos relacionados a pessoal que são apreciados pelo TCU para fins de registro ou reexame não incluem: a) a admissão de pessoal nas empresas públicas. b) a admissão de pessoal nas fundações instituídas e mantidas pelo poder público. c) as nomeações para cargo de provimento em comissão na administração direta. d) a concessão inicial de pensão. e) as melhorias posteriores em aposentadorias que tenham alterado o fundamento legal da concessão inicial. Comentário: 7 http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-25/senado-tcu-manda-suspender-salarios-acima-do-teto-e-devolucao-de-valores- pagos-mais http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-25/senado-tcu-manda-suspender-salarios-acima-do-teto-e-devolucao-de-valores-pagos-mais http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-25/senado-tcu-manda-suspender-salarios-acima-do-teto-e-devolucao-de-valores-pagos-mais Prof. Erick Alves Aula 02 31 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Controle Externo para AUFC TCU A CF atribuiu ao TCU a competência para apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta (CF, art. 71, III), incluídas então as empresas públicas (letra “a”) e as fundações instituídas e mantidas pelo poder público (letra “b”). Ainda que os servidores dessas entidades se submetam ao regime celetista, somente podem ser admitidos mediante concurso público. A única exceção em relação aos atos de admissão refere-se às nomeações para cargo de provimento em comissão (letra “c”), que são de livre nomeação e exoneração. Portanto, a alternativa “c” é a resposta da questão. Em relação às concessões de aposentadorias, reformas e pensões, os atos apreciados pelo TCU para fins de registro compreendem as concessões iniciais (letra “d”), assim como as melhorias posteriores que tenham alterado o fundamento legal da concessão inicial (letra “e”). A exceção, no caso, são as melhorias posteriores que não tenham alterado o fundamento legal, assim como as concessões que se submetem ao Regime Geral de Previdência Social (empregados públicos). Gabarito: alternativa “c” 36) TCE/RS – OCE 2013 – Cespe Considere que o titular de um órgão do governo estadual tenha nomeado determinado cidadão para o cargo de chefe do seu gabinete. Nesse caso, o TCE/RS não precisa apreciar, para fins de registro, a referida nomeação. Comentário: O cargo de chefe de gabinete, embora não especificado no enunciado, geralmente é de provimento em comissão, hipótese que se enquadra na exceção à apreciação para fins de registro dos atos de admissão de pessoal. Dessa forma, é correto afirmar que o Tribunal de Contas não precisa apreciar, para fins de registro, a referida nomeação. Lembre-se, contudo, de que a nomeação do chefe de gabinete poderá ser objeto das demais ações de controle empreendidas pelo Tribunal, como auditorias e inspeções, pois, embora não sujeita a registro, deve observar uma série de ditames constitucionais e legais, a exemplo do teto constitucional, limites com gastos de pessoal e proibição ao nepotismo. Gabarito: Certo 37) TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe De acordo com o entendimento do STF, seria constitucional lei ordinária estadual que determinasse que todos os contratos celebrados entre o governo do estado e as empresas particulares dependessem de registro prévio no tribunal de contas estadual. Comentário: O quesito está errado. Como vimos, o TCU só aprecia, para fins de registro, atos de admissão de pessoal e de concessão de aposentadoria. Assim, em observância ao princípio de simetria, lei estadual não pode prever o registro prévio de contratos pelo Tribunal de Contas Estadual,