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IASMYN PAIXÃO UFPE 2021 LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Doença infecciosa crônica, não-contagiosa, causada por diferentes espécies de protozoários do gênero leishmania. Acomete pele e mucosas Infecção zoonótica primária Afeta o ser humano secundariamente Fatores relacionados ao hospedeiro e ao parasita influenciam a forma clínica e a resposta ao tratamento. Lesão típica: única e ulcerada É uma das doenças mais comuns do mundo Brasil está no topo do número de casos do mundo 45% acontece no NO, ¼ no NE. EPIDEMIOLOGIA 3 perfis epidemiológicos 1. Ciclo silvestre: quando o homem “invade a mata” 2. Ciclo periurbano/urbano/rural: adaptação do inseto ao meio urbano 3. Ciclo ocupacional ou lazer Ambos os sexos: 74% homens, devido a maior exposição Qualquer faixa etária Transmitido pela fêmea. AGENTE ETIOLÓGICO Parasita intracelular obrigatório do sistema macrofágico Duas formas 1. Promastigota: flagelada, infecctante 2. Amastigota: não flagelada, encontrada na lesão clínica. Estão dentro do citoplasma dos macrófagos. Leishmania Subgênero: 1. Viannia Leishmania V braziliensis principal do NE Leishmania V guyanensis 2. Leishmania Leishmania L amazonensis CICLO EVOLUTIVO Vetor: Flebotomínio fêmea Reservatórios: animais silvestres Proliferação de promastigota dentro do intestino do flebotomínio Animais domésticos também desenvolver leishmaniose, mas o papel no ciclo evolutivo é menor que o dos animais silvestres. PATOGÊNESE Período de incubação: 2 semanas – 2 anos Média: 2-3 meses LESÃO INICIAL Local de inoculação/picada Áreas expostas Pápula eritematosa Única ou múltiplas Fundo granuloso, borda elevada, fundo podem ser sujos e crostosos EVOLUÇÃO Pápulo-vesículas P-pústulas P-Crostas Ulceras Com o passar do tempo vai endurando e aumentando, pode não ulcerar e predominar as características crostosas. LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Úlcera “em moldura” Bordas elevadas, infiltradas, eritematovioláceas Fundo granuloso Secreção sero-purulenta Indolor Pode haver involução espontânea Cicatriz atrófica VARIAÇÕES Ectimatoide: crosta escurecida intensa Lesões periorais podem confundir Linfagite ascendentes Aspecto papilomatoso, verrucoso Lesões múltiplas LEISHMANIOSE CUTÂNEA REICIDIVA CÚTIS Consiste no aparecimento de nódulos ou tumorações em torno ou sobre as lesões cicatriciais Reativação causada por parasitas que ficaram confinados pelo processo cicatricial, mesmo com tratamento adequado. Não é comum. Tem aspecto não clássico, verrucoso. LEISHMANIOSE MUCOSA: Resposta imunológica TH1 intensa, hiperérgica. Radical superóxido e NO pelo macrófago provocando grande destruição tecidual. Justifica a menor presença de parasitas. LEISHMANIOSE CUTÂNEA: RI predominantemente TH1 Modulada pela IL-10, é o que “torna” essa lesão restrita e única. Imunomodulada LEISHMANIOSE CUTÂNEA DIFUSA: Anérgica, praticamente não há RI. Aspecto nodular tuberoso pela quantidade de parasita e macrófago parasitado. LEISHMANIOSE CUTÂNEA DISSEMINADA L BRASILIENSIS E PACIENTES IMUNODEPRIMIDOS Múltiplas lesões acneiformes em 2 regiões corporais ou mais que podem ou não estar associadas a sintomas gerais Quadro clínico ocorre após semanas da lesão inicial Em 30% dos casos a mucosa é acometida Imunodeprimidos LEISHMANIOSE CUTÂNEA DIFUSA L AMAZONENSIS E PACIENTES ANÉRGICOS Caracteriza-se por evolução crônica e por apresentar difusão de lesões pro toda a pele, de aspecto predominantemente infiltrativo e tuberoso/nodular Montenegro (demonstra resposta TH1) sempre negativo, embora possa ter muito Ac, mas esse não tem muita eficácia Ocorre comprometimento discreto ou ausente de mucosas, ausência de comprometimento visceral e resistência à terapêutica LEISHMANIOSE MUCOSA HIPERÉRGICA Lesões mucosas surgem após 1-3anos da lesão cutânea clássica (tratamento inadequado ou não trataram): disseminação hematogênica Região nasal ou perinasal é comumente acometida Acontecem casos por contiguidade também, se picar asa nasal... por exemplo. O quadro é bem extenso, a destruição e morbidade é muito importante. Dano funcional, respiração, alimentação, comunicação Normalmente evolui com infecção secundária, dado a colonização do nariz por outros agentes. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DIAGNÓSTICO LABORATORIAL EXAMES PARASITOLÓGICOS 1. Exame direto é o mais usado, mais facilmente encontrado e realizado Raspado da lesão (linfa dérmica) de preferência sem sangue Escarificação da face externa da borda da lesão Corado com Giemsa ou Leishman DIFICLMENTE É POSITIVO EM LESÕES MUSCOSAS (HIPERÉRGICA) TENDEM A SER MAIS POSITIVO EM LESÕES RECENTES NAS FORMAS CLÁSSICAS 2. Cultura Caracterização da espécie Meio NNN (novy-McNEal-Nicolle) Sensibilidade de 40% 3. Exames imunológicos Intradermoreação de Montenegro não é DIAGNÓSTICO, é prognóstico, fala a resposta TH1 do paciente Suspensão (0,1-0,3 ml) de Ags de Leishmânias na face interna do antebraço direito Leitura em 48-72h + induração > ou igual a 0,5 cm, fala que há resposta TH1 INFECÇÃO PRESENTE OU PASSADA - LCDifusa, leishmaniose dérmica pós-calazar, infecções recentes Nas primeiras 4-6 semanas após surgimento de lesão cutânea O ideal é fases 2 meses após o surgimento da lesão cutânea 4. Testes sorológicos Acompanhamento pós-tratamento Muitas vezes não é necessário, pois a lesão é visual. 5. Exames moleculares Genotipagem por PCR: amplifica algum fragmento de DNA pra tentar flagrar o Leishmania. Útil quando os outros exames não conseguiram definir 6. Histológico Histopatológico Diagnóstico diferencial NA PRÁTICA, EXAME DIRETO, PCR E HISTOPATOLÓGICO TRATAMENTO É pelo SUS e constantemente atualizado. Cuidados locais em úlceras 1. Limpeza com água e sabão 2. Compressas antissépticas PRIMEIRA LINHA EXCTO P/ L. guyanensis Antimoniato de Meglumina, glucantine. IV ou IM. Depende da forma clínica e do peso do paciente. LM é mais trabalhosa, há estudos que sugerem ser melhor associar com a pentoxifilina, que facilita a permeação da droga no tecido, pois facilita a circulação sanguínea tecidual (hemorrealógica) SE APÓS 3 MESES NÃO RESPONDER, REPETIR MAIS 1 CICLO, AGUARDAR 4 MESES, SE PERSISTIR, TROCAR O ESQUEMA Intralesional: lesão única com até 3cm de diâmetro no seu maior diâmetro, em qualquer localização, exceto cabeça e regiões periarticulares, incluído leishmaniose reicidivada cútis, e sem imunossupressão, pode injetar em torno da lesão. Toxicidade sistêmica menor Dose SubCutânea Uma a 3 aplicações de aproximadamente 5ml por sessão, com intervalo de 15 dias entre as sessões SEMPRE AVALIAR ANTES DE TRATAR Hemograma, função renal (ureia, creatinina), pancreática (amilase e lipase), ECG (alteração do intervalo QT, arritmia, morte) Efeitos adversos: alterações cardíacas, artralgia, mialgia, vômitos, pancreatite, febre, prurido, fraqueza, edema, IRA O principal ef. adverso é dose e tempo-dependente: distribuição de repolarização (inversão e achatamento da onda T e aumento do espaço QT) Contraindicações: gestantes Pacientes > 50 anos pode tentar pular pra ANFOB Cadio, nefro, hepatopatas Doença de chagas SEGUNDA LINHA 1. Desoxicolao de Anfotericina B Pode ser usado em gestante, indicado após falha (após 2 ciclos de tratamento) do glucantine ou por efeito colateral, intolerância. Avaliar função renal, hepática, cardíaca e lonograma Efeitos adversos: febre, náuseas, vômitos, hipopotassemia e flebite É IV 2. Pentamidina IM ou IV. Acesso em PE ainda não é fácil pelo MS * Primeira linha para LCLocalizada por L. guyanensis e na forma LCD (norte) PROFILAXIA Combate aos animais reservatórios Combate ao flebótomo doméstico ou semidoméstico, proteção do sadio por vários métodos: inseto-repelente, mosquiteiro. Vacinas: ainda faltam estudos
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