Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Andressa Santos Pereira Medicina – UNEB | Turma XIII 1 CASO VI – INTESTINOS OBJETIVO 1: Identificar os aspectos anatômicos do intestino delgado - Estende-se do piloro até a junção ileocecal, onde o íleo une-se ao ceco (a primeira parte do intestino grosso). A parte pilórica do estômago esvazia-se no duodeno ❖ Duodeno - Primeira e mais curta (25 cm) parte do intestino delgado, também é a mais larga e mais fixa. Segue um trajeto em formato de C ao redor da cabeça do pâncreas; começa no piloro no lado direito e termina na flexura (junção) duodenojejunal no lado esquerdo - A maior parte do duodeno está fixada pelo peritônio a estruturas na parede posterior do abdome e é considerada parcialmente retroperitoneal o Parte superior (primeira): curta, conectada com o piloro, superposta pelo fígado e pela vesícula biliar, peritônio cobre sua face anterior -> contém a ampola duodenal e na parte proximal tem o ligamento hepatoduodenal superiormente e parte do omento maior inferiormente o Parte descendente (segunda): mais longa, onde se encontram as papilas do duodeno -> curva-se ao redor da cabeça do pâncreas o Parte inferior (terceira): parte mais horizontal -> É cruzada pela artéria e veia mesentéricas superiores e pela raiz do mesentério do jejuno e íleo. Superiormente a ela está a cabeça do pâncreas e seu processo uncinado o Parte ascendente (quarta): segue na margem inferior do pâncreas e se curva anteriormente para se unir ao jejuno → flexura duodenojejunal, sustentada peça fixação do músculo suspensor do duodeno (ligamento de Treitz) ➢ Irrigação: - As artérias do duodeno originam-se do tronco celíaco e da artéria mesentérica superior o Artéria hepática comum dá origem a três ramos: a. gástrica direita, a. gastroduodenal e a. hepática própria o Artéria gastroduodenal dá origem a artéria pancreaticoduodenal superior (anterior e posterior) o Artéria mesentérica superior dá origem a artéria pancreaticoduodenal inferior (anterior e posterior) - As artérias pancreaticoduodenais situam-se na curvatura entre o duodeno e a cabeça do pâncreas e irrigam as duas estruturas - As veias do duodeno acompanham as artérias e drenam para a veia porta, algumas diretamente e outras indiretamente, pelas veias mesentérica superior e esplênica - Os vasos linfáticos do duodeno acompanham as artérias → os principais são os linfonodos pancreáticos duodenais, linfonodos pilóricos, linfonodos mesentéricos superiores e linfonodos celíacos - Os nervos do duodeno derivam do nervo vago e dos nervos esplâncnicos (abdominopélvicos) maior e menor, por meio dos plexos celíaco e mesentérico superior → nervos periarteriais ❖ Jejuno e íleo Andressa Santos Pereira Medicina – UNEB | Turma XIII 2 - O jejuno é a segunda porção do intestino delgado → começa na flexura duodenojejunal → sistema digestivo volta a ser intraperitoneal → maior parte situada no quadrante superior esquerdo - O íleo é a terceira e última porção do intestino delgado → termina na junção ileocecal → maior parte situada no quadrante inferior direito -> a parte terminal geralmente está na pelve, de onde ascende, terminando na face medial do ceco - Juntos, o jejuno e o íleo têm 6 a 7 m de comprimento, o jejuno representa cerca de dois quintos e o íleo cerca de três quintos da parte intraperitoneal do intestino delgado - O mesentério é uma prega de peritônio em forma de leque que fixa o jejuno e o íleo à parede posterior do abdome. Entre as duas camadas do mesentério estão os vasos mesentéricos superiores, linfonodos, uma quantidade variável de gordura e nervos autônomos → OBS: raiz do mesentério tem direção oblíqua, inferior e para a direita; estende-se da flexura duodenojejunal até a junção ileocólica e a articulação sacroilíaca direita ➢ Irrigação: - A artéria mesentérica superior (AMS) irriga o jejuno e o íleo via artérias jejunais e ileais, seguindo entre as camadas do mesentério → As artérias se unem para formar alças ou arcos, chamados arcos arteriais, que dão origem a artérias retas, denominadas vasos retos - A veia mesentérica superior (VMS) drena o jejuno e o íleo. Situa-se anteriormente e à direita da AMS na raiz do mesentério e termina posteriormente ao colo do pâncreas, onde se une à veia esplênica para formar a veia porta - Os vasos linfáticos são especializados nas vilosidades intestinais e absorvem gordura do lúmen, por isso são denominados lactíferos (aspecto leitoso). Eles drenam seu líquido leitoso para os plexos linfáticos nas paredes do jejuno e do íleo → depois drenam para os vasos linfáticos entre as camadas do mesentério - Os nervos formam um plexo nervoso periarterial, circuncdando a AMS e seus ramos, muito parecido com o que ocorre no duodeno → fibras parassimpáticas pré ganglionares fazem sinapse com os neurônios parassimpáticos pós-ganglionares nos plexos mioentérico e submucoso na parede intestinal o Estimulação simpática → reduz atividade peristáltica e secretora do intestino -> vasoconstrição o Estimulação parassimpática → aumenta atividade peristáltica e secretora, restaurando o processo de digestão após uma reação simpática. O intestino delgado também tem 1Dor abdominal espasmódica fibras sensitivas (aferentes viscerais) para distensão, assim cólicas1 são bem referidas. Mas a maioria dos estímulos dolorosos, inclusive incisão e queimadura são insensíveis a dor OBJETIVO 2: Caracterizar histologicamente o intestino delgado - Suas três porções são histologicamente parecidas, mas existem pequenas diferenças para diferenciá-las ❖ Mucosa da superfície luminal - Três tipos de modificações dessa superfície luminal para ampliar sua área de superfície o Pregas circulares (de Kerckring) → além de aumentar a superfície do intestino delgado, diminuem a velocidade de passagem do quilo. São pregas transversais da submucosa e da mucosa → ao contrario das pregas do estomago, elas são permanentes, terminando na metade proximal do íleo o Vilos (vilosidades) → conferem aparência aveludada, são protrusões digitiformes da lâmina própria cobertas pelo epitélio. O eixo de cada vilo contém alças capilares, um canal linfático que termina em fundo cego (quilífero central), e algumas fibras musculares lisas, imersas em tecido conjuntivo frouxo rico em células linfoides. São mais numerosos e maiores no duodeno o Microvilos (microvilosidades) → especializações da membrana plasmática apical das células epiteliais que revestem os vilos intestinais - As invaginações do epitélio (simples cilíndrico) por entre os vilos formam as glândulas intestinais, ou criptas de Lieberkühn, as quais também aumentam a área de superfície do intestino delgado ❖ Mucosa intestinal - Epitélio simples cilíndrico → constituído de células absortivas superficiais, células caliciformes e células do SNED o Células absortivas superficiais: - São as mais numerosas no epitélio. Têm núcleos ovais no citoplasma basal. Participam da etapa final da digestão e absorção de água e nutrientes e também reesterificam ácidos graxos em triglicerídeos, formam quilomícrons e transportam a maior parte dos nutrientes absorvidos para a lâmina própria, visando a distribuição para o restante do corpo. Suas pontas são cobertas por uma espessa camada de glicocálix, que não somente protege os microvilos da autodigestão, mas seus componentes enzimáticos também participam da digestão terminal de dipeptídeos e dissacarídeos em seus monômeros o Células caliciformes: Andressa Santos Pereira Medicina – UNEB | Turma XIII 3 - O duodeno possui um número menor de células caliciformes, e seu número aumenta em direção ao íleo. Estas células secretam mucinogênio, cuja forma hidratada é a mucina, um componente do muco, uma camada protetora que reveste o lúmen o Células do SNED: - Formam apenas 1% das células que compõem esse epitélio e são responsáveis por produzirhormônios parácrinos e endócrinos o Células M (micropregas): - Endocitam e transportam antígenos do lúmen para a lâmina própria. Têm aspecto pavimentoso nas regiões onde nódulos linfoides estão em contato com o epitélio -> facilita essa comunicação com o sistema imune - Lâmina própria → tecido conjuntivo frouxo, forma o eixo dos vilos e se estende para baixo em direção à camada muscular da mucosa, é comprimido pelas numerosas glândulas intestinais (mucosas) tubulosas, as criptas de Lieberkühn, reduzindo-se a finas lâminas de tecido conjuntivo frouxo altamente vascularizado o Criptas de Lieberkühn: - São perfurações do revestimento epitelial em espaços em que se abrem glândulas tubulosas (às vezes ramificadas) simples nos espaços intervilosos como. Essas glândulas são constituídas de células do SNED, células absortivas superficiais, células caliciformes, células regenerativass e células de Paneth ▪ Células regenerativas → células-tronco que sofrem uma extensa proliferação para repovoar o epitélio das criptas, da superfície da mucosa e dos vilos ▪ Células de Paneth → facilmente distinguíveis por causa da presença de grandes grânulos de secreção eosinófilos no citoplasma apical. São células piramidais e ocupam o fundo das criptas de Lieberkühn → produzem lisozima, defensinas e TNF-α. Têm um tempo de vida comparativamente longo de 20 dias e secretam lisozima continuamente - Camada muscular da mucosa → camada circular interna e uma camada longitudinal externa de células musculares lisas -> as fibras musculares da camada circular interna penetram nos vilos estendendo-se pelo seu eixo até a ponta do tecido conjuntivo, atingindo a membrana basal. Durante a digestão, estas fibras musculares se contraem ritmicamente, encurtando o vilo várias vezes por minuto - Submucosa → tecido conjuntivo fibroelástico, com rico suprimento linfático e vascular. A inervação intrínseca da submucosa provém do plexo submucoso (de Meissner) parassimpático. A submucosa do duodeno é diferente, pois contém glândulas conhecidas como glândulas submucosas de Brunner o Glândulas de Brunner: - São tubulosas ramificadas, cujas porções secretoras se assemelham a ácinos mucosos, com núcleo que varia de achatado a arredondado. Os ductos destas glândulas atravessam a camada muscular da mucosa e geralmente perfuram a base das criptas de Lieberkühn, lançando seu produto de secreção no lúmen do duodeno - Secretam um fluido mucoso alcalino em resposta a um estímulo parassimpático. Este fluido ajuda a neutralizar a acidez do quimo que entra no duodeno vindo da região pilórica do estômago. E também secretam urogastrona (hormônio conhecido como fator de crescimento epidérmico humano), o qual é liberado no lúmen duodenal juntamente com o tampão alcalino. A urogastrona inibe a produção de HCl (pela inibição direta das células parietais) e amplifica a velocidade da atividade mitótica das células epiteliais - Túnica muscular externa e serosa → camada circular interna e uma camada longitudinal externa de músculo liso. O plexo mioentérico ou de Auerbach, localizado entre as duas camadas musculares, é o suprimento nervoso intrínseco da túnica muscular externa. A túnica muscular externa é responsável pela atividade peristáltica do intestino delgado. A segunda e terceira partes do duodeno possuem adventícia, mas o resto de todo intestino delgado é coberto por uma serosa ➢ Diferenças regionais: - O duodeno difere do jejuno e do íleo pelo fato de seus vilos serem mais altos, mais largos e mais numerosos por unidade de área. Ele possui também menos células caliciformes por unidade de área que os outros segmentos, além de possuir glândulas de Brunner na submucosa - Os vilos do jejuno são mais estreitos, mais curtos e mais esparsos que os do duodeno. O número de células caliciformes por unidade de área é maior no jejuno que no duodeno - Os vilos do íleo são os mais esparsos, os mais curtos e os mais estreitos das três regiões do intestino delgado. A lâmina própria do íleo contém grupos permanentes de nódulos linfoides, conhecidos como placas de Peyer OBJETIVO 3: Descrever aspectos anatômicos do intestino grosso - É formado pelo ceco; apêndice vermiforme (cecal); colos ascendente, transverso, descendente e sigmoide; reto e canal anal - Podemos distingui-lo do intestino delgado por: o Apêndices omentais do colo: projeções pequenas, adiposas, semelhantes ao omento Andressa Santos Pereira Medicina – UNEB | Turma XIII 4 o Tênias do colo: três faixas longitudinais distintas: (1) tênia mesocólica, à qual se fixam os mesocolos transverso e sigmoide; (2) tênia omental, à qual se fixam os apêndices omentais; e (3) tênia livre, à qual não estão fixados mesocolos nem apêndices omentais → as tênias do colo (faixas espessas de músculo liso, a maior parte da camada longitudinal) começam na base do apêndice vermiforme como a camada longitudinal espessa do apêndice vermiforme que se divide para formar três faixas. As tênias seguem por todo o comprimento do intestino grosso, com alargamento abrupto e nova fusão na junção retossigmoide. Como sua contração tônica encurta a parte da parede associada, o colo adquire uma aparência sacular ou “de bolsas” entre as tênias, formando as saculações o Calibre (diâmetro interno) muito maior ❖ Ceco e apêndice vermiforme cecal - O ceco é a primeira parte do intestino grosso; é contínuo com o colo ascendente. É uma bolsa intestinal cega, situa-se na fossa ilíaca direita do abdome, inferiormente à sua junção com a parte terminal do íleo; quando distendido por fezes ou gases pode ser palpável através da parede anterolateral do abdome. Não tem mesentério, pode ser deslocado da fossa ilíaca, mas costuma estar ligado à parede lateral do abdome por uma ou mais pregas cecais de peritônio - O óstio ileal entra no ceco entre os lábios ileocólico e ileocecal (superior e inferior; apresenta-se como uma papila no lado cecal, a papila ileal), provavelmente atua como uma válvula unidirecional relativamente passiva, que impede o refluxo do ceco para o íleo) - O apêndice vermiforme é um divertículo intestinal cego que contém massas de tecido linfoide. Origina-se na face posteromedial do ceco, inferiormente à junção ileocecal; tem um mesentério triangular curto, o mesoapêndice. O óstio do apêndice cecal é muito menor que a válvula ileocecal. A posição do apêndice é geralmente retrocecal ➢ Irrigação: - Artéria ileocólica → ramo terminal da AMS irriga o ceco. Artéria apendicular → ramo da artéria ileocólica irriga o apêndice cecal - A veia ileocólica, uma tributaria da VMS, faz a drenagem venosa do ceco e do apêndice vermiforme - A drenagem linfática do ceco e do apêndice vermiforme segue até os linfonodos no mesoapêndice e até os linfonodos ileocólicos situados ao longo da artéria ileocólica - A inervação do ceco e do apêndice vermiforme provém dos nervos simpáticos e parassimpáticos do plexo mesentérico superior ❖ Colo ❖ Colo ascendente: - É a segunda parte do intestino grosso. Segue para cima na margem direita da cavidade abdominal, do ceco até o lobo hepático direito, onde vira para a esquerda na flexura direita do colo. É mais estreito do que o ceco e é secundariamente retroperitoneal ao longo da face direita da parede posterior do abdome, é coberto por peritônio anteriormente e nas suas laterais; fica separado da parede anterolateral do abdome pelo omento maior. Um sulco vertical profundo revestido por peritônio parietal, o sulco paracólico direito, situa-se entre a face lateral do colo ascendente e a parede adjacente do abdome ➢ Vascularização: - A irrigação arterial do colo ascendente e da flexura direita do colo provém de ramos da AMS, as artérias ileocólica e cólica direita → essas artérias anastomosam-se entre si, formando arcos anastomóticos - A drenagem venosa do colo ascendente segue por meio de tributárias da VMS, as veiascólica direita e ileocólica - A inervação do colo ascendente é derivada do plexo mesentérico superior ❖ Colo transverso - É a terceira parte do intestino grosso, a mais longa e mais móvel, atravessa o abdome da flexura direita do colo até a flexura esquerda do colo. Situa-se anteriormente à parte inferior do rim esquerdo e fixa-se ao diafragma através do ligamento frenocólico. O colo transverso e seu mesentério, o mesocolo transverso, faz uma volta para baixo, frequentemente inferior ao nível das cristas ilíacas. A raiz do mesocolo transverso situa-se ao longo da margem inferior do pâncreas e é contínua com o peritônio parietal posteriormente ➢ Vascularização e inervação: Andressa Santos Pereira Medicina – UNEB | Turma XIII 5 - A irrigação arterial do colo transverso provém principalmente da artéria cólica média, um ramo da AMS. Entretanto, o colo transverso também pode receber sangue arterial das artérias cólicas direita e esquerda por meio de anastomoses - A drenagem venosa do colo transverso é feita pela VMS - A drenagem linfática do colo transverso se dá para os linfonodos cólicos médios, que, por sua vez, drenam para os linfonodos mesentéricos superiores - A inervação do colo transverso provém do plexo mesentérico superior via plexos periarteriais das artérias cólicas direita e média. Esses nervos conduzem fibras nervosas simpáticas, parassimpáticas (vagais) e aferentes viscerais ❖ Colo descendente - Ocupa posição secundariamente retroperitoneal entre a flexura esquerda do colo e a fossa ilíaca esquerda, onde é contínua com o colo sigmoide. Como o colo ascendente, o colo descendente tem um sulco paracólico (o esquerdo) em sua face lateral ❖ Colo sigmoide - Caracterizado por sua alça em forma de S com comprimento variável, une o colo descendente ao reto e estende-se da fossa ilíaca até o terceiro segmento sacral (S III), onde se une ao reto. O fim das tênias do colo, a aproximadamente 15 cm do ânus, indica a junção retossigmoide. Geralmente tem mesentério longo — o mesocolo sigmoide — e, portanto, tem grande liberdade de movimento, principalmente sua parte média ➢ Vascularização e inervação: - A irrigação arterial do colo descendente e do colo sigmoide provém das artérias cólica esquerda e sigmoide, ramos da artéria mesentérica inferior. As artérias sigmoides descem obliquamente para a esquerda, onde se dividem em ramos ascendentes e descendentes e se anastomosam - A drenagem venosa do colo descendente e do colo sigmoide é feita pela veia mesentérica inferior, geralmente fluindo para a veia esplênica e, depois, para a veia porta em seu trajeto até o fígado Fisiologia do intestino delgado - A função fisiológica mais importante do intestino delgado é absorver os produtos da digestão dos nutrientes (macronutrientes) → absorção é papel fundamental na fase final da digestão em moléculas simples para serem transportadas através do epitélio intestinal ❖ Assimilação de carboidratos - A digestão dos carboidratos ocorre em duas fases: no lúmen do intestino e, em seguida, na superfície dos enterócitos → digestão da borda em escova → importante na geração de açúcares simples e absorvíveis, apenas no ponto onde eles podem ser absorvidos → limita sua exposição ao pequeno número de bactérias presentes no lúmen do intestino delgado e que poderiam usar esses açúcares como nutrientes 2 Formam pontos de ramificação na molécula da amilopectina ➢ Digestão dos carboidratos: - Os carboidratos da dieta são compostos por várias classes moleculares diferentes 1 Amido => mistura de polímeros de glicose, retos e ramificados. Os polímeros de cadeias retas são chamados amilose, e as moléculas de cadeia ramificada são chamadas de amilopectina - Primeira fase da digestão ocorre no lúmen, sendo também iniciada na cavidade oral (amliase salivar). A maior parte é realizada pela amilase pancreática → ocorre hidrolise das ligações internas alfa-1,4 na amilose e na amilopectina, mas não ocorre nas ligações externas nem nas ligações alfa-1,62 → digestão de amido pela amilase é, por necessidade, incompleta e resulta em oligômeros curtos de glicose, incluindo dímeros (maltose) e trímeros (maltotriose), bem como estruturas ramificadas mais simples que são chamadas dextrinas α-limitadas. Desse modo, para permitir a absorção desses constituintes monossacarídicos, o amido tem que se submeter à digestão da borda em escova 2 Dissacarídeos => sacarose (glicose + frutose) e lactose (glicose + galactose) → importante fonte calórica para as crianças. São hidrolizados em monômeros diretamente na superfície das células epiteliais do intestino delgado por hidrolases ligadas à membrana, entre elas sacarase, isomaltase, glucoamilase e lactase - A sacarose/isomaltase e a glucoamilase são sintetizadas em quantidades acima das necessárias e a absorção de seus produtos, pelo corpo, é limitada pela disponibilidade de transportadores de membrana específicos para esses monossacarídeos - A lactase apresenta declínio no desenvolvimento, após o desmame. A relativa escassez de lactase significa que a digestão da lactose, mais do que a captação dos produtos resultantes, é limitada pela intensidade para sua absorção 3 Fibras dietéticas => itens alimentares de origem vegetal que são polímeros de carboidratos que não são digeridos pelas enzimas humanas -> digeridos por bactérias presentes no lúmen colônico ➢ Capitação de carboidratos: - Os monossacarídeos solúveis em água têm que ser transportados através das membranas hidrofóbicas dos enterócitos. O transportador 1 de sódio/glicose (SGLT1) é um simporte que leva a glicose (e a galactose) contra seu gradiente de concentração, pelo acoplamento de seu transporte ao de Na+ - Uma vez no citosol, a glicose e a galactose podem ser retidas para as necessidades metabólicas do epitélio, ou podem sair da célula através do polo basolateral via transportador GLUT2. A frutose, em contrapartida, é levada através da membrana apical pelo GLUT5. Entretanto, devido ao transporte de frutose não ser acoplado ao do Na+, sua entrada é relativamente ineficiente e pode, com facilidade, Andressa Santos Pereira Medicina – UNEB | Turma XIII 6 ser interrompida se forem ingeridas grandes quantidades de alimento contendo esse açúcar ❖ Assimilação das proteínas - As proteínas também são polímeros solúveis em água, que têm que ser digeridas em constituintes menores, antes que seja possível sua absorção ➢ Digestão das proteínas: - As proteínas podem ser hidrolizadas em longos peptídeos simplesmente pelo pH ácido que existe no lúmen gástrico. Entretanto, para a absorção de proteínas para o corpo, três fases da digestão, mediada enzimaticamente, são necessárias 1 Lúmen gástrico → pepsina, o produto das células principais, localizadas nas glândulas gástricas. Quando a secreção de gastrina é ativada por sinais de ingestão de refeição, pepsinogênio é liberado das células principais e no pH ácido se transforma em pepsina → quebra as proteínas em sítios de AA neutros → como esses AA só ocorrem com raridade em determinada proteína, a pepsina não é capaz de digerir, completamente uma proteína até uma forma que possa ser absorvida pelo intestino → produz uma mistura de proteínas intactas, grandes peptídeos e número limitado de aminoácidos livres 2 Lúmen do intestino delgado (duodeno) → proteínas parcialmente digeridas encontram as proteases provenientes do suco pancreático -> tripsina é chamada de endopeptidase, por ser capaz de clivar tais proteínas somente nas ligações internas da cadeia peptídica, em vez de liberar aminoácidos individuais no final da cadeia → clivagem de aminoácidos básicos. As outras duas endopeptidases pancreáticas, a quimotripsina e a elastase, clivam em sítios com aminoácidos neutros. Os peptídeos resultantes da atividade da endopeptidase passam pela ação das ectopeptidases. Essas enzimas clivam aminoácidossimples da parte final da cadeia peptídica, e aquelas presentes no suco pancreático são específicas para aminoácidos neutros (carboxipeptidase A) ou básicos (carboxipeptidase B) 3 Bordas em escova → Os enterócitos maduros expressam diversas peptidases nas suas bordas em escova, incluindo as aminopeptidases e carboxipeptidases, que geram produtos adequados para captação através da membrana apical. Mesmo assim, alguns peptídeos da dieta são relativa ou totalmente resistentes à hidrólise. Em particular, peptídeos que contêm prolina ou glicina são digeridos de maneira muito lenta. Felizmente, o intestino pode absorver não só aminoácidos simples, mas também pequenos peptídeos. Os peptídeos que são absorvidos pelos enterócitos, na sua forma intacta, ficam sujeitos ao estágio final de digestão, no citosol dos enterócitos, para liberar seus aminoácidos para o uso na célula ou em qualquer outro lugar do corpo ➢ Capitação de peptídeos e aminoácidos: - Devido ao grande número de aminoácidos, existe um número relativamente grande de transportadores específicos. A redundância nos mecanismos de absorção dos produtos da digestão das proteínas enfatiza a importância desse processo e também significa que deficiências da absorção de aminoácidos específicos, pelo intestino, são relativamente raras. Entretanto, em certas circunstâncias, mutações nas proteínas responsáveis pelo transporte de aminoácidos específicos podem levar à patologia em outro órgão ❖ Padrões motores do intestino delgado - Os padrões motores do intestino delgado, durante o período pós-prandial, são predominantemente voltados para a mistura e consistem, em sua maioria, em segmentação e contrações retropulsivas, que retardam a refeição enquanto a digestão ainda está ocorrendo → contrações rítmicas que refletem a atividade programada do SNE - Temos também os mediadores hormonais do padrão pós- alimentação o CCK → papel importante no retardo do esvaziamento gástrico, quando a refeição está no intestino delgado → Isso faz sentido como mecanismo de distribuição de nutrientes, para a capacidade disponível de digerir e absorver os componentes da refeição - Depois que a refeição foi digerida e absorvida, é desejável que seja feita a limpeza dos resíduos não digeridos, ainda no lúmen, para preparar o intestino para a próxima refeição. Essa eliminação é feita pelo peristaltismo → ação da ACh e da substância P (liberadas próximas ao local de distensão intestinal) → contração do músculo circular e inibitório do VIP e do NO, no lado caudal - O peristaltismo se origina quando potenciais de ação gerados pela inervação intrínseca são sobrepostos a sítios de despolarização celular ditados pelo ritmo elétrico básico Fisiologia do intestino grosso - As funções primárias do intestino grosso são reabsorver o fluido remanescente, que foi utilizado durante o movimento da refeição ao longo do trato gastrointestinal, e armazenar os produtos que sobraram da refeição, até que possam ser convenientemente eliminados do corpo. Para a execução dessas funções, o intestino grosso utiliza padrões de motilidade característicos e expressa mecanismos de transporte que impulsionam a absorção dos fluidos, eletrólitos e outros solutos - Ecossistema biológico único -> bactérias comensais em processo de simbiose -> podem metabolizar componentes da refeição que não são digeridos pelas enzimas do hospedeiro e tornam seus produtos disponíveis para o corpo, via fermentação → bactérias colônicas também metabolizam outras substâncias endógenas como ácidos biliares e bilirrubina, influenciando, dessa forma, sua disposição - Quando o estômago está cheio, com alimento recém mastigado, a presença da refeição ativa um longo arco reflexo, que resulta em aumento da motilidade colônica (o reflexo gastrocólico) e, por fim, evacuação do conteúdo Andressa Santos Pereira Medicina – UNEB | Turma XIII 7 colônico, para abrir caminho para os resíduos da refeição seguinte. De maneira similar, a presença de conteúdo luminal no cólon causa a liberação de mediadores endócrino e neurócrino que lentificam a motilidade propulsiva e reduzem a secreção de eletrólitos no intestino delgado. Esse mecanismo de feedback negativo se opõe à intensidade de liberação do conteúdo colônico, para a capacidade do segmento em processar e absorver os componentes úteis ❖ Microflora colônica - As enzimas bacterianas agem nos dois substratos, endógeno e exógeno. Elas formam ácidos biliares cecundários e desconjugam qualquer ácido biliar que tenha escapado da absorção no íleo terminal, permitindo que possam ser reabsorvidos - Elas convertem bilirrubina em urobilinogênio e recuperam nutrientes resistentes às hidrolases pancreáticas e da borda em escova, tais como as fibras da dieta - Um fármaco direcionado para o cólon, por exemplo, pode ser conjugado de tal forma que só se torne biodisponível após passar pela ação das enzimas bacterianas - Contribuição para a formação do gás intestinal. Embora grandes volumes de ar possam ser ingeridos com as refeições, a maior parte desse gás retorna para cima, pelo estômago, formando as eructações → durante a fermentação dos componentes não absorvidos da dieta, a microflora produz grandes volumes de nitrogênio, hidrogênio e dióxido de carbono. Aproximadamente, 1 L desses gases sem odor é excretado diariamente pelo ânus, em todos os indivíduos, mesmo nos que não se queixam de flatulência ❖ Defecação - O processo de defecação requer a ação coordenada das camadas musculares lisa e estriada no reto e do ânus, bem como das estruturas adjacentes, tais como os músculos do soalho pélvico - Durante o movimento de massa das fezes produzido pela propagação das contrações de grande amplitude, o reto se enche com material fecal → expulsão controlada pelos esfíncteres anais interno e externo - O enchimento do reto causa relaxamento do esfíncter anal interno via liberação do polipeptídeo intestinal vasoativo e geração de óxido nítrico - O relaxamento do esfíncter interno permite que o mecanismo de amostragem anal, que pode distinguir se o conteúdo retal é sólido, líquido ou gasoso. Após o treinamento higiênico, terminações nervosas sensoriais na mucosa anal geram reflexos que iniciam a atividade apropriada do esfíncter externo para reter o conteúdo retal ou permitir a sua expulsão voluntária - Se a defecação não é conveniente, o esfíncter externo contrai para prevenir a saída das fezes. Assim, com o tempo, o reto se acomoda a seu novo volume, o esfíncter anal interno novamente se contrai e o esfíncter anal externo relaxa
Compartilhar