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OFTALMOLOGIA SANARFLIX + OFTALMOLOGIA CLÍNICA USP Eva Carneiro – P8 ANATOMIA E FISIOLOGIA OCULAR TÚNICA EXTERNA (FIBROSA) É composta por: Córnea, Limbo e Esclera. 1. Córnea ▪ Função de proteção e óptica; ▪ Avascularizada, mas é nutrida pelo limbo, ar (oxigênio) e humor aquoso; ▪ Estrutura mais inervada de todo o organismo – nervo trigêmeo, ramo oftálmico; ▪ Lesões da Córnea causam: a. Dor b. Fotofobia c. Lacrimejamento d. Turvação visual ▪ Possui várias camadas: a. Epitélio b. Membrana de Bowman c. Estroma d. Membrana de Descemet e. Endotélio (principal) ▪ Patologias: a. Ceratite – inflamação da córnea; 2. Conjuntiva ▪ Membrana mucosa transparente; ▪ Divide-se em: conjuntiva bulbar e palpebral ▪ Patologias: a. Conjuntivite b. Quemose – edema da conjuntiva, provocada principalmente por fenômenos alérgicos c. Pterígio – degeneração da conjuntiva ocular. Fator de risco principal: exposição solar. 3. Limbo ▪ Separa a córnea da esclera; ▪ É onde localizam-se as células-tronco; ▪ Faz parte da nutrição da córnea. 4. Esclera ▪ “Parte branca do olho” TÚNICA MÉDIA (ÚVEA) É composta por: Íris, Corpo Ciliar e Coroide. 1. Íris ▪ Porção anterior da úvea ▪ Orifício central: pupila ▪ Função: controla a luz penetrante – é um diafragma para regular a quantidade de luz entrando no olho. ▪ Músculos: a. Esfíncter da íris: inervação parassimpática. • Miose b. Dilatador da íris: inervação simpática. • Midríase 2. Câmara anterior ▪ Localiza-se entre a córnea e a íris; ▪ É um espaço transparente. ▪ Patologias: a. Hifema – presença de sangue. b. Hipópio – presença de pus. 3. Cristalino ▪ Posterior à íris, tem-se uma lente biconvexa e esta é o cristalino. E separa o olho em duas partes: anterior (humor aquoso – líquido) e posterior (humor vítreo – gelatinoso). ▪ Avascular e sem inervação; ▪ Zônula: ligamentos suspensores – que prendem o cristalino, ligando-o aos processos ciliares. ▪ Processos ciliares – posição intermediária da úvea, e tem como função a acomodação (músculo ciliar) e produção de humor aquoso (epitélio). ▪ Humor aquoso – líquido claro, produzido no epitélio do corpo ciliar. Circulação: câmara posterior e anterior. Drenagem: canal de Schlemm. Função: nutrição do cristalino e córnea, remoção de metabólitos e manutenção da pressão ocular. Drenagem do Humor Aquoso: é produzido pelos processos ciliares na câmara intermediária, deste, passa posterior à lente, entra pela pupila na câmara anterior e conflui para um ângulo, onde é drenado pela Malha Trabecular. ▪ Função do Cristalino: Acomodação – focalização dos raios luminosos sob a retina. Músculo ocular contrai, zônula relaxa e o OFTALMOLOGIA SANARFLIX + OFTALMOLOGIA CLÍNICA USP Eva Carneiro – P8 cristalino aumenta o diâmetro anteroposterior: aumentando a capacidade de foco. ▪ Patologias: a. Catarata – opacificação do cristalino. O principal motivo é a idade, catarata senil. b. Síndrome de Marfan – subluxação do cristalino. c. Glaucoma – aumento da pressão intraocular pelo desbalanço entre a produção de humor aquoso e drenagem do mesmo. d. Presbiopia – dificuldade para enxergar de perto. Ocorre devido à diminuição da capacidade ocular de realizar a acomodação. 4. Coroide ▪ Porção posterior da úvea ▪ Camada rica em vasos sanguíneos ▪ Função: nutrição da retina 5. Humor vítreo ▪ Gel claro e avascular: 2/3 do volume ▪ Membrana externa: hialoide ▪ Composição: a. 99% água b. 1% colágeno e Ácido hialurônico ▪ Função: manutenção da transparência e forma do olho. ▪ Patologias: a. Mosca volante – liquefação do humor vítreo (gerando descolamento do gel) – atenção pois há risco de lesão na retina, por isso, deve-se investigar todo paciente com queixa de moscas volantes, através do exame de fundo de olho. TÚNICA INTERNA É composta por: Retina. 1. Retina ▪ Camada fina, sensível à luz ▪ Faz a transdução: transforma impulso luminoso em nervoso para o cérebro. ▪ Porção sensorial fotorreceptora ▪ Situação: 2/3 posteriores ▪ Porção não-neural: epitélio pigmentado. ▪ Porção neural: fotorreceptores, células bipolares (1ª ordem) e células ganglionares (2ª ordem). ▪ Fotorreceptores: a. Cones - Cores; - 6 milhões em cada olho; - Grande densidade na mácula; - Únicos fotorreceptores da fóvea (região central da mácula); - Visão de detalhes e cores. b. Bastonetes - Mais ou menos luz na imagem - 120 milhões em cada olho; - Predominam na periferia retiniana; - Muito sensíveis à luz; - Visão noturna e orientação visual. 2. Mácula: fica a nossa visão central. ▪ Patologias: a. Toxoplasmose congênita: têm tropismo pela mácula. 3. Nervo óptico ▪ Fibras ganglionares ▪ Comprimento: 5-6cm ▪ Dividido em: a. Porção intraocular (1mm) – parte vista no exame do Fundo de Olho. b. Porção Orbital (25mm) c. Porção Intracanalicular (10mm) d. Porção Intracraniana (16mm) OBSERVAÇÕES ADICIONAIS Ponto cego ou estocoma: região de inserção do nervo óptico na retina, sem receptores luminosos. A imagem só é nítida se formada na retina! Olho reduzido (ou simplificado): O olho tem a propriedade de acomodação visual, que permite adaptação para ver objetos em diferentes distâncias. Assim, quando tentamos observar objetos muitos distantes, existem um ponto onde ainda vemos nitidamente → Ponto Remoto. Este, não muda com o avanço da idade. À medida em que o objeto se aproxima, a imagem passa a se formar além da retina, então você não a vê nitidamente. Então o olho aumenta a convergência (acomodação) para que você possa enxergar. E esse é o Ponto próximo → distância mínima para acomodação. Este, varia com o avanço da idade. 10 anos → - 10cm || 60 anos → ~ 100 cm E esse efeito dá-se o nome de presbiopia. Ângulo visual: ângulo formado por raios vindos de extremos de um objeto. OFTALMOLOGIA SANARFLIX + OFTALMOLOGIA CLÍNICA USP Eva Carneiro – P8 Assim, afastando-se o objeto, diminui o ângulo, então o objeto parece menor. E a partir disso, temos o conceito de Acuidade Visual: menor ângulo que se possa distinguir (25cm). ÓRBITA ▪ Formada pela junção de 7 ossos: 1. Frontal 2. Maxilar 3. Lacrimal 4. Palatino 5. Zigomático 6. Esfenoide 7. Etmoide ▪ Inervação sensitiva: NC V – ramos oftálmico e maxilar. ▪ Irrigação: Artéria oftálmica e maxilar (ramos das artérias carótida interna e externa) ▪ Drenagem: veias oftálmica e infraorbital (ramos das veias jugular interna e externa) ▪ Forames principais: 1. Fissuras Orbital Superior e Inferior: nervos sensitivos e motores extraoculares; 2. Canal óptico: nervo óptico e artéria oftálmica. ▪ Patologia: proptose ou exoftalmo (inflamação dentro da órbita por diversas causas – a mais prevalente é a Doença de Graves). ▪ Músculos extraoculares: controlam os movimentos oculares (4 retos {lateral, medial, inferior e superior} e 2 oblíquos {superior e inferior}), embainhados por fáscias contínuas com o revestimento ocular (cápsula de Tenon) junto às inserções. Os retos se originam no tendão anular comum (Zinn) – no ápice orbitário. Os retos verticais (superior e inferior) são responsáveis pela elevação e abaixamento dos olhos. Os retos Horizontais (medial e lateral) adução (polo medial ou nasal) e abdução (polo temporal) dos olhos. Os oblíquos são responsáveis pela torção dos olhos. O Oblíquo Superior se origina no anel de Zinn e passa pela tróclea (borda medial superior). O oblíquo inferior com inserção na parede medial da órbita. OBS: o reto medial é o que tem a inserção mais próxima à córnea. → cirurgia de Pterígio: lesão do reto medial. ▪ Nomenclaturas: a. Esotropia ou estrabismos convergentes: olho para dentro; b. Exotropia ou estrabismo divergente: olho para fora; c. Dextroversão: olhar para direitad. Levoversão: olha para esquerda ▪ Inervação dos músculos: III par → 3 retos {superior, inferior e medial} + 1 oblíquo {inferior}; IV par → Oblíquo superior VI par → Reto lateral Exemplo clínico: PCT, 40 anos, após sofrer TCE, apresenta diplopia quando olha para o lado esquerdo. O que aconteceu? R: Paralisia ou paresia de abdução do olho esquerdo por lesão do NVI. PÁLPEBRAS ▪ Pregas moles de tecido ▪ Pele mais fina da superfície corporal (desprovida de gordura) ▪ Funções: • Proteção ocular: fraca e intermitente • Distribuição uniforme da lágrima • Drenagem da lágrima ▪ É dividida em 2 partes: 1. Lamela anterior – cílios, pele e músculo orbicular; 2. Lamela posterior – tarso e a conjuntiva. ▪ Patologia: celulite (infecção de derme e subcutâneo – causada principalmente por Stafilo). Existe dois tipos de celulite: 1. Celulite Pré-Septal 2. Celulite Orbital → mais grave, necessita de internação por risco de meningite. DICA: Se o paciente movimenta os olhos normalmente, há grandes chances de ser uma celulite pré-septal. ▪ Músculos palpebrais 1. Orbicular – inervado pelo VII, com função de fechar as pálpebras 2. Elevador palpebral – inervado pelo III, com função de elevar a pálpebra superior. OFTALMOLOGIA SANARFLIX + OFTALMOLOGIA CLÍNICA USP Eva Carneiro – P8 3. Tarsal superior (Muller) – inervado por fibras simpáticas, com função de elevar discretamente a palpebra (~1mm). ▪ Patologia: a. Síndrome de Horner {Miose, Ptose, Anidrose, Enoftalmo}; causas: Tumor de pancoast, dissecção da carótida interna, traumatismos cirúrgicos de estruturas cervicais, dentre outros. Miose – as fibras simpáticas inervam o músculo dilatador da íris, se não há ação do simpático a íris fica em miose. Ptose – diminuição da distância do reflexo pupilar e a margem palpebral. Por acometimento do músculo de Muller (por isso é uma ptose discreta). b. Paralisia facial periférica {acometimento do NCVII}, acometimento do músculo orbicular e então o paciente não consegue piscar os olhos adequadamente ou mesmo fechar. Podendo dessa maneira gerar cicatrizes na córnea. GLÂNDULAS PALPEBRAIS ▪ Zeiss: sebáceas ▪ Meibomius: sebáceas ▪ Moll: sudoríparas ▪ Patologia: hordéolo ou terçol – inflamação da glândula de zeiss ou de meibomius. Quando essa inflamação não é resolvida, há a formação do Calásio (granuloma remanescente), não há mais sinais inflamatórios, mas fica esse granuloma e para removê-lo é necessário cirurgia. APARELHO LACRIMAL ▪ Glândula lacrimal principal ▪ Piscar 15x por minuto A lágrima, ao entrar pelos pontos lacrimais, tanto superior como superior, vai ser drenada pelo canalículo {50% superior e 50% inferior}, vai passar pelo saco lacrimal → ducto nasolacrimal e termina no meato nasal inferior (vide imagem). ▪ Patologia: a. Dacriocistite – inflamação dos canais lacrimais baixos. A principal causa é a estenose idiopática do ducto (saco lacrimal), esse distúrbio acomete mais as mulheres > 40 anos. b. Dacrioadenite – inflamação da glândula lacrimal (de localização temporal superior, por isso o olho fica com esse formato em S). INFORMAÇÃO ADICIONAL: ▪ Gonioscopia → exame que visualiza o ângulo formado entre duas estruturas oculares: córnea e íris. Neste ângulo existe uma estrutura chamada trabeculado, que é uma "trama" por onde o líquido de dentro do olho (humor aquoso) é drenado. Vulgarmente comparado a um ralo. Quando existe aumento de pigmentação no trabeculado, pode ser que exista algum grau de obstrução na drenagem e, consequentemente, aumento na pressão intra ocular. Porém, é mais comum visualizar pigmentação no quadrante inferior pelo efeito gravitacional. OFTALMOLOGIA SANARFLIX + OFTALMOLOGIA CLÍNICA USP Eva Carneiro – P8
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