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Victor Lima FISIOPATOLOGIA Victor Lima 1 1 Introdução Epidemiologia Incidência: 40/ 100000 Prevalência 1% Está na proporção 3 Mulheres / 2 Homens Todas as etnias estão inseridas No Brasil, estimas se que atualmente existam cerca de 2 milhões de portadores O tabagismo é considerado um dos fatores de risco mais bem estabelecidos para AR, inclusive se associando à ocorrência de doença “soropositiva (isto é, presença de fator reumatoide e/ou anti-CCP positivo) Definição Patológica É uma lesão histológica motivada por uma reação imunológica adaptativa estimulada pelos linfócitos T CD4+ no tecido sinovial pertencente ao organismo. 1) Alvo principal: membrana sinovial 2) Ocasiona: erosão e deformidade articular 3) Pode acometer extra-articulares Conceito Genético A sinovite advém da citrulinasação da arginina no MHC classe II e assim modificando o epítopo compartilhado desse complexo histocompatibilidade (MHC), em consequência se tem o estimulo dos linfócitos T CD4+, favorecendo uma resposta imune adaptativa exagerada. Logo, o líquido sinovial fica repleto de neutrófilos e macrófagos e células dendríticas, por vez a produção de metaloproteínases pelos macrófagos ativados por IL-1 e TNF-alfa, clivando colágeno e proteoglicanos. Os plasmócitos por vez liberam Imunocplexos, autoanticorpos e fator reumatoide Desencadeia: Na imagem consta a proliferação de PANNUS que o tecido sinovial em proliferação OBS A produção exacerbada de citocinas, em destaque para a TNF- alfa, tais substâncias respondem pela autoperpetuação do processo inflamatório sinovial e estimulam a proliferação de células sinoviais, levando uma expansão progressiva do PANNUS o Fator Reumatoide. trata-se de um autoanticorpo, na maior parte das vezes do tipo IgM (mas que pode ser IgG ou IgA), que reconhece a porção Fc de anticorpos do tipo IgG, formando imunocomplexos com estes. Autoanticorpos contra peptídeos citrulinados Victor Lima FISIOPATOLOGIA Victor Lima 2 2.Associação com Anatomia REVISÃO Em resumo existem três classes de articulações são elas: (1) Sinartrodial, (2) Anfiartrodial, (3) Diartrodial. Então tem-se: (1) Sinartrodial (articulação que permite pouca ou nenhuma movimentação) FIBROSA (A) Suturas (B) Sindesmoses: Técido fibroso denso que mantém ossos juntos,por exemplo entre rádio-ulna,tíbia-fíbula; (C) Gonfoses:Tecido fibroso liga os dentres aos alvéolos dentais (2) Anfiartrodial (Articulações cartilaginosas que atenuam as forças aplicadas e permitem mais movimentação que as articulações sinartrodiais) CARTILAGINOSA (A) Sincondrose : ossos permanecem juntos por camada de hialina. EX: articulação manúbrio-esternal (B) Sínfises : Separação entre as cartilagens. EX: sínfise púbuca (3) Diartrodial (articulação que possui apenas pequenas limitações na capacidade de realizar movimentos) SINOVIAL (a) Plana( delizante) – EX: ossos do tarso e do carpo (b) Gínglimo(dobradiça) – EX: úmero-ulnar, interfalângicas (c) Trocóidea (em pivô) – EX: articulação rádioulnar (d) Condilar (condilóidea, elipsóidea) – EX: articulações do joelho (e) Selas( em sela) -EX: articulações carpometacárpais do polegar. (f) Esferóide(bola-e-soquete) -EX: articulação do quadril, articulação do glenoumeral Componentes das articulações Diartrodiais - Cápsula Fibrosa; -Membrana Sinovial; -Líquido Sinovial; -Cartilagem articular(Hialina) -Ligamentos; -estruturas articulares associadas → Camada interna da cápsula articular; → Altamente vascularizada; → Secreta e reabsorve líquido sinovial na cápsula articular. → Líquido viscoso e suavemente amarelado; → Nutre e lubrifica as articulações → Diminui o atrito na articulação; → ↑Atividade articular e aquecimento Victor Lima FISIOPATOLOGIA Victor Lima 3 3.Apresentação clínica -Dor -variação de temperatura -Rigidez prolongada Principais articulações acometidas Artrite reumatoide Sinal clássico Pescoço de cisne: Hipertensão da interfalangeana proximal e uma hiperflexão da interfalangeana distal. Victor Lima FISIOPATOLOGIA Victor Lima 4 Punho edemaciado – Punho com uma sinovite bem acentuada • Prejuízo em movimentos de flexão quanto de extensão; • A síndrome do túnel carpo: motivado pela hipertrofia sinovial gera uma compressão do nervo mediano contra o ligamento transverso do carpo A principal manobra diagnostica realizada é Tinel e Phalen: As articulações diatrodiais do joelhos podem ser acometidas pela artrite reumatoide havendo o derramamento articular identificado pela compressão patelar (sinal tecla) : Ainda podem ser acometidos os pés, a coluna vertebral, cotovelos, ombros, as cricoaritenoides (faz parte do complexo esôfago-laringe), articulações sacroilíacas e articulações temporomandibulares Victor Lima FISIOPATOLOGIA Victor Lima 5 4. manifestações extra-articulares 5 Diagnostico Escore: Exame de imagem → Raio-X normal da mão esquerda A → Raio-X da mão esquerda de um paciente com artrite reumatoide rediologicamente leve. Tem osteopenia ao redor das articulações metacarpofalangeanas e leve inchaço dos tecidos moles (Setas destacadas) B Obs: É utilizado Ressonância magnética(RNM e ultrassonografia(USG) para inferir um prognóstico para o paciente através do grau de inflamação e do volume de tecido inflamado , sendo a ultrassonografia a opção mais acessível financeiramente. Victor Lima FISIOPATOLOGIA Victor Lima 6 Laboratoriais ✓ Fator reumatóide (FR): tido como positivo em 70% a 80% dos pacientes com AR. Corresponde a um auto-anticorpo, geralmente classe IgM. Quando está elevado a doença é, geralmente, mais agressiva e tem maiores chances de apresentar manifestações extraarticulares. ✓ Anticorpo antipepitídeo citrulinado cíclico (anti-CCP): presente em cerca de 80% dos pacientes com AR, com especificidade ao redor de 90%. É importante nas fases iniciais da doença e quando há dúvida diagnóstica. ✓ Testes inespecíficos: Velocidade de hemossedimentação (VHS) e proteína C reativa (PCR) são provas de atividade inflamatória de fase aguda que estão, geralmente, elevadas na doença em atividade, servindo como parâmetros úteis no seguimento do paciente em tratamento. O hemograma pode apresentar alterações compatíveis com anemia normocrômica e normocítica (doença crônica) ou microcítica e hipocrômica (causa ferropriva). Plaquetose e neutropenia podem estar presentes em alguns casos. ✓ Líquido sinovial: leucocitose com predominância de polimorfonucleares, diminuição da glicose, diminuição dos complementos C3 e C4 e dos níveis protéicos. Normalmente não realizado na prática. 6 Tratamento Quanto antes iniciar o tratamento melhor, pois evita as deformidades, diminui o risco cardiovascular e é mais fácil controlar a inflamação, assim como reavaliar o paciente a cada 1 a 3 meses. META: remissão ou a baixa atividade da doença Tratamento com Metotrexato Tem atividade anti-inflamatória nas does utilizadas, tem ação muito eficaz e tem inicio de ação em 3 ~ 4 semanas Fazer uso de dose 7,5 a 10 mg uma vez por semana (associado ácido fólico) → aumentar a dose a cada 4 semanas até 25mg Ciclo fármaco OBS Ácido fólico durante o tratamento (5mg, 1x por semana em 24-36h após a tomada do MTX). OBS Nas crises e recidivas devem ser utilizados corticoides, prednisona, diminui a inflamação e outros sintomasmais rapidamente. São disponibilizados pelo SUS.
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