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1 Emanuelly Lopes Cardoso | E8M1 - Morfofuncional Irrigação Encefálica • Irrigação encefálica (2 sistemas): carotídeo (artérias carótidas internas) + vertebro-basilar (artérias vertebrais) Polígono de Willis: • Base do cérebro • Porções proximais das artérias cerebrais anterior + média + posterior • Artéria comunicante anterior • Artérias comunicantes posteriores direita e esquerda (anastomosa o sist. Carotídeo interno e sist. vertebral) • Permite manutenção do fluxo sanguíneo adequado em todo cérebro em caso de obstruções das artérias que o irrigam • Obstrução da carótida direta: ↓ na pressão em seu território → sangue flui para o local através da artéria comunicante anterior e da artéria comunicantes posterior direita • Artérias cerebrais anterior + média + posterior: ramos corticais (irrigação do córtex + subst. Branca subjacente) + ramos centrais (círculo arterial do cérebro) • Ramos centrais do polígono de Willis: se anastomosam de forma escassa → comportam-se como artérias terminais Artérias Carótidas Internas: • Pescoço: artérias carótidas comum → sobem verticalmente para base do crânio → canais carótideos na região temporal → artérias carótidas internas → ramos terminais: Art. Cerebrais anterior + média • Art cerebrais anteriores: unidas pelas artérias comunicantes anteriores + nas terminações liga-se à Art. Cerebral posterior pelas Art. Comunicantes posteriores • Art Carótidas Internas + seus ramos = Circulação Anterior do encéfalo Artérias Vertebrais: • Começam na raiz do pescoço → primeiros ramos das artérias subclávias → Art Vertebrais passam pelos forames transversos das 6 primeiras vertebras cervicais → entram no encéfalo pelo FORAME MAGNO • Art Vertebrais se unem na margem caudal → Art Basilar - Sistema arterial vértebro-basilar + seus Ramos = Circulação Posterior do Encéfalo Artéria envolvida Irrigação Quadro neurológico (AVE) Circulação Anterior A. oftálmica olho, a órbita e estruturas faciais adjacentes Amaurose fulgax Alteração monocular A. Cerebral Média Superfície lateral dos hemisférios cerebrais → exceto pela porção inferior dos lobos temporal e occipital e porções mediais dos lobos frontal e parietal Déficit motor e/ou sensitivo com predomínio braquiofacial Afasia (hemisfério dominante) Negligência (hemisfério não dominante) A. Cerebral Anterior Parte medial dos lobos frontal e parietal Porção anterior do corpo caloso Déficit motor e/ou sensitivo com predomínio crural Sinais de frontalização Artéria envolvida Irrigação Quadro neurológico (AVE) Circulação Posterior A. vertebral Bulbo Náuseas, vômitos, vertigem Acometimento de nervos cranianos baixos Ataxia cerebelar A. cerebral posterior Tronco cerebral Porção inferior do lobo temporal Lobo occipital Córtex visual Porção posterior (esplênio) do corpo caloso; Alterações do campo visual Rebaixamento do nível de consciência Déficit sensitivo Alterações das funções nervosas superiores A. basilar Ponte Déficit motor e/ou sensitivo (geralmente bilateral) Rebaixamento do nível de consciência Alterações de nervos cranianos 2 Emanuelly Lopes Cardoso | E8M1 - Morfofuncional Acidente Vascular Encefálico Isquemia Cerebral 1. Oclusão vascular: interrupção do fluxo sanguíneo + limitação do fluxo de O2 + glicose para região encefálica correspondente (colapso metabólico, com degeneração e morte celular) 2. Fluxo sanguíneo restaurado antes de grau significativo de morte celular: paciente pode apresentar apenas sintomas transitórios > AIT 3. Circulação cerebral < 25% do normal após os primeiros minutos de ↓ do fluxo: lesão focal permanente 4. Área de penumbra isquêmica: ao redor da área focal + suprimento sanguíneo 25-50% do fluxo normal + tecido viável por 6-8h + disfunção reversível 5. Mecanismo de autorregulação cerebral: PPC dependente da PA 6. Fluxo sanguíneo não restaurado ou ↓ da PAS: aumento da área de isquemia 7. Rápida restauração do fluxo: limita as lesões + ↓ sequelas Fisiopatologia intracelular • Infarto cerebral focal→ 2 vias distintas: 1. Via necrótica: degradação rápida do citoesqueleto celular (insuficiência de energia da célula) 2. Via apoptótica: células programadas para morrer • Isquemia → necrose (privação de glicose + O2 → incapacidade de produzir ATP) → bombas iônicas da membrana param de funcionar → neurônios se despolarizam → cálcio intracelular ↑ + liberação de glutamato → glutamato extracelular ↑ → ativação dos receptores pós-sinápticos → neurotoxicidade + ↑ do influxo neuronal de cálcio → produção de radicais livres → destruição catalítica das membranas + danificam funções vitais das células • Graus menores de isquemia (penumbra isquêmica): favorecem morte celular apoptótica que ocorre dias a semanas depois perfurantes profundas) Etiologia e Fatores de Risco do AVE • Etiologias: trombose + embolia + hipoperfusão cerebral Classificação TOAST: Aterosclerose de grandes artérias: obstrução mais distal por embolia artério-arterial por trombos fibrinoplaquetários de lesões ateromatosas Embolia cardiogênica: oclusões arteriais secundárias a êmbolos cardíacos • Fontes cardíacas de alto risco • Fontes cardíacas de médio risco Oclusão de pequenas artérias (lacunar): HAS + DM • Pacientes que apresentam AVE frequentemente: infartos lacunares (pequenos + profundo + lipo-hialinose + lesões microateromatosas que acometem o óstio das artérias perfurantes profundas) Outras etiologias: causas raras (vasculopatias não-ateroscleróticas + estados de hipercoagulabilidade + distúrbios hematológicos) Etiologia indeterminada: quando mesmo com investigação não há uma etiologia determinada Aneurismas Saculares • Dilatações saculares nas paredes de artérias cranianas • Desenvolvendo-se por defeito na túnica média • Localizados em bifurcação ou em origem vascular • Raramente congênita + desenvolvida durante a vida • FR: hipertensão arterial + tabagismo + abuso de álcool • Localização mais comum: polígono de Willis • Aneurismas pequenos: assintomáticos • Manifestações clínicas: compressão de estruturas cerebrais + sintomas de acordo com a área afetada + após ruptura, seguida de hemorragia • Principal FR para rompimento: hipertensão descontrolada • Intensidade dos sintomas: relacionada ao tamanho e a extensão do sangramento + os mais comuns são: Dor de cabeça súbita - “pior dor de cabeça da vida” Náuseas + Vômitos + Sudorese + Mal-estar Perda de consciência/déficits neurológicos Rigidez de nuca + convulsões FATORES DESENCADEANTES: Defeito na camada média das artérias intracranianas Fatores congênitos: Anomalias (hipoplasias ou agenesias) dos vasos do polígono de Willis maior stress hemodinâmico em uma área de fraqueza da camada média arterial + Defeitos na camada média arterial na bifurcação de vasos (bifurcações são pontos de maior stress hemodinâmico) + Doenças hereditárias (rim policístico, sd. de Marfam, sd EhlerDanlos) + Coartação da aorta + Displasia fibromuscular Fatores adquiridos: Tabagismo + Arteriosclerose + Hipertensão arterial Alterações na tomografia de crânio associadas ao AVE isquêmico Nas primeiras 12-24h, geralmente não mostra o AVE isquêmico, pois o infarto só tem expressão radiológica na TC após 24-72h, como uma área hipodensa (“cinza”) acompanhada de edema Fase Hiperaguda (< 12h) - achados na TC: 1. Edema isquêmico • Perda da diferença entre substância branca e cinzenta • Hipodensidade do parênquima cerebral • Hipodensidade na substância cinzenta • Locais para procurar perda de contornos: ínsula + núcleos da base + córtex 2. Sinal da artéria hiperdensa (SAH) • TC sem contraste de vasos hiperdensos 3. Edema cerebral • Resultado de edema isquêmico ou vasodilatação • Apagamento dos sulcoscorticais • Compressão do ventrículo lateral homolateral 3 Emanuelly Lopes Cardoso | E8M1 - Morfofuncional Hemorragia Intracerebral Fase subaguda - Achados na TC (AVEI) 1. Lesão hipodensa em forma de cunha, envolvendo substância branca e cinzenta e respeitando o limite vascular 2. Edema perilesional 3. Sinais de efeito de massa: desvio de estruturas da linha média para o hemisfério contralateral, apagamento de sulcos e cisternas, compressão ventricular Fase Crônica – Achados na TC 1. Lesão focal hipodensa + bem delimitada + respeitando limites vasculares 2. Proeminência de sulcos 3. Alargamento dos ventrículos ipsilaterais Alterações na ressonância magnética associadas ao AVE isquêmico • Fase inicial e ponderação T1: lesão hipointensa com edema cortical + perda da distinção da substância branca e da substância cinzenta • Ponderação T2 e FLAIR (ainda em fase inicial): edema cortical + lesão hiperintensa em relação ao parênquima → evolução do quadro: pode surgir efeito de massa • Fase tardia: lesão isointensa em relação ao líquor em T1 e T2 + no FLAIR: áreas hiperintensas + áreas de encefalomalácia (hipointensa) FATORES DE RISCO • Não modificáveis: idade avançada + raça negra + orientais + gênero masculino • Modificáveis: HAS + angiopatia amilóide + tabagismo + álcool + coagulopatias + simpaticomiméticos + aneurismas + vasculopatias + Tumores Hemorragia Intraparequimatosa (HIP) AVEH Hipertensivo Sangramento focal de um vaso sanguíneo no interior do parênquima cerebral, ocorrendo nos núcleos da base, lobos cerebrais, cerebelo ou ponte Locais mais acometidos: - putâmen (30-50%) + tálamo (15-20%) + cerebelo (10-30%) + ponte (10-15%) Ruptura de aneurismas de “Charcot-Bouchard” Após a hemorragia → edema em torno da lesão + organização do coágulo + compressão dos tecidos adjacentes Dilatação ventricular (hemorragia de aneurismas próximos aos ventrículos) Se próximo ao córtex: risco de atingir o espaço subaracnóideo Causas: hipertensão arterial + malformações vasculares + aneurismas saculares e micóticos + distúrbios de coagulação, arterites + angiopatia amiloide (> 70 anos – hemorragia lobar) Lesão crônica de pequenas artérias perfurantes → fragilidade da parede vascular → formação de pequenos aneurismas (aneurismas de Charcot-Bouchard) → rompimento desses Hemorragia subaracnóide (HSA) Ruptura de aneurisma saculares intracranianos congênitos ou malformação arteriovenosa (MAV) Localização: bifurcações arteriais próximas ao polígono de Willis (A. comunicante anterior + posterior + ACM) Local mais comum de rotura do aneurisma sacular: artéria comunicante anterior Extravasamento de sangue para os espaços que cobrem o SNC que são preenchidos com fluido cerebrospinal/líquor Sangue atinge o espaço subaracnóide → edema cerebral + meningite química A partir 4° dia, surge a complicação de vasoespasmo → contato do sangue com as artérias do polígono de Willis → Responsável pelo deficit neurológico focal e pelas sequelas neurológicas que podem ocorrer na HSA Hemorragia Subdural (HSD) • Sangramento entre a dura-máter e as membranas aracnoides • Homens entre 31 e 47 anos → resultado de trauma craniano fechado por acidentes automobilísticos + quedas + agressões • HSD crônica: idosos + pessoas com história de abuso crônico de álcool + lesão cerebral traumática anterior • Ruptura das veias que drenam a superfície do cérebro para os seios durais → sangramento para o espaço entre as membranas dura-máter e aracnoide → contido pelo aumento da pressão intracraniana ou compressão direta pelo próprio coágulo • 20% a 30% ocorrem por ruptura arterial • Outra causa de HSD: ↓ na pressão do LCR → ↓ na flutuação do cérebro → tração sobre as estruturas de fixação e de apoio + tração e ruptura dos vasos Hematoma Extradural Ou Epidural (HED) • Resulta do acúmulo de sangue no espaço entre o crânio e a dura-máter • Mecanismo de lesão: trauma contuso na região temporal ou temporoparietal, com uma fratura de crânio associada a ruptura da artéria meníngea média • Ocasionalmente, trauma na região parieto-occipital ou na fossa posterior gera lesão dos seios venosos com consequente HED • Há um trauma contundente significativo com perda de consciência ou sensório alterado, seguido por um período lúcido e subsequente morte neurológica rápida. 4 Emanuelly Lopes Cardoso | E8M1 - Morfofuncional Alterações na tomografia de crânio associadas à hemorragia subaracnóide • Lesão hiperdensa nos sulcos + cisternas encefálicas (característica do sangue extravasado) • Hematomas intraparenquimatosos • Hidrocefalia • Edema cerebral Escala de Fisher Alterações na tomografia de crânio associadas à hemorragia intracerebral/ intraparequimatosa. • Lesão densa com ou sem halo hipondeso circundantes (edema) • Diferenciação entre três grandes grupos de HIC: lobares + profundas + de fossa posterior • Alguns achados tomográficos podem sugerir a etiologia do sangramento: a. Hematoma hipertensivo: é o diagnóstico mais provável quando a hemorragia está localizada nos núcleos da base; b. Suspeita-se de angiopatia amilóide quando existe um ou mais hematomas lobares associados à leucoaraiose; c. Ruptura de aneurisma é sugerida pela presença de sangue no espaço subaracnóideo; d. HIC por coagulopatias pode se acompanhar de níveis de fluidos dentro do hematoma e, nas hemorragias traumáticas, costumam-se encontrar contusões e fraturas ósseas associadas Estágios evolutivos do sangramento intraparenquimatoso são divididos em: HIPERAGUDO: até 12 horas do ictus AGUDO: de 12 a 48 horas SUBAGUDO PRECOCE: 2 a 7 dias SUBAGUDO TARDIO: 8 a 30 dias CRÔNICO: período superior a 1 mês A- Nos estágios agudos os hematomas são hiperdensos; B- Após o terceiro dia mais ou menos, a atenuação do sangramento vai diminuindo progressivamente, da periferia para o centro. O aumento da densidade no lado esquerdo do cérebro observado nessa TC sem contraste é sugestivo de hemorragia intracerebral.
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