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Disciplina: História Medieval (HIS27) Avaliação: Avaliação Final (Discursiva) - Individual Semipresencial ( Cod.:669582) ( peso.:4,00) Prova: 29389234 Nota da Prova: - 1. A Igreja Católica, ao longo da Idade Média, exercia grande influência no interior da sociedade, porém existia um sentimento generalizante de insatisfação e inquietação no interior da Igreja. Neste contexto, a Igreja Católica empreendeu um movimento de reforma, no sentido de reformular e reposicionar os valores católicos no interior do próprio clero, dos religiosos com seus fiéis, incluindo até o imaginário, as posturas e práticas dos fiéis. Em termos eclesiásticos e de dogmas religiosos, no que consistiu a Reforma Religiosa? Disserte sobre as principais questões que foram reformuladas, bem como as novas definições e determinações que foram acordadas com a Reforma. Resposta Esperada: Entre os principais problemas enfrentados no interior da Igreja estavam a interferência dos leigos nas questões religiosas, os problemas de atribuição de herança aos membros do clero e seus descendentes, a questão da simonia, que significava a compra de cargos eclesiásticos. Diante disto, a Igreja, através do movimento da Reforma, adotou as posturas do celibato clerical e o monasticismo. O celibato clerical consistia em que os religiosos deveriam eximir- se de práticas e atividades sexuais, pois estas eram entendidas como indignas e corrompedoras da realização e vocação religiosa e santa. Por outro lado, ficava também orientado os desapegos aos aspectos mundanos e materiais, especialmente a luxúria. O celibato atendia à preocupação reversa que versava sobre a divisão dos bens, terras e riquezas que a Igreja possuía. O monasticismo consistia no retorno aos valores primitivos da Igreja, no sentido de cultivar uma forma de vida simples, de apreço às artes, o silêncio, contemplação e a devoção aos mais pobres. Entre os principais representantes do movimento de Reforma encontram-se São Francisco de Assis e Bernardo de Clairvaux. 2. O historiador belga Henri Pirenne (1862-1935) exerceu forte influência sobre os historiadores que viriam a fundar a escola historiográfica francesa dos Annales, no início do século XX. A principal teoria defendida por Pirenne foi sobre a Idade Média, a qual representa um contraponto com relação às teorias até então defendidas, em especial a de Edward Gibbon (1737-1794), cuja argumentação central residia no fato de que os reinos germânicos representam os principais fatores que conduziram o Império Romano ao fim e por outro lado favoreciam o início da Idade Média. Disserte sobre as principais concepções que compõem a teoria defendida por Henri Pirenne, assim como as críticas que foram feitas a este historiador. Resposta Esperada: Os argumentos da tese de Pirenne, de uma maneira geral, apontam que as dinâmicas produtivas e econômicas da época foram os principais fatores responsáveis pelos processos sociais que levaram ao fim do Império Romano e favoreceram o início do Feudalismo. Segundo o autor, as estruturas econômicas apresentadas pelos reinos germânicos baseavam-se nas rotas comerciais que eram traçadas, cortando o Mar Mediterrâneo, e que estas já existiam em Roma anteriormente. Para Pirenne, a presença dos muçulmanos causou mais impacto que as temidas invasões germânicas. Segundo ele, o Mar Mediterrâneo fez com que os reinos se desagregassem e as populações abandonassem as cidades, migrando rumo ao interior do https://portaldoalunoead.uniasselvi.com.br/ava/notas/request_gabarito_n2.php?action1=SElEMjA3Mw==&action2=SElTMjc=&action3=NjY5NTgy&action4=MjAyMS8x&prova=MjkzODkyMzQ=#questao_1%20aria-label= https://portaldoalunoead.uniasselvi.com.br/ava/notas/request_gabarito_n2.php?action1=SElEMjA3Mw==&action2=SElTMjc=&action3=NjY5NTgy&action4=MjAyMS8x&prova=MjkzODkyMzQ=#questao_2%20aria-label= continente, nas regiões rurais. A partir dos estudos de Pirenne, houve o domínio muçulmano no Mar Mediterrâneo, no século VII, e não mais invasões germânicas: o principal fator responsável de desagregação do modo de vida romano e o gerador da sociedade medieval. Segundo Pirenne, estes fatores são mais importantes que as questões étnicas (entre germânicos e romanos) ou políticas (enfraquecimento do império e das invasões e conquistas no exterior). Por outro lado, o autor defende que os povos germânicos romanizavam-se e cristianizavam-se aos poucos, o que não configurava uma ruptura profunda nas tradições culturais, e sim certa assimilação. Por não considerar com muita ênfase as invasões germânicas, o enfraquecimento do estado no interior da sociedade, ou a degeneração moral da sociedade romana, a tese de Pirenne sofreu fortes críticas e acabou sendo indicada como uma análise meramente economicista para este momento da História.