Buscar

AP2 de Estágio (Catra)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

CONSÓRCIO CEDERJ/ CECIERJ
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
CURSOS DE LICENCIATURAS
Período letivo 2020.2
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I
AP2
Leia o texto relativo a uma entrevista com o educador português José
Pacheco:
“O professor não ensina aquilo que diz, transmite aquilo que é”, diz José Pacheco
“Não há alunos com dificuldades de aprendizagem; há professores com dificuldades de
ensinagem…”, ressalva-nos mais do que uma vez José Pacheco que, após mais de 30
anos na Escola da Ponte, em Vila das Aves, ruma ao Brasil, tal como Agostinho da Silva,
porque crê que o desenvolvimento do ensino do futuro está-se a dar a Sul e não, como
etnocentricamente gostamos de pensar, a Norte. Do outro lado do oceano apoiou, por
exemplo, o nascimento do núcleo projeto Âncora que auxilia alunos socialmente
desfavorecidos e é tida, atualmente, como uma das melhores escolas do mundo.
Chegou à Escola da Ponte como professor substituto de uma docente em baixa de
maternidade, ainda nos anos 70, e tinha a seu cargo uma turma de 60 alunos das mais
variadas idades. Foi esta situação que o instigou a pensar e repensar os paradigmas da
educação. Assim, dessa forma, desenvolve, na época, um novo e dinâmico projeto
pedagógico, juntamente com duas colegas, a partir do qual nascem as premissas que
regem a Escola da Ponte até aos dias de hoje, agora em São Tomé de Negrelos.
Autonomia, liberdade, responsabilidade, entreajuda, noção de comunidade e
criatividade em que é o próprio aluno a propor-se para avaliação quando se achar
preparado. Um sistema de ensino que visa respeitar o aluno como ser-humano que é,
consciente e autónomo, ao permitir-lhe gerir e organizar o seu próprio tempo sem
divisões por turmas ou idades. Ao invés do professor que debita a matéria numa aula,
o aluno tem uma voz ativa no que pretende aprender e o professor serve, antes, como
tutor ou orientador. A comunidade assume, dessa forma, um papel fulcral, uma vez
que a escola não deveria estar integrada na comunidade, mas ser parte dela, como um
todo. Para José Pacheco, as aulas e respectivas salas já deviam fazer parte do passado
uma vez que foram pensadas para responderem às necessidades da primeira revolução
industrial do século XIX. Muito mudou desde então, menos o sistema educacional, uma
das áreas que menos sofreu evolução. Algo difícil de compreender, uma vez que não
faltam, como José relembra, grandes pedagogos e pensadores hoje esquecidos —
como Irene Lisboa, António Sérgio, Bento de Jesus Caraça, Adolfo Lima, Faria de
Vasconcelos, João dos Santos e Agostinho da Silva — que já defendiam há mais de um
século aquilo que hoje ainda denominamos de futuro. Por isso José Pacheco pergunta,
“quando cessará o insustentável e obsceno silêncio dos especialistas das ciências da
educação?” Mas vamos, agora, ao principal, à entrevista que o professor nos cedeu [...]
Associamos, várias vezes, a inovação escolar à inovação tecnológica. De que uma
escola do futuro é aquela tecnologicamente bem equipada. Como é que olha para a
integração das novas tecnologias na educação? Ajudam, de facto, numa maior
democratização, no sentido lato da palavra, ou só isso não basta e poderá nos induzir
em erro?
“Inovação” é tudo aquilo que é novo, que possui valor e capacidade de se
renovar/reinventar no decorrer do tempo, em permanente fase instituinte. O termo
“inovação” tem origem etimológica no latim innovatio. Refere-se a ideias, métodos ou
objetos criados que não semelhantes a ideias, métodos ou objetos conotados com
padrões anteriores. Em suma: inovação é, efetivamente, algo novo que contribui para a
melhoria de algo ou de alguém. E que pode ser replicado, por exemplo, a partir da
criação de protótipos. Inovação será algo inédito, útil, sustentável e de provável
replicação. No campo da educação, será um processo transformador que promova
ruptura paradigmática, mesmo que parcial, com impacto positivo na qualidade das
aprendizagens e no desenvolvimento harmónico do ser humano. Consiste em superar
aquilo que se manifesta inadequado, obsoleto. Significa trazer à realidade educativa
algo efetivamente novo, ao invés de não modificar o que seja considerado essencial.
Pressupõe, não a mera adoção de novidades, inclusive as tecnológicas, mas mudança
na forma de entender o conhecimento. As escolas se têm enfeitado de novas
tecnologias, mas sem lograr intensificar a comunicação e a pesquisa. Onde há sala de
aula, não existe inovação. É um absurdo proibir o uso de celular em sala de aula mas,
infelizmente, o modo como as escolas utilizam as tecnologias de informação e
comunicação apenas tem contribuído para fomentar imbecilidade e solidão.
Devem ou não estar nas escolas? Como é que os pais devem lidar com o «vício» de se 
estar sempre amarrado a um tablet, a um computador, a videojogos?
As ditas “novas tecnologias” vieram para ficar, são incontornáveis, mas a Internet não é
uma ferramenta, é uma sociedade. Apenas será necessário saber o que fazer com ela. E
que os pais não ajam com autoritarismo, mas com autoridade.
Acesso a muita informação é sinónimo de conhecimento e emancipação? Isso chega?
Ou o desafio dos docentes está no modo de orientar o aluno na forma como se
processa e trata a informação?
Com ou sem novas tecnologias de informação e comunicação, a escola precisa de ser
reinventada. Mas do modo como as novas tecnologias estão sendo introduzidas nas
escolas, temo que se transformem em panaceias que apenas sirvam para congelar
aulas em computadores, aulas que os alunos, acostumados ao imediatismo e à
velocidade dessas tecnologias, acriticamente consomem sem resquícios de cooperação
com o aluno vizinho, dependentes de vínculos afetivos precários, estabelecidos com
identidades virtuais.
A Internet é generosa na oferta de informação. Basta clicar para repetir, até que a
matéria seja compreendida. Tudo aquilo que um professor pode “ensinar” numa aula
está plasmado, de modo mais atraente, na tela de um computador. Mas os
professores do “futuro” irão manter-se ancorados em aulas obsoletas servidas por
lousas digitais ou irão atualizar-se? Irão replicar aulas congeladas no YouTube e em
tablets, ou irão usar o digital ao serviço da humanização da escola?
Os PowerPoints são ou não aliados da educação? Há sempre aquela questão, se o
projetor falha, parece que já não se consegue ensinar.
Um estudo conduzido na Universidade de Nova Gales do Sul (Austrália) descobriu que
utilizar um auxílio visual igual ao que está sendo falado, ao contrário do que se
imagina, não facilita a compreensão. Outro estudo, feito por pesquisadores da
Universidade de Harvard, afirma que não há um propósito de existência do Power
Point. Isso, porque eles descobriram que o grau de satisfação de uma audiência para
com uma apresentação é o mesmo, independente da presença ou não de auxílio visual.
Os académicos também observaram que o editor de apresentações pode estar
contribuindo para tornar as pessoas mais burras. A facilidade do auxílio visual de
gráficos, listas e slides tem ajudado a promover um novo tipo de gramática corporativa,
onde o importante não é passar uma informação correta, mas passar uma informação
com estilo. Propostas com lógica sofista, informações sem contexto e que se apegam
na causalidade de fatores são cada vez mais comuns. Com isso, essa nova
argumentação, onde o modo como se fala é mais importante do que o conteúdo da
fala, está ajudando a deixar as pessoas cada vez menos inteligentes.
Disponível em:
https://www.comunidadeculturaearte.com/entrevista-jose-pacheco-o-professor-nao-e
nsina-aquilo-que-diz-transmite-aquilo-que-e/?fbclid=IwAR0Bs2ghwHVgy98dkgGLhbihj
q4-c-CPbiOqx0q7jzbcmKtqZ_DRTXkkkXU
Disserte sobre a seguinte questão:
Considerando os aspectos problematizados no texto, disserte sobre:
Estabeleça uma análise crítica sobre a “reinvenção da escola
contemporânea” e a escola pública brasileira (10,0 pontos)
A escola contemporânea e os desafios da escola pública brasileira.
O texto faz críticas contundentes ao modo de ensino que foi criado no
período da Revolução Industrial,mas que perdura até os nossos dias. A função
do professor tem sido a de um palestrante que emite o conhecimento, porém
cabe ao aluno absorver o determinado conteúdo da maneira que conseguir.
Com os avanços tecnológicos, a sociedade passou por profundas
transformações que desempenharam uma mudança de suas relações. Não
apenas no campo interpessoal, mas na forma de ver o mundo e como
interpretá-lo. Com isso, a forma de obter informação e conhecimento, através
dos novos aparatos tecnológicos e da internet, mudou.
Embora os avanços técnicos e científicos acarretaram na modificação da
sociedade, os métodos educativos ficaram estagnados. E com isso, temos
aulas enfadonhas e pouco atrativas sem que o aluno absorva o conhecimento,
pois há pouca dinamicidade no ensino. No entanto, as tecnologias não são os
novos paradigmas da educação, mas as um caminho de possibilidades, porque
elas não resolverão todos os problemas, serão apenas ferramentas de auxílio
ao professor.
A escola contemporânea, como a idealizada e executada por José
Pacheco, admite as individualidades de cada aluno e proporcionando-os a
liberdade de escolher o que estudar e como estudar, o momento de definir as
avaliações e concedendo-os autonomia, sendo o papel do professor o
auxiliador ou tutor dos alunos. Por esta perspectiva, o professor deverá ajudar
o aluno a desbravar pelo conteúdo adequado com o uso das novas
tecnologias.
A tecnologia na sala de aula para a escola contemporânea não tem um
fim em si mesma, mas possui a capacidade de abrir horizontes de pesquisa
para os alunos que estão inseridos a todo instante no ciberespaço. Para que as
escolas públicas no Brasil possam aderir essas inovações, há uma série de
“barreiras” que precisam ser quebradas.
Primeiro, a falta de investimento e a incapacidade de muitos municípios
exercerem autonomia para o financiamento da educação. Por isso há o
FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais de Educação) que é o principal investimento da
União para as escolas públicas com a finalidade de enviar recursos para o
desenvolvimento dos alunos e professores. No entanto, há uma investida
grandiosa do Governo Federal em sua precarização e corte de investimentos.
Segundo, há uma precaridade na infraestrutura das escolas públicas que
inviabiliza a obtenção de aparatos tecnológicos na utilização na sala de aula.
Por isso fica restrito ao quadro negro, carteiras quebradas, ventiladores que
não funcionam etc.
Terceiro, a falta de educação continuada dos professores para o
manuseio das novas tecnologias e para implantação de métodos mais
adequados para as demandas dos novos alunos e para a mudança na grade. É
um processo que todos os envolvidos na educação precisam se compreender.
Sobre esse assunto Guerreiro e Battini dissertam:
[…] Esta responsabilidade no
processo contínuo de formação, não cabe apenas ao
educador, mas principalmente aos gestores dos sistemas
educacionais e consequentemente gestores das escolas, que
devem priorizar espaços de reflexão, discussão e formação,
onde educadores possam aprender através da
“experimentação” destas tecnologias, para que possam antes
de renegar, ou se intimidar, entender como o processo
tecnológico pode ser construído em âmbito escolar,
independente dos avanços em que eles se apresentam na e
pela sociedade. (Guerreiro e Battini, 2014, p.301).
Portanto, para que haja a reinvenção da escola contemporânea nas escolas
públicas, é necessário observar quais são os fatores que colaboram na
precarização da educação e, com isso, no atraso estrutural do ensino.
Referências:
GUERREIRO, Jackeline; BATTINI, Okçana. Novas tecnologias na
educação básica: desafios ou possibilidades? UNOPAR, 2014. Disponível em:
<http://www.uel.br/eventos/jornadadidatica/pages/arquivos/III%20Jornada%20d
e%20Didatica%20-%20Desafios%20para%20a%20Docencia%20e%20II%20S
eminario%20de%20Pesquisa%20do%20CEMAD/NOVAS%20TECNOLOGIAS
%20NA%20EDUCACAO%20BASICA%20DESAFIOS%20OU.pdf> Acesso em:
04 de dezembro de 2020.
http://www.uel.br/eventos/jornadadidatica/pages/arquivos/III%20Jornada%20de%20Didatica%20-%20Desafios%20para%20a%20Docencia%20e%20II%20Seminario%20de%20Pesquisa%20do%20CEMAD/NOVAS%20TECNOLOGIAS%20NA%20EDUCACAO%20BASICA%20DESAFIOS%20OU.pdf
http://www.uel.br/eventos/jornadadidatica/pages/arquivos/III%20Jornada%20de%20Didatica%20-%20Desafios%20para%20a%20Docencia%20e%20II%20Seminario%20de%20Pesquisa%20do%20CEMAD/NOVAS%20TECNOLOGIAS%20NA%20EDUCACAO%20BASICA%20DESAFIOS%20OU.pdf
http://www.uel.br/eventos/jornadadidatica/pages/arquivos/III%20Jornada%20de%20Didatica%20-%20Desafios%20para%20a%20Docencia%20e%20II%20Seminario%20de%20Pesquisa%20do%20CEMAD/NOVAS%20TECNOLOGIAS%20NA%20EDUCACAO%20BASICA%20DESAFIOS%20OU.pdf
http://www.uel.br/eventos/jornadadidatica/pages/arquivos/III%20Jornada%20de%20Didatica%20-%20Desafios%20para%20a%20Docencia%20e%20II%20Seminario%20de%20Pesquisa%20do%20CEMAD/NOVAS%20TECNOLOGIAS%20NA%20EDUCACAO%20BASICA%20DESAFIOS%20OU.pdf

Continue navegando