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FRATURA ANEL PÉLVICO! E P I D E M I O L O G I A Lesões de alta energia ————————— – Adultos jovens – 5 a 30% de mortalidade – Lesões associadas – Alta incidência de sequelas e complicações – Colisões com moto, atropelamentos, quedas, colisões entre veículos (de tamanho diferentes) e esmagamento Lesão de Baixa Energia ———————— - Idosos A N A T O M I A • 2 ossos inominados + Sacro • Instável sem suporte ligamentar • 5 articulações – Sínfise púbica – 2 acetábulos – 2 sacroilíacas • Falsa Pelve: porção inferior da cavidade abdominal • Pelve verdadeira – bexiga, uretra, reto, útero+vagina/próstata Ligamentos ———————————— Região posterior = ligamentos mais fortes e resistentes Ligamentos sacroilíacos posteriores: • Curtos – Oblíquos – Rebordo posterior do sacro até espinhas ilíacas póstero superior e inferior • Longos – Aspecto lateral do sacro até espinha ilíaca póstero superior – Mescla com o ligamento sacrotuberoso – Posteriores e superficiais em relação aos curtos Sacroilíacos anteriores: • Sacro até o ílio • Estabilidade inferior ao sacroilíaco posterior – Sínfise púbica: cartilagem hialina coberta por tecido fibroso • Reforço inferior = inserções musculares • Parte mais resistente = antero-superior Sacrotuberal: • Origem no sacro e inserção na tuberosidade isquiática • Estabilidade vertical da pelve Ligamento sacroespinal: – Triangular – Parte lateral do sacro e cóccix até espinha isquiática – Divisão em: • Forame isquiático maior • Forame isquiático menor – Estabilidade rotacional da pelve Ligamento iliolombar: – Processos transversos de L4 e L5 até crista ilíaca posterior – Lesão na instabilidade vertical ( Fratura processo transverso ) Ligamento lombossacro: – Processo transverso de L5 até asa do sacro – Contato com raiz L5 Biomecânica ligamentar ———————— • Transversos = ESTABILIDADE ROTACIONAL – SI posterior curto – SI anterior – sacroespinhoso • Verticais = ESTABILIDADE VERTICAL – SI posterior longo – Sacrotuberoso – Lombossacral Vascularização ——————————- Principal fonte: Artéria ilíaca interna ou artéria hipogástrica Ramos: Divisão anterior = ARTÉRIA GLÚTEA INFERIOR Divisão posterior = ARTÉRIA GLÚTEA SUPERIOR Forame Isquiatico Maior ———————— Estruturas: – 7 nervos: • nervo isquiático (instabilidade posterior e vertical) • nervo glúteo superior • nervo glúteo inferior • nervo pudendo interno – função sexual • nervo femoral cutâneo posterior ( instabilidade anterior) • nervo para o quadrado femoral • nervo para o obturador interno – 3 conjuntos de vasos: • artéria/veia glútea superior • artéria/veia glútea inferior • artéria/veia pudenda interna – 1 músculo: • piriforme A V A L I A Ç Ã O I N I C I A L seguir sempre ATLS; Lesões de alta energia ————————— – Alerta para lesões associadas: • Cabeça, tórax, abdômen e lesões vasculares do retroperitôneo • Lesao pulmonar 63% • Fratura de ossos longos 50% • Tce 40% • Ferimentos urogenitais = 12% • Fratura de coluna 25% - Acidentes automobilísticos e quedas de alturas (mais comum em jovens) Lesões de baixa energia ———————— – Queda de mesmo nível ( comum em idosos) OBS: Impactos laterais e incompatibilidade entre veículos constituem os principais fatores de risco para morbidade e mortalidade E X A M E F I S I C O Atentar-se: 90% sensibilidade em paciente consciente para diagnóstico de fratura da pelve; deformidade do membro inferior; encurtamento e rotação da hemipelve; Examinar estabilidade: – Compressão das cristas ilíacas (1 vez apenas – pode desfazer o coagulo) –>Teste de Volkmann: o paciente é colocado em decúbito dorsal e faz-se uma pressão simultânea nas espinhas ilíacas anterossuperiores, no sentido de seu afastamento, manobra é positiva quando provoca dor; indica sacroileíte. Lesões de pele - Hematoma escrotal — sinal de Destot Buscar lesões expostas: – Pele – Intra-vaginal. – Retal fx exp. oculta Déficits neurológicos – Principalmente L5 e S1 Em mulheres: – Realizar exame vaginal e da uretra – Não realizar sondagem antes da uretrocistografia (em suspeita de lesão) Em homens: - Próstata ascendida no toque Se atentar: Morel-Lavallé = desluvamento interno (é uma lesão em cisalhamento que ocorre entre o tecido celular subcutâneo e a fáscia profunda) R A D I O G R A F I A Lembrar, visão geral da pelve: Inlet ( obliqua descendente ) ——————— – 45’ caudal – AP verdadeiro da entrada da pelve – SI, corpo e asa do sacro e espinha ilíaca posterior – Morfologia da fratura de ramos – Deformidade em rotação externa Outlet ( obliqua ascendente ) ——————— – 45’ cefálico – Cisalhamento vertical – Fraturas de sacro – Quebra da sobrancelha do sacro T O M O G R A F I A • Obrigatória na fratura de pelve • Avaliação na lesão posterior C L A S S I F I C A Ç Ã O AO/Tile: ESTABILIDADE DA PELVE 61 A,B,C ——————————————— – A = estáveis (sem lesão posterior e dos ligamentos do assoalho pélvico) 50 a 70% • A1 = avulsões de apófises • A2 = fraturas isoladas da asa do ilíaco • A3 = fraturas transversas do sacro (abaixo de S2) – B = instabilidade rotacional (lesão incompleta do complexo ligamentar posterior) 15 a 30% • B1 = livro aberto • B2 = instabilidade rotacional unilateral – compressão lateral • B3 = instabilidade rotacional bilateral – compressão lateral (alça de balde) – C = instabilidade rotacional e vertical 10 a 20% • C1 = instabilidade rotacional e vertical unilateral • C2 = instabilidade vertical ipsilateral e rotacional contra-lateral • C3 = instabilidade vertical bilateral Young-Burgess ———————————— – Compressão lateral – Compressão ântero-posterior – Cisalhamento vertical – Mecanismo combinado M E C A N I S M O D A S L E S O E S Compressao Lateral —————————— fraturas transversas de ramos; CL I: – Mais comum – Trauma posterior – Fratura por impacção do sacro – Estável • Sem lesão posterior • Sem lesão dos ligamentos sacroespinhoso e sacrotuberoso CL II: – Trauma mais anterior – Fratura da região posterior da asa do ílio (“crescente”) – Sem lesão posterior – Sem lesão dos ligamentos sacroespinhoso e sacrotuberoso CL III: PELVE EM VENTANIA – Trauma tipo “rolamento” – Compressão + rotação externa (contra- lateral) • Compressão: – Fratura do sacro – Fratura da asa do ilíaco • Rotação externa: – Lesão incompleta ou completa – Rotacionalmente instável Compressao Antero-posterior —————CAP I: – Abertura da sínfise: <2,5cm – Sem lesão posterior – Sem lesão dos ligamentos sacroespinhoso e sacrotuberoso – Distensao sinfise e dos lig SI anteriores — Lesão em livro aberto — CAP II: >2,5cm abertura – Ruptura: • Sacroilíacos anterior • Sacroespinhoso • Sacrotuberoso – Sem lesão de sacroilíacos posteriores – Associação com hemorragia significativa CAP III: – Lesão dos ligamentos sacroilíacos posteriores + assoalho pélvico – Instabilidade global Cisalhamento vertical ————————- Impacto vertical com o membro inferior estendido; Queda de altura; Acidente automobilístico; Avulsão ligamento iliolombar; – Fratura processo transverso de L5 L E S O E S A S S O C I A D A S Hemorragia ————————————— – Sangramento retroperitoneal – Maior risco em CAP II e III = aumentam o volume pélvico – Mais comumente por lesão do plexo venososacral – Lesão arterial é menos comum, porém, com quadro mais dramático (artéria glútea superior e pudenda, sacral lateral, glutea inferior, obturatoria)- ramos do sistema ilíaco interno – Idosos possuem um maior risco de sangramento arterial Lesão neurológica —————————— – 10-15% – Fraturas de sacro: lesões neurológicas Zona 1 = 6% (+ comum =50%) Zona 2 = 30% (36% das fx) Zona 3 = 60% ( 16% das fx ) – Fratura do sacro ocorrem em 30% das lesões pelve Zona 1 e 2: comprometem a Estabilidade pelvica. A coluna só se romper L5-S1 Zona 3 mais compromete coluna – Principalmente fratura horizontal e em H ou U – Dissociação Espinopélvica Lesões Geniturinárias (15-20%) ————— • Homens (uretra) 21% • Mulheres (bexiga) 8% • Hematúria visível é o achado mais observado (95%), devendo ser considerada quando >30 eritrócitos na urinálise Lesões do t. gastrointestinal e fraturas expostas da pelve (5%) ————————— • Mortalidade de até 50% • Avaliar necessidade de colostomia de desvio • Deve ser feita até 6-8hs da lesão Fratura de Malgaine —————————— — tipo de fratura vertical dupla da bacia em que se associa fratura dos dois ramos púbicos a uma fratura da articulação sacroilíaca. — • Padrão Duplo vertical • Lesão vertical através das faces anterior e posterior do anel pélvico T R A T A M E N T O • Estável hemodinamicamente: – Não exige estabilização temporária • Instável hemodinamicamente: – Sem resposta à reposição volêmica, sem hemorragia intra-abdominal ou torácica = sangramento retroperitoneal – Exige estabilização – Poderá ser realizada angiografia após estabilização hemodinâmica do paciente • Lençol transversal apoiados no trocanter maior e rotação interna e adução MMII Sangramento intra-pélvico ——————— —> Paciente com choque e / ou instabilidade hemodinâmica persistente, após compressão pélvica e ressuscitação adequada, excluindo hemorragia torácica, abdominal ou membros, pode-se fazer tamponamento pélvico por laparatomiza ou angiografia —> > 60 anos – mais lesão arterial Tomada de decisão —————————— • CL-I e CAP-I: – Tratamento conservador • CAP-II com deslocamento considerável (>2,5cm) – Ruptura isolada do anel anterior, sem lesão posterior – Estabilização anterior (fixador externo ou placa) • CAP-III, CL-II, CL-III e CV: – Ruptura completa do anel posterior – Estabilização posterior e anterior (a nível de curiosidade, não precisa saber p/ prova, tratamento de acordo com a classificação) TILE A1, A2 = conservador B1 com <2,5cm de diástase: – Tratamento conservador B1 com >2,5cm de diástase: – Estabilização anterior (FE ou placa) B2 e B3: – Cirúrgico = se >1cm de discrepância de membro inferior ou atitude em RI ou RE fixa dependendo do tipo de mecanismo – Maioria cirúrgico: podendo ser necessária abordagem posterior C: – Estabilização anterior e posterior Indicação para fixação externa ————— Ressuscitação Fraturas instáveis rotacionalmente Fraturas em livro aberto Alça de balde (B3 DE TILE) Fraturas tipo C (com tração esquelética associada) CLAMP em C: estabilidade POSTERIOR Fixador Externo: estabilidade ANTERIOR Obs: Abertura de sínfise púbica puerperal < 4 cm conservador com cinta Lesoes anteriores e posteriores —————— Lesões anteriores e posteriores: – Associar estabilização anterior e posterior – Placa anterior apenas não confere estabilização: 1 ou 2 placas em ângulo reto na sínfise púbica + parafuso posterior, opção para estabilização anterior = fixador externo, lesão posterior mais critica = redução anatômica • Regra ÁUREA de Letournel: – Redução anatômica posterior é o alvo principal, logo deve ser fixada primariamente a sínfise Fraturas da asa do ilíaco: CRESCENTE CL 2 de Young Burges – RAFI com parafuso de compressão e placa de neutralização Fixador externo anterior ———————— 2 pinos em cada crista: • 1o = 2cm posterior a EIAS, para evitar o nervo cutâneo femoral lateral • Maior facilidade técnica Supra-acetabular: • Controle fluoroscópico • 5cm distal e 2-3cm lateral à EIAS • 2cm proximal à articulação do quadril (rx obturatriz +outlet) • Imagem em lagrima ou ogiva • Maior rigidez na rotação interna e externa (equivalente no resto) Acesso anterior a síntese púbica ————— Acesso de Pfannenstiel Cateterismo vesical para proteção da bexiga 2 placas ortogonais ou 1 placa = estudos biomecânicos – ideal placa superior – 3.5mm ou 4.5mm – 4 furos ou mais ( 4 corticais cada lado ) Cautela afim de evitar lesões da A. Corona Mortis Indicações RAFI sínfise púbica ————— Abertura >2,5cm Reforço de fixação posterior de lesões com instabilidade vertical Sínfise cavalgada ( uma em cima da outra ) – RAFI melhor que FE anterior pois tem controle estabilidade vertical – Preferir FE em obesos ou lesão do trato urinário Parafuso Iliosacral —————————— Indicações: – Fraturas sacrais = extra-foraminais (zona 1) – Luxações da SI • Coxim sobre o sacro + TRAÇÃO (para redução da SI) • Fixação: – Asa do ilíaco, articulação SI e corpo de S1 • Zona segura: – Região central do corpo de S1 • Localização da entrada: – 2cm posteriores à intersecção de 2 linhas: • Projeção da diáfise do fêmur • Linha à partir da EIAS • Fio guia: – Direcionar ao corpo de S1 – Póstero-anterior / infero-superior • Perfuração: – 3 corticais (face externa do íleo, face articular do íleo e face sacral da SI) C O M P L I C A C Ō E S Infecção – mais comum nas cirurgias abertas, sendo raro nas percutâneas – Lesão de Morel-Lavalle, também pode ocorrer – FE prolongado – infecção de pinos prejudicando certas abordagens – Proximidade com colostomias Falha da Síntese/Perda de redução – Mais comum nas percutâneas (+-10%) – desvio >1 cm nas incidências outlet e inlet; mais comum em casos com cisalhamento vertical ou mistos Hemorragia intra-op: – Lesão a. glútea superior – Devido coagulopatia, hipotermia ou transfusão maciça Lesão neurológica – Raiz de L5 na região SI anterior ( passa 1cm lateral a SI ) – Lesão raízes sacrais – fragmentos nos forames
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