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REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR PEDIÁTRICA Professora: Ruth Kelly Disciplina: Enfermagem em Neonatologia e Pediatria INTRODUÇÃO • A PCR hipóxica por asfixia é a causa mais comum de PCR em bebês, crianças e adolescentes. • As taxas de sobrevivência á PCR pediátrica variam de acordo com o local da PCR e o ritmo de apresentação. • As taxas de mortalidade para parada cardíaca fora do hospital são 80 a 97% para bebês e crianças. Taxas de mortalidade por parada cardíaca intra- hospitalar para bebês e crianças variam entre 40% e 65%. INTRODUÇÃO •A taxa de mortalidade é 20 a 25% para parada respiratória isoladamente. Frequentemente, o resultado neurológico é fortemente comprometido. •Aplicam-se os protocolos de reanimação pediátrica a bebês < 1 ano de idade e crianças até a puberdade (definida como o aparecimento de seios em mulheres e pelos axilares em homens) ou crianças com peso < 55 kg. •Aplicam-se os protocolos de reanimação para adultos a crianças pós- púberes ou crianças com peso > 55 kg. PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR) Cessação súbita de batimentos cardíacos e movimentos respiratórios. Inconsciência Ausência de pulso Ausência de respiração ou gasping agônico CAUSAS REVERSÍVEIS DA PCR PEDIÁTRICA Causas Hipovolemia Hipóxia Hidrogênio (Acidose) Hipoglicemia Hipo/Hipercalemia Hipotermia Trombose coronária Tensão do tórax (pneumotórax) Tamponamento cardíaco Toxinas Trombose pulmonar VIAS PARA A PCR EM CRIANÇAS Insuficiência Respiratória Choque Insuficiência Cardiopulmonar PCR por hipóxia Arritmia Ventricular Súbita PCR súbita REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP) Conjunto de procedimentos realizados pós PCR objetivando manter artificialmente a circulação de sangue arterial ao cérebro e outros órgãos vitais até a ocorrência do retorno da circulação espontânea (RCE). CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA 1. Possíveis causas de PCR em crianças (prevenção). 2. RCP imediata e de alta qualidade, com ênfase nas compressões torácicas. 3. Acionamento do serviço de emergência. 4. Suporte avançado de vida eficaz. 5. Cuidados pós- PCR integrados. Atenção!!! Frequência cardíaca inferior a 60bpm, com sinais de baixo débito cardíaco é indicado iniciar os ciclos de compressão e ventilação SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM PEDIATRIA E QUALIDADE DA RCP Sequência C-A-B A C B CIRCULAÇÃO ABERTURA DE VIA AÉREA BOA RESPIRAÇÃO Mantém-se a sequência ABC somente para os recém- nascidos em sala de parto, pois as PCR decorrem normalmente por asfixia (obstrução de vias aéreas). C - Circulação Verificação do pulso C - Circulação ADOLESCENTE Duas mãos sobre a metade inferior do esterno. CRIANÇAS – 1 ANO ATÉ A PUBERDADE 2 mãos ou uma mão (opcional para crianças muito pequenas) sobre a metade inferior do esterno. BEBÊS – MENORES DE 1 ANO • Um socorrista: dois dedos no centro do tórax, abaixo da linha mamilar. • Dois socorristas: técnica dos dois polegares no centro do tórax, abaixo da linha mamilar. C - Circulação Técnica para as compressões cardíacas C - Circulação Profundidade e frequência das compressões cardíacas • Profundidade: 1/3 do diâmetro anteroposterior - Bebês: 4 cm - Crianças: 5 cm - Crianças na puberdade e Adolescentes: máximo de 6 cm • Compressões de 100 a 120 mov/min - Permitir o retorno total do tórax C - Circulação Como a PCR frequentemente é decorrente de uma insuficiência respiratória ou choque anterior, o teor de O2 já estará reduzido. Dessa forma, somente as compressões torácicas não são suficientes para irrigar os órgãos vitais. A – Vias aéreas Não hiperextender o pescoço, para evitar colapso traqueal A – Vias aéreas A - Em um lactente inconsciente, o occipício proeminente flexiona o pescoço. A língua cai para trás, podendo causar obstrução das vias aéreas. B - Maximize a potência das vias aéreas colocando o lactente com o pescoço em uma posição neutra e fazendo que o trago da orelha fique à mesma altura que a parte superior (anterior) do ombro. B – Boa respiração • Um socorrista: 30 compressões para 2 ventilações; • Dois socorristas: 15 compressões para 2 ventilações; • Ventilação com via aérea avançada: 1 ventilação a cada 6 segundos 10 respirações/min), assíncronas com as compressões torácicas, cerca de 1 segundo por ventilação, com elevação visível do tórax. B – Boa respiração Não hiperventilar, para evitar aumento da pressão intratorácica ( débito cardíaco e perfusão coronariana) B - VENTILAÇÃO: BOLSA-VÁLVULA - MASCARA Bolsa-Válvula-Máscara (Ambu): Neonatal: até 6 Kg Pediátrico: de 7 a 30 Kg Adulto: após 30 Kg PCR: 1 ventilação a cada 6 a 8 segundos (8 a 10 vent/min) Assincronia com compressões torácicas Cerca de 1 segundo por ventilação Elevação visível do tórax Parada respiratória: 1 ventilação a cada 3 a 5 seg (12 a 20 vent/min) B - VENTILAÇÃO: INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL DESFIBRILAÇÃO - DEA DROGAS E MEDICAMENTOS Objetivo: aumentar a taxa de sucesso da reanimação; Envolve: otimização das perfusões coronariana e cerebral; O estímulo e a intensificação da contratilidade miocárdica; o tratamento de arritmias; além da correção de acidose metabólica; Principais vias: Acesso venoso (calibroso, em local que não atrapalhe manobras), intraósseo e endotraqueal; Ritmos não chocáveis (assistolia e a AESP): epnefrina (única droga indicada na RCP dos ritmos não-chocáveis em crianças); Ritmos chocáveis (FV e aTV sem pulso): epinefrina, amiodarona ou lidocaína; DROGAS E MEDICAMENTOS Adrenalina (epinefrina). Dose: IV ou Intraóssea é de 0,01 mg/kg ou 0,1 mL/kg da solução 1:10.000 (1 ampola diluída para 10 mL), podendo ser repetida em intervalos de 3 a 5 minutos. A dose pela via endotraqueal deve ser 10 vezes maior. Amiodarona. Dose: 5 mg/kg IV ou IO (dose máxima única 300 mg); repetir até 2 vezes em FV/TV refratárias; Lidocaína. Dose: 1mg/ kg IV ou IO. Não esquecer: administrar flush com SF0,9% após a infusão de cada droga! DROGAS E MEDICAMENTOS Bicarbonto de sódio Dose: 1 mEq/Kg IV. Uso em Acidose metabólica grave (hipercalemia). Atropina Não há evidências que respaldem o uso rotineiro como pré-medicação para evitar bradicardia em intubações pediátricas de emergência, porém deve ser considerada em situações que haja maior risco de bradicardia. Cálcio Administração rotineira não está indicada na ausência de hipocalcemia. Atenção: seringas de 3 e 5 ml – gradação em 0,1 ml seringa 10 ml – gradação em 0,2 ml CUIDADOS PÓS-PCR Otimizar e estabilizar a função cardiopulmonar, com ênfase na restauração e manutenção da perfusão e da função dos órgãos vitais. Prevenir lesão em órgãos secundários. Identificar e tratar a causa da doença aguda. Avaliação e tratamento do Sistema Respiratório Avaliação e tratamento do Sistema Cardiovascular Monitorização contínua, exame físico, exames laboratoriais, outros exames CUIDADOS PÓS-PCR • Fornecer oxigenação e ventilação adequadas. • Fornecer suporte a perfusão tecidual e á função cardiovascular. • Corrigir desequilíbrios de ácido-base e eletrólitos. • Manter a concentração de glicose adequada. • Considerar o uso de hipotermia terapêutica após retorno da circulação espontânea (RCE). CUIDADOS PÓS-PCR Monitorar a temperatura continuamente e tratar a febre agressivamente. Manter 5 dias de normotermia (36ºC A 37,5ºC) ou 2 dias de hipotermia contínua inicial ( 32ºc a 34ºC). Seguidos de dias de normotermia (36ºC a 37,5ºC). ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM • Coordenar as ações e direcionar as atribuições da equipe de enfermagem. • Instalar o DEA e, se indicado, realizar a desfibrilação. • Auxiliar o médico nas manobras de RCP. • Checar os materiais necessários para reanimação. • Verificar a validade das medicações. • Garantir superfície rígida durante a RCP. • Providenciar acesso venoso. • Preparar e administrar as medicações. • Ajudar no transportedo paciente após a reanimação. • Manter vigilância pós-PCR. REFERENCIAS • AMERICAN HEART ASSOCIATION. Guidelines CPR ECC 2015. Destaques das diretrizes da American Heart Association 2010 para RCP e ACE, 2015. • GONZALEZ, M.M et al. I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol, 2013. • American Heart Association, PALS – Pediatric Advanced Life Support – Provider Manual. 2012. • SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Reanimação do recém-nascido ≥34 semanas em sala de parto: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria, de 2016.