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1 Instituto Federal De Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo Câmpus Araraquara Licenciatura em Matemática Polígonos: Conceitos e Demonstrações Matemáticas Crysthian de Melo Pires Mariana Desiree Tita de Souza Marlene Ferreira de Oliveira Curti Otávio Traldi da Silva Sérgio Ferreira Guimarães Júnior Relatório apresentado às disciplinas: Conjunto e Noções de Lógica, ministrada pelo Prof. Leandro José Elias; Construções Geométricas, ministrada pelo Prof. Marcos Vinícius Ferreira Fernandes; Leitura, Produção e Interpretação de Textos, ministrada pela Prof.ª Caroline Carnielli Biazolli; Geometria Plana, ministrada pela Prof.ª Karla Barbosa de Freitas Spatti. Araraquara, 16 de junho de 2018 2 Resumo O presente trabalho sobre os polígonos, pesquisado e desenvolvido pelo grupo, tem o objetivo de demonstrar fórmulas utilizadas para um melhor cálculo de suas características, como diagonais, ângulos internos, ângulos externos, área e apresentar como se dá a construção de um polígono regular. Buscamos apresentar conceitos básicos que ajudem na interpretação dos exercícios, conceitos esses, presentes no livro de um dos principais autores utilizado no desenvolvimento do trabalho, tratando-se de BARBOSA, João Lucas; o qual desenvolve demonstrações em seu livro “Geometria Euclidiana Plana”, dos axiomas, teoremas, proposições e corolários de Euclides, sendo esse um dos principais matemáticos gregos, considerado o pai da Geometria. Com isso, conseguimos resolver os exercícios propostos pelos professores, tendo uma visão mais ampla do conteúdo, adquirindo mais conhecimento e observando a influência e utilização deles no nosso dia-a-dia. Palavras-chave: Educação matemática. Polígonos. Geometria. Demonstração matemática. 3 Índice 1 Introdução 5 2 Conceitos iniciais 7 2.1 Pontos 7 2.2 Reta 7 2.2.1 Semirreta 8 2.2.2 Segmento de reta 8 2.2.2.1 Segmentos de reta consecutivos e colineares 9 2.3 Plano 10 2.4 Linha poligonal 10 2.4.1 Linha poligonal aberta simples e complexa 11 2.4.2 Linha poligonal fechada simples e complexa 12 3 Polígonos 13 3.1 Elementos de um polígono 13 3.2 Nomeando os polígonos 15 3.3 Polígono convexo e não-convexo 15 3.4 Polígono regular 16 4 Aplicando os conceitos 16 4.1 Calculando o número de diagonais de um polígono 16 4.2 Calculando a soma dos ângulos internos de um polígono 21 4.3 Calculando a soma dos ângulos externos de um polígono 26 4.4 Calculando a área de um polígono regular 29 4.5 Construção geométrica de um hexágono regular 30 4 5 Conclusão e considerações finais 33 6 Referências bibliográficas 34 5 1 Introdução Desde a antiguidade, o homem buscou observar e representar o meio em que vive, mostrando grande interesse pelas formas. Entretanto, o homem não tinha nenhuma figura geométrica definida, como triângulos, quadrados ou retângulos, até que passou a construir suas próprias moradias. Com a evolução das construções, antes rústicas, foi necessário um aprimoramento nos projetos e execução dos planejamentos, tornando o desenho uma ferramenta básica no processo de construção, interligando as formas com a ideia de beleza. A origem da geometria é atribuída aos babilônios e egípcios, cerca de 3500 anos atrás. Os babilônios criaram plaquetas com tabelas de multiplicas, de quadrados e de cubos, para facilitar o cálculo de áreas e volume. Já os egípcios desenvolveram sua geometria devido a necessidade do Faraó Sesóstris III, em dividir as terras egípcias para agricultura, com o objetivo de receber impostos dos proprietários, conforme o tamanho do terreno. Quando o Rio Nilo transbordava, era necessária uma nova medição de cada terra. Essas duas vertentes defendem que a origem da geometria está diretamente ligada às necessidades do cotidiano, como agrimensura, planificação de cidades e o traçado de mapas. Aristóteles, ao contrário disso, dizia que no Egito havia uma classe de sacerdotes que estudava a teoria dos elementos gráficos. Percebemos, assim, origens distintas para o surgimento da geometria, uma baseada na prática e outra na teoria. Um grande passo para o desenvolvimento e na teorização dos estudos das formas geométricas foi dado na Grécia. Acredita-se que a geométrica foi levada do Egito para a Grécia por Tales de Mileto, porém, ao contrário dos egípcios e babilônios, os gregos não consideravam a experiência como critério para a verdade, para eles os resultados deveriam ser provados através da razão. Euclides, grande nome da matemática, autor da obra “Os Elementos” introduziu o sistema axiomático, que faz uso de conceitos e proposições admitidos sem demonstração (postulados / axiomas) para ordenar sua geometria. Com os conhecimentos práticos desenvolvido no Egito e na Babilônia, os gregos aperfeiçoaram a geometria, dando a ela toda a estrutura que se mantem até hoje. 6 Por entender a importância e a beleza da geometria e suas construções durante toda a história, esse trabalho foi elaborado visando atender as necessidades de entender, de forma básica, toda a construção de um polígono, que é uma das bases da geometria plana. O trabalho foi estruturado da forma com que é colocado abaixo. Esse primeiro capítulo traz um pouco sobre com a geometria se formou e se aprimorou ao decorrer dos anos, a motivação e objetivo que norteou o trabalho e a estrutura de organização do mesmo. O segundo capítulo contém conceitos necessários para entender em que se baseia a geometria plana e como se é dada a construção de um polígono, que é o foco dos nossos estudos. O terceiro capítulo mostra as definições e nomenclatura de polígono e seus elementos. Informações necessárias para entender e aplicar nos seus cálculos, no capítulo posterior. No quarto capítulo se baseia na aplicação dos conceitos e na utilização de fórmulas matemáticas para facilitar e agilizar o entendimento de suas propriedades. E, por fim, no quinto capítulo encontra-se as considerações finais aos estudos realizados que resultou nesse trabalho. 7 2 Conceitos iniciais Antes de começarmos a estudar os polígonos e suas particularidades é necessário que alguns conceitos sejam abordados para que assim haja uma melhor compreensão do que se seguirá. E esses conceitos são: 2.1 Ponto Ponto é um “objeto” que não possui definição, forma ou dimensão, ou seja, não tem comprimento, largura, altura, área, volume, etc. É representado por um “pingo” ou bolinha. 2.2 Reta Reta é o conjunto de pontos compreendidos como uma linha infinita que não faz curva. Por consequência são necessários infinitos pontos para formar uma reta. Fonte: Própria Por ser construída por infinitos pontos, é possível medir a distância entre dois pontos específicos sobre a reta e determinar semirretas e segmentos de reta. 8 2.2.1 Semirreta Semirreta é uma reta que possui começo (determinado por um ponto), mas não possui fim. Fonte: Própria 2.2.2 Segmento de reta Segmento de reta é uma parte de reta que possui um ponto inicial e um ponto final (extremidades). Fonte: Própria 9 2.2.2.1 Segmentos de reta consecutivos e colineares Dois segmentos são ditos consecutivos quanto uma extremidade de um deles é também extremidade do outro. Fonte: Própria Dois segmentos são ditos colineares quando estão sobre uma mesma reta. Fonte: Própria 10 2.3 Plano Assim como a reta é formada por infinitos pontos, o plano é o “objeto” formado por um conjunto infinito de retas. É dentro dos planos que são definidas as figuras geométricas. Fonte:Própria 2.4 Linha poligonal É uma linha formada por um conjunto de segmentos de retas consecutivas e não-colineares. Fonte: Própria 11 2.4.1 Linha poligonal aberta simples e complexa Uma linha poligonal é aberta quando possuir duas extremidades (distintas). Podendo ser simples, quando nenhum segmento corta o outro; ou complexa, quando um ou mais segmentos cortam os outros. Fonte: Própria Fonte: Própria 12 2.4.2 Linha poligonal fechada simples e complexa Uma linha poligonal é fechada quando possuir o final do último segmento de reta ligado ao início do primeiro segmento de reta (não possuir extremidades soltas). Uma linha poligonal fechada possui parte interna e externa. Chamamos de simples quando possui uma, e apenas uma, parte interna e de complexa quando possui mais de uma parte interna Fonte: Própria Fonte: Própria 13 3 Polígonos Polígono é uma figura geométrica plana formada por uma linha poligonal fechada e simples com seu interior. Fonte: Própria 3.1 Elementos de um polígono • Lados: são os segmentos de reta que formam o polígono; • Vértices: são os pontos que ligam dois lados consecutivos de um polígono; • Fronteira: é a união dos lados que compõe o polígono; • Interior: é a região delimitada pela linha poligonal que define o polígono. Fonte: Própria 14 • Diagonais: são os segmentos que unem dois vértices não consecutivos do polígono. Fonte: Própria • Ângulo interno do polígono: é a região do plano, pertencente ao interior do polígono, determinada pelo encontro de cada par de segmentos consecutivos. O vértice do ângulo coincide com o vértice do polígono. • Ângulo externo do polígono: dado um dos ângulos do polígono, obtêm-se o ângulo externo relativo a ele tomando um dos seus lados e o prolongamento do outro, de modo que não divida o ângulo interno. Fonte: Própria 15 3.2 Nomeando os polígonos Os polígonos são nomeados de acordo com o número de lados que possui. Essa denominação segue na tabela abaixo: Nº de lados Nome Nº de lados Nome 1 Não existe 15 Pentadecágono 2 Não existe 16 Hexadecágono 3 Triângulo 17 Heptadecágono 4 Quadrilátero 18 Octodecágono 5 Pentágono 19 Eneadecágono 6 Hexágono 20 Icoságono 7 Heptágono 30 Triacontágono 8 Octógono 40 Tetracontágono 9 Eneágono 50 Pentacontágono 10 Decágono 60 Hexacontágono 11 Undecágono 70 Heptacontágono 12 Dodecágono 80 Octacontágono 13 Tridecágono 90 Eneacontágono 14 Tetradecágono 100 Hectágono Fonte: Própria 3.3 Polígonos convexo e não-convexo Um polígono é dito convexo quando ao marcar quaisquer dois pontos X e Y, sendo X diferente de Y, o segmento formado por eles está totalmente contido no interior do polígono. E é dito não-convexo (ou côncavo) quando o segmento corta qualquer uma das regiões da fronteira. Fonte: Própria Polígono convexo Polígono não-convexo 16 3.4 Polígono regular Um polígono dito regular é equilátero e equiângulo simultaneamente, ou seja, quando possui todos os seus lados e ângulos com medidas iguais. Fonte: Própria 4 Aplicando os conceitos 4.1 Calculando o número de diagonais de um polígono Através de uma fórmula matemática é possível determinar a quantidade de diagonais que um polígono qualquer tem, considerando sua quantidade de lados (ou vértices, pois, em um polígono, o numero de lados e vértices são iguais). Mas antes de provar a validade dessa fórmula, vamos entender sua construção? 17 Fonte: Própria Dado um quadrilátero qualquer, ao traçar as ligações partindo do vértice A, obtemos AA, AB, AC e AD. Mas, note que AA é o próprio vértice A e os segmentos AB e AD são lados do quadrilátero. Com isso, temos que apenas AC é diagonal. Logo, 4 – 3 diagonais. O mesmo pode ser constatado com o pentágono. Traçando as ligações partindo do vértice A, obtemos AA, AB, AC, AD e AE. Da mesma forma, note que AA é o próprio vértice A e os segmentos AB e AE são lados do pentágono. Com isso, temos que apenas AC e AD são diagonais. Logo, 5 – 3 diagonais. Fonte: Própria Fonte: Própria E com o hexágono. Traçando as ligações partindo do vértice A, obtemos AA, AB, AC, AD, AE e AF. Da mesma forma, note que AA é o próprio vértice A e os segmentos AB e AF são lados do hexágono. Com isso, temos que apenas AC, AD e AE são diagonais. Logo, 6 – 3 diagonais. 18 Isso sempre acontecerá com qualquer polígono. Por exemplo, se um polígono tem 7 lados, de cada vértice contamos 7 ligações, das quais 3 delas não são consideradas diagonais, ou seja, 7 - 3 diagonais. Nesse sentido, para um polígono de n lados, teremos saindo de cada vértice n – 3 diagonais, ou seja, n vezes n – 3 diagonais. Observe a tabela abaixo: Nº DE VÉRTICES 4 5 6 7 n Nº DE DIAGONAIS 4 (4 – 3) 5 (5 – 3) 6 (6 – 3) 7 (7 – 3) n (n – 3) Fonte: Própria Note também que, ao contar as diagonais que partem de cada vértice, estamos contando cada diagonal duas vezes. Observe: AC = CA DB = DB AC = CA AD = DA BD = DB DE = EB CE = EC AC = CA AD = DA AE = EA BD = DB BE = EB BF = FB CE = EC CF = FC DF = FD Fonte: Própria 19 Como cada diagonal foi contada duas vezes, basta dividir o total obtido por dois. Conclui-se, então, que o número de diagonais de um polígono pode ser obtido através da fórmula: Mas, vale lembrar que n deve ser maior que 3, pois um polígono que tem exatamente 3 lados (caso do triângulo) não possui nenhuma diagonal. Para provar que a fórmula obtida é válida para qualquer polígono, é necessário demonstrar que ela é válida não só para n lados, mas também para n + 1 lados. Partiremos, então, para a demonstração. Inicialmente tomemos 𝒏 = 𝒌, com k ∈ ℕ e k > 3. Dado um polígono qualquer de k lados, temos: 𝑑𝑛 = 𝑛(𝑛 − 3) 2 𝑑𝑛 = 𝑛(𝑛 − 3) 2 𝒅𝒌 = 𝒌(𝒌 − 𝟑) 𝟐 Hipótese: O número de diagonais de um polígono de n lados é dado por 𝒅𝒏 = 𝒏(𝒏−𝟑) 𝟐 , com 𝒏 = 𝒌. Tese: O número de diagonais de um polígono de n lados é dado por 𝒅𝒏 = 𝒏(𝒏−𝟑) 𝟐 , com 𝒏 = 𝒌 + 𝟏. Fonte: Própria 20 Para obter o polígono de k+1 lados, adicionamos um vértice C ao polígono de k lados. Dessa forma, perdemos o segmento AB e ganhamos os segmentos CA e CB, ou seja, k-1+2 = k+1. Observe que: O número de diagonais do polígono k continua o mesmo; O segmento AB que era lado do polígono k lados, se tornou diagonal do polígono k+1 lados, ou seja 𝐝𝒌 + 1 diagonal; Partem k ligações do vértice C, menos CA e CB que são lados do polígono k+1, ou seja, k – 2 diagonais. Conclui-se, então, que para calcular o número de diagonais do polígono k + 1 lados basta somar o número de diagonais do polígono n lados + 1 diagonal + k – 2 diagonais, ou seja: dk+1 = dk + 1 + 𝑘 − 2 ⟹ 𝑑𝑘+1 = 𝑑𝑘 + (𝑘 − 1) ⟹ 𝑑𝑘+1 = 𝑘(𝑘 − 3) 2 + (𝑘 − 1) 𝑑𝑘+1 = 𝑘2 − 3𝑘 2 + 𝑘 − 1 1 ⟹ 𝑑𝑘+1 = 𝑘2 − 3𝑘 + 2𝑘 − 2 2 𝒅𝒌+𝟏 = 𝒌𝟐 − 𝒌 − 𝟐 𝟐 Fonte: Própria 21 Agora, na fórmula 𝑑𝑛 = 𝑛(𝑛−3) 2 , substituiremos n por k+1, e compararemos com 𝑑𝑘+1 para provar sua validade. 𝑑𝑘+1 = 𝑑𝑛 (𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑛 = 𝑘 + 1) 𝑘2 − 𝑘 − 2 2 = (𝑘 + 1)[(𝑘 + 1) − 3] 2 𝑘2 − 𝑘 − 2 2 = (𝑘 + 1)(𝑘 − 2) 2 (÷ 2) 𝑘2 − 𝑘 − 2 = (𝑘 + 1)(𝑘 − 2) 𝑘2 − 𝑘 − 2 = 𝑘2 − 2𝑘 + 1𝑘 − 2 Chegamos, assim, a uma igualdade. Provando que a fórmula 𝑑𝑛 = 𝑛(𝑛−3) 2 é válida tanto para 𝑛 = 𝑘, como para 𝑛 = 𝑘 + 1. 4.2 Calculando a soma dos ângulos internos de um polígono Mostre, por indução matemática, que a soma dos ângulos internos de um polígono de 𝑛 lados, para 𝑛 ≥ 3, é dada por 𝑆𝑛 = 180 ⋅ (𝑛 − 2). 𝒌𝟐 − 𝒌 − 𝟐 = 𝒌𝟐 − 𝒌 − 𝟐 221. Teorema 6.5: A soma das medidas dos ângulos internos de um triângulo é 180°. (Livro: Geometria Euclidiana Plana/ Joao Lucas Marques Barbosa, pág. 103) 2. Se a soma dos ângulos internos de um triangulo é 180, então a somas dos ângulos internos de um polígono é dada por 𝑆𝑛 = 180 ⋅ (𝑛 − 2) Observe os polígonos abaixo: • Quadrilátero: Tendo em vista que diagonais são formadas por dois pontos não consecutivos, escolhemos um vértice qualquer do quadrilátero abaixo e traçamos todas diagonais possíveis partindo desse vértice. Podemos observar então as diagonais partindo do vértice A, formando a diagonal AD, dividindo o quadrilátero ABCD em dois triângulos, sendo eles ABC e ABD. Sabendo que a soma dos ângulos internos de um triangulo é 180°, basta multiplicarmos 180 por 2 já que houve a formação de dois triângulos. Sendo assim, 180°.2= 360°, portanto a soma dos ângulos internos de um quadrilátero é 360°. Observe: Hipótese: A soma dos ângulos internos de um triangulo é 180. Tese: A soma dos ângulos internos de um polígono é dada por Sn=180. (n-2) 23 • Pentágono: Repetimos o passo a passo explicado no exemplo anterior, escolhendo um vértice qualquer, traçamos todas as diagonais possíveis saindo desse vértice, como observado na figura abaixo. Escolhido o vértice A, traçamos as diagonais AC e AD, formando assim 3 triângulos, sendo eles ABC, ACD e ADE. Desta forma observamos a formação de 3 triângulos, então para sabermos a soma dos ângulos internos de um pentágono basta multiplicamos 180° por 3. Portanto a soma dos ângulos internos de um pentágono é 180°.3= 540°. • Hexágono: 𝑛= 4 𝑆𝑛 = 180° ⋅ (𝑛 − 2). 𝑆𝑛 = 180° ⋅ (4− 2). 𝑆𝑛 = 180° ⋅ 2 𝑆𝑛 = 360° 𝑛= 5 𝑆𝑛 = 180° ⋅ (𝑛 − 2). 𝑆𝑛 = 180° ⋅ (5− 2). 𝑆𝑛 = 180° ⋅ 3 𝑆𝑛 = 540° Fonte: Própria Fonte: Própria 24 Analogamente, traçamos todas as diagonais partindo do vértice A, correspondendo a AC, AD e AE, formando 4 triângulos, sendo eles ABC, ACD, ADE e AEF. Portanto, para saber a soma dos ângulos internos de um hexágono basta multiplicarmos 180 por 4. Logo, a soma dos ângulos internos de um hexágono é 180.4=720. Vamos agora provar que a formula é válida para k e k+1, em que k ∈ ℕ e k ≥ 3. Observamos a figura abaixo de k lados. Sendo a soma dos ângulos internos desse polígono dado por: Si= 180. (k-2), sendo esta então nossa hipótese de indução. Agora vamos observar uma figura de (k+1) lados. 𝑛= 6 𝑆𝑛 = 180 ⋅ (𝑛 − 2). 𝑆𝑛 = 180 ⋅ (6− 2). 𝑆𝑛 = 180 ⋅ 4 𝑆𝑛 = 720 Fonte: Própria Fonte: Própria 25 Podemos observar que se a figura fechasse no Ak a soma dos ângulos internos seria dado por Si= 180. (k -2), mas a figura fecha no vértice Ak+1, formando então um triangulo a mais, portanto para saber a soma dos ângulos internos de um polígono de Ak+1 lados, basta somar 180 à hipótese de indução, observe: 𝑆𝑘+1 = 180 + 180(𝑛 − 2) 𝑆𝑘+1 = 180(1 + 𝑘 − 2) 𝑆𝑘+1 = 180(𝑘 − 1) Agora, substituímos na fórmula, com n = k + 1: 𝑆𝑛 = 180(𝑛 − 2) 𝑆𝑛 = 180(𝑘 + 1 − 2) 𝑆𝑛 = 180(𝑘 − 1) Chegamos então em uma igualdade, concluindo que a formula é válida para n= k+1, sendo que o número de triângulos formados sempre será o número de lados menos 2 unidades, pois, visto que diagonais são formadas entre dois pontos não consecutivos, independente de qual for o vértice escolhido para traçarmos as diagonais esse vértice sempre terá 2 pontos consecutivos a ele. Ak+1 180 180.(k-2) Fonte: Própria 26 4.3 Calculando a soma dos ângulos externos de um polígono 1. Ângulo suplementar é aquele cujo a soma é 180º. Exemplo: Ângulo externo + interno = 180 pois são suplementares 2. Chamamos o ângulo externo de “Se” e o interno de “Si”. Se temos um polígono qualquer, então a soma dos ângulos externos dele é 360°. Observe os polígonos abaixo: • Triângulo: Definido o que é ângulo suplementar, traçamos os ângulos internos e externos do triangulo abaixo para sabermos quantos ângulos suplementares são formados. Podemos observar que a quantidade de ângulos suplementares formados é igual a quantidade de vértices e lados que o polígono possui, sendo assim, para sabermos a soma total dos ângulos internos somado com os externos existem basta multiplicarmos 180 pelo número de vértices existentes. Observe: Hipótese: Um polígono qualquer. Tese: Soma dos seus ângulos externos é 360°. Se + Si = 180. 3 Fonte: Própria 27 Porém, queremos provar quanto vale o ângulo externos (Se), como provado anteriormente a soma dos ângulos internos é dada por Si= 180. (n- 2), o qual “n” é o número de lados ou vértices. Tendo essa informação conseguimos isolar o externo e descobri- lo. • Quadrilátero: Analogamente, traçamos o quadrilátero para observarmos quantos ângulos suplementares serão formados. Observamos então a formação de quatro ângulos suplementares, portanto para saber a soma total dos ângulos internos somado aos externos basta multiplicarmos 180 pelo total de vértices, que no caso do quadrilátero são 4. Repare: Novamente, como queremos achar a soma dos externos, basta isolarmos ele. Se + Si = 180. 3 Se= 180. 3 – Si Se = 180.3 – 180. (3-2) Se = 540 – 180. 1 Logo, Se= 360 Se + Si = 180. 4 Se = 180. 4 – Si Se = 180. 4 – 180 (4-2) Se= 720-360 Logo, Se = 360 2234 Se + Si = 180. 4 Fonte: Própria 28 • Pentágono: Repetidamente, desenhamos um pentágono para observamos quantos ângulos suplementares existem. Como o pentágono tem 5 lados e 5 ângulos, basta multiplicarmos 180 por 5 para saber a soma total dos ângulos internos e externos. Portanto: Podemos então, concluir que a soma dos ângulos externos de qualquer polígono é 360. Para um polígono de n lados, a soma dos externos será: Se + Si = 180. 5 Se = 180. 5 – Si Se= 180. 5 – 180. (5-2) Se = 900 -540 Logo, Se= 360 Se + Si = 180. n Se = 180. n – 180. (n-2) Com n ≥ 3 e n ∈ ℕ. Sendo n o número de vértices que o polígono possui. Fonte: Própria 29 4.4 Calculando a área de um polígono regular Mostre que a área de um polígono regular qualquer é dada por 𝐴 = 𝑝 ⋅ 𝑎, onde 𝑝 é o semiperímetro do polígono e 𝑎 é a medida de seu apótema. O Hexágono pode ser divido em 6 triângulos, e todos esses triângulos são congruentes. O ângulo de um triângulo vale um sexto do ângulo de uma volta completa que é 360 no hexágono. 360 6 = 60º Assim sendo o ângulo de cada triângulo vale 60º no hexágono. Todos os ângulos acabam tendo a mesma medida, porque a soma dos seus lados são iguais, fazendo com que seja um triângulo equilátero. Ao conseguir dividir esse hexágono em 6 triângulos, conseguimos determinar a área desse hexágono, basta encontrar a área de um triângulo e multiplicar por 6. Para conseguir calcular a área de um triângulo, faz-se base vezes sua altura e dividir o resultado por 2. 30 𝐴 = 𝑏. ℎ 2 Se formos aplicar, a Base do triângulo será L e a altura m, que é o apótema do hexágono. 𝐴𝑡 = 𝑎. 𝑚 2 𝐴𝑝𝑜𝑙 = 𝑛. 𝐴𝑡 =. 𝑛. 𝑎. 𝑚 2 𝑃 = 𝑛. 𝑎 2 2. 𝑝 = 𝑛. 𝑎 2. 𝑝. 𝑚 2 𝐴𝑝𝑜𝑙 = 𝑝 . 𝑚 4.5 Construção geométrica de um hexágono regular Agora que já conhecemos as propriedades de um polígono, partiremos para a construção geométrica de um deles em particular. 31 Passo a passo: Passo 01: traçamos uma reta r a qual iremos transferir o segmento do lado do nosso hexágono (segmento AB). Passo 02: Marcamos um ponto A’ na reta r e transportamos o segmento AB para a reta r, o que nos dará um segmento A’B’ que é igual ao segmento AB. Passo 03: Agora vamos encontrar o centro do nosso hexágono epara isso com ponta seca do compasso em A’ e abertura em B’ traçamos o arco 1, e de forma análoga com abertura do compasso em B’ e abertura em A’ traçamos o arco 2, a intersecção desses arcos forma um ponto C que é o centro do hexagono. Passo 04: Traçamos o circulo de centro C e raio A’. Passo 05: Usando a mesma abertura do passo anterior, partindo com ponta seca em B’ traçamos um arco 3 formando um ponto D gerado da intercecçao entre o arco 3 e o circulo.Repetiremos esse passo mais 4 vezes ate chegar ao ponto A’ novamente, durante esse processo encontraremos alem do ponto D, os pontos E,F e G. Fonte: Própria 32 Passo 06: Agora é a hora de fecharmos nosso hexagono ligando os pontos B’ ao D, o D ao E, o E ao F, o F ao G e finalmente o G ao A’ construindo assim um hexagono regular. 33 5 Conclusão e considerações finais Após o desenvolvimento e entendimento do presente trabalho, chegamos a conclusão de que a geometria sempre foi e continua sendo de fundamental importância na evolução da humanidade. Concluímos, também, que entender a formação e as propriedades dos polígonos nos dá aparatos para aplicá-los de forma mais eficiente às suas necessidades. Através dos conhecimentos, não só os demonstrados nesse trabalho, como também de tantos outros baseados na geometria, que se é planejado e executado projetos de construções civis, móveis, utensílios domésticos, automóveis e muitos outros. Esperamos que o esse trabalho sirva de referência para o estudo dos polígonos, e que a partir dele tome ciência da importância no desenvolvimente de vários setores educacionais e empresarias. 34 6 Referências bibliográficas BARBOSA, J. L. M. (1984). Geometria Euclidiana Plana. 11. ed. Rio de Janeiro, SBM, 2012. 273 p. (Coleção do Professor de Matemática; 11). ROQUE, T. CARVALHO, J. B. P. Tópicos de História da Matemática. Rio de Janeiro, SBM, 2012. 467 p. (Coleção PROFMAT; 03). EVES, H. (2004). Tradução: DOMINGUES, H. H. Introdução à História da Matemática. Campinas, SP, Editora da Unicamp, 2008. REZENDE, E. Q. F. QUEIROZ, M. L. B. (2000) Geometria Euclidiana Plana e construções geométricas. 2. ed. Campinas, SP, Editora da Unicamp, 2008.