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EDUCAÇÃO INTEGRAL E NOVAS TECNOLOGIAS

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EDUCAÇÃO INTEGRAL E 
NOVAS TECNOLOGIAS
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Rosane Cristina Coelho Pisa
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Ivan Tesck
Equipe Multidisciplinar da 
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
 Prof.ª Tathyane Lucas Simão
 Prof. Ivan Tesck
Revisão de Conteúdo: Maria Aparecida de Oliveira Silva
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2017
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
371.33
P673e Pisa, Rosane Cristina Coelho 
 Educação integral e novas tecnologias / Rosane Cristina 
Coelho Pisa. Indaial : UNIASSELVI, 2017.
 124 p. : il.
 
 ISBN 978-85-69910-63-3
 
 1.Tecnologia Educacional. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
Rosane Cristina Coelho Pisa
Graduação em Ciências Biológicas, pelo 
Centro Universitário Leonardo Da Vinci / SC, 
2008; Graduação em Pedagogia pela Universidade 
do Estado de Santa Catarina, UDESC, 2006 
Florianópolis. Especialização em Gestão e Tutoria 
pelo Centro Universitário Leonardo Da Vinci / SC em 
2011; Especialização em Práticas Pedagógicas 
Multidisciplinares e Gestão Escolar pela Faculdade 
de Administração, Ciências, Educação e Letras, 
AUPEX/ SC, 2005. Atua como professora na 
Graduação e como Tutora Interna da Pós-
Graduação do Centro Universitário Leonardo 
Da Vinci- Indaial- SC.
Sumário
APRESENTAÇÃO ........................................................................... 7
CAPÍTULO 1
As Novas Tecnologias na Educação: uma Aprendizagem 
Significativa .................................................................................. 9
CAPÍTULO 2
O Professor Frente às Novas Tecnologias Digitais ............. 45
CAPÍTULO 3
Novas Competências Didáticas x Tecnologia Digital 
Interativa ...................................................................................... 83
APRESENTAÇÃO
Estamos diante de uma sociedade em escala global que vem passando por 
inúmeras transformações, principalmente na área da informação e comunicação. 
A tecnologia vem adquirindo cada vez mais espaço, principalmente no contexto 
educacional, e com isso, exigindo das escolas, metodologias pedagógicas que 
promovam a aprendizagem dos alunos de forma mais lúdica e interativa. 
A questão que se coloca para a educação é: Como utilizar as ferramentas 
tecnológicas para diversificar as estratégias de ensino? Ao que nos parece é um dos 
desafios para os professores integrá-las como instrumentos de aprendizagem.
Para compreender este contexto, abordaremos no capítulo 1, a evolução da 
tecnologia ao longo das décadas e a forma como a educação foi aperfeiçoando a 
transmissão do saber. Podemos verificar que o uso das ferramentas tecnológicas 
trouxeram possibilidades de ampliar e diversificar a prática pedagógica em sala de 
aula. No entanto, é importante destacar que apenas inserir as tecnologias na escola 
não basta para a aprendizagem. São necessárias mudanças estruturais no sistema 
escolar e principalmente investimentos na formação do professor. 
No capítulo 2 será tratada a questão das melhorias nas práticas pedagógicas 
para oferecer um ensino que contemple a formação do ser humano na sua totalidade. 
O professor precisa ter uma formação que permita refletir como articular a utilização 
das tecnologias da informação e comunicação – TICs – com os espaços em sala 
de aula. Uma formação que possibilite novas formas de comunicação e expressão, 
produzindo novas informações no contexto da cultura digital, a fim de tornar as aulas 
mais atraentes e participativas. 
No capítulo 3 abordaremos os diferentes ambientes virtuais de aprendizagens. 
O professor precisa aprender a gerenciar esses novos espaços e integrá-los a sua 
prática pedagógica de forma interativa e inovadora. Precisamos buscar um novo 
jeito de educar, um olhar diferenciado com as crianças e jovens, um novo jeito de 
fazer educação. Para atender a este contexto, a educação integral é vista como uma 
oportunidade para o desenvolvimento das diversas dimensões do ser humano. Uma 
educação que priorize o papel do aluno como protagonista do processo de ensino e 
aprendizagem, oferecendo atividades que possibilitem novas formas de comunicação 
e expressão. É preciso que as aprendizagens sejam dinâmicas e articuladas com os 
objetivos da educação. Uma educação integral que traga significados ao aluno, para 
que tenha interesse em aprender e participar deste mundo em transformação.
A autora.
CAPÍTULO 1
As Novas Tecnologias na Educação: 
uma Aprendizagem Significativa
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os 
seguintes objetivos de aprendizagem:
� Refletir sobre o uso das novas ferramentas tecnológicas 
para a construção do conhecimento. 
� Identificar se os recursos tecnológicos utilizados em 
sala de aula, quando empregados de forma coerente, 
proporcionam situações de ensino e aprendizagem.
10
 Educação Integral e Novas Tecnologias
11
 As Novas Tecnologias na Educação: uma 
Aprendizagem Significativa
 Capítulo 1 
Contextualização
A escola como espaço de produção e construção do saber vem, ao longo 
das décadas, fazendo uso das novas tecnologias, pois estamos trabalhando na 
perspectiva da Educação Integral na busca de uma formação plena do aluno, 
possibilitando o desenvolvimento das diversas dimensões humanas, entre elas as 
diferentes formas de expressão e comunicação no contexto da cultura digital. E 
esse é um dos grandes desafios hoje da educação. 
[...] a aprendizagem pode se dar com o envolvimento integral 
do indivíduo, isto é, do emocional, do racional, do seu imag-
inário, do intuitivo, do sensorial em interação, a partir de desa-
fios, da exploração de possibilidades, do assumir de respons-
abilidades, do criar e do refletir juntos (KENSKI,1996, p. 146).
Muitas ações já estão sendo desenvolvidas para que haja mudanças na 
educação. Contudo, faz-se necessário revermos as concepções enraizadas a 
respeito da função da escola no século XXI. Para isso é necessária, além de uma 
reestruturação na escola, uma profunda mudança na sociedade. Nas palavras de 
Paulo Freire (1991, p. 126):
Você, eu, um sem-número de educadores sabemos todos que 
a educação não é a chave das transformações do mundo, 
mas sabemos também que as mudanças do mundo são um 
que-fazer educativo em si mesmas. Sabemos que a educação 
não pode tudo, mas pode alguma coisa. Sua força reside ex-
atamente na sua fraqueza. Cabe a nós pôr sua força a serviço 
de nossos sonhos.
A geração de hoje convive diariamente com as tecnologias digitais, pois elas 
estão em todo o contexto social. Diante desta realidade, é necessário possibilitar 
ao professor uma formação para que utilize as diversas mídias de informação e 
comunicação, de modo eficiente, aperfeiçoando sua prática pedagógica.
12
 Educação Integral e Novas Tecnologias
A Inserção das Novas Ferramentas 
Digitais: Possibilidades Para a 
Educação
Figura 1 - As mudanças trazidas pela tecnologia
Fonte: Disponível em: <http://www.tecnologiainterativa.com.br/especiais-tecnolo-
gia/a-evolu%C3%A7%C3%A3o-tecnologica/>. Acesso em: 16 maio 2017.
"Tornou-se chocantemente óbvio que a 
nossa tecnologia excedeu a nossa hu-
manidade".
 
Albert Einstein
A história da humanidade é marcada pela criação de invenções e apara-
tos tecnológicos. Desde que se tem conhecimento da existência da humanidade, 
sabemos que o homem desenvolveudiferentes recursos tecnológicos, que mod-
ificaram a sua forma de viver. “As tecnologias são tão antigas quanto a espécie 
humana”. Foi a engenhosidade humana em todos os tempos que deu origem às 
mais diferentes tecnologias. O uso do raciocínio tem garantido ao homem um pro-
cesso crescente de inovações (KENSKI, 2003, p. 20).
Diante disso, podemos perceber que as necessidades primitivas possibili-
taram o desenvolvimento e a evolução da tecnologia.
13
 As Novas Tecnologias na Educação: uma 
Aprendizagem Significativa
 Capítulo 1 
A evolução social do homem confunde-se com as tecnolo-
gias desenvolvidas e empregadas em cada época. Diferentes 
épocas da história da humanidade são historicamente recon-
hecidas, pelo avanço tecnológico correspondente. As idades 
da pedra, do ferro e do ouro, por exemplo, correspondem ao 
momento histórico-social em que foram criadas “novas tecno-
logias” para o aproveitamento desses recursos da natureza de 
forma a garantir melhor qualidade de vida. O avanço científico 
da humanidade amplia o conhecimento sobre esses recursos 
e cria permanentemente “novas tecnologias”, cada vez mais 
sofisticadas (KENSKI, 2003, p. 20). 
Os processos históricos e culturais conduziram a educação ao longo dos 
anos. A educação das famílias e das comunidades foi marcada por um modelo 
tradicionalista, que teve diferentes objetivos, mas com a finalidade de atender aos 
interesses dominantes do país. 
A chegada da revolução tecnológica trouxe várias mudanças nas relações 
sociais, na economia, na política e, consequentemente, na educação. As relações 
interpessoais tornaram-se cada vez mais complexas e um dos pontos-chave que 
atinge a humanidade é o atual modelo de comunicação e informação.
Figura 2 - A comunicação da idade contemporânea
Fonte: Disponível em: <http://literaciadigital.blogspot.com.br/2006/10/escola-pais-e-ger-
ao-digital.html>. Acesso em: 11 maio 2017.
14
 Educação Integral e Novas Tecnologias
As necessidades da sociedade moderna vêm exigindo da escola 
uma nova forma de trabalhar os conteúdos básicos da educação escolar – 
conteúdos curriculares, desafiando o docente a utilizar diferentes linguagens 
de comunicação, entre elas as novas tecnologias da Informação. Porto (2006) 
destaca que não é necessário que a escola abandone sua clássica função de 
ensino, nem que substitua todos os conteúdos do currículo, mas que, ao trabalhar 
os conteúdos e produzir os conhecimentos, precisa fazer uso das diversas formas 
de comunicação para atender às novas formas culturais.
A educação é constantemente questionada quanto ao seu fazer pedagógico 
e recebe muitas críticas, por apresentar dificuldades em alfabetizar seus alunos e 
pelas dificuldades em acompanhar as mudanças tecnológicas da sociedade atual. 
A escola, como um local de construção do saber, tem um importante papel na 
educação das novas gerações. Enquanto formadora do conhecimento, precisa 
acompanhar as mudanças, contribuindo de modo eficaz no sucesso de todos os 
envolvidos nesta relação pedagógica.
Paulo Freire, nos seus mais diversos escritos, deixa as suas esperanças 
para as possíveis transformações sociais, quando diz que:
É preciso que a educação esteja – em seu conteúdo, em seus 
programas e em seus métodos – adaptada ao fim que se 
persegue: permitir ao homem chegar a ser sujeito, construir-se 
como pessoa, transformar o mundo, estabelecer com os outros 
homens relações de reciprocidade, fazer a cultura e a história 
[...] uma educação que liberte, que não adapte, domestique ou 
subjugue (FREIRE, 2006, p. 45).
As informações, na era globalizada, são propagadas rapidamente e, diante 
disso, discute-se muito qual é o papel da escola. O processo de sistematização 
dessas informações, levando o aluno a elaborar novos conhecimentos, é o grande 
desafio para o professor na educação do século XXI.
É fato que atualmente o uso da tecnologia aumentou seu ritmo, mas é 
importante lembrar que ela se faz presente desde os primórdios, quando o homem 
surgiu no planeta e começou a desenvolver instrumentos que garantissem a sua 
morada. Segundo Damásio (2007, p. 45), “a tecnologia pode ser entendida como 
sendo a soma de um dispositivo, das suas aplicações, contextos sociais de uso e 
arranjos sociais e organizacionais que se constituem em seu torno”. 
Se o espaço educativo for entendido como local de construção do 
conhecimento e de socialização do saber, é necessário que as novas ferramentas 
digitais façam parte do cotidiano do professor, pois elas possibilitam que novos 
conhecimentos sejam adquiridos.
https://www.oficinadanet.com.br/tags/tecnologia
15
 As Novas Tecnologias na Educação: uma 
Aprendizagem Significativa
 Capítulo 1 
O Avanço das Tecnologias e as 
Mudanças Impostas para a Atuação 
do Professor
Vivemos num momento em que a sociedade enfrenta um processo de 
transformação na área da comunicação. A escola está diante de uma nova forma 
de ensinar. Como não poderia ser diferente, muitas são as discussões sobre 
como inserir novas tecnologias no contexto escolar, em favor de novas práticas 
educativas, aperfeiçoando o trabalho do docente. Diante deste novo paradigma, 
Moran (2000, p. 36) destaca que:
A educação escolar precisa compreender e incorporar mais 
as novas linguagens, desvendar os seus códigos, dominar as 
possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. E é 
importante educar para usos democráticos, mais progressistas 
e participativos das tecnologias, que facilitam a evolução dos 
indivíduos. 
Entende-se que é necessário promover habilidades e competências exigidas 
pelo mercado de trabalho que devem fazer parte das atividades escolares e 
extracurriculares. 
A escola, hoje, não é mais a principal detentora do saber. O pa-
pel do professor somente como transmissor do conhecimento 
não tem mais lugar nesse espaço. É mais importante indicar 
onde o aluno pode encontrar as informações de que necessita 
para a construção do seu saber e como poderá transformá-las 
em conhecimento do que ser um repassador dos conteúdos de 
sua área (SARAIVA, 2004, p. 142).
Para a educação está sendo um desafio atender a esta demanda. São muitas 
informações e diversas fontes de referências no mundo digital. É necessário 
desenvolver uma capacitação docente, voltada para o desenvolvimento de 
práticas pedagógicas que empreguem as tecnologias no processo de ensino/
aprendizagem. Possibilitar a utilização dos recursos midiáticos requer do 
professor a construção de novos conhecimentos e novas formas de pensar o 
processo ensino-aprendizagem. De acordo com Freire (2003, p. 47), “ensinar não 
é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou sua 
construção”. Nesta mesma linha, Moran (2000, p. 36) corrobora dizendo que: 
16
 Educação Integral e Novas Tecnologias
Alfabetização Tecnológica envolve o domínio contínuo e 
crescente das tecnologias que estão na escola e na sociedade, 
mediante o relacionamento crítico com elas. Este domínio se traduz 
em uma percepção global do papel das tecnologias na organização 
do mundo atual e na capacidade do professor em lidar com as 
diversas tecnologias, interpretando sua linguagem e criando novas 
formas de expressão, além de distinguir como, quando e por que são 
importantes e devem ser utilizadas no processo educativo.
A educação escolar precisa compreender e incorporar mais 
as novas linguagens, desvendar os seus códigos, dominar as 
possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. E é 
importante educar para usos democráticos, mais progressistas 
e participativos das tecnologias, que facilitam a evolução dos 
indivíduos.
Ao trabalhar com as tecnologias educacionais, o professor estará criando 
possibilidades para o aluno lidar com essas ferramentas tão presentes no seu 
dia a dia. O mais importante e primordial não é apenas saber utilizar os recursos 
tecnológicos, mas aprender a pensar, ou seja, aprender a saber e aprendera 
fazer. Como bem afirma Lorenzato (1995, p. 4):
Os recursos interferem fortemente no processo de ensino e 
aprendizagem; o uso de qualquer recurso depende do conteú-
do a ser ensinado, dos objetivos que se deseja atingir e da 
aprendizagem a ser desenvolvida, visto que a utilização de re-
cursos didáticos facilita a observação e a análise de elementos 
fundamentais para o ensino experimental, contribuindo com o 
aluno na construção do conhecimento.
De acordo com Freire (2000, p. 102): “ensinar exige segurança e competência 
profissional. [...] Quanto mais penso sobre a prática educativa, reconhecendo a 
responsabilidade que ela exige de nós, mais me convenço do nosso dever de 
lutar para que ela seja realmente respeitada”.
A tecnologia educacional é entendida como uma opção de se oferecer uma 
educação contextualizada. Contudo, é necessário promover a alfabetização 
tecnológica ao professor, inovando sua prática pedagógica. Sampaio e Leite 
(apud LEITE, 2003, p. 14) trazem o conceito de alfabetização tecnológica:
17
 As Novas Tecnologias na Educação: uma 
Aprendizagem Significativa
 Capítulo 1 
Vamos refletir:
Os docentes, muitas vezes, apresentam dificuldades em utilizar as 
ferramentas digitais para que o aluno possa construir conceitos atendendo às 
Diretrizes Curriculares Nacionais e aos Parâmetros Curriculares Nacionais. 
Entende-se que o grande desafio do professor não é apenas lidar com os recursos 
tecnológicos, mas desenvolver técnicas adequadas para um aprendizado 
significativo, que contemple a interdisciplinaridade.
Que práticas educativas favorecem o uso das novas tecnologias 
para a construção de conceitos?
Como utilizar a tecnologia para trabalhar os conteúdos de forma 
interdisciplinar?
Em que momento inserir as ferramentas digitais em sala de aula?
As inovações tecnológicas estão em todos os campos da sociedade e 
repercutem diretamente na vida dos alunos. Ensinar com as novas tecnologias 
exige de todos mudanças nos paradigmas convencionais. Para que a escola 
possa oferecer uma educação integrada, as mudanças de concepção de ensino 
devem ser não apenas na forma, mas também no conteúdo. Como já vimos, os 
recursos didáticos e as propostas pedagógicas norteiam a ação do professor. 
Assim, as habilidades a serem desenvolvidas pelo docente quanto ao uso da 
tecnologia não podem estar voltadas apenas em operar tecnicamente com a 
máquina, mas possibilitar uma aprendizagem comunicativa, pois segundo Moran 
(2004, p. 23), “[...] aprendemos pelo interesse, pela necessidade. Aprendemos o 
que é significativo para cada um de nós”
18
 Educação Integral e Novas Tecnologias
Vamos refletir...
De que forma a escola consegue promover uma educação 
integrada, utilizando as novas possibilidades tecnológicas em 
diferentes tempos e espaços?
 
Fonte: A autora.
Para responder a esta pergunta, vamos discutir as ideias acerca do uso das 
novas tecnologias num contexto de educação integral integrada, não apenas como 
um recurso utilizado na prática docente, mas como uma proposta metodológica 
que traga mudanças no processo ensino-aprendizagem. 
Quando pensamos em educação integral, estamos nos referindo à 
noção de integralidade da educação, que não necessariamente esteja 
voltada para o tempo integral na escola, mas uma proposta educativa 
preocupada com a formação humana. Uma proposta que vai além da 
ampliação da permanência do aluno no espaço educativo.
Uma proposta que vai 
além da ampliação 
da permanência do 
aluno no espaço 
educativo.
 Figura 3 – Tecnologia; Tempo; Espaço
19
 As Novas Tecnologias na Educação: uma 
Aprendizagem Significativa
 Capítulo 1 
Entre os caminhos explicativos para o conceito de Educação 
Integral pode-se registrar uma perspectiva primeira que focali-
za o sujeito e aproxima educação com formação integral. Para 
os que se referenciam neste ângulo de análise, educação in-
tegral supõe o desenvolvimento de todas as potencialidades 
humanas com equilíbrio entre os aspectos cognitivos, afetivos, 
psicomotores e sociais. Considera-se aí que, apesar da pre-
ponderância eventual de um aspecto, o homem é uno, integral 
e não pode evoluir plenamente senão pela conjugação de suas 
capacidades globais (GUARÁ, 2010, p. 2).
A Educação Integral institui um novo olhar à escola. Como instituição 
geradora de conhecimentos, pode contribuir na construção da aprendizagem, 
criando possibilidades de interação humana e de desenvolvimento pleno ao 
aluno. Para a construção de uma sociedade democrática, é importante discutir 
que aprendizagens a escola deve oferecer para contribuir na construção de 
conhecimentos, atitudes e valores.
É possível pensarmos numa escola em tempo integral, sem a 
concepção de uma educação integral?
 Qual deve ser o modelo ideal de escola de tempo integral que 
vai além do contraturno? 
É possível oferecer uma educação integral integrada sem a 
ampliação de carga horária?
Partindo do ponto de que a educação integral traz possibilidades 
para a melhoria da qualidade do ensino, o espaço educativo deve 
possibilitar uma educação integral que vise à reestruturação das 
propostas didático-metodológicas, que oportunize ao educando o 
acesso aos diversos recursos, promovendo um ensino prazeroso, 
por meio da experimentação e da pesquisa. É necessário investir nos 
professores, com qualidade na formação inicial, melhores salários e 
condições de trabalho para que possam desempenhar a sua função. 
Construir uma educação integral é uma tarefa social, que cabe a todos da 
sociedade. 
É necessário investir 
nos professores, 
com qualidade na 
formação inicial, 
melhores salários e 
condições de trabalho 
para que possam 
desempenhar a sua 
função.
20
 Educação Integral e Novas Tecnologias
A Educação Integral exige mais do que compromissos: impõe 
também, e principalmente, projeto pedagógico, formação de 
seus agentes, infraestrutura e meios para sua implantação. Ela 
será o resultado dessas condições de partida e daquilo que for 
criado e construído em cada escola, em cada rede de ensino, 
com a participação dos educadores, educandos e das comuni-
dades que podem e devem contribuir para ampliar os tempos 
e os espaços de formação de nossas crianças, adolescentes 
e jovens na perspectiva de que o acesso à educação públi-
ca seja complementado pelos processos de permanência e 
aprendizagem (BRASIL, 2009, p. 6).
Entretanto, para que isso se torne viável é preciso o envolvimento de todos 
os seus atores (estudantes, professores, pais e comunidade), para que estejam 
comprometidos em realizar as mudanças na construção de um plano de ações 
coletivas, que possibilite o desenvolvimento integral do educando, reconhecendo 
o valor social da educação. Guará (2010, p. 65 e 81) destaca que: 
Educação Integral com direito de cidadania supõe uma oferta 
de oportunidades educativas na escola e além dela, que pro-
movam condições para o desenvolvimento pleno de todas as 
potencialidades da criança e dos jovens. Nesta perspectiva, a 
escola abre-se, permitindo que outros atores possam partici-
par da relação de ensinar e aprender, pois possuem saberes e 
conhecimentos que podem e devem ser compartilhados. Apre-
sentando assim uma nova maneira de ser escola, mudando 
seu cotidiano, sua organização e seu currículo.
A educação integral vai além da ampliação do tempo. Ela busca a construção 
de aprendizagens e conhecimentos contextualizados. De acordo com a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBN – nº 9.394/1996, “a Educação 
Integral é o aumento progressivo da jornada escolar na direção do regime 
de tempo integral, valorizando as iniciativas educacionais extraescolares e a 
vinculação entre o trabalho escolar e a vida em sociedade”.
Para complementar este tema que vem permeando a nossa conversa até 
agora, apresentamos os três pilares no qual Educação Integral Integrada se baseia. 
21
 As Novas Tecnologias naEducação: uma 
Aprendizagem Significativa
 Capítulo 1 
Figura 4 - A educação integral baseada nos seus três pilares
Fonte: Disponível em: <http://porvir.org/e-quem-faz-os-comos-da-educacao-inte-
gral/20130906/>. Acesso em: 21 maio 2017.
Quando a Educação Integral for entendida como um instrumento que pode 
ser utilizado para modificar a história, favorecendo a conscientização planetária e o 
ser humano entendido como autor de sua própria história, com capacidade de gerir 
novas ações significativas, ela se fortalecerá e encaminhará para uma nova época. 
Segundo Cury (2003, p. 148), “A tarefa mais importante da educação é transformar 
o ser humano em líder de si mesmo, líder de seus pensamentos e emoções”. 
É importante compreender que a educação integral só terá sentido se os 
objetivos propostos garantirem a oportunidade da participação do aluno na 
construção do conhecimento, para seu desenvolvimento pleno.
Mais adiante discutiremos a importância de oferecer ao professor uma 
formação inicial que promova uma ampla profissionalização para que possa 
contribuir para uma Educação Integrada. 
22
 Educação Integral e Novas Tecnologias
Antes de adentrarmos a próxima seção, em que discutiremos 
o Histórico da Evolução da Tecnologia e como ela foi aplicada à 
educação ao longo das décadas, seguem indicações de livros sobre 
o assunto tratado até aqui.
Educação e novas tecnologias – Glaucia da Silva Brito. 
Este livro tece seus discursos com uma linguagem clara e objetiva, 
destacando os importantes subsídios para utilizar a informática na 
educação, a fim de os professores e pedagogos tornarem seu uso o 
mais eficaz nas escolas.
Novas tecnologias e mediação pedagógica – José Manuel 
Moran. Esta obra tem por finalidade discutir a introdução da informática 
na educação. Um dos temas abordados são as propostas de 
integração e utilização do computador e da internet em sala de aula.
Atividades de Estudos: 
1) Quando nos referimos à educação integral, o que queremos dizer? 
Será que toda educação é integral? 
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
2) Será que há uma única concepção de educação integral integrada, 
ou várias concepções?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
23
 As Novas Tecnologias na Educação: uma 
Aprendizagem Significativa
 Capítulo 1 
O Histórico da Evolução Tecnológi-
ca e a Sociedade Contemporânea 
 A escola do século XXI 
é comandada por professores do sé-
culo XX com estruturas do século XIX.
José Pacheco
As evoluções tecnológicas acompanham o homem desde a Pré-História, o 
qual vem fazendo uso das ferramentas tecnológicas, desenvolvendo instrumentos 
para superar as dificuldades e os obstáculos encontrados na natureza. 
Temos registros na história de que as primeiras manifestações da espécie 
humana iniciaram por volta de 30.000 a.C. Esse período que existiu antes da 
invenção da escrita, chamado de Período Paleolítico (Idade da Pedra Lascada), é 
marcado pela evolução dos hominídeos (Australopithecus ao Homo sapiens), 
que viviam em cavernas de forma nômade, se deslocando de um lugar para outro 
em busca de alimentos. A fabricação de ferramentas e utensílios eram feita a 
partir de pedras lascadas que se destinavam à caça e à coleta de frutos, pois eles 
não conheciam a agricultura. 
O homem primitivo registrava as suas pinturas nas paredes das cavernas, por 
meio da escrita pictográfica, uma forma bem simples de representar os objetos e 
transmitir os conhecimentos às futuras gerações.
Escrita pictográfica: Conjunto de técnicas utilizadas para 
transmitir uma ideia, um conceito ou um objeto através de desenho 
(símbolo) figurativo.
 Essas produções artísticas deixadas por este povo são consideradas as mais 
antigas formas de comunicação que existem. Elas impressionam muito quanto 
à complexidade técnica utilizada nessas pinturas, como no nível de elaboração 
dessas representações. Essa forma de se manifestar é chamada, segundo Lévy 
(1993, p. 77), de oralidade primária e nos destaca dos animais, pois a utilizamos 
para nos relacionar e para transmitir as informações. Ainda de acordo com o autor:
24
 Educação Integral e Novas Tecnologias
A oralidade primária remete ao papel da palavra antes que uma 
sociedade tenha adotado a escrita, a oralidade secundária está 
relacionada a um estatuto da palavra que é complementar ao 
da escrita, tal como o conhecemos hoje. Na oralidade primária, 
a palavra tem como função básica a gestão da memória so-
cial, e não apenas a livre expressão das pessoas ou a comuni-
cação prática cotidiana. Hoje em dia a palavra viva, as palavras 
que “se perdem ao vento”, destacam-se sobre o fundo de um 
imenso corpus de textos: “os escritos que permanecem”. O 
mundo da oralidade primária, por outro lado, situa-se antes de 
qualquer distinção escrito/falado (LÉVY, 1993, p. 77).
Figura 5 - A presença da tecnologia na pré-história
Fonte: Disponível em: <http://modernidadeartes.blogspot.com.br/2009/03/cavernas-sa-
loes-de-arte.html>. Acesso em: 22 maio 2017.
No Período Neolítico (Idade da Pedra Polida), o homem já se organizava 
em aldeias, desenvolvendo a agricultura e domesticando os animais. A fabricação 
de ferramentas e utensílios utilizados já se apresentava mais sofisticada, sendo 
feitos com pedra polida. Neste período, o fogo foi descoberto, sendo considerado 
o ponto principal na evolução tecnológica do homem. Descobriram que o atrito 
entre duas pedras aumentava a temperatura e produzia calor. 
 Com o passar do tempo, o homem primitivo foi adquirindo novos 
conhecimentos e aperfeiçoando gradativamente seus saberes e suas técnicas de 
trabalho, transmitindo-os às gerações futuras, consolidando assim a sua cultura e 
seus costumes (KENSKI, 2003).
De acordo com as necessidades, novas tecnologias foram surgindo, para 
garantir a existência humana. Diferentes formas de registrar as informações foram 
25
 As Novas Tecnologias na Educação: uma 
Aprendizagem Significativa
 Capítulo 1 
criadas, por exemplo, novos sistemas de escrita para a compreensão, substituindo 
o que estava sendo representado graficamente. 
A oralidade primária, baseada na memorização e repetição, não 
era mais suficiente para adquirir e transmitir conhecimento. Diante 
desta realidade, surge um novo contexto para a escrita. A escrita 
pictográfica evoluiu para uma escrita ideográfica, que deixa de ser 
uma representação de figuras e rabiscos, para ser substituída por 
imagens e figuras que associadas representavam objetos, ideias ou 
palavras.
Se refere à escrita, no período onde a atividade agrícola pre-
domina, dizendo que esta dá autonomia ao conhecimento. Eis 
então a presença de uma nova técnica. Não há mais a neces-
sidade presencial do comunicador, informando, observando e 
orientando seus discípulos. Os conhecimentos são aprendidos 
não na forma como foram enunciados, mas no contexto em 
que o escrito é lido e analisado. [...] A comunicação escrita é 
aprendida por meio de critérios em que predominam a razão e 
os aspectos cognitivos da personalidade, pretensamente isen-
tos da emocionalidade (KENSKI, 2003, p. 36).
Figura 6 - O desenvolvimento da agricultura no período neolítico
Fonte: Disponível em: <http://odiariodouniverso.blogspot.com.br/2013/08/capitu-
lo-10-do-paleolitico-ao-neolitico.html>. Acesso em: 11 maio 2017.
A escrita ideográfica surgiu há aproximadamente 6.000 anos, sendo 
conhecida como hieróglifo egípcio, escrita chinesa, suméria e japonesa.
A oralidade 
primária, baseada 
na memorização e 
repetição,não era 
mais suficiente para 
adquirir e transmitir 
conhecimento
26
 Educação Integral e Novas Tecnologias
Acompanhe conosco mais um pouco da evolução da história da 
humanidade.
No antigo Egito, a escrita era composta por simples figuras, conhecidas por 
hieróglifos. De acordo com o desenho, as figuras possuíam diferentes objetivos 
que representavam a escrita. 
Figura 7 - A expressão da escrita chinesa
Fonte: Disponível em: <http://institutomandarim.net/blog3/tag/escrita-chinesa/>. Acesso 
em: 20 maio 2017.
Figura 8 - A expressão da escrita egípcia
Fonte: Disponível em: <http://www.aprendahebraico.com.br/infos/info02.php>. Acesso em: 
20 maio 2017.
27
 As Novas Tecnologias na Educação: uma 
Aprendizagem Significativa
 Capítulo 1 
A escrita egípcia só foi descoberta em 1799, por uma expedição do imperador 
Napoleão, que mandou reproduzir e litografar os registros encontrados num bloco 
de granito negro (estela). Entretanto, somente em 1822 foi decifrada pelo francês 
Jean-François Champollion, tendo este bloco de pedra recebido o nome de Pedra 
de Roseta, e que se encontra hoje no Museu Britânico de Londres. 
Figura 9 - Pedra de roseta
Fonte: Disponível em: <http://antigoegito.org/wp-content/uploads/2010/10/pedraroseta.
jpg>. Acesso em: 20 maio 2017.
Depois do desenvolvimento da escrita ideográfica, outro acontecimento 
importante foi a progressão para a escrita alfabética, ainda hoje utilizada pela 
humanidade. O aparecimento do sistema alfabético contribuiu muito para a 
disseminação do conhecimento. 
No ano de 150 ocorre a invenção do papel feito pela China. Misturando 
fibras de árvores com tecidos cozidos e esmagados, resultava num papel de alta 
qualidade. Os chineses guardaram este segredo durante anos. Este sistema de 
fabricação, que fazia uso do papiro e do pergaminho, já era utilizado pelo Egito, 
milênios de anos atrás. 
A produção do papel na China foi evoluindo, resultando num 
material didático ainda hoje muito utilizado pela humanidade, o livro.
A produção do 
papel na China foi 
evoluindo, resultando 
num material 
didático ainda hoje 
muito utilizado pela 
humanidade, o livro.
28
 Educação Integral e Novas Tecnologias
Figura 10 - As primeiras invenções do papel
Fonte: Disponível em: <http://www.infoescola.com/comunicacao/pergaminho/>. Acesso 
em: 20 maio 2017.
Dez séculos após a chegada do papel na Europa, os livros passaram a 
ser produzidos em larga escala, graças à invenção da máquina de imprensa 
desenvolvida por Johannes Gutenberg, em 1440, que possibilitou a divulgação 
dos escritos, tornando os livros acessíveis a toda a população.
Figura 11 - Tecnologia desenvolvida por Johannes Gutenberg, em 1440
Fonte: Disponível em: <http://www.trabalhosfeitos.com/topicos/a-prensa-de-gutenberg/0>. 
Acesso em: 20 maio 2017.
No ano de 1700, os professores precisavam de outros suportes para 
transmitir o conhecimento aos seus alunos. Surge então nas escolas o quadro-
negro, feito de ardósia escura, que é utilizado por nós até os dias atuais. Nele, os 
professores poderiam colocar todos os conteúdos dos livros ou uma parte deles, 
para que os alunos tivessem contato com o conhecimento.
29
 As Novas Tecnologias na Educação: uma 
Aprendizagem Significativa
 Capítulo 1 
Figura 12 - O surgimento do quadro-negro na educação
Fonte: Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Blackboard_04143.jpg>. 
Acesso em: 21 maio 2017.
O mundo foi ampliando seu conhecimento científico, dando origem a uma 
sociedade centrada na informação e na comunicação. Em 1826, a chegada 
da fotografia permitiu que as lembranças não ficassem na imaterialidade, mas 
guardadas numa superfície bidimensional. Na educação, elas puderam ser 
impressas nos livros didáticos como ilustração. 
Figura 13 - A chegada da máquina fotográfica
Fonte: Disponível em: <https://rlv.zcache.nl/het_antiek_man_van_de_camera_1918_post-
er- dbfe57061d714a4b8139f2485b0256c0_a6h9e_8byvr_324.jpg>. Acesso em: 21 maio 
2017.
A fotografia permitiu o desenvolvimento de outros recursos didáticos, como a 
televisão (1926), o projetor de transparências (1944), o projetor de slides (1961), 
que foram de grande importância para a disseminação do conhecimento. Esses 
30
 Educação Integral e Novas Tecnologias
recursos audiovisuais são utilizados na educação e ainda estão presentes na 
didática do professor. 
 A década de 1990 é considerada a Era Digital para a educação. As escolas 
começam a utilizar os computadores para melhorar o ensino. Em 1995, a internet 
passa a ser utilizada por um grande número de pessoas.
Você pode perceber que com o passar do tempo o homem evoluiu, 
desenvolvendo variadas técnicas para melhorar a vida em sociedade. Este 
processo de evolução passou por várias etapas, possibilitando que as tecnologias 
desempenhassem um importante papel na comunicação coletiva.
Apresentaremos a seguir algumas invenções que marcaram a evolução da 
tecnologia ao longo dos anos. Observe como ocorreu este processo.
Figura 14 – Ano 1963
Fonte: Disponível em: <https://goo.
gl/RhDqWj>. Acesso em: 20 maio 
2017.
Figura 15 - Ano 2013
Fonte: Disponível em: <https://blog-
doeli.wordpress.com/tag/vetor/>. 
Acesso em: 20 maio 2017.
Figura 16 - Ano 1963
Fonte: Disponível em: <https://goo.
gl/4faMGY>. Acesso em: 20 maio 
2017.
Figura 17 - Ano 2013
Fonte: Disponível em: <https://goo.
gl/x2MF7i>. Acesso em: 20 maio 
2017.
31
 As Novas Tecnologias na Educação: uma 
Aprendizagem Significativa
 Capítulo 1 
Figura 18 - Ano 1963
Fonte: Disponível em: <https://
goo.gl/EvKyXv>. Acesso em: 20 
maio 2017.
Figura 19 - Ano 2013
Fonte: Disponível em: <https://goo.
gl/WZQSnX>. Acesso em: 20 maio 
2017.
Figura 20 - Ano 1963
Fonte: Disponível em: <http://khon-
san.chaiyaphum.doae.go.th/>. Aces-
so em: 20 maio 2017.
Figura 21 - Ano 2013
Fonte: Disponível em: <https://goo.gl/
yv6HdD>. Acesso em: 20 maio 2017.
Tratando-se do ambiente escolar, as mudanças ocorreram de forma lenta, 
pois a escola ainda vem resistindo ao tempo. Uma das tecnologias ainda presente 
e muito utilizada nos dias de hoje é o quadro-negro.
Observe as imagens selecionadas a seguir que mostram o ensino do ano de 
1200 e o ensino nos dias atuais.
32
 Educação Integral e Novas Tecnologias
Figura 22 - O uso do quadro-negro 
antigamente
Fundada em meados de 1200, a Universidade de Paris foi aprimeira universidade 
europeia da história e continua ativa até os dias de hoje, com mais de 800 anos 
de idade. 
Fonte: Disponível em: <http://clickea-
prenda.uol.com.br/portal/mostrarConteu-
do.php?idPagina=31754>. Acesso em: 
21 maio 2017
Fonte: Disponível em: <https://goo.gl/
rA7dyT>. Acesso em 21 maio 2017.
Figura 23 -O uso do quadro-
negro nos dias atuais
O que realmente mudou?
Caro pós-graduando, você pode perceber que a época em que vivemos 
é a mais revolucionária da história. Muitas invenções e grandes progressos 
tecnológicos mudaram radicalmente o mundo e a forma de as pessoas viverem e 
de se relacionarem.
Ao fazer esta viagem ao passado, podemos constatar que as tecnologias 
sempre fizeram parte da vida das pessoas e sempre estiveram presentes em 
todos os lugares e em todos os momentos da história. No entanto, mesmo com a 
implementação em massa da tecnologia, muitas práticas consideradas tradicionais 
têm sua validade. O importante, seja utilizando recursos modernos ou não, é 
revermos as concepções enraizadas sobre o processo ensino-aprendizagem. É 
de suma importância salientar este ponto. Posso utilizar recursos midiáticos, como 
professor, e ser repassador de informações, não possibilitando a construção do 
conhecimento ao meu aluno. De acordo com os PCN (BRASIL, 2000, p. 11-12): 
As novas tecnologias da comunicação e da informação per-
meiam o cotidiano, independentemente do espaço físico, e 
33
 As Novas Tecnologias na Educação: uma 
AprendizagemSignificativa
 Capítulo 1 
criam necessidades de vida e convivência que precisam ser 
analisadas no espaço escolar. A televisão, o rádio, a informática, 
entre outras, fizeram com que os homens se aproximassem por 
imagens e sons de mundos antes inimagináveis. [...] Os siste-
mas tecnológicos, na sociedade contemporânea, fazem parte 
do mundo produtivo e da prática social de todos os cidadãos, 
exercendo um poder de onipresença, uma vez que criam formas 
de organização e transformação de processos e procedimentos.
O mundo atual busca uma educação que possibilite a todos não apenas 
acesso às informações, mas a filtração delas e a construção de novos 
conhecimentos. Os recursos tecnológicos são indispensáveis para atender às 
demandas contemporâneas, mas é necessário repensar a prática pedagógica 
adotada pelo professor para tratar os problemas de concepção do processo 
ensino-aprendizagem. As tecnologias apresentam-se como uma nova perspectiva, 
para novos espaços da construção de conhecimento (PRETO, 1996).
O que se pretende é alcançar uma compreensão da influência tecnológica no 
contexto educacional. É importante fazermos uma avaliação crítica quanto à sua 
contribuição histórica e sua função social, para compreendermos qual é o sentido 
da tecnologia, e seu papel na educação.
Prezado acadêmico! A partir dessas reflexões, na próxima seção vamos discutir 
o desafio posto ao professor na utilização das tecnologias midiáticas e digitais de 
informação e comunicação, pois não são apenas novos recursos a serem utilizados, 
mas uma verdadeira transformação que transpassa os muros da escola. 
Atividades de Estudos: 
1) Como podemos educar integralmente nossas crianças e 
jovens diante desse cenário ainda muito presente nas escolas?
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
2) Diante deste contexto, de que nos servem todas essas 
ferramentas tecnológicas em benefício da educação?
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
34
 Educação Integral e Novas Tecnologias
As Contribuições das Novas Tecno-
logias Para uma Prática Contextual-
izada
A progressiva propagação da tecnologia é um fenômeno que provoca 
profundas mudanças em todas as dimensões da sociedade. Essas mudanças têm 
impactado diretamente na educação, pois estamos vivendo um período em que as 
informações são atualizadas a cada instante e a sociedade exige das instituições 
de ensino mudanças significativas quanto ao uso das novas ferramentas digitais 
no espaço educativo. A função social da escola na proposta de uma educação 
integral e integradora é a formação humana em primeiro lugar e, depois, a de 
instrumentalizar o aluno para que possa ser inserido no trabalho. O professor, 
como parte do processo ensino-aprendizagem, tem que ter formação para poder 
interagir com os alunos. 
É um desafio para a escola pensar na tecnologia como uma ferramenta 
indispensável para o ensino. O que antes era transmitido de forma tradicional 
e conservadora, realizado por meio da oralidade e da imitação, hoje se espera 
um ensino dinâmico, delineado e apoiado nas ferramentas digitais. Nesta linha, 
Moran (2004, p. 14) diz que “o novo professor tem que aprender a gerenciá-las e 
integrá-las ao seu ensino”. A chegada das novas tecnologias impõe não apenas 
mudanças na prática pedagógica, mas em todo o funcionamento da escola. 
“Não basta, portanto, introduzir na escola o vídeo, a televisão, o 
computador ou mesmo todos os recursos multimidiáticos para fazer 
uma nova educação. É necessário repensá-la em outros tempos, 
porque é evidente que a educação numa sociedade dos mass media, 
da comunicação generalizada, não pode prescindir da presença 
desses novos recursos. Porém, essa presença, por si só, não garante 
essa nova escola, essa nova educação” (PRETO, 1996, p. 112.
Tem sido frequentemente discutido, nas pesquisas em educação, que 
algumas atividades pedagógicas quase não contemplam o uso das tecnologias 
em sala de aula. No entanto, essas ferramentas estão disponibilizadas para o 
professor? A entidade mantenedora oferece e mantém em funcionamento estes 
equipamentos? 
35
 As Novas Tecnologias na Educação: uma 
Aprendizagem Significativa
 Capítulo 1 
Algumas formações científicas oferecidas aos profissionais ainda estão 
fundamentadas na responsabilidade do professor em garantir a aprendizagem, ao 
invés de possibilitar que o aluno construa o próprio saber. 
O professor, ao utilizar as várias tecnologias e procedimentos metodológicos, 
precisa criar novas metodologias de ensino que estejam relacionadas com 
realidade da escola e de seus protagonistas, articulando o senso comum ao saber 
mais sistematizado. 
 Eis a questão: O que cabe então aos professores?
Diante de tanta tecnologia, cabe aos professores um olhar mais 
sensível na prática pedagógica para uma mudança na percepção da 
aprendizagem. Para Moran (2000, p. 32): 
Não se trata de receitas, porque as situações 
são muito diversificadas. É importante que cada 
docente encontre sua maneira de sentir-se bem, 
comunicar-se bem, ajudar os alunos a aprender 
melhor. É importante diversificar as formas de 
dar aula, de realizar atividades, de avaliar.
Caro pós-graduando! Antes de dar continuidade ao assunto, sugerimos que 
leia este texto de Rubem Alves. Este escritor mineiro faz magia com as palavras. 
É considerado um dos intelectuais mais respeitados, por abordar a educação de 
uma forma mais humanística. Ele propõe que o educador tenha um olhar “manso” 
com seus alunos para compreender as suas respectivas especificidades.
Enquanto a sociedade feliz não chega, que haja pelo 
menos fragmentos de futuro em que a alegria é servida como 
sacramento, para que as crianças aprendam que o mundo 
pode ser diferente. Que a escola, ela mesma seja um fragmen-
to do futuro, [...].
Diante de tanta 
tecnologia, cabe aos 
professores um olhar 
mais sensível na 
prática pedagógica 
para uma mudança 
na percepção da 
aprendizagem.
36
 Educação Integral e Novas Tecnologias
A ARTE DE EDUCAR – RUBEM ALVES
“Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu”.
O educador diz: “Veja”! e, ao falar, aponta. O aluno olha na 
direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele 
fica mais rico interiormente… E ficando mais rico interiormente, ele 
pode sentir mais alegria – que é a razão pela qual vivemos.
Já li muitos livros sobre Psicologia da Educação, Sociologia da 
Educação, Filosofia da Educação… Mas, por mais que me esforce, 
não consigo me lembrar de qualquer referência à Educação do Olhar. 
Ou à importância do olhar na educação, em qualquer um deles.
A primeira tarefa da Educação é ensinar a ver… É através dos 
olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do 
mundo… Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria 
aumente.
A educação se divide em duas partes: Educação das Habilidades 
e Educação das Sensibilidades. Sem a Educação das Sensibilidades, 
todas as habilidades são tolas e sem sentido. Os conhecimentos nos 
dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver.
Quero ensinar às crianças. Elas ainda têm olhos encantados. 
Seus olhos são dotados daquela qualidade que, para os gregos, era 
o início do pensamento: a capacidade de se assombrar diante do 
banal. Para as crianças tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, 
uma concha de caramujo, o voo dos urubus, os pulos dos gafanhotos, 
uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eruditos não veem.
Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, 
taxonomias, nomes latinos – mas esqueci. E nenhum professor 
jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore… Ou 
para o curioso das simetrias das folhas. Parece que naquele tempo 
as escolas estavam mais preocupadas em fazer com queos alunos 
decorassem palavras que com a realidade para a qual elas apontam.
As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. 
Aprendemos palavras para melhorar os olhos. Há muitas pessoas de 
visão perfeita que nada veem… O ato de ver não é coisa natural. 
37
 As Novas Tecnologias na Educação: uma 
Aprendizagem Significativa
 Capítulo 1 
Precisa ser aprendido. Quando a gente abre os olhos, abrem-se as 
janelas do corpo e o mundo aparece refletido dentro da gente. São 
as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver. Elas 
não têm saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da 
vida. “Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir e não se 
torna como criança, jamais será sábio”.
Rubem Alves
Fonte: Disponível em: <https://psicologiaacessivel.net/2015/07/15/a-arte-
de-educar-um-lindo-texto-de-rubem-alves/>. Acesso em: 20 maio 2017.
A educação requer mudança de paradigma na forma de pensar e preparar 
os professores. Algumas escolas ainda continuam insistindo em metodologias 
de ensino ultrapassadas que priorizam aulas expositivas. É possível que as 
consequências deste ensino se reflitam na sala de aula, causando problemas de 
aprendizagem e desmotivação por parte dos alunos. Essas deficiências decorrem 
desta abordagem ainda tradicional que vem sendo praticada, comprometendo o 
ensino.
Diante disso, é preciso uma formação inicial dos professores, que tenha 
como objetivos garantir competência técnica e pedagógica para que educandos 
possibilitem aos alunos atuar em busca de uma sociedade justa e igualitária. Para 
isso, de acordo com Martins (2010, p. 20), a educação requer:
 
[...] um modelo de formação alternativo, no qual a construção 
de conhecimentos se coloque a serviço do desvelamento da 
prática social, apto a promover o questionamento da realidade 
fetichizada e alienada que se impõe aos indivíduos. Que su-
pere, em definitivo, os princípios que na atualidade têm nortea-
do a formação escolar, em especial a formação de professores.
Segundo Kenski (2003), novas formas de ensinar é entender que a inserção 
da tecnologia requer abordagens diferenciadas, que modifiquem a prática 
pedagógica. É necessário que o professor tenha uma gama de conhecimentos, 
tanto para ensinar os conteúdos específicos quanto para aproveitar os materiais 
didáticos e pedagógicos e estar preparado para lidar com as novas tecnologias 
educativas, para que consiga contextualizar o conteúdo científico.
Não podemos negar a importância de se propiciar ao professor uma formação 
tecnológica, mas isso não garante que na sua atuação ele irá utilizá-la para a 
construção do conhecimento ou somente repassar informações. O conhecimento 
38
 Educação Integral e Novas Tecnologias
é construção de cada pessoa. Os saberes, a instrumentalização, fazer pensar, 
refletir, analisar, possibilitados pelo professor, vão permitir, se forem significativos 
para o aluno, que ele construa novos conhecimentos.
 Vamos refletir um pouco quanto ao questionamento de Moran 
(2004, p. 15): “O que deve ter uma sala de aula para uma educação 
de qualidade?” 
De acordo com Moran (2004, p. 15), precisa fundamentalmente de 
professores bem preparados, motivados e bem remunerados e com formação 
pedagógica atualizada. “Isto é incontestável”.
E como podemos buscar este novo professor? Como deveria ser a sua 
preparação? 
Para que isso aconteça, ele precisa ser motivado, e esta motivação requer 
esforços também das instituições de ensino que oferecem a sua capacitação. 
A universidade deve promover meios para seu desenvolvimento profissional. 
Possibilitar que ele construa o conhecimento por meio de novas metodologias, 
para que possa lidar com as novas ferramentas digitais tão presentes na 
sociedade.
 A tecnologia foi implantada na escola, e o professor está sendo inserido nesta 
formação. Diante disso, é emergencial que ele acompanhe essas transformações, 
a fim de garantir um conhecimento contextualizado e uma aprendizagem 
significativa. O professor da atualidade deve enfrentar o grande desafio que é 
reconhecer a importância das ferramentas digitais para a promoção de uma boa 
educação. 
O desafio que se impõe hoje aos professores é reconhecer que 
os novos meios de comunicação e linguagens presentes na so-
ciedade devem fazer parte da sala de aula, não como dispositi-
vos tecnológicos que imprimem certa modernização ao ensino, 
mas sim conhecer a potencialidade e a contribuição que as 
TICs podem trazer ao ensino como recurso e apoio pedagógi-
co às aulas presenciais e ambientes de aprendizagem no ensi-
no a distância (PEÑA, s/d, p. 10).
 
39
 As Novas Tecnologias na Educação: uma 
Aprendizagem Significativa
 Capítulo 1 
É fundamental o contato do professor com as novas ferramentas 
tecnológicas, durante a sua formação, pois é neste momento que ele poderá 
desenvolver estratégias que irão favorecer a construção dos saberes docentes, e 
conseguir relacionar o que aprendeu na teoria com a prática. É necessário que os 
conhecimentos adquiridos sejam contextualizados para que ocorra a construção 
de significados. Saviani (1997, p. 17) destaca que:
[...] o trabalho educativo é o ato de produzir, direta e inten-
cionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é 
produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens. 
Assim o objeto da educação diz respeito, de um lado, à identi-
ficação dos elementos culturais que precisam ser assimilados 
pelos indivíduos da espécie humana para eles se tornarem hu-
manos e, de outro lado, concomitantemente, à descoberta das 
formas mais adequadas para atingir esse objetivo.
As mudanças na educação deverão ser em extensão e em profundidade, 
para que resultem numa formação de docentes com competências para ensinar 
os alunos a compreender que a teoria e a prática não podem ser entendidas 
de forma dissociada nem descontextualizada, mas de forma inter-relacionada. 
Segundo Freire (1987, p. 68):
Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas 
o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educan-
do que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tor-
nam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os 
“argumentos de autoridade” já não valem. Em que, para ser-se, 
funcionalmente, autoridade, se necessita de estar sendo com 
as liberdades e não contra elas.
Só será possível a modificação da prática docente se o professor souber 
utilizar a tecnologia de forma pedagógica, dinamizando a aprendizagem. Ensino 
e aprendizagem são processos. O ensino pode ou não propiciar que novos 
conhecimentos sejam construídos pelo aluno. Assim, a forma de ensinar revela a 
concepção desse processo pedagógico que influencia na aprendizagem. Para Moran 
(2000, p. 23), “aprendemos melhor quando vivenciamos, experimentamos, sentimos”.
As ferramentas tecnológicas têm exercido um importante papel na 
aprendizagem. Os alunos estão familiarizados com os meios midiáticos e transitam 
por eles com desenvoltura. Por isso gostam e se identificam. O grande lance é 
possibilitar que usufruam dos recursos tecnológicos, para solucionar problemas 
propostos pelo professor (pesquisas, projetos, resolução de situações). É possível 
construir práticas pedagógicas a partir da utilização dos meios de comunicação, 
pois eles contribuem e motivam a busca por novos conhecimentos. Moran (2000) 
destaca que novas aprendizagens ocorrem da relação entre as experiências de 
vida dos alunos e os conteúdos ensinados nas escolas.
40
 Educação Integral e Novas Tecnologias
Para que a escola seja um local de aprendizagens significativas, o docente 
deve desenvolver um trabalho de qualidade que priorize mudanças na educação. 
Aprendizagem significativa é a interação entre conhecimentos prévios e novos 
conhecimentos, quando estes adquirem significado e/ou reafirmam o que o aluno 
já sabia.
O foco da aprendizagem é a busca da informação significativa, 
da pesquisa,o desenvolvimento de projetos e não predomi-
nantemente a transmissão de conteúdos específicos. As aulas 
se estruturam em projetos e em conteúdos. A Internet está se 
tornando uma mídia fundamental para a pesquisa. O acesso 
instantâneo a portais de busca, a disponibilização de artigos 
ordenados por palavras-chave facilitaram em muito o acesso 
às informações necessárias. Nunca como até agora profes-
sores, alunos e todos os cidadãos possuíram a riqueza, varie-
dade e acessibilidade de milhões de páginas web de qualquer 
lugar, a qualquer momento e, em geral, de forma gratuita (MO-
RAN, 2000, p. 12).
Acompanhe conosco um trecho do livro de Orestes Preti (1996):
Feche por uns minutos os olhos e imagine uma escola sem 
salas de aula, sem paredes, sem carteiras, com estudantes indo 
e vindo, conversando, lendo em diferentes espaços livres, ora 
reunidos em equipe, ora desenvolvendo atividades individuais, com 
horários diversificados para atendimento individual ou em grupos, 
com calendário flexível, acompanhamento personalizado, sob a 
orientação de um grupo de educadores, etc. 
Talvez, você exclamará surpreso: “Esta escola não existe. Quem 
sabe, num futuro seja possível”!
Não estou falando da educação do futuro. Na realidade, 
estou falando de uma educação real e atual, possível e que está 
acontecendo em nosso país, sobretudo na modalidade à distância, 
graças aos avanços das novas teorias da Física, da Biologia, 
da Psicologia, da Comunicação, da Pedagogia, etc. e às novas 
tecnologias da comunicação. 
Fonte: Disponível em: <http://www.uab.ufmt.br/uploads/pcientifica/
fundamentos_e_politicas.pdf>. Acesso em: 22 maio 2017.
41
 As Novas Tecnologias na Educação: uma 
Aprendizagem Significativa
 Capítulo 1 
Diante dessas considerações acerca da relevância quanto ao preparo 
profissional para a docência, no próximo capítulo abordaremos de forma ampla a 
importância dos Saberes Docentes na Formação de Professores.
Prezado pós-graduando, atualizar e capacitar o professor 
são ações indispensáveis para atender às exigências do mundo 
contemporâneo. Diante deste pressuposto, encerramos este capítulo 
deixando uma reflexão:
Sabemos que as novas tecnologias estão invadindo os muros das 
escolas e das universidades. Com base nesta realidade, como você 
acha que o professor pode incorporá-las em sua prática pedagógica, 
não as utilizando apenas para divertir os alunos nem para transmitir 
conteúdos, mas para motivá-los na busca de conhecimentos novos?
Atividades de Estudos: 
1) O estudo deste livro discorre sobre o potencial que as novas 
ferramentas tecnológicas têm para promover a qualidade na 
educação. Diante disso, quais são os principais obstáculos 
enfrentados pelos professores para conseguir explorar o potencial 
desses recursos? 
_______________________________________________________
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______________________________________________________
_______________________________________________________
Algumas Considerações 
Nos primórdios da civilização, o conhecimento vivenciado no dia a dia 
era transmitido de geração a geração, sem a necessidade de uma instituição 
específica para tal. Com o passar dos anos, a educação foi aperfeiçoando sua 
transmissão do saber. Somente a partir do século XVIII é que a escola se constitui 
como instituição, nos modelos que conhecemos nos dias atuais. 
42
 Educação Integral e Novas Tecnologias
A escola da atualidade busca constantemente melhorar as práticas, para 
oferecer um ensino que contemple a formação do ser humano na sua totalidade. O 
surgimento das novas tecnologias no contexto escolar desencadeia a necessidade 
de serem incorporadas como ferramentas no processo de ensino. A escola, como 
um dos espaços de formação humana, deve viabilizar esses recursos digitais para 
dinamizar e intensificar o processo de aprendizagem.
Os recursos didáticos pedagógicos devem possibilitar que os professores 
criem estratégias adequadas que representem significados na vida do aluno, para 
que este consiga relacionar com sua vida e seu dia a dia. Um dos problemas 
enfrentados pelos professores é proporcionar a aprendizagem utilizando 
essas ferramentas tecnológicas. Diante disso, é necessário que eles busquem 
alternativas inovadoras para auxiliar na construção do conhecimento.
 A formação do professor, neste processo, é indispensável, pois o docente 
é essencial na educação básica para a promoção do ensino. A utilização dos 
recursos tecnológicos permite diversificar as atividades e promover o interesse 
do aluno pela aprendizagem. Diante disso, é necessário que o professor tenha 
acesso a eles e tenha sido instrumentalizado no seu uso, para uma concepção de 
ensino-aprendizagem condizente com as propostas da educação integral.
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43
 As Novas Tecnologias na Educação: uma 
Aprendizagem Significativa
 Capítulo 1 
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 Educação Integral e Novas Tecnologias
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CAPÍTULO 2
O Professor Frente às Novas 
Tecnologias Digitais
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Possibilitar ao professor o conhecimento do uso das novas ferramentas 
tecnológicas para a melhoria de seu desempenho pedagógico.
� Ressaltar a importância dos saberes docentes e compreender a forma de 
ampliá-los para oferecer uma prática pedagógica reflexiva.
47
 O Professor Frente às Novas Tecnologias 
Digitais
 Capítulo 2 
Contextualização
A sociedade vive momentos de significativas mudanças. Uma dessas 
mudanças está relacionada com as transformações tecnológicas, que são 
profundas e rápidas. Para a educação, novas exigências têm sido estabelecidas, 
principalmente nas escolas, quanto às metodologias adotadas, pois muitas 
ainda são tradicionais devido à resistência apresentada por alguns professores 
que realizam práticas rotineiras e mecânicas na sala na aula. Diante disso, 
entendemos serem necessárias as discussões acerca da utilização das novas 
tecnologias digitais numa perspectiva de educação integral e uma capacitação 
docente que possibilite novas formas de ensinar e aprender, propondo ações 
pedagógicas que vão além da sala de aula. 
O desafio que é imposto para as escolas é uma prática pedagógica que 
atenda à formação integral do aluno. Como essas mudanças estão na forma 
de ensinar e aprender, torna-se necessário reavaliar a formação do professor 
para a modernização do ensino, pois a questão não são as metodologias a 
serem adotadas, mas o seu uso crítico, para que proporcione a construção do 
conhecimento. No entanto, se não houver mudança de concepção de educação 
para a formação integral do aluno, a utilização das Tecnologias da Informação e 
Comunicação – TICs não fará diferença. Essa é uma questão a ser levada em 
conta. Behrens et al. (2007, p. 2) afirmam que: 
Longe de ser uma mudança tranquila de procedimentos didáti-
cos e de opção crítica pela utilização da tecnologia, trata-se 
de um movimento de mudança paradigmática que é permea-
do por questões que exigem um processo de investigação e 
reflexão aprofundado. Assim, os docentes necessitam agir de 
maneira reflexiva para não adotarem recursos de forma acríti-
ca, descontextualizada dos meios e da repercussão social, 
econômica, política e cultural no qual estão inseridos.
A educação ainda tem um longo caminho a percorrer, pois sabemos que para 
realizar mudanças, envolve muitas questões educativas e decisões políticas e 
econômicas. De acordo com Pretto (2008, p. 77), “produzir informação e conhecimento 
passa a ser, portanto, a condição para transformar a atual ordem social”. 
48
 Educação Integral e Novas Tecnologias
A Prática Docente Frente à 
Sociedade da Informação e 
Comunicação
Há escolas que são gaiolas e há escolas 
que são asas. 
Escolas que são gaiolas existem para 
que os pássaros desaprendam a arte do 
voo. Pássaros engaiolados são pássaros 
sob controle. Engaiolados, o seu dono 
pode levá-los para onde quiser. Pássa-
ros engaiolados sempre têm um dono. 
Deixaram de ser pássaros. Porque a 
essência dos pássaros é o voo. 
Escolas que são asas não amam pássa-
ros engaiolados. O que elas amam são 
pássaros em voo. Existem para dar aos 
pássaros coragem para voar. Ensinar o 
voo, isso elas não podem fazer, porque 
o voo já nasce dentro dos pássaros. O 
voo não pode ser ensinado. Só pode ser 
encorajado.
Rubem Alves
Esta metáfora de Rubem Alves nos faz refletir sobre o tipo de escola que 
queremos construir. Por isso, é importante refletir se a didática pedagógica 
adotada atualmente para ensinar está contribuindo efetivamente para a formação 
de “escolas que são asas”. 
Somos frutos de uma geração onde a forma de ensinar sempre esteve 
voltada para um modelo baseado na racionalidade técnica, no qual era atribuído 
à escola o papel de transmitir os saberes acumulados historicamente, tendo 
como pressuposto uma teoria sólida que nortearia a ação. Um ensino tradicional 
que não possibilitava a participação do aluno na construção do saber, pois os 
procedimentos adotados já estavam prontos e acabados. O professor foi 
considerado por muitos anos como a figura central da aprendizagem e o aluno, 
uma figura meramente passiva. 
49
 O Professor Frente às Novas Tecnologias 
Digitais
 Capítulo 2 
Figura 24 - No passado o conhecimento estava centrado na figura do professor
Fonte: A autora.
A sociedade está vivendo a era da Tecnologia da Informação e da 
Comunicação (TICs). O mundo vem trazendo possibilidades virtuais de acesso a 
todo tipo de informação, possibilitando à população muitas inovações em termos 
de avanço científico e tecnológico. Informações que precisam de criticidade para 
serem filtradas.
A incorporação das novas tecnologias tem gerado novas e desafiadoras 
demandas. As novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) 
já fazem parte de, praticamente, todos os segmentos da sociedade e estão 
mudando as relações interpessoais. Atualmente, estamos vivendo um momento 
de intensa relação entre educação e tecnologia. A cultura e os valores da 
sociedade estão mudando, exigindo que a educação incorpore no processo de 
ensino-aprendizagem novos acessos para o conhecimento e novas formas de 
ensinar, para o processo de formação humana. 
A chegada da internet, com sua avalanche de informações, está desafiando 
o professor quanto ao uso das novas ferramentas tecnológicas em sua prática 
pedagógica. A forma como a escola utiliza as Tecnologias da Informação e 
Comunicação (TIC) como suporte pedagógico está trazendo questionamentos 
e dúvidas sobre o que ensinar e como ensinar, pois muitos professores não 
possuem o domínio, e nem estão capacitados para essa nova era digital. 
50
 Educação Integral e Novas Tecnologias
Não é somente introduzir as ferramentas digitais e uma nova prática em sala 
de aula. Faz-se necessária a mudança de concepção de educação. A educação 
buscada no XXI é a da formação integral do aluno. Para Imbernón (2010, p. 36): 
Para que o uso das TIC signifique uma transformação educa-
tiva que se transforme em melhora, muitas coisas terão que 
mudar. Muitas estão nas mãos dos próprios professores, que 
terão que redesenhar seu papel e sua responsabilidade na es-
cola atual. Mas outras tantas escapam de seu controle e se 
inscrevem na esfera da direção da escola, da administração e 
da própria sociedade.
Hoje, com a perspectiva da Educação Integral, tem-se como proposta uma 
formação integral que instrumentaliza o aluno para o mundo do trabalho. Essa é a 
finalidade, preparar o aluno para que possa fazer parte da sociedade, inclusive do 
mundo do trabalho, com competência. Os conteúdos abordados em sala devem 
ter significação com a realidade dos alunos para que se sintam motivados a 
aprender. 
Convidamos você a fazer a leitura de um trecho do livro de Harold Benjamin, 
1977, intitulado “O currículo dos tigres-de-dentes-de-sabre”, apresentado por 
Ceccon e colaboradores (2009):
O CURRÍCULO DOS TIGRES-DE-DENTES-DE-SABRE
Esta é a história do primeiro currículo de que se tem notícia, dos 
bons tempos pré-históricos. 
Um pensador da tribo Skola observou o trabalho diário dos 
homens da sua tribo e percebeu que a vida deles se resumia a três 
tarefas: domar cavalos, pegar peixe com as mãos e espantar com 
fogo os tigres dentes-de-sabre.
Se um jovem soubesse fazer essas três coisas com toda a 
ciência e a tecnologia já disponíveis, seria um bem-sucedido membro 
da tribo.
O pensador então elaborou um currículo composto dessas três 
unidades: apanhar peixe com a mão, domarcavalo e espantar os 
tigres com fogo. Funcionava que era uma beleza e foi replicado por 
muitos e muitos anos, garantindo o bem-estar e a prosperidade da 
tribo. 
51
 O Professor Frente às Novas Tecnologias 
Digitais
 Capítulo 2 
Porém, o clima começou a mudar, derretendo as geleiras, 
desbarrancando tudo, e a água ficou turva, tornando impossível a 
atividade de apanhar peixe com a mão. Os cavalos não gostaram 
dessa água barrenta e migraram para outras terras mais ao sul. 
Quanto aos tigres, morreram todos de pneumonia.
E o que aconteceu com o currículo? 
Foi motivo de grandes debates – alguns membros da tribo, mais 
radicais, achavam que, como se não bastassem todas as mudanças 
que estavam enfrentando, o currículo devia mudar também! 
Segue o debate final do texto:
“Mas não é possível”, explodiu um dos radicais, “como pode 
uma pessoa sensata se interessar por atividades tão inúteis”?
Qual é o sentido de aprender a pegar peixe com as mãos se 
não é mais possível fazê-lo? Para que um menino deve aprender 
a domar cavalos se não há mais cavalos para domar? E por que 
motivo as crianças deveriam continuar aprendendo a espantar tigres 
com fogo se os tigres estão completamente extintos?”
“Não seja tolo”, disse o mais velho dos Bruxos, sorrindo um 
meigo sorriso, “não ensinamos a apanhar peixe com as mãos para 
que se apanhe peixe; ensina-se isso para desenvolver a agilidade de 
forma geral, que não poderia ser desenvolvida de outra forma”.
Não ensinamos a domar cavalos para domar cavalos, e sim para 
desenvolver a coordenação motora, a velocidade e a força que não 
poderiam ser aprendidas – você há de concordar – na caça prosaica 
a antílopes.
E não ensinamos a espantar tigres com fogo para realmente 
espantar tigres – que bobagem! –”, e sim para desenvolver nobreza 
de caráter e coragem, que serão úteis em todos os outros aspectos 
da vida de nossos alunos e que não poderiam nunca ser aprendidas 
na rotina de caçar ursos”.
Todos os radicais silenciaram diante da força do argumento. Os 
Bruxos sabiam o que estavam fazendo. Todos balançaram a cabeça 
em acordo.
52
 Educação Integral e Novas Tecnologias
Todos, menos um, o mais radical deles, que ousou um último 
protesto:
 “Mas vocês hão de admitir que os tempos mudaram. Não 
poderiam incluir alguma atividade mais atual? Talvez tenha algum 
valor educativo!”.
Até os outros radicais acharam que ele tinha ido longe demais. 
Rapaz, que ousadia... falar assim com os Bruxos! Estes ficaram 
profundamente indignados.
 Um silêncio sepulcral se estabeleceu. Os doces sorrisos se 
apagaram. O tom era severo:
 “Se tivesses alguma educação”, disse finalmente o mais velho 
dos Bruxos, “saberias que a essência da educação é atemporal”. É 
algo que permanece e sobrevive às mudanças, assim como uma 
rocha sólida que se mantém firme no meio da correnteza.
 “Você precisa aceitar que existem algumas verdades eternas, e 
o Currículo do tigre-dentes-de-sabre é uma delas”.
Fonte: Ceccon et al. (2009, p. 131-132).
Esta parábola conta a história de uma sociedade, a qual possuía um currículo 
escolar composto por três matérias básicas: Pegar peixes com as mãos, domar 
cavalos e afugentar com o fogo os tigres dentes-de-sabre.
Vimos no texto que alguns educadores defendiam mudanças e a substituição 
por disciplinas mais adequadas para atender às necessidades da sociedade. 
Outros acreditavam que os seres humanos deveriam desenvolver habilidades 
técnicas, as quais estavam contidas nessas disciplinas. Outros, ainda, defendiam 
a necessidade de mantê-las no currículo devido aos seus valores culturais. 
Frente à análise do texto, vamos refletir um pouco...
Os currículos elaborados para as escolas abordam conteúdos curriculares 
que só na escola são vistos. Se "aprendidos", eles serão utilizados em algum 
momento da nossa vida. Essa instrumentalização é uma das funções da escola. 
53
 O Professor Frente às Novas Tecnologias 
Digitais
 Capítulo 2 
No entanto, a forma de trabalhar do professor esses conteúdos a partir da 
problematização do contexto do aluno é que faz toda a diferença para a educação. 
Você percebeu que atualmente o currículo escolar ainda 
enfrenta dificuldades em realizar mudanças? 
A escola, não sendo mais o único local em que se concentra o conhecimento, 
precisa rever as suas práticas educativas. No entanto, será que mudar a prática 
educativa, abolindo o quadro, o giz, a aula expositiva e substituir pelo quadro 
digital, pela internet, vai mudar o ensino? Acreditamos que sim. Contudo, para 
inserir as novas TICs na sala de aula, é preciso ter objetivos claros e orientações 
específicas. 
É através do currículo que os esforços pedagógicos se organizam na escola. 
Diante disso, é preciso mudar a concepção de educação escolar, pois o currículo 
ganha força quando concebido como eixo articulador das ações educacionais. 
Com as inovações presentes em todos os campos da sociedade, a nova 
geração encontra-se rodeada pelas mais diferentes formas de tecnologia, como 
computadores, notebooks, celulares, televisão, rádio, entre outros, e isso faz com 
que os alunos cheguem à escola carregados de informação. 
Figura 25 - A chegada das TICS na educação
CÉREBRO ELETRÔNICO BRUNO DRUMMOND
UMBERTO!
NÃO ESTOU VENDO
O SEU DEVER DE CASA
POR AQUI!
A SENHORA PODE 
ACESSÁ-LO EM:
WWW.UMBERTO.COM.BR/
DEVERDECASA.HTML
Fonte: Disponível em: <http://pedagteceducacao.blogspot.com.br/2015/09/recursos-tecno-
logicos-e-educacao.html>. Acesso em: 1 jun. 2017.
54
 Educação Integral e Novas Tecnologias
A figura do professor não acaba com a chegada das novas tecnologias no 
ambiente escolar. Ele é peça fundamental no processo educativo. Uma máquina 
não possibilita a humanização das relações. Utilizar cadernos, livros, fazer tarefas 
não define o tipo de ensino. As tecnologias servem para auxiliar na pesquisa, na 
comunicação, na interação visual, diminuindo as distâncias geográficas. 
Discute-se muito como as ferramentas tecnológicas podem proporcionar, 
na ação pedagógica, uma comunicação efetivamente dinâmica. Toda essa 
interatividade no ensino deve levar em conta que não basta apenas a utilização 
da informação fornecida por uma máquina. As pessoas recebem informações 
e, se não têm desenvolvido a criticidade sobre determinado assunto, repetem o 
que veem, o que escutam, o que leem. Esse é o grande equívoco da era digital. 
Qualquer informação verídica ou não é repassada pelos meios de comunicação 
numa velocidade assustadora.
Contudo, a informática no ambiente escolar não pode ser resumida nas 
técnicas de digitações e sim um recurso que auxilie o professor durante a 
aprendizagem. As tecnologias são instrumentos e não base de atuação dos 
professores. As TICs precisam estar articuladas à ação pedagógica e a ação 
pedagógica precisa levar em conta os saberes construídos pelos alunos. 
Este é um importante momento de repensar o currículo e reavaliar as 
práticas pedagógicas. Pozo (2009) enfatiza a importância de modificar as práticas 
pedagógicas, para acompanhar a evolução do mundo. É preciso um novo jeito 
de ensinar. Precisamos provocar o professor para que ele analise sua prática e 
reveja suas concepções em relação à formação humana. Pretto (2000, p.107) 
corrobora dizendo que:
[...] a escola ainda é o centro do saber. [...]. Hoje, com os novos 
recursos tecnológicos, as informações estão fora da escola. No 
entanto, o saber não! A sistematização de todo esse mundo de 
informações ainda exige um espaço – físico, sim – com profes-
sores fortemente qualificados para viabilizar as suas sínteses 
e as suas críticas.
Sabemos que todo esse avanço tecnológico está trazendo novas 
possibilidades para o professor inserir um trabalho com as multimídias. No 
entanto, está gerando um grande impacto para a educação, pois ainda não está 
claro para os professores de que forma as ferramentas tecnológicas podem 
auxiliar na prática pedagógica. As novas tecnologias

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