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1 Victória Veiga – Medicina UNIFACS Idade acima de 2 anos e abaixo de 6 anos = Término da Primeira Infância. Atualizando as regras escolares... - 4 anos é a idade em que todas as crianças obrigatoriamente devem estar na escola (Ensino Infantil). - 6 anos inicia-se o ensino fundamental. CRESCIMENTO Manter vigilância de acordo com as curvas de crescimento – a curva é mais importante que os pontos isolados. ➢ ESTATURA Maior convívio social com outras crianças → Comparação entre crianças é uma coisa comum nessa faixa etária. É frequente a queixa de que “meu filho é o mais baixinho do grupo”. Nesse caso faz-se o uso do cálculo da estatura para mostrar para os pais ou criança qual será a estatura média dela, tranquilizando-os. OBS: É comum ter meninas mais altas que os meninos nessa faixa etária. ➢ PESO Nessa faixa etária, a criança “eutrófica” é visivelmente magra. Queixa comum da família → “Ele está tão magrinho”. Muito importante diagnosticar risco de sobrepeso e sobrepeso precocemente – por isso é necessário o acompanhamento das curvas para que faça o diagnóstico e intervenção de maneira precoce. Quanto antes a resolução de um erro alimentar, melhor o resultado. OBS: A menstruação geralmente acontece no final do estirão de crescimento. Então, meninas que menstruam muito cedo tem menos tempo de estirão e isso pode afetar na estatura final dela. Isso não chega prejudicar a ponto de ficar abaixo da estatura esperada. No cálculo da estatura final tem um desvio de mais ou menos 20cm para cada lado. Abaixo de 5 anos, a curva peso/estatura é melhor, porém IMC/idade pode ser usada e tem no cartão da criança. Até de 5 anos: Obesidade → z > 3 Sobrepeso → z: 2-3 Risco de Sobrepeso → z: 1-2 Eutrófico → z: 1 a -2 Magreza → z: -2 a -3 Magreza acentuada → z < - 3 OBS: Se a criança estiver entre a faixa de eutrofia, mas tenha algum problema de saúde que interfira no seu desenvolvimento nutricional chamamos de distrofia. Essa distrofia geralmente decorre de uma doença aguda – é importante justificar o motivo da distrofia. RESPOSTA DÚVIDA: Entre -1 e -2 indica crianças que tenham um perfil biofísico mais magro, mas não chega a ser risco para nada. Ficar atento a sinais de desnutrição. Acima de 5 anos: Passa de risco de sobrepeso para sobrepeso. Pré-escolar Cálculo de Estatura Alvo: Altura final média = Altura do pai + Altura da mãe + 13 2 Ganho de aproximadamente 2kg por ano. Crescimento de 6 a 8 cm/ano. 2 2 Victória Veiga – Medicina UNIFACS O sobrepeso passa a ser obesidade. A obesidade passa a ser obesidade grave. Sobrepeso → z: 1-2 Obesidade → z: 2-3 Obesidade Grave: z > 3 OBS: Abaixo de 5 anos tem-se mais tolerância ao peso elevado e acima de 5 anos não é tão tolerado, por isso classifica-se sobrepeso e obesidade mais precocemente. ALIMENTAÇÃO Fase de consolidação do paladar. - Início da seletividade → A criança passa a escolher e selecionar alguns itens da alimentação e passa a querer só comer aquilo. - Início da neofobia → Aversão a experimentar alimentos novos. Esses dois processos são iniciados a partir dos 2 anos de idade. Por isso é importante todo o processo de introdução alimentar e boa alimentação até os 2 anos. Uma criança que teve uma introdução alimentar ruim com pouca oferta de variedade alimentar, tende a não querer mais comer e isso torna-se uma queixa comum do consultório. Então os pais se queixam de que o filho não come, não aceita fruta, verdura... Nesse sentido, faça o recordatório alimentar e observe: - Qualidade da alimentação - Quantidade da alimentação - Textura da alimentação O uso de “mingau” em mamadeira além de estimular um paladar vicioso doce, altera a sensibilidade das crianças para diferentes texturas. Grande dificuldade em reverter esses quadros → família também come mal. Cuidado com “vitaminas para estimular o apetite”. Uso comum de estimulantes de apetite – medicação contraindicada por ter diversos efeitos adversos como sono, alucinações. Além de não resolver a base do problema. Função do pediatra: ✓ Estimular bons hábitos ✓ Rotina alimentar ✓ Autonomia da criança ✓ Respeito a fome x saciedade ✓ Não usar a comida como objeto de “troca” ou necessidade de recompensa SUPLEMENTAÇÃO Não indicada rotineiramente. Avaliar riscos nutricionais individuais, coletar exames e repor caso haja necessidade. Vigilância quanto à anemia ferropriva. Vitamina A continua a ser suplementada até 59 meses – principalmente em áreas endêmicas. DESENVOLVIMENTO Formação da personalidade – Fácil, difícil, intermediária. Aquisição de habilidades motoras finas e motoras grosseiras como riscar no papel, fazer desenhos, descer e subir escadas. Desenvolvimento da linguagem até a “fala inteligível” – em torno de 4 anos. Controle de Esfíncter – Fase oral → Fase anal (fase de desfralde). ➢ FASE ANAL DO DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL A partir dos 2 anos de idade, ainda que a criança dê importância à zona erógena bucal, outra zona aparece com maior importância: a zona anal. O treinamento esfincteriano desperta um interesse natural pela autodescoberta. A obtenção do controle fisiológico é ligada à percepção de que esse controle é uma nova fonte de prazer. Além disso, as crianças aprendem com rapidez que o crescente nível de controle lhes traz atenção e elogios por parte de seus pais. O inverso também é verdadeiro. Quem dita os sinais de desfralde são as próprias crianças. Parte da confusão que pode acompanhar a fase anal é a aparente contradição entre o pródigo elogio e o reconhecimento, por um lado e, por outro a ideia de que ir ao banheiro é "sujo" e deveria ser guardado em segredo. A criança não consegue compreender inicialmente que suas fezes e urina não sejam apreciadas. 3 Victória Veiga – Medicina UNIFACS É importante lembrar que o que do ponto de vista biológico são apenas excrementos, as fezes, do ponto de vista afetivo e emocional, são as primeiras produções da criança. O que para ela vale ouro! Freud sugeriu que as pessoas obsessivo-compulsivas regridem para o estágio anal do desenvolvimento. A ambivalência associada às fezes, em conjunção com o controle parental, leva estas pessoas a tornarem-se compulsivamente asseadas, rígidas, dominadoras e pedantes. ➢ FASE FÁLICA DO DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL Em torno dos 3 anos, a criança entra na fase fálica, que focaliza as áreas genitais do corpo. Fálica porque o foco é o pênis, ter ou não ter. A criança passa a ter consciência das diferenças sexuais. Segundo Freud: "A descoberta de que é ‘castrada’ representa um marco decisivo no crescimento da menina. Daí partem três linhas de desenvolvimento possíveis: uma conduz à inibição sexual ou à neurose, outra à modificação do caráter no sentido de um complexo de masculinidade e a terceira, finalmente, à feminilidade normal”. Freud tentou compreender as tensões que uma criança vivencia quando sente excitação "sexual", isto é, o prazer a partir da estimulação de áreas genitais. Esta excitação está ligada, na mente da criança, à presença física próxima de seus pais. Em meninos Freud denominou a situação complexo de Édipo, fase em que o menino se apaixona, se atrai pela mãe. Em meninas, essa etapa em que ela passa a se sentir atraída pelo próprio pai é chamado de complexo de Electra, expressão criada pelo psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung. Para as meninas, o problema é similar, mas na sua expressão e solução tomam um rumo diferente. Enquanto os meninos reprimem seus sentimentos, em parte pelo medo da “castração”, a necessidade da menina de reprimir seus desejos é menos severa, menos total. Seja qual for a forma que realmente toma a resolução da luta,a maioria das crianças parece modificar seu apego aos pais em algum ponto depois dos cinco, seis anos de idade e voltam-se para o relacionamento com seus companheiros, atividades escolares, esportes e outras habilidades, entrando no período de latência. Desafios: “Terrible Two” – a grande fase das “birras” → A criança começa a querer testar os pais em todos os aspectos. É uma fase descobertas em que ela vai entender qual o limite dela e dos pais. Estabelecer limites é muito importante e limites muito claros ajudam a organizar essa criança (não pode ter isso de a mãe deixa e o pai não). Uso excessivo de telas (ociosidade e falta de disponibilidade/disposição dos pais de entreter as crianças). → Orientação do OMS e SBP é que a exposição a tela seja feita apenas após os 2 anos de idade, no máximo 1h/dia. Início dos medos. Ansiedade de separação. Triagem para autismo: Diagnosticado é mais firmado a partir dos 2 anos de idade. - Vigiar características atípicas - Alterações sensoriais - Redução de interação social - Atrasos na fala Vigiar processo de fonação → Gagueiras, hesitações, troca de letras. Audição → Necessidade de ouvir alto ou muito próximo? Desatenção. Visão → Questionar sobre essa habilidade, sobre a percepção dos pais e da criança. VACINAS 4 anos: ✓ DTP (reforço) ✓ VOP (reforço) ✓ 2ª dose de Varicela ✓ 2ª dose da Febre amarela ✓ Influenza – Anualmente até 6 anos PREVENÇÃO DE ACIDENTES Atropelamento: na rua, segure a criança pelo pulso, evitando, assim, que ela se solte e corra em direção à rodovia; não permita que a criança brinque ou corra 4 Victória Veiga – Medicina UNIFACS em locais com fluxo de veículos (garagem e próximo à rodovia); escolha lugares seguros para as crianças brincarem e andarem de bicicleta (parques, ciclovias, praças e outros). Queimaduras: crianças não devem brincar com fogo; evite que usem fósforo e álcool; mantenha-as longe de arma de fogo. Outros cuidados: não deixe a criança se aproximar de cães desconhecidos ou que estejam se alimentando. Afogamento: a criança não deve nadar sozinha, ensine-a a nadar; não é seguro deixar crianças sozinhas em piscinas, lagos, rios ou mar, mesmo que elas saibam nadar. Acidentes no trânsito: a criança deve usar a cadeira especial no banco de trás (até 4 anos), voltada para a frente, conforme orientações do fabricante. A partir de 4 anos, usar o assento de elevação (booster) no banco traseiro, com cinto de 3 pontas. SUPERVISÃO DE SAÚDE Checar visitas ao dentista, bem como higiene dentária. Avaliar necessidade de consulta com oftalmologista e fonoaudiólogo. Checar triagem de anemia. Checar uso de antiparasitário.
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