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RESPONSABILIDADE CIVIL NEXO CAUSAL 1. O caso fortuito é uma das causas excludentes da responsabilidade civil, previsto no artigo 393, do Código Civil: O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujo efeito não era possível evitar ou impedir.” Caso fortuito como excludente de responsabilidade, mais especificamente como excludente do nexo causal; - Com a crescente importância da responsabilidade objetiva, a definição em torno do esclarecimento mais preciso do caso fortuito vem alimentando a doutrina. No campo das definições, em relação ao caso fortuito uma trata de fato imprevisível e, por isso, inevitável, que se liga à atividade da entidade; - a este fato denominamos de: A) Fato de terceiro B) Fortuito interno C) Fortuito externo D) Força maior. E) Fato exclusivo da vítima. Explicação: Caso fortuito. Tradicionalmente, caso fortuito são cláusulas de exoneração devidas a atos humanos (revolução, guerras, greve) - Evento imprevisível. Entende-se a imprevisibilidade específica, relativa a um fato concreto, e não a genérica ou abstrata de que poderão ocorrer assaltos, acidentes, atropelamentos e etc., porque se assim não for tudo passará a ser previsível. O Caso fortuito se subdivide em fortuito interno e externo. Fortuito interno - Não afasta a responsabilidade civil, pois está no risco da atividade. Fortuito externo - Afasta a responsabilidade civil, pois é imprevisível inclusive para o fornecedor, não estando no risco da atividade. De acordo com o professor Pablo Stolze, a diferença entre caso fortuito interno e externo é aplicável especialmente, nas relações de consumo. O caso fortuito interno incide durante o processo de elaboração do produto ou execução do serviço, não eximindo a responsabilidade civil do fornecedor. Já o caso fortuito externo é alheio ou estranho ao processo de elaboração do produto ou execução do serviço, excluindo a responsabilidade civil. 2. (FGV - 2012 - OAB - VII Exame da Ordem Unificado - adaptada) Em relação à responsabilidade civil, assinale a alternativa correta. A) Na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial implica em sucumbência recíproca. B) O Código Civil prevê expressamente como excludente o dever de indenizar os danos causados por animais, a culpa exclusiva da vítima e a força maior. C) A empresa locadora de veículos responde, civil e subsidiariamente, com o locatário, pelos danos por este causados a terceiro, no uso do carro alugado. D) O dano emergente compreende aquilo que a vítima efetivamente perdeu e o que razoavelmente deixou de ganhar com a ocorrência do fato danoso. Na reparação desse dano, procura-se fixar a sua extensão e a expectativa de lucro, objetivando-se a recomposição do patrimônio lesado. E) A responsabilidade civil objetiva indireta é aquela decorrente de ato praticado por animais. Explicação: Art. 936, Código Civil; “O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.” 3. (FGV/VIII Exame de Ordem Unificado/2012 - adaptada) - João dirigia seu veículo respeitando todas as normas de trânsito, com velocidade inferior à permitida para o local, quando um bêbado atravessou a rua, sem observar as condições de tráfego. João não teve condições de frear o veículo ou desviar-se dele, atingindo-o e causando-lhe graves ferimentos. A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta. A) Inexistiu um dos requisitos essenciais para caracterizar a responsabilidade civil: o dano indenizável e, por isso, não deve ser responsabilizado. B) Houve responsabilidade civil, devendo Joao ser considerado culpado por sua conduta. C) Faltou um dos elementos da responsabilidade civil, qual seja, a conduta humana, não ficando configurada a responsabilidade civil. D) Houve rompimento do nexo de causalidade, em razão da conduta da vítima, não restando configurada a responsabilidade civil. E) No caso está presente um dos requisitos essenciais para caracterizar a responsabilidade civil: o dano indenizável e, por isso, deve ser responsabilizado. Explicação: A responsabilidade pode ser excluída quando o agente tiver agido sob um excludente de ilicitude, ou quando não houver nexo causal entre a conduta do agente e o dano sofrido pela vítima. Portanto, quando ausente o nexo causal, não há que se falar em responsabilidade do agente. “Causas de exclusão do nexo causal são, pois, casos de impossibilidade superveniente do cumprimento da obrigação não imputável ao devedor ou agente.” (CAVALIERI, Sérgio. Programa de responsabilidade civil, 2006 pág. 89). Na hipótese de fato da vítima o agente causador do dano o é apenas na aparência, porque efetivamente quem propiciou o evento danoso foi o próprio lesado. Exemplo clássico é o suicida que de inopino se lança sobre a via pública, impossibilitando ao veículo atropelador evitar o resultado dano. A doutrina corriqueiramente fala em fato exclusivo da vítima, porque mesmo no exemplo acima citado, se o automóvel estivesse em alta velocidade e tal condição fosse a causa para o dano, mesmo havendo fato da vítima, seria possível invocar a responsabilização do agente por excesso de velocidade, ainda que atenuada. 4. 2015 - Banca: FAPEC - Órgão: MPE-MS - Prova: Promotor de Justiça Substituto. Tratando-se de indenização, é correto afirmar que: A) Não se acumulam as indenizações por dano moral e dano material oriundos do mesmo fato. B) O acidente que cause morte de filho menor, caso este não exerça trabalho remunerado, não é indenizável. C) A indenização é mensurada pela extensão do dano, inexistindo a possibilidade de sua redução pela via da equidade. D) A teoria da causalidade adequada é aplicável na fixação da indenização. E) Não se deduz o valor do seguro obrigatório da indenização judicialmente fixada. Explicação: A teoria da causalidade adequada foi desenvolvida para analisar qual ação ou omissão exata e efetivamente foi a causadora de um dano, de modo a definir e distribuir as responsabilidades pela reparação e indenização. 5. O nexo causal é um dos pressupostos da responsabilidade civil, juntamente com a conduta e o dano. O nexo de causalidade é elemento indispensável em qualquer espécie de responsabilidade civil. Pode ocorrer responsabilidade sem culpa, mas não pode ocorrer responsabilidade sem nexo causal. Diante disso, foram desenvolvidas inúmeras teorias na tentativa de explicar o nexo causal; uma destas teorias a causa é não apenas o antecedentes necessários à causação do evento, mas, também, adequado à produção do resultado. Esta teoria é denominada como: A) Teoria do conditio sine qua non. B) Teoria da equivalência da causa. C) Teoria da causalidade adequada. D) Teoria da causa próxima. E) Teoria da causa direta e imediata. Explicação: Por esta teoria, a causa é não apenas o antecedente necessário à causação do evento, mas, também, adequado à produção do resultado. Nem todas as condições serão causa, mas apenas aquela que for a mais apropriada a produzir o evento. Aquela que colaborou de forma preponderante e mais apropriada para o evento. 6. O nexo causal é um elemento indispensável para a caracterização da responsabilidade civil, porém, existem situações excludentes deste nexo causal. Uma destas excludentes se manifesta quando qualquer pessoa e do responsável, alguém que não tem nenhuma ligação com o causador aparente do dano e o lesado. A esta excludente chamamos de: A) Força maior B) Fortuito Externo. C) Caso fortuito. D) Fato de terceiro. E) Fato exclusivo da vítima. Explicação: Causas de exclusão de nexo de causalidade são as impossibilidades supervenientes do cumprimento da obrigação que não pode ser imputável ao devedor ou ao agente. Fato de terceiro - O terceiro é, segundo definição de Aguiar Dias,qualquer pessoa além da vítima e do responsável, alguém que não tem nenhuma ligação com o causador aparente do dano e o lesado. Pois, não raro acontece que o ato de terceiro é a causa exclusiva do evento, afastando qualquer relação de causalidade entre a conduta do autor aparente e a vítima. 7. O motorista de um automóvel de passeio trafegava na contramão de direção de uma avenida quando colidiu com uma ambulância estadual que transitava na mão regular da via, em alta velocidade porque acionada para atender uma ocorrência. A responsabilidade civil do acidente deve ser imputada. A) tanto ao civil quanto ao Estado, sob a responsabilidade subjetiva, em razão de culpa concorrente. B) ao Estado, uma vez que um veículo estadual(ambulância) estava envolvido no acidente, o que enseja a responsabilidade objetiva. C) ao Civil que conduzia o veículo e invadiu a contramão, dando causa ao acidente, não havendo nexo de causalidade para ensejar a responsabilidade do Estado. D) ao civil que conduzia o veículo, que responde sob a modalidade objetiva no que concerne aos danos apurados na viatura estadual. E) ao Estado, sob a modalidade subjetiva, devendo ser comprovada a culpa do motorista da ambulância. Explicação: No âmbito da responsabilidade objetiva, o nexo de causalidade é o fundamento da responsabilidade civil do Estado, sendo que esta deixará de existir ou incidirá de forma atenuada quando a atividade administrativa não for a causa do dano ou quando estiver aliado a outras circunstâncias, ou seja, quando não for a causa única. Na culpa exclusiva da vítima, haverá o afastamento por completo da responsabilidade do Estado, até porque em tal caso não houve qualquer conduta da Administração, faltando, assim, requisitos básicos para a responsabilização do ente público. (http://www.estudodeadministrativo.com.br/novosite/noticias-ver-noticia.php?id=7940) http://www.estudodeadministrativo.com.br/novosite/noticias-ver-noticia.php?id=7940 8. Ao analisar o nexo causal é CORRETO afirmar que: I - Mesmo diante dos casos de responsabilidade civil subjetiva e objetiva, caso esteja presente alguma excludente o dever de indenizar será afastado. II - A excludente de nexo causal não afastará o dever de indenizar nos casos em que se adota a teoria do risco integral. III - São excludentes de nexo causal: Fato exclusivo da vítima, fato de terceiro, caso fortuito e força maior. A) Todas estão corretas. B) Somente a II e III estão corretas. C) Somente a I e III estão corretas. D) Somente a I e II estão corretas. Explicação: Na primeira afirmativa, são consideradas excludentes que afastam o dever de indenizar à força maior, caso fortuito e a culpa da vítima. Caso esteja presente um desses elementos, será afastado o nexo de causalidade e consequentemente o dever de indenizar. Afirmativa II. A teoria do risco integral, em nosso sistema jurídico, é somente utilizável em casos excepcionais, nos quais o perigo oferecido pela manutenção de dada atividade é de tal forma perigosa que, independentemente de qualquer outro fator, em havendo dano, este é imputável à entidade pública responsável pelo fomento ou realização desta. Afirmativa III; Trata-se das excludentes de nexo causal, porém, na primeira afirmativa tratamos da excludente com afastamento de indenizar, por isso ao explicar a primeira afirmativa não acrescenta-se o fato de terceiro. Porque o fato de terceiro não exclui a obrigação de indenizar, por meio daquele que cometeu o ato ilícito, sendo que, permite com que ele possa ser restituído pelo terceiro que deu causa ao ato ilícito.
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