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12-02-2021 Abandono Desportivo Educação Física Maria Miguel e Raquel Guedes Nº12 E Nº13 12º5 Escola Secundária João Gonçalves Zarco Índice Introdução .......................................................................... 3 Conceito de Desporto e Abandono Desportivo ............................... 4 Motivos para o abandono da prática desportiva infantojuvenil ........... 4 1. Incompatibilidade de horário ................................................... 4 2. Não haver suporte familiar e de amigos ...................................... 5 3. Querer mais tempo livre ......................................................... 5 4. Desentendimentos com o treinador ........................................... 5 5. Falta de prazer na prática desportivo ........................................ 6 6. Excesso de espírito competitivo por parte dos colegas ................... 7 Abandono Desportivo em Portugal ............................................. 7 Consequências do Abandono Desportivo ...................................... 8 Conclusão .......................................................................... 10 Bibliografia......................................................................... 11 Introdução O presente trabalho, realizado no âmbito da disciplina de Educação Física, tem como base a pesquisa de temas relacionados com o Abandono Desportivo, consistindo essencialmente no abandono precoce da prática desportiva infantojuvenil e no abandono no desporto em Portugal. O objetivo fundamental é adquirir conhecimentos básicos e essenciais sobre a área do Abandono Desportivo, mais concretamente: nas diferentes causas de abando nas faixas etárias mais baixas, bem como o caso mais concreto e específico de Portugal. O trabalho encontra-se divido em duas grandes partes, a primeira o Abandono no Desporto Infantojuvenil e a segunda o abandono no nosso País; e ainda composto por alguns subtemas, baseados na análise mais aprofundada de todas as implicâncias que este acarreta. A metodologia utilizada foi a procura e recolha seletiva de informações e conceitos na internet relacionados com a área a ser estudada, com a pretensão de trata-los e organiza-los da forma mais adequada e elucidativa possível. Conceito de Desporto e Abandono Desportivo O desporto é uma ferramenta para a aquisição e melhoria das capacidades físicas e técnicas, contribui para o desenvolvimento educativo, social e para o ego das pessoas. Quando bem utilizado, é uma escola de formação de valores educativos e sociais que enriquecem o comportamento humano. O desporto é um fator de cultura, um espaço interativo e único, que permite uma enorme atividade social. O abandono desportivo associa-se ao número de jovens que decidem deixar de praticar a modalidade desportiva que haviam escolhido. Isto tem tido proporções significativas, pelo que não pode deixar de constituir-se como uma preocupação para todos os que têm responsabilidades no processo de formação e preparação de jovens jogadores ou de acompanhamento a escalões sénior. As razões para o abandono podem ser positivas ou negativas. Estas últimas são, de certeza, as mais significativas. Reduzir a taxa de abandono deve ser um desígnio de todos, já que o desporto enriquece a vida de qualquer um. Motivos para o abandono da prática desportiva infantojuvenil 1. Incompatibilidade de horário Muitas das vezes os jovens atletas para além da atividade escolar obrigatória optam por realizar várias atividades extracurriculares simultaneamente, o que lhes acaba por preencher grande parte do seu tempo livre, e por este motivo a probabilidade de os horários serem incompatíveis é acrescida, o que resulta em desistência de alguma das atividades. Além disso, noutros casos, a compatibilidade de horários não depende exclusivamente do atleta, para todos os jovens que dependem dos pais para se deslocarem para ir ou vir do treino, a disponibilidade dos pais também é relevante, se o período de trabalho destes coincidir com o dos treinos, gera-se uma nova dificuldade e mais uma hipótese de abandonamento do desporto. 2. Não haver suporte familiar e de amigos Como todos sabem, o suporte do núcleo familiar é bastante importante para um atleta compreendido entre os 6 e os 17 anos. A opinião dos pais e até mesmo amigos tem sempre uma grande influência nas decisões do próprio, tornando este suporte essencial na sua prática desportiva. Por vezes uma simples presença de um familiar ou amigo no jogo do jovem atleta poderá trazer o tal suporte que falávamos anteriormente, que será bastante benéfico para o bem- estar e autoestima do mesmo, o que irá contrariar o abandono da sua prática desportiva. No entanto, a família também pode ter efeitos negativos na experiência desportiva dos jovens, seja por criar demasiadas expectativas relativas ao rendimento do atleta a atingir, ou por adotarem regras demasiadamente rígidas em torno da vida do atleta. 3. Querer mais tempo livre Nesta abordagem ao tempo livre dos jovens atletas podemos exemplificar dois grupos distintos, que poderão ter também diferentes pontos de vista em relação a este tema. O grupo de jovens atletas compreendido entre os 6 e 12 anos podem optar por este abandono à prática desportiva não só por opinião própria, mas também por parte dos pais que têm uma grande influência. O tempo livre deste pequeno grupo pode englobar falta de tempo para brincar, o que não corresponde ao grau de compromisso exigido pelo desporto, que também não corresponde aos interesses que o atleta pode ter. No entanto, no grupo de jovens compreendido entre os 13 e 17 anos a saturação do ritmo desportivo e competitivo, leva a esta falta de tempo livre que pode centrar-se na falta de tempo para estar com os amigos ou família, mas também na falta de tempo para estudar e manter sempre um certo nível nas suas notas, visto que, nestas idades o grau de exigência escolar começa a ser maior. 4. Desentendimentos com o treinador Os treinadores são, mais uma vez, elementos essenciais no que assenta a forma como é vivida a prática desportiva pelas crianças e pelos jovens. Os treinadores que dão mais importância ao facto de estabelecerem uma relação positiva entre si e os seus atletas do que à sua promoção pessoal, reúnem melhores condições para prolongar a motivação desportiva do jovem de uma forma realista e de respeito pelo treinador em detrimento do atleta. Contudo, o desporto, mesmo em escalões inferiores, tem vindo a tomar proporções muito sérias e a formação passa a comportar-se como profissional. Ao ter essa consideração, o treino dado, deixa de ser divertido e passa a ser mais exigente, procurando o máximo e o esforço extremo de cada um, o que para a maioria das crianças pode levar à levam à frustração, ao cansaço e consequente desmotivação por apenas estarem lá para um momento de lazer e descontração. Outro dos motivos para desentendimentos e quezílias com os treinadores, é a discriminação por parte de uns atletas para com outros preferidos do treinador. Este último, privilegia somente os atletas que tem em maior consideração – por questões de jogo, ou por serem mais habilidosos, ou por pertencerem à família do corpo técnico -, discriminando os restantes, que não lhe fazem tanta falta e que são dispensáveis a nível de jogo. Por vezes os métodos de treino não correspondem aos esperados, seja por serem exigentes e complexos de mais ou por serem demasiado banais, vulgares ou aborrecidos - treinos monótonos, treinos demasiados agressivos, a estagnação e os maus resultados. Desta forma o treinador não pratica da melhor estratégia para manter toda a equipa ou jogadores motivados a estarem ali por gosto, mantendo-se no desporto por sentirem inconscientemente alguma obrigação para estarem ali, ousomente a sensação de hábito. Existe ainda a má relação com o treinador, por diversos motivos, por existir a anterior, dita, discriminação ou por não existir confiança, apreciação e senso de interdependência entre os dois. Quando há esta ausência de relacionamento entre os dois, forma-se mais uma determinante para o possível abandono desportivo. 5. Falta de prazer na prática desportivo Por parte de muitos dos jovens atletas, a falta de prazer na prática desportiva está agregada à motivação que este tem na prática desse mesmo desporto, e à relação com o treinador como já foi referido anteriormente. Por vezes esta motivação varia ao longo do tempo até desaparecer, inicialmente privilegiava-se o desenvolvimento de competência/habilidades, posteriormente a forma física, por exemplo, e por último a afiliação geral, gostar do espírito de equipa, no entanto todos estes motivos podem deixar de existir. É necessária uma capacidade de gerir todas as possíveis forças contraditórias que poderão existir quanto ao desporto para que não haja esta dita falta de prazer que levará posteriormente a uma desistência desportiva. O desporto exige um compromisso que pode não ser acompanhado por parte do atleta trazendo assim alguns comentários negativos por parte de quem o acompanha se este compromisso não for cumprido. Como por exemplo: "este atleta não tinha vontade"; “não tinha atitude”; “não cumpre o plano de treinos”; “faltava-lhe aquela garra”; “não estava de corpo e mente no desporto”; etc. 6. Excesso de espírito competitivo por parte dos colegas Ser competitivo é bom no desporto, uma tentativa de destaque por serem os melhores é saudável e é natural. A verdade é que muitas pessoas não sabem separar a competitividade saudável da má competitividade, que se relaciona com o egoísmo, que define que, para alcançar os objetivos, se pode e até deve derrubar outras pessoas que podem ser obstáculos no caminho para conseguirem tudo o que pretendem. Isto não tem nada a ver com competitividade natural e pode ser considerado medo e até mesmo falta de ética. Colegas de equipa que não se apoiam mutuamente levam também a desmotivação, quando não há espírito de equipa e interajuda entre diferentes desportistas a prática de desporto passa a não ser tão agradável para quem o pratica. Abandono Desportivo em Portugal Na nossa atualidade, com um mundo em situação pandémica, na área do desporto, está a ocorrer a 3ª época desportiva atípica e que vem, tal como as duas anteriores, trazer mais abandono e pobreza aos clubes/modalidades desta área. Estudos comprovaram que o desporto em Portugal sofreu a maior perda de praticantes que alguma vez aconteceu. As associações, os clubes e todos quantos estão ligados ao desporto vão ter de fazer renascer a paixão pela prática desportiva de forma a se conseguir minimizar essa perda. Estima-se, que só a nível federado, estejam parados mais de 150 mil praticantes. Muitos destes já não regressam e outros terão menor capacidade para socializar, para se superar e para traçar objetivos. Na temporada passada, nas modalidades de futebol, futsal, andebol, hóquei em patins, basquetebol e voleibol – os desportos mais praticados em Portugal - existiam 220 735 jovens federados e atualmente contam-se apenas 47 774, elucidativo. Num outro estudo realizado em Portugal sobre as causas das decisões do abandono da Prática Desportiva nos atletas seriam o cansaço do calendário desportivo, o estilo de vida, a falta de meios para ir mais longe, o insucesso na obtenção dos seus objetivos pessoais, a dificuldade de conciliar o desporto e os estudos, e os maus resultados. O maior fator de desistências são o desagrado de atletas e encarregados de educação para com o comportamento e atitudes de todo o corpo técnico. A superação e a resiliência são características dos atletas e por isso vamos acreditar que esta situação será reversível e que seremos capazes de reduzir a taxa de abandono desportivo. O que seria benéfico para a saúde do país, para a economia e para o enriquecimento cultural. Consequências do Abandono Desportivo o Pior desempenho académico o Pior integração social o Diminuição do espírito competitivo (saudável) o Aumento da obesidade infantil o Afeta a saúde mental Estudos comprovam que as crianças que praticam atividade física têm melhor desempenho académico e que as modalidades coletivas promovem de forma muito positiva a integração social e são facilitadoras do desenvolvimento das interações sociais dos adolescentes. Pode não parecer, mas enquanto realiza exercício físico está-se também a cuidar da saúde mental. Está comprovado que praticar desporto promove as relações interpessoais, estimula a autoestima e a autoconfiança, além de reduzir o stress do dia a dia. O aspeto mais evidente após uma paragem no exercício físico é a baixa de forma. Em poucas semanas, os sinais tornam-se visíveis, dá-se perda de força e resistência física, bem como um metabolismo mais lento que resulta na menor capacidade de queimar calorias e na consequente acumulação de gordura. Por outro lado, a massa magra pode diminuir consideravelmente. Quando se deixa de treinar, todos estes benefícios são colocados em causa. Há até estudos que referem que a probabilidade de desenvolver sentimentos depressivos aumenta consideravelmente após deixar de fazer exercício físico. Por isso aconselhamos toda a gente à prática desportiva. Conclusão No decurso da realização do estudo efetuado ao longo desta dissertação, foi-me permitido alargar os conhecimentos teóricos na área do abandono da prática desportiva, mais especificamente nos jovens compreendidos entre os 6 e os 17 anos e em Portugal. Em virtude do que foi mencionado e exposto neste trabalho, adquirimos conhecimentos que, com certeza, irão mudar a nossa forma de pensar. Complementando, acreditamos ter cumprido todos os requisitos e objetivos propostos para o trabalho, abordando todos os conteúdos pedidos com máxima clareza e organização. Finalizando, depreendemos que este trabalho foi muito importante para o nosso enriquecimento cultural e intelectual visto ter abordado temas relevantes para o nosso percurso futuro, além de nos ter permitido aperfeiçoar competências de investigação, seleção, organização e comunicação de informações. Bibliografia Administradores.com. (s.d.). Obtido de https://administradores.com.br/artigos/competitividade-ate-que- ponto-o-espirito-de-competicao-e-benefico Boletim da Educação Física. (s.d.). Obtido de https://boletim.spef.pt/index.php/spef/article/view/136 Costa, L. M. (s.d.). Motivação para a Participação e Abandono Desportivo. Obtido de https://cifi2d.fade.up.pt/files/luis-catita.pdf EstIlos de Vida Desportivos . (s.d.). Obtido de https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/19997/1/Tese_Carla%2 0Paulo.pdf GYMBLOG. (s.d.). Obtido de https://blog.gogym.pt/deixar-exercicio-fisico/ Notícias de Viseu. (s.d.). Obtido de https://www.noticiasdeviseu.com/abandono-desportivo-empobrece-o- pais/ O abandono precoce do desporto pelos jovens e a motivação subjacente para continuar . (s.d.). Obtido de https://www.efdeportes.com/efd127/o- abandono-precoce-do-desporto-pelos-jovens.htm Tese. (s.d.). Obtido de https://rpcd.fade.up.pt/_arquivo/artigos_soltos/2010- 3/06.pdf Ultima Barreira. (s.d.). Obtido de http://www.ultimabarreira.com/2019/03/19/relacao-treinador-atleta/ Introdução Conceito de Desporto e Abandono Desportivo Motivos para o abandono da prática desportiva infantojuvenil 1. Incompatibilidade de horário 2. Não haver suporte familiar e de amigos 3. Querer mais tempo livre 4. Desentendimentos com o treinador 5. Falta de prazer na prática desportivo 6. Excesso de espírito competitivo por parte dos colegas Abandono Desportivo em PortugalConsequências do Abandono Desportivo Conclusão Bibliografia