Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA Sinergismo entre trimeptoprima e sulfametoxazol: ANTIBIOTICOTERAPIA INIBIDORES DA SÍNTESE DO DNA São antibióticos que vão impedir ou reduzir a capacidade da bactéria de produzir um novo material genético e se proliferar. INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEÍCA É a classe de antibióticos que vão reduzir a produção de proteínas fundamentais para a proliferação bacteriana. SULFONAMIDAS: O início da história desse fármaco como antibiótico começou em 1935, nessa época, a indústria têxtil era o foco, assim, um pesquisador pegou mil corantes usado na época pela Bayer, e descobriu o prontosil rubrum, o qual é uma molécula que possui excelente atividade contra streptoccocus e stafiloccocus em camundongos, e, posteriormente foi descoberto que o grupamento funcional dessa molécula, era o grupamento sulfonamida. O ATB descoberto pelo pesquisador, possui atividade antibacteriana in vivo, mas não in vitro. Posteriormente, foi descoberto que in vivo o protosil era metabolizado, clivando essa molécula e liberando a sulfanilamida, a qual era responsável pela atividade antibacteriana. ➔ Conceito e classificação: o A sulfacrisoidina foi o primeiro agente antimicrobiano utilizado clinicamente; o São fármacos que têm estrutura similiar à do ácido para-aminobenzóico, o qual é um substrato da via de produção do ácido fólico, logo, o sulfonamida atua como um antagonista nesse sentido. o Esse grupo compreende as sulfanilamidas, sulfisoxazol, sulfacetamida e o próprio ácido para-aminobenzóico. ➔ Mecanismo de ação: o Inibem o metabolismo do ácido fólico por mecanismo competitivo. o O sulfametoxazol é comumente empregado em associação com o trimetoprima, de forma que juntos, provoca uma interação sinérgica que potencializa o efeito bacteriostático dessa classe. o O sulfametoxazol inibe um passo intermediário da reação e a trimetoprima inibe a formação do metabólito ativo do ácido tetra-hidrofólico no final do processo. Na imagem abaixo tem-se a representação do ácido tetra- hidrofólico, o qual é a substância que vai servir de substrato para a síntese de aa, purinas e timidina, logo, ao conseguir reduzir a quantidade desse ácido formado pela bactéria, tem-se a redução da síntese de aa, purinas e timidinas. A sulfanilamida e a trimetroprima atuam em locais diferentes, logo, a sulfa atua no di-hidropteroato sintetase que tem como substrato o PABA (ácido para- aminobenzoico), o qual possui uma estrutura semelhante a das sulfas, ao ponto de confundir a enzima, se ligando ao mesmo local da di-hidropteroato sintetase, logo, a sulfa consegue inibir essa enzima, fazendo com que ela converta menos PABA em ácido di-hidrofólico. Além disso, a trimetoprima inibe a di-hidrofolato redutase, a qual converte o ácido di-hidrofólico em ácido tetra- hidrofólico, desse modo, ao reduzir a atividade dessa enzima reduz-se a formação do ácido tetra, o qual é fundamental para que determinados eventos ocorram no microorganismo. Sinergismo entre trimeptoprima e sulfametoxazol: P re cu rs o r p te ri d in a 2 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA Sinergismo entre trimeptoprima e sulfametoxazol: O uso combinado dos dois fármacos reduz muito o crescimento bacteriano, ou seja, tem um efeito bacteriostático, a eliminação completa depende do sistema imunológico. Efeito bactericida x efeito bacteriostático. ➔ Classificação segundo a aplicação terapêutica: Varia de acordo com a capacidade dessa substância de permanecer em determinado local. 1. Sulfas sistêmicas: Podem ser usadas em diversas situações, de acordo com a necessidade e com o tipo de ação desejada. o Ação curta (4 – 7 horas) p.ex. sulfamerazina, sulfatiazol e sulfametizol. o Ação intermediária (10 – 12 horas) p.ex sulfadiazina e sulfametoxazol em associação. o Ação longa (17 – 40 horas) p.ex. sulfadoxina, sulfalena, sulfadimetozina ou sulfametoxipiridazina. Tem-se algumas desvantagens como: Dificuldade em atravessar a barreira hematoencefálica; Altas concentrações no sangue; Reação de hipersensibilidade (Stevens – Johnson); 2. Sulfas intestinais: Permanecem mais tempo no TGI, sendo uma boa opção para infecções gastrointestinais. 3. Sulfas urinárias: Possui uma excreção renal lenta, logo, é uma boa alternativa para infecção no trato urinário. 4. Sulfas oftálmicas; 5. Sulfas vaginais: Consiste em uma associação entre sulfacetamida, sulfatiazol e sulfabenzamida para constituir um creme de uso vaginal. ➔ Resistência: Cada tipo de antibiótico pode precipitar um tipo de resistência. Mutação: Pode desenvolver uma mutação na qual a bactéria vai produzir mais PABA ou fazer a síntese de diidropteroato sintetase, com uma diferença na sequência de aa, passando a apresentar pouca afinidade pelo antimicrobiano. Plasmídeos: Resistência proporcionada por enzimas com pouca afinidade ou determinar diminuição de permeabilidade da bactéria, logo, as bactérias se tornam menos permeáveis as sulfas. As bactérias conseguem compartilhar o plasmídeo com outras bactérias. No caso das sulfonamidas as bactérias podem desenvolver resistência de ambas as formas. ➔ Reações adversas: Mais comuns: o Sintomas digestivos; o Farmacodermias: Erupção morbiliforme e prurido cutâneo; o Outras: febre, cefaleia, tremores, nefrotoxicidade, flebite, vasculite, hipercalemia, doença do soro e anafilaxia. Maior risco de vida: o Anormalidades hematológicas → Leucopenia, trombocitopenia, agranulocitose, anemia hemolítica e supressão da medula óssea. o Reações cutâneas → Dermatite exfoliativa, síndrome de Steven – Johnson e a necrólise epidérmica tóxica. o Cristalúria com consequente insuficiência renal em pacientes hipoalbuminêmicos; o Hipercalemia (uso parenteral); Importante: Deve-se usar com precaução na gestação devido ao potencial de teratogenicidade (risco C); Contraindicados no 3º trimestre de gestação e durante a amamentação, pelo risco de indução de kenicterius, que é a chegada do excesso de bilirrubina no SNC. QUINOLONAS: ➔ Classificação: Na 1ª e 2ª gerações tinha-se um efeito antibiótico maior em gram negativo, as gerações seguintes objetivaram aumentar esse espectro para gram positivo. 3 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA ➔ Mecanismo de ação: Possuem um mecanismo de ação inibidor da DNA girase e da topoisomerase 4. o DNA girase: Para ocorrer o processo de leitura do material genético a dupla hélice precisa abrir, mediante a ação de uma enzima, permitindo a entrada da polimerase para a transcrição gênica, no entanto, o bolsão entre as hélices provoca um torsão nas demais regiões, aumentando a tensão, a qual é diminuída pela DNA girase ou topoisomerase 1, que quebra uma das fitas e o restante se desenrola, contudo, essa enzima está bloqueada, com isso, esse material tende a se fragmentar, ocasionando a morte primária das bactérias gram negativas. o Topoisomerase 4: Essa enzima é responsável por liberar o material genético de uma bactéria após a replicação, quebrando-o e consequentemente, separando uma da outra. Esse é um mecanismo primário das quinolonas em bactérias gram positivo. ➔ Aplicações terapêuticas: o Infecções respiratórias; o Carbúnculo; o Gonorreia; o Infecções do trato urinário; o Infecções do TGI; ➔ Interações: o A classedas quinolonas possui uma biodisponibilidade diminuída quando usada concomitantemente com antiácidos de Al, Mg e Ca, pois, formam complexos insolúveis de quinolonas com cátions. o Redução da absorção se usado com ranitidina e omeprazol. Por quê? Esses fármacos são inibidores da bomba de prótons, com isso tem-se uma menor secreção de HCl e, consequentemente, a quinolona é absorvida com maior dificuldade. o Inibição enzimática do complexo citocromo P450. ➔ Reações adversas: Incidência de 5 a 10%; Comuns: Náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal; Hipersensibilidade: Urticária, leucopenia, erupções maculo- papulares e febre; Tendinite e ruptura de tendões (pefloxacino); Deposição em tecido cartilaginoso de animais em crescimento p.ex. lesões articulares. Fototoxicidade (esparfloxacino); Hipoglicemia (gatifloxacino); Anemia hemolítica (temogloxacino); ➔ Resistência: Mutações: A bactéria altera a sequência de aminoácidos da DNA girasse e da topoisomerase, com isso, tem-se uma redução desse atb, e também altera a composição de aminoácidos das porinas, as quais são poros que facilitam a entrada de alguns atb, podendo alterar a entrada de quinolonas nas bactérias. É possível a existência de um mecanismo que aumente a retirada da droga do interior da célula, por meio da expressão de uma bomba de efluxo. Reduzindo a concentração de atb no interior bacteriano. 4 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA AMINOGLICOSIDEOS ➔ Características gerais: Os principais agentes incluem gentamicina, estreptomicina, amicacina, tobramicina, netilmicina, neomicina, espectinomicina e parommomicina. Essas drogas são utilizadas principalmente contra microrganismos aeróbicos gram-negativos. IMPORTANTE: -Utiliza-se de mecanismos ativos para alcançar o organismo do microorganismo. -Essa entrada do aminoglicosídeo para o citoplasma bacteriano pode ser inibida por cálcio, magnésio, hiperosmolaridade, acidez e anaerobiose. -Logo, o aminoglicosídeo tem sua atividade reduzida num abscesso (anaerobiose) e urina ácida e hiperosmolar. ➔ Mecanismo de ação: Os aminoglicosídeos possuem uma afinidade para se ligar na subunidade 30s do ribossomo, a ligação desse aminoglicosídeo a essa subunidade leva a três efeitos na bactéria: bloqueio do início da síntese protéica, bloqueio da posterior tradução estimulando a terminação prematura do peptídeo e a incorporação de aminoácidos errados. ➔ Resistência: o Absorção diminuída do antibiótico; o Inativação enzimática dos aminoglicosídeos. o Aumentar o efluxo de antibiótico diminuindo a concentração desse ATB no citoplasma bacteriano. o Mutações do ribossomo alvo. ➔ Reações adversas: o Nefrotoxicidade: - Ocorre em cerca de 8 a 26% dos pacientes. - Correlaciona-se com a concentração do fármaco que consegue chegar ao córtex renal. - Quando aplicado sistemicamente a neomicina é mais tóxica do que a estreptomicina que é menos tóxica e os outros aminoglicosídeos possuem toxicidade parecida. - Na maioria dos casos a nefrotixicidade causa insufucência renal aguda não oligúrica e redução na filtração glomerular. Esses efeitos aparecem normalmente sete dias após o início do tratamento. o Ototoxicidade (mais específica): - Pode ocorrer em cerca de 0,5 a 25% dos pacientes. - Consiste na destruição progressiva de células sensoriais vestibulares e cocleares. - Sintomas de toxicidade coclear: Zumbido agudo. - Sintomas de toxicidade vestibular: Cefaleia, náusea, vômitos, dificuldade no equilíbrio, labirintite crônica e estágio compensatório. o Bloqueio neuromuscular: - Inibem a liberação pré-sináptica de acetilcolina e reduzem sua sensibilidade pós-sináptica. - A ordem descrescente de bloqueio é: Neomicina > Canamicina > Amicacina > Gentamicina > T obramicina; ➔ Interações medicamentosas: Sinergismo: Aminoglicosídeos + beta- lactâmicos (atb que atuam na parede celular). Obs: Esses fármacos não podem ser administrados em tempos completamente diferentes, deve-se ingerir pelo menos 30 min um após o outro. Vantagem: O B-lactâmico fragiliza a parede bacteriana, aumentando a permeação dos aminoglicosídeos. Desvantagem: Incompatibilidade química, ou seja, não se deve administrar concomitantemente pela mesma via, porquê o oxigênio do anel b-lactâmico interage com o nitrogênio do radical dos aminoglicosídeos formando uma nova molécula que não tem atividade. 5 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA Aumento da nefrotoxicidade: Diuréticos de alça, cisplatina, ciclosporina, afotericina B, contrastes radiológicos, foscarnete e vancomicina. Ototoxicidade: Uso com ácido etacrínico, furosemida e carboplatina. Paralisia neuromuscular: Doses altas ou por via IV, doses normais em pacientes que usaram curarizantes e magnésio ou portadores de miastenia graves. TETRACICLINAS Se encaixam nos inibidores da síntese proteica, mais especificamente na subunidade 30s dos ribossomos. ➔ Estrutura dos diferentes fármacos tetraciclínicos: ➔ Classificação: Tem-se, atualmente, tetraciclinas naturais e semissintéticas. o Naturais: São aquelas obtidas, exclusivamente, por fermentação de fungos. P.ex. tetraciclina. o Semissintéticas: Normalmente, a indústria pega uma tetraciclina natural e modifica quimicamente em alguns locais, alterando meia-vida, afinidade, espectro de ação, etc. p.ex. doxiciclina ➔ Mecanismo de ação: Se ligam à subunidade 30s ribossomal, a consequência disso é a diminuição da ligação de formação de novos aminoácidos e proteínas. Logo, é possível diminuir a produção proteica de uma bactéria e consequentemente reduzir sua atividade e viabilidade. ➔ Seletividade das tetraciclinas: Inibem a síntese proteica de células pro e eucarióticas. Sua seletividade por bactérias decorre do acúmulo desses antibióticos nessas células, no entanto, as porinas bacterianas são inexistentes em células eucarióticas. Sendo esse o motivo que as tetraciclinas não conseguem ter um efeito farmacológico sobre as células eucarióticas. ➔ Efeitos adversos: o Distúrbios gastrointestinais; o Forma depósitos do fármaco em ossos e dentes; o Lesões hepáticas; o Vertigem; o Evitar durante a gestação; o Fototoxicidade; ➔ Farmacocinética: Diminuem a absorção das tetraciclinas: alimentos, cátions divalentes de cálcio, magnésio, ferro e trivalentes de alumínio, laticínios, antiácidos e pH alcalino. A estrutura química da tetraciclina possui uma capacidade intramolecular de reagir com ela mesma. Logo, aumenta a probabilidade de desenvolver resistência bacteriana. Distribuição: o Circulam na corrente sanguínea ligadas a proteínas plasmáticas. o Sofrem ampla distribuição pelos tecidos e líquidos corpóreos. o Não atravessam a barreira hematoencefálica. o Atravessam a placenta e possuem afinidade pelo cálcio (danifica ossos, dentes e unhas em formação). Obs: Só a minociclina assegura concentrações terapêutias no LCR. O glicuronídeo de doxicilina é excretado pela bile e via fezes. A maioria das tetraciclinas é reabsorvida da bile, biotransformada em glicuronídeos e excretada na urina. As tetraciclinas são classificadas pelo seu tempo de ação: Ação curta: 6 a 8 horas. p.ex; clortetraciclina, tetraciclina e oxitetraciclina. Ação intermediária: 8 a 12 horas. p.ex. metaciclina. Ação longa: 16 a 24 horas; p.ex. doxicilcina e minociclina. ➔ Interações medicamentosas: 6 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTCFARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA Substâncias que diminuem a absorção das tetraciclinas: o Quando as tetraciclinas interagem formando os quelatos com alimentos e outros medicamentos, elas são eliminadas diretamente nas fezes. o Bicarbonato de sódio por aumentar o pH gástrico. o Medicamentos para dispepsia como sais de bismuto, caolim, pectina, cimetidina e sucralfato. ➔ Resistência: - Diminuição do influxo ou aumento do efluxo por meio de uma bomba de transporte ativo de proteínas. - Proteção dos ribossomos devido à produção de proteínas que interferem na ligação da tetraciclina com os ribossomos. - Inativação enzimática. ➔ Aplicações terapêuticas: o Infecções por clamídia; o Pneumonia por micoplasma; o Borreliose; o Cólera; o Febre das montanhas rochosas; MACROLIDEOS Tendem a ter um açúcar e um aminoaçúcar ligado a sua estrutura. ➔ Classes: o Eritromicina: Possui um baixo tempo de meia-vida, o que faz com que seu uso seja feito de 4 em 4hrs, possui um espectro limitado contra H. influenzae e possui muitos esfeitos gastrointestinais. Variações de solubilidade da eritromicina: Estolato de eritromicina; Estearato de eritromicina; Etilsuccinato de eritromicina; Lactobionato de eritromicina; Obs: A porção ativa é a mesma, o que alterou é a fração não ativa, que ajuda a formar o sal. É possível modificar a solubilidade e biodisponibilidade da eritromicina alternando o sal. Não é possível alterar o espectro de ação. Instabilidade em meio ácido: Isso explica o fato da molécula ter um baixo tempo de meia-vida, visto que, se em meio ácido a molécula é instável, a forma ativa que vai ser absorvida vai ser em menor quantidade, ao absorver o fármaco em menor quantidade, é mais fácil para eliminá-lo do organismo. Análogos resistentes ao meio ácido: Foram feitas algumas modificações na molécula, assim, a molécula perdeu a capacidade de reagir entre si em meio ácido, perdeu a capacidade de formar ligações fora do plano do anel macrolídeo, logo, a eritromicina deu origem a claritromicina e a azitromicina, que possuem um tempo maior de meia-vida devido a sua maior estabilidade no meio ácido, fazendo com que o fármaco seja absorvido em quantidades maiores, reverberando em sua meia-vida. o Claritromicina e azitromicina. Possuem uma meia-vida maior: Azitromicina: 1x ao dia. Claritromicina: 2x ao dia. Possui uma boa atividade contra H. influenzae. Possui menos efeitos colaterais no TGI. ➔ Mecanismo de ação: O mecanismo de ação dos macrolídeos difere dos demais porquê interferem na subunidade 50s e o efeito ao se ligar a essa subunidade é inibir o processo de translocação ao retor da fita de RNAm, diminuindo ou paralisando a adição ou leitura dos novos códons. ➔ Interações medicamentosas: o Interagem com alguns outros antibióticos. o Sofre metabolização acerelada na presença de fenobarbital. o Sofrem inativação na presença de vitaminas do complexo B e C. o Diminui o metabolismo dos respectivos fármacos: glicocorticoides, anticoncepcionais orais, teofilina, carbamazepina, ciclosporina, varfarin e digoxina. ➔ Reações adversas: o Intolerância digestiva: Estimula a contratilidade do intestino delgado, ocasionando náuseas e vômitos, dor abdominal, flatulência e diarreia. o Reações de hipersensibilidade p.ex. prurido, erupção maculopapular, febre e eosinofilia. o Icterícia colestática. ➔ Resistência: o Diminuição da entrada do antibiótico ou exportação da droga na bactéria. o Mutações nos genes do sítio de ligação na subunidade 50s do ribossomo. o Inativação enzimática (estearases). ➔ Aplicações terapêuticas: o Infecções por clamídia; o Pneumonia por micoplasma; o Sífilis; o Doença do legionário; o Corynebacterium diphteriae; CLINDAMICINA: Não faz parte de uma grande classe, é uma representante isolada dentre as classes anteriores. Apesar de possuir o mecanismo de ação dos macrolídeos (atua na subunidade 7 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA 50s dos ribossomos), sua estrutura química não é macrolídica, por isso não se encaixa nessa classe. ➔ Usos clínicos: o Infecções graves por anaeróbios. o Infecções ginecológicas. o Abscessos pulmonares. o Gangrena gasosa. ➔ Reações adversas: A ação seletiva da clindamicina mata uma grande quantidade de bactérias, mas não mata a clostridium difficile, essa bactéria se prolifera em alta intensidade competindo com as bactérias da flora normal, secreta uma citotoxina em quantidades danosas, provocando colite que vão ocasionar ulcerações, diarreia e febre. CLORANFENICOL: Tem uma estrutura simples, em comparação com os demais, foi o primeiro antibacteriano natural halogenado, ou seja, nunca tinha sido isolada uma substância natural contendo cloro, bem como não se tinha sido isolado um produto natural que tivesse o nitrogênio em sua estrutura. ➔ Características: Agente bacteriostático de amplo espectro, funcionam contra gram positivo, negativo, aeróbios e anaeróbios. São capazes de atravessar a barreira hematoencefálica. O cloranfenicol é a molécula ativa, no entanto, essa molécula é completamente impalatável, pois, possui dificuldades de solubilidade e em relação ao seu gosto, com isso, essa molécula foi transformada em um pró-fármaco denominado de “palmitato de cloranfenicol”, no qual foi adicionado um ácido graxo, de modo que se tem as lipases no sistema digestivo, logo, elas clivaram essa molécula, transformando o oxigênio em hidroxila, pois, faz parte do cloranfenicol com o alvo farmacológico, podendo ser administrado por via oral. No entanto, a hidrossolubilidade do cloranfenicol acabou sendo afetada, assim, substituíram o ácido graxo do palmitato pelo hemisuccinato, sabendo que nosso corpo também possui as esterases, e, dessa forma, a hidrossolubilidade foi aumentada, sendo administrado por via parenteral, a nível de capacidade de solubilização no sangue, sabendo-se que se tem as esterases no organismo, clivando os ésteres. ➔ Farmacodinâmica: o Para o cloranfenicol adentrar a bactéria ele não precisa de transportador ou de porina, pois, acessa a bactéria por difusão facilitada, justificando o porquê de ser bom para gram + ou -, pois, a existência ou não de parede celular é irrelevante. o Sua ligação à peptidil-transferase subunidade 50s é reversível. ➔ Resistência: o Redução da permeabilidade celular, pois, as bactérias conseguem modular essa permeabilidade. o Mutação ribossomal na subunidade 50s dificultando a ligação. o Acetilação do cloranfenicol (acetiltransferase) + comum. ➔ Efeitos colaterais: o Aplasia de medula óssea e síndrome cinzenta do recém nascido (caracterizada por colapso cardiocirculatório) → Inibição da síntese proteica mitocondrial (ribossomos semelhantes aos da bactéria). ➔ Usos terapêuticos: o Amplo espectro – atingem gram positivo e negativo, aeróbios e anaeróbios. o Doenças infecciosas desde que os microorganismos sejam sensíveis após a realização do antibiograma. o Pacientes alérgicos à penicilina, cefalosporinas e quinolonas. o Infecções oculares (região de difícil acesso) e meningites.
Compartilhar