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DOS RECURSOS STF e STJ

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DOS RECURSOS – STF e STJ
BASE LEGISLATIVA
Recurso Ordinário – art. 1027/1028 – CPC
Recurso Extraordinário e Especial – art. 1029 a 1041 – CPC
Agravo em Recurso Extraordinário e Recurso Especial – art. 1042 – CPC
Embargos de Divergência – art. 1043/1044 – CPC.
Categorias dos Recursos 
Recursos ordinários – reexame das decisões para rediscutir a correção ou a justiça da decisão.
Recursos extraordinários lato sensu - impedir que as decisões judiciais contrariem a Constituição Federal ou leis federais, de modo a estabelecer a manutenção da interpretação em todo o país.
Cabimento do RE e do REsp
Os recursos extraordinário e especial, somente têm cabimento quando verificada uma das hipóteses dos artigos 102, inciso III e 105, inciso III, respectivamente, da Constituição Federal.
Artigo 102, inciso III, da CF
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
Artigo 105, inciso III, da CF
 Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face de lei federal;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Decisões que podem ser atacadas por RE e REsp
Acórdãos
Sentenças
Decisões Interlocutórias
Remessas necessárias 
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE
Requisitos comuns a qualquer recurso: Intrínsecos e extrínsecos, além dos específicos.
Esgotamento dos recursos na via ordinária – enquanto houver possibilidade de interposição de algum recurso ordinário , não serão admitidos o RE e/ou o Resp.
Obs: Súmula 281 – STF - É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber na justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada.
Súmula 207 – STJ - É inadmissível recurso especial quando cabíveis embargos infringentes contra o acórdão proferido no Tribunal de origem.
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE
2) Os recursos devem ser interpostos contra decisão de única ou última instância.
Não é possível saltar a instância ordinária
Atenção:
O STJ exige que a decisão de única ou última instância seja proferida por tribunal estadual ou federal. Assim, as decisões monocráticas (Relator) precisam ser transformadas em decisões colegiadas através do Agravo Interno (art. 1021, CPC)
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE
E a situação dos Juizados? Cabe contra a decisão de Turma Recursal a utilização de Resp?
R: Não, já que os Juizados Especiais Estaduais e Federais fazem parte da 1ª instância e não da composição dos tribunais.
E como agir quando a decisão de uma Turma Recursal viola jurisprudência do STJ?
R: Utilização do instituto da Reclamação – art. 988, do CPC.
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE
Após o advento da Resolução STJ/GP, nº 3, de 07/04/2016 a competência para exame das reclamações passou a ser dos Tribunais estaduais e federais.
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE
3) As decisões a serem objetos de RE ou de Resp não podem ter por objeto a rediscussão da matéria de fato.
O RE e o Resp são recursos de fundamentação vinculada, ou seja, só cabem nas hipóteses estabelecidas nos artigos 102, III e 105, III, da CF.
Ficam adstritos ao reexame da matéria jurídica.
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE
4) Prequestionamento – Causas decididas.
Só cabem contra decisões judiciais
É precisos que a questão constitucional ou federal a ser discutida no recurso tenha sido ventilada/debatida nas instâncias ordinárias, isto é, suscitada e decidida anteriormente.
Vide: Súmula 282 e 356 STF - É inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido.
Artigos 941, § 3º e 1025, do CPC.
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE
O artigo 1.025, do CPC, encerrou debate sobre a questão do prequestionamento ficto (STF) ou efetivo (STJ), na medida em que dispõe:
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.
Contudo, alguns cuidados devem ser tomados, conforme se verifica da análise dos textos abaixo transcritos dos acordãos indicados.
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE
AgInt nos EDcl no REsp 1670884 / RJ
“3. Não houve prequestionamento, nem sequer implícito, das teses recursais relativas aos arts. 187, 421 e 422 do Código Civil, pois não foram debatidos o venire contra factum proprium, a supressio e o adimplemento substancial. Cumpre ressaltar que o prequestionamento ficto, previsto no art. 1.025 do CPC/2015, só é admissível quando, após a oposição de embargos declaratórios na origem, o recorrente suscitar a violação ao art. 1.022 do mesmo diploma, porquanto somente dessa forma é que o órgão julgador poderá verificar a existência do vício.”
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 141 E 492 DO
CPC/2015. MATÉRIA NÃO PREQUESTIONADA. AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. Fica inviabilizado o conhecimento de temas trazidos no recurso especial, mas não
debatidos e decididos nas instâncias ordinárias, porquanto ausente o indispensável
prequestionamento. Incidência da Súmula 211 do Superior Tribunal de Justiça.
2. Esta Corte de Justiça, ao interpretar o art. 1.025 do Código de Processo Civil de 2015,
concluiu que a caracterização do prequestionamento ficto exige que no mesmo recurso
seja apontada violação ao art. 1.022 do CPC/2015.
3. Agravo interno a que se nega provimento.
(AgInt no REsp 1654807/MG, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado
em 27/11/2018, DJe 10/12/2018)
PROCEDIMENTO DE INTERPOSIÇÃO E ADMISSÃO DO RE e do REsp
Art. 1.029, do CPC – Sistema de admissibilidade.
Devem ser interpostos perante o Presidente ou Vice-presidente do tribunal recorrido (A Quo).
Petição:
c.1) Exposição dos fatos e fundamentos
c.2) A demonstração do cabimento do recurso interposto
c.3) As razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida
c.4) Intimação do recorrido para contrarrazões (art.1.030,CPC)
c.5) Juízo de admissibilidade (art. 1.030, CPC) 
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
1) Positivo – remessa do recurso ao órgão julgador – STJ e/ou STF
2) Negativo – artigo 1.030, inciso V, CPC – caberá Agravo – artigo 1.042, CPC
2) Negativo – artigo 1.030, incisos I e III – caberá agravo interno – artigo 1.021, do CPC. 
EFEITOS DOS RECURSOS – RE e REsp
A regra dos efeitos do RE e do Resp é DEVOLUTIVO.
Excepcionalmente poderá ser atribuído efeito SUSPENSIVO, na forma do § 5º, do artigo 1.029, do CPC.
“§ 5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:”
REPERCUSSÃO GERAL
Requisito específico do Recurso Extraordinário, previsto no artigo 1.035, do CPC.
Aspectos de relevância: Econômico, político, social ou jurídico.
REPERCUSSÃO GERAL 
material extraído da página do Supremo Tribunal Federal
APRESENTAÇÃO
A Emenda Constitucional nº 45/2004 incluiu a necessidade de a questão constitucional trazida nos recursos extraordinários possuir repercussão geral para que fosse analisada pelo Supremo Tribunal Federal. O instituto foi regulamentado mediante alterações no Código de Processo Civil e no Regimento Interno do Supremo TribunalFederal.
As características do instituto demandam comunicação mais direta entre os órgãos do Poder Judiciário, principalmente no compartilhamento de informações sobre os temas em julgamento e feitos sobrestados e na sistematização das decisões e das ações necessárias à plena efetividade e à uniformização de procedimentos.
Nesse sentido, essa sistematização de informações destina-se a auxiliar a padronização de procedimentos no âmbito do Supremo Tribunal Federal e nos demais órgãos do Poder Judiciário, de forma a atender os objetivos da reforma constitucional e a garantir a racionalidade dos trabalhos e a segurança dos jurisdicionados, destinatários maiores da mudança que ora se opera.
REPERCUSSÃO GERAL 
material extraído da página do Supremo Tribunal Federal
FUNDAMENTOS
* CF/88, artigo 102, § 3º, acrescido pela Emenda Constitucional nº 45/04.
* CPC, artigos 1.035 e 1.036, acrescido pela Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015.
* RISTF,
- Artigo nº 13, com a redação das Emendas Regimentais nº 24/2008, nº 29/2009 e nº 41/2010.
- Artigos nº 21, 340 e 341, com a redação das Emendas Regimentais nº 41/2010 e 42/2010.
- Artigos nº 38, 57, 59, 60, 67, 78, 323-A e 325-A, com a redação da Emenda Regimental nº 42/2010
- Artigos nºs 322-A e 328, com a redação da Emenda Regimental nº 21/2007.
- Artigo nº 324, com a redação das Emendas Regimentais nº 31/2009, nº 41/2010, nº 47/2012 e nº 49/2014.
- Artigo nº 328-A, com a redação da Emenda Regimental nº 23/08 e da Emenda Regimental nº 27/2008.
REPERCUSSÃO GERAL –
material extraído da página do Supremo Tribunal Federal
FINALIDADES
- Delimitar a competência do STF, no julgamento de recursos extraordinários, às questões constitucionais com relevância social, política, econômica ou jurídica, que transcendam os interesses subjetivos da causa.
- Uniformizar a interpretação constitucional sem exigir que o STF decida múltiplos casos idênticos sobre a mesma questão constitucional.
REPERCUSSÃO GERAL 
material extraído da página do Supremo Tribunal Federal
NATUREZA E COMPETÊNCIA PARA O EXAME
A existência da repercussão geral da questão constitucional suscitada é requisito necessário para o conhecimento de todos os recursos extraordinários, inclusive em matéria penal.
Exige-se demonstração da repercussão geral, sob pena de inadmissão do recurso extraordinário.
A verificação de efetiva demonstração da repercussão geral é de competência concorrente do Tribunal, Turma Recursal ou Turma de Uniformização de origem e do STF.
A análise da existência ou não da repercussão geral, inclusive o reconhecimento de presunção legal de repercussão geral, é de competência exclusiva do STF.”
REPERCUSSÃO GERAL 
material extraído da página do Supremo Tribunal Federal
1. Repercussão Geral
Instituto processual pelo qual se reserva ao STF o julgamento de temas trazidos em recursos extraordinários que apresentem questões relevantes sob o aspecto econômico, político, social ou jurídico e que ultrapassem os interesses subjetivos da causa. Foi incluído no ordenamento jurídico pela Emenda Constitucional n. 45/2004 e regulamentado pelos arts. 322 a 329 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e pelos arts. 1.035 a 1.041 do Código de Processo Civil (Lei n. 13.105/2015).
2. Demonstração
A relevância da questão constitucional cuja apreciação pretende o recorrente deve ser demonstrada de forma clara e objetiva no recurso extraordinário e sua análise é da competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal (§ 3º do art. 102 da Constituição da República e § 2º do art. 1.035 do Código de Processo Civil).
REPERCUSSÃO GERAL 
material extraído da página do Supremo Tribunal Federal
6. Julgamento da preliminar de repercussão geral
Juízo feito pelo STF sobre a existência, ou não, de repercussão geral de determinado tema. Geralmente a votação é realizada no Plenário Virtual, iniciando-se com a inserção do tema pelo relator, seguido dos campos “questão constitucional”, “repercussão geral” e “reafirmação de jurisprudência”, que devem ser analisados e votados.
A inserção do tema no Plenário Virtual ocorre sempre às sextas-feiras e os demais ministros têm o prazo de vinte dias para votar (art. 324 do Regimento Interno do STF).
A repercussão geral pode ser declarada com maioria simples, ou seja, bastam quatro votos para definir se a questão tem repercussão geral. Já a ausência de repercussão geral exige um quórum qualificado, sendo necessários oito votos para reconhecê-la (§ 3º do art. 102 da Constituição da República). As omissões computam-se a favor da existência de repercussão geral.
REPERCUSSÃO GERAL 
material extraído da página do Supremo Tribunal Federal
7. Plenário Virtual
É o ambiente eletrônico no qual são inseridos os paradigmas e criados os temas da repercussão geral para votação dos ministros.
8. Processo sobrestado
São recursos com julgamento suspenso nos tribunais de origem para aguardar o julgamento de mérito de temas com repercussão geral reconhecida.
9. Suspensão Nacional
Determinação, pelo relator, da suspensão de todos os processos, não só recursos, desde a primeira instância, individuais ou coletivos, que versem sobre a mesma questão objeto de tema com repercussão geral reconhecida (§ 5º do art. 135 do Código de Processo Civil). A suspensão nacional dura enquanto não for julgado o mérito do recurso paradigma, salvo se determinado de forma diversa pelo relator.
REPERCUSSÃO GERAL 
material extraído da página do Supremo Tribunal Federal
10. Julgamento de mérito
Julgamento da questão constitucional objeto da repercussão geral.
Após o julgamento de mérito, a tese proferida no recurso paradigma pode ser replicada pelas instâncias de origem, as quais devem:
Negar seguimento a RE que discuta questão constitucional a qual o STF não tenha reconhecido existência de repercussão geral ou a RE interposto contra acórdão que esteja em conformidade com o entendimento do STF exarado no regime da repercussão (art. 1030, I, a, do CPC).
Encaminhar o processo ao órgão julgador para o juízo de retratação se o acórdão recorrido divergir do entendimento do STF exarado no regime da repercussão geral (art. 1030, II, do CPC).
Mantido o acórdão divergente pelo tribunal de origem, o recurso extraordinário será remetido ao STF, ou seja, na forma de representativo da controvérsia, para fins de análise de repercussão geral, com suspensão do trâmite de todos os processos pendentes em sua área de jurisdição (art. 1036, § 1º, do CPC).
Sobrestar recurso que verse sobre questão constitucional da repercussão geral ainda não decidida pelo STF (art 1030, III, do CPC).
Selecionar recurso (só válido para os novos REs) como representativo da controvérsia constitucional, nos termos do § 6º do art. 1036 (art. 1030, IV, do CPC).
DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL REPETITIVOS
Base legal – artigos 1036 a 1.041, do CPC.
Finalidade: Evitar que a mesma questão jurídica seja examinada inúmeras vezes. A decisão do RE e do Resp neste procedimento repercutirá sobre os demais recursos interpostos com o mesmo fundamento e com efeito “vinculante” (ver artigo 927, CPC) sobre os julgamentos posteriores.
Vantagem do ponto de vista econômico com a uniformidade de julgados. 
DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL REPETITIVOS
Procedimento de Afetação/escolha dos processos – artigo 1.036, CPC.
Suspensão do processamento de todos os processos pendentes no território nacional. – artigo 1.037, II, CPC.
Decisão e efeitos – artigo 1.039, CPC
Publicação do acórdão:
Negar seguimento aos recursos sobrestados – acordão recorrido coincidir com a orientação do tribunal superior;
Reexame do processo – acórdão recorrido contrariar a orientação do tribunal superior;
Processos de 1º grau suspensos – retomarão o curso para julgamento com aplicação da tese firmada pelo tribunal superior;
Manutenção da decisão – remessa do recurso ao STF ou STJ 
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO
a) Base legal – artigo 1.042, CPC
b) Cabimento – Decisão do Presidente ou vice-presidente do tribunal recorrido queinadmite o RE ou o Resp, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em repercussão geral ou julgamentos repetitivos.
c) Petição – Dirigida ao Presidente ou vice-presidente do tribunal recorrido
d) Intimação do Recorrido – contrarrazões
e) Juízo de retratação - negativo – remessa ao tribunal superior
f) Julgamento conjunto com o recurso
g) Interposição simultânea de RE e Resp – um agravo para cada recurso não admitido

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