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EDUCAÇÃO INTEGRAL E NOVAS TECNOLOGIAS Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autoria: Rosane Cristina Coelho Pisa CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Ivan Tesck Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz Prof.ª Tathyane Lucas Simão Prof. Ivan Tesck Revisão de Conteúdo: Maria Aparecida de Oliveira Silva Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2017 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 371.33 P673e Pisa, Rosane Cristina Coelho Educação integral e novas tecnologias / Rosane Cristina Coelho Pisa. Indaial : UNIASSELVI, 2017. 124 p. : il. ISBN 978-85-69910-63-3 1.Tecnologia Educacional. I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. Rosane Cristina Coelho Pisa Graduação em Ciências Biológicas, pelo Centro Universitário Leonardo Da Vinci / SC, 2008; Graduação em Pedagogia pela Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC, 2006 Florianópolis. Especialização em Gestão e Tutoria pelo Centro Universitário Leonardo Da Vinci / SC em 2011; Especialização em Práticas Pedagógicas Multidisciplinares e Gestão Escolar pela Faculdade de Administração, Ciências, Educação e Letras, AUPEX/ SC, 2005. Atua como professora na Graduação e como Tutora Interna da Pós- Graduação do Centro Universitário Leonardo Da Vinci- Indaial- SC. Sumário APRESENTAÇÃO ........................................................................... 7 CAPÍTULO 1 As Novas Tecnologias na Educação: uma Aprendizagem Significativa .................................................................................. 9 CAPÍTULO 2 O Professor Frente às Novas Tecnologias Digitais ............. 45 CAPÍTULO 3 Novas Competências Didáticas x Tecnologia Digital Interativa ...................................................................................... 83 APRESENTAÇÃO Estamos diante de uma sociedade em escala global que vem passando por inúmeras transformações, principalmente na área da informação e comunicação. A tecnologia vem adquirindo cada vez mais espaço, principalmente no contexto educacional, e com isso, exigindo das escolas, metodologias pedagógicas que promovam a aprendizagem dos alunos de forma mais lúdica e interativa. A questão que se coloca para a educação é: Como utilizar as ferramentas tecnológicas para diversificar as estratégias de ensino? Ao que nos parece é um dos desafios para os professores integrá-las como instrumentos de aprendizagem. Para compreender este contexto, abordaremos no capítulo 1, a evolução da tecnologia ao longo das décadas e a forma como a educação foi aperfeiçoando a transmissão do saber. Podemos verificar que o uso das ferramentas tecnológicas trouxeram possibilidades de ampliar e diversificar a prática pedagógica em sala de aula. No entanto, é importante destacar que apenas inserir as tecnologias na escola não basta para a aprendizagem. São necessárias mudanças estruturais no sistema escolar e principalmente investimentos na formação do professor. No capítulo 2 será tratada a questão das melhorias nas práticas pedagógicas para oferecer um ensino que contemple a formação do ser humano na sua totalidade. O professor precisa ter uma formação que permita refletir como articular a utilização das tecnologias da informação e comunicação – TICs – com os espaços em sala de aula. Uma formação que possibilite novas formas de comunicação e expressão, produzindo novas informações no contexto da cultura digital, a fim de tornar as aulas mais atraentes e participativas. No capítulo 3 abordaremos os diferentes ambientes virtuais de aprendizagens. O professor precisa aprender a gerenciar esses novos espaços e integrá-los a sua prática pedagógica de forma interativa e inovadora. Precisamos buscar um novo jeito de educar, um olhar diferenciado com as crianças e jovens, um novo jeito de fazer educação. Para atender a este contexto, a educação integral é vista como uma oportunidade para o desenvolvimento das diversas dimensões do ser humano. Uma educação que priorize o papel do aluno como protagonista do processo de ensino e aprendizagem, oferecendo atividades que possibilitem novas formas de comunicação e expressão. É preciso que as aprendizagens sejam dinâmicas e articuladas com os objetivos da educação. Uma educação integral que traga significados ao aluno, para que tenha interesse em aprender e participar deste mundo em transformação. A autora. CAPÍTULO 1 As Novas Tecnologias na Educação: uma Aprendizagem Significativa A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Refletir sobre o uso das novas ferramentas tecnológicas para a construção do conhecimento. � Identificar se os recursos tecnológicos utilizados em sala de aula, quando empregados de forma coerente, proporcionam situações de ensino e aprendizagem. 10 Educação Integral e Novas Tecnologias 11 As Novas Tecnologias na Educação: uma Aprendizagem Significativa Capítulo 1 Contextualização A escola como espaço de produção e construção do saber vem, ao longo das décadas, fazendo uso das novas tecnologias, pois estamos trabalhando na perspectiva da Educação Integral na busca de uma formação plena do aluno, possibilitando o desenvolvimento das diversas dimensões humanas, entre elas as diferentes formas de expressão e comunicação no contexto da cultura digital. E esse é um dos grandes desafios hoje da educação. [...] a aprendizagem pode se dar com o envolvimento integral do indivíduo, isto é, do emocional, do racional, do seu imag- inário, do intuitivo, do sensorial em interação, a partir de desa- fios, da exploração de possibilidades, do assumir de respons- abilidades, do criar e do refletir juntos (KENSKI,1996, p. 146). Muitas ações já estão sendo desenvolvidas para que haja mudanças na educação. Contudo, faz-se necessário revermos as concepções enraizadas a respeito da função da escola no século XXI. Para isso é necessária, além de uma reestruturação na escola, uma profunda mudança na sociedade. Nas palavras de Paulo Freire (1991, p. 126): Você, eu, um sem-número de educadores sabemos todos que a educação não é a chave das transformações do mundo, mas sabemos também que as mudanças do mundo são um que-fazer educativo em si mesmas. Sabemos que a educação não pode tudo, mas pode alguma coisa. Sua força reside ex- atamente na sua fraqueza. Cabe a nós pôr sua força a serviço de nossos sonhos. A geração de hoje convive diariamente com as tecnologias digitais, pois elas estão em todo o contexto social. Diante desta realidade, é necessário possibilitar ao professor uma formação para que utilize as diversas mídias de informação e comunicação, de modo eficiente, aperfeiçoando sua prática pedagógica. 12 Educação Integral e Novas Tecnologias A Inserção das Novas Ferramentas Digitais: Possibilidades Para a Educação Figura 1 - As mudanças trazidas pela tecnologia Fonte: Disponível em: <http://www.tecnologiainterativa.com.br/especiais-tecnolo- gia/a-evolu%C3%A7%C3%A3o-tecnologica/>. Acesso em: 16 maio 2017. "Tornou-se chocantemente óbvio que a nossa tecnologia excedeu a nossa hu- manidade". Albert Einstein A história da humanidade é marcada pela criação de invenções e apara- tos tecnológicos. Desde que se tem conhecimento da existência da humanidade, sabemos que o homem desenvolveudiferentes recursos tecnológicos, que mod- ificaram a sua forma de viver. “As tecnologias são tão antigas quanto a espécie humana”. Foi a engenhosidade humana em todos os tempos que deu origem às mais diferentes tecnologias. O uso do raciocínio tem garantido ao homem um pro- cesso crescente de inovações (KENSKI, 2003, p. 20). Diante disso, podemos perceber que as necessidades primitivas possibili- taram o desenvolvimento e a evolução da tecnologia. 13 As Novas Tecnologias na Educação: uma Aprendizagem Significativa Capítulo 1 A evolução social do homem confunde-se com as tecnolo- gias desenvolvidas e empregadas em cada época. Diferentes épocas da história da humanidade são historicamente recon- hecidas, pelo avanço tecnológico correspondente. As idades da pedra, do ferro e do ouro, por exemplo, correspondem ao momento histórico-social em que foram criadas “novas tecno- logias” para o aproveitamento desses recursos da natureza de forma a garantir melhor qualidade de vida. O avanço científico da humanidade amplia o conhecimento sobre esses recursos e cria permanentemente “novas tecnologias”, cada vez mais sofisticadas (KENSKI, 2003, p. 20). Os processos históricos e culturais conduziram a educação ao longo dos anos. A educação das famílias e das comunidades foi marcada por um modelo tradicionalista, que teve diferentes objetivos, mas com a finalidade de atender aos interesses dominantes do país. A chegada da revolução tecnológica trouxe várias mudanças nas relações sociais, na economia, na política e, consequentemente, na educação. As relações interpessoais tornaram-se cada vez mais complexas e um dos pontos-chave que atinge a humanidade é o atual modelo de comunicação e informação. Figura 2 - A comunicação da idade contemporânea Fonte: Disponível em: <http://literaciadigital.blogspot.com.br/2006/10/escola-pais-e-ger- ao-digital.html>. Acesso em: 11 maio 2017. 14 Educação Integral e Novas Tecnologias As necessidades da sociedade moderna vêm exigindo da escola uma nova forma de trabalhar os conteúdos básicos da educação escolar – conteúdos curriculares, desafiando o docente a utilizar diferentes linguagens de comunicação, entre elas as novas tecnologias da Informação. Porto (2006) destaca que não é necessário que a escola abandone sua clássica função de ensino, nem que substitua todos os conteúdos do currículo, mas que, ao trabalhar os conteúdos e produzir os conhecimentos, precisa fazer uso das diversas formas de comunicação para atender às novas formas culturais. A educação é constantemente questionada quanto ao seu fazer pedagógico e recebe muitas críticas, por apresentar dificuldades em alfabetizar seus alunos e pelas dificuldades em acompanhar as mudanças tecnológicas da sociedade atual. A escola, como um local de construção do saber, tem um importante papel na educação das novas gerações. Enquanto formadora do conhecimento, precisa acompanhar as mudanças, contribuindo de modo eficaz no sucesso de todos os envolvidos nesta relação pedagógica. Paulo Freire, nos seus mais diversos escritos, deixa as suas esperanças para as possíveis transformações sociais, quando diz que: É preciso que a educação esteja – em seu conteúdo, em seus programas e em seus métodos – adaptada ao fim que se persegue: permitir ao homem chegar a ser sujeito, construir-se como pessoa, transformar o mundo, estabelecer com os outros homens relações de reciprocidade, fazer a cultura e a história [...] uma educação que liberte, que não adapte, domestique ou subjugue (FREIRE, 2006, p. 45). As informações, na era globalizada, são propagadas rapidamente e, diante disso, discute-se muito qual é o papel da escola. O processo de sistematização dessas informações, levando o aluno a elaborar novos conhecimentos, é o grande desafio para o professor na educação do século XXI. É fato que atualmente o uso da tecnologia aumentou seu ritmo, mas é importante lembrar que ela se faz presente desde os primórdios, quando o homem surgiu no planeta e começou a desenvolver instrumentos que garantissem a sua morada. Segundo Damásio (2007, p. 45), “a tecnologia pode ser entendida como sendo a soma de um dispositivo, das suas aplicações, contextos sociais de uso e arranjos sociais e organizacionais que se constituem em seu torno”. Se o espaço educativo for entendido como local de construção do conhecimento e de socialização do saber, é necessário que as novas ferramentas digitais façam parte do cotidiano do professor, pois elas possibilitam que novos conhecimentos sejam adquiridos. https://www.oficinadanet.com.br/tags/tecnologia 15 As Novas Tecnologias na Educação: uma Aprendizagem Significativa Capítulo 1 O Avanço das Tecnologias e as Mudanças Impostas para a Atuação do Professor Vivemos num momento em que a sociedade enfrenta um processo de transformação na área da comunicação. A escola está diante de uma nova forma de ensinar. Como não poderia ser diferente, muitas são as discussões sobre como inserir novas tecnologias no contexto escolar, em favor de novas práticas educativas, aperfeiçoando o trabalho do docente. Diante deste novo paradigma, Moran (2000, p. 36) destaca que: A educação escolar precisa compreender e incorporar mais as novas linguagens, desvendar os seus códigos, dominar as possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. E é importante educar para usos democráticos, mais progressistas e participativos das tecnologias, que facilitam a evolução dos indivíduos. Entende-se que é necessário promover habilidades e competências exigidas pelo mercado de trabalho que devem fazer parte das atividades escolares e extracurriculares. A escola, hoje, não é mais a principal detentora do saber. O pa- pel do professor somente como transmissor do conhecimento não tem mais lugar nesse espaço. É mais importante indicar onde o aluno pode encontrar as informações de que necessita para a construção do seu saber e como poderá transformá-las em conhecimento do que ser um repassador dos conteúdos de sua área (SARAIVA, 2004, p. 142). Para a educação está sendo um desafio atender a esta demanda. São muitas informações e diversas fontes de referências no mundo digital. É necessário desenvolver uma capacitação docente, voltada para o desenvolvimento de práticas pedagógicas que empreguem as tecnologias no processo de ensino/ aprendizagem. Possibilitar a utilização dos recursos midiáticos requer do professor a construção de novos conhecimentos e novas formas de pensar o processo ensino-aprendizagem. De acordo com Freire (2003, p. 47), “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou sua construção”. Nesta mesma linha, Moran (2000, p. 36) corrobora dizendo que: 16 Educação Integral e Novas Tecnologias Alfabetização Tecnológica envolve o domínio contínuo e crescente das tecnologias que estão na escola e na sociedade, mediante o relacionamento crítico com elas. Este domínio se traduz em uma percepção global do papel das tecnologias na organização do mundo atual e na capacidade do professor em lidar com as diversas tecnologias, interpretando sua linguagem e criando novas formas de expressão, além de distinguir como, quando e por que são importantes e devem ser utilizadas no processo educativo. A educação escolar precisa compreender e incorporar mais as novas linguagens, desvendar os seus códigos, dominar as possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. E é importante educar para usos democráticos, mais progressistas e participativos das tecnologias, que facilitam a evolução dos indivíduos. Ao trabalhar com as tecnologias educacionais, o professor estará criando possibilidades para o aluno lidar com essas ferramentas tão presentes no seu dia a dia. O mais importante e primordial não é apenas saber utilizar os recursos tecnológicos, mas aprender a pensar, ou seja, aprender a saber e aprendera fazer. Como bem afirma Lorenzato (1995, p. 4): Os recursos interferem fortemente no processo de ensino e aprendizagem; o uso de qualquer recurso depende do conteú- do a ser ensinado, dos objetivos que se deseja atingir e da aprendizagem a ser desenvolvida, visto que a utilização de re- cursos didáticos facilita a observação e a análise de elementos fundamentais para o ensino experimental, contribuindo com o aluno na construção do conhecimento. De acordo com Freire (2000, p. 102): “ensinar exige segurança e competência profissional. [...] Quanto mais penso sobre a prática educativa, reconhecendo a responsabilidade que ela exige de nós, mais me convenço do nosso dever de lutar para que ela seja realmente respeitada”. A tecnologia educacional é entendida como uma opção de se oferecer uma educação contextualizada. Contudo, é necessário promover a alfabetização tecnológica ao professor, inovando sua prática pedagógica. Sampaio e Leite (apud LEITE, 2003, p. 14) trazem o conceito de alfabetização tecnológica: 17 As Novas Tecnologias na Educação: uma Aprendizagem Significativa Capítulo 1 Vamos refletir: Os docentes, muitas vezes, apresentam dificuldades em utilizar as ferramentas digitais para que o aluno possa construir conceitos atendendo às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Entende-se que o grande desafio do professor não é apenas lidar com os recursos tecnológicos, mas desenvolver técnicas adequadas para um aprendizado significativo, que contemple a interdisciplinaridade. Que práticas educativas favorecem o uso das novas tecnologias para a construção de conceitos? Como utilizar a tecnologia para trabalhar os conteúdos de forma interdisciplinar? Em que momento inserir as ferramentas digitais em sala de aula? As inovações tecnológicas estão em todos os campos da sociedade e repercutem diretamente na vida dos alunos. Ensinar com as novas tecnologias exige de todos mudanças nos paradigmas convencionais. Para que a escola possa oferecer uma educação integrada, as mudanças de concepção de ensino devem ser não apenas na forma, mas também no conteúdo. Como já vimos, os recursos didáticos e as propostas pedagógicas norteiam a ação do professor. Assim, as habilidades a serem desenvolvidas pelo docente quanto ao uso da tecnologia não podem estar voltadas apenas em operar tecnicamente com a máquina, mas possibilitar uma aprendizagem comunicativa, pois segundo Moran (2004, p. 23), “[...] aprendemos pelo interesse, pela necessidade. Aprendemos o que é significativo para cada um de nós” 18 Educação Integral e Novas Tecnologias Vamos refletir... De que forma a escola consegue promover uma educação integrada, utilizando as novas possibilidades tecnológicas em diferentes tempos e espaços? Fonte: A autora. Para responder a esta pergunta, vamos discutir as ideias acerca do uso das novas tecnologias num contexto de educação integral integrada, não apenas como um recurso utilizado na prática docente, mas como uma proposta metodológica que traga mudanças no processo ensino-aprendizagem. Quando pensamos em educação integral, estamos nos referindo à noção de integralidade da educação, que não necessariamente esteja voltada para o tempo integral na escola, mas uma proposta educativa preocupada com a formação humana. Uma proposta que vai além da ampliação da permanência do aluno no espaço educativo. Uma proposta que vai além da ampliação da permanência do aluno no espaço educativo. Figura 3 – Tecnologia; Tempo; Espaço 19 As Novas Tecnologias na Educação: uma Aprendizagem Significativa Capítulo 1 Entre os caminhos explicativos para o conceito de Educação Integral pode-se registrar uma perspectiva primeira que focali- za o sujeito e aproxima educação com formação integral. Para os que se referenciam neste ângulo de análise, educação in- tegral supõe o desenvolvimento de todas as potencialidades humanas com equilíbrio entre os aspectos cognitivos, afetivos, psicomotores e sociais. Considera-se aí que, apesar da pre- ponderância eventual de um aspecto, o homem é uno, integral e não pode evoluir plenamente senão pela conjugação de suas capacidades globais (GUARÁ, 2010, p. 2). A Educação Integral institui um novo olhar à escola. Como instituição geradora de conhecimentos, pode contribuir na construção da aprendizagem, criando possibilidades de interação humana e de desenvolvimento pleno ao aluno. Para a construção de uma sociedade democrática, é importante discutir que aprendizagens a escola deve oferecer para contribuir na construção de conhecimentos, atitudes e valores. É possível pensarmos numa escola em tempo integral, sem a concepção de uma educação integral? Qual deve ser o modelo ideal de escola de tempo integral que vai além do contraturno? É possível oferecer uma educação integral integrada sem a ampliação de carga horária? Partindo do ponto de que a educação integral traz possibilidades para a melhoria da qualidade do ensino, o espaço educativo deve possibilitar uma educação integral que vise à reestruturação das propostas didático-metodológicas, que oportunize ao educando o acesso aos diversos recursos, promovendo um ensino prazeroso, por meio da experimentação e da pesquisa. É necessário investir nos professores, com qualidade na formação inicial, melhores salários e condições de trabalho para que possam desempenhar a sua função. Construir uma educação integral é uma tarefa social, que cabe a todos da sociedade. É necessário investir nos professores, com qualidade na formação inicial, melhores salários e condições de trabalho para que possam desempenhar a sua função. 20 Educação Integral e Novas Tecnologias A Educação Integral exige mais do que compromissos: impõe também, e principalmente, projeto pedagógico, formação de seus agentes, infraestrutura e meios para sua implantação. Ela será o resultado dessas condições de partida e daquilo que for criado e construído em cada escola, em cada rede de ensino, com a participação dos educadores, educandos e das comuni- dades que podem e devem contribuir para ampliar os tempos e os espaços de formação de nossas crianças, adolescentes e jovens na perspectiva de que o acesso à educação públi- ca seja complementado pelos processos de permanência e aprendizagem (BRASIL, 2009, p. 6). Entretanto, para que isso se torne viável é preciso o envolvimento de todos os seus atores (estudantes, professores, pais e comunidade), para que estejam comprometidos em realizar as mudanças na construção de um plano de ações coletivas, que possibilite o desenvolvimento integral do educando, reconhecendo o valor social da educação. Guará (2010, p. 65 e 81) destaca que: Educação Integral com direito de cidadania supõe uma oferta de oportunidades educativas na escola e além dela, que pro- movam condições para o desenvolvimento pleno de todas as potencialidades da criança e dos jovens. Nesta perspectiva, a escola abre-se, permitindo que outros atores possam partici- par da relação de ensinar e aprender, pois possuem saberes e conhecimentos que podem e devem ser compartilhados. Apre- sentando assim uma nova maneira de ser escola, mudando seu cotidiano, sua organização e seu currículo. A educação integral vai além da ampliação do tempo. Ela busca a construção de aprendizagens e conhecimentos contextualizados. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBN – nº 9.394/1996, “a Educação Integral é o aumento progressivo da jornada escolar na direção do regime de tempo integral, valorizando as iniciativas educacionais extraescolares e a vinculação entre o trabalho escolar e a vida em sociedade”. Para complementar este tema que vem permeando a nossa conversa até agora, apresentamos os três pilares no qual Educação Integral Integrada se baseia. 21 As Novas Tecnologias naEducação: uma Aprendizagem Significativa Capítulo 1 Figura 4 - A educação integral baseada nos seus três pilares Fonte: Disponível em: <http://porvir.org/e-quem-faz-os-comos-da-educacao-inte- gral/20130906/>. Acesso em: 21 maio 2017. Quando a Educação Integral for entendida como um instrumento que pode ser utilizado para modificar a história, favorecendo a conscientização planetária e o ser humano entendido como autor de sua própria história, com capacidade de gerir novas ações significativas, ela se fortalecerá e encaminhará para uma nova época. Segundo Cury (2003, p. 148), “A tarefa mais importante da educação é transformar o ser humano em líder de si mesmo, líder de seus pensamentos e emoções”. É importante compreender que a educação integral só terá sentido se os objetivos propostos garantirem a oportunidade da participação do aluno na construção do conhecimento, para seu desenvolvimento pleno. Mais adiante discutiremos a importância de oferecer ao professor uma formação inicial que promova uma ampla profissionalização para que possa contribuir para uma Educação Integrada. 22 Educação Integral e Novas Tecnologias Antes de adentrarmos a próxima seção, em que discutiremos o Histórico da Evolução da Tecnologia e como ela foi aplicada à educação ao longo das décadas, seguem indicações de livros sobre o assunto tratado até aqui. Educação e novas tecnologias – Glaucia da Silva Brito. Este livro tece seus discursos com uma linguagem clara e objetiva, destacando os importantes subsídios para utilizar a informática na educação, a fim de os professores e pedagogos tornarem seu uso o mais eficaz nas escolas. Novas tecnologias e mediação pedagógica – José Manuel Moran. Esta obra tem por finalidade discutir a introdução da informática na educação. Um dos temas abordados são as propostas de integração e utilização do computador e da internet em sala de aula. Atividades de Estudos: 1) Quando nos referimos à educação integral, o que queremos dizer? Será que toda educação é integral? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ 2) Será que há uma única concepção de educação integral integrada, ou várias concepções? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ 23 As Novas Tecnologias na Educação: uma Aprendizagem Significativa Capítulo 1 O Histórico da Evolução Tecnológi- ca e a Sociedade Contemporânea A escola do século XXI é comandada por professores do sé- culo XX com estruturas do século XIX. José Pacheco As evoluções tecnológicas acompanham o homem desde a Pré-História, o qual vem fazendo uso das ferramentas tecnológicas, desenvolvendo instrumentos para superar as dificuldades e os obstáculos encontrados na natureza. Temos registros na história de que as primeiras manifestações da espécie humana iniciaram por volta de 30.000 a.C. Esse período que existiu antes da invenção da escrita, chamado de Período Paleolítico (Idade da Pedra Lascada), é marcado pela evolução dos hominídeos (Australopithecus ao Homo sapiens), que viviam em cavernas de forma nômade, se deslocando de um lugar para outro em busca de alimentos. A fabricação de ferramentas e utensílios eram feita a partir de pedras lascadas que se destinavam à caça e à coleta de frutos, pois eles não conheciam a agricultura. O homem primitivo registrava as suas pinturas nas paredes das cavernas, por meio da escrita pictográfica, uma forma bem simples de representar os objetos e transmitir os conhecimentos às futuras gerações. Escrita pictográfica: Conjunto de técnicas utilizadas para transmitir uma ideia, um conceito ou um objeto através de desenho (símbolo) figurativo. Essas produções artísticas deixadas por este povo são consideradas as mais antigas formas de comunicação que existem. Elas impressionam muito quanto à complexidade técnica utilizada nessas pinturas, como no nível de elaboração dessas representações. Essa forma de se manifestar é chamada, segundo Lévy (1993, p. 77), de oralidade primária e nos destaca dos animais, pois a utilizamos para nos relacionar e para transmitir as informações. Ainda de acordo com o autor: 24 Educação Integral e Novas Tecnologias A oralidade primária remete ao papel da palavra antes que uma sociedade tenha adotado a escrita, a oralidade secundária está relacionada a um estatuto da palavra que é complementar ao da escrita, tal como o conhecemos hoje. Na oralidade primária, a palavra tem como função básica a gestão da memória so- cial, e não apenas a livre expressão das pessoas ou a comuni- cação prática cotidiana. Hoje em dia a palavra viva, as palavras que “se perdem ao vento”, destacam-se sobre o fundo de um imenso corpus de textos: “os escritos que permanecem”. O mundo da oralidade primária, por outro lado, situa-se antes de qualquer distinção escrito/falado (LÉVY, 1993, p. 77). Figura 5 - A presença da tecnologia na pré-história Fonte: Disponível em: <http://modernidadeartes.blogspot.com.br/2009/03/cavernas-sa- loes-de-arte.html>. Acesso em: 22 maio 2017. No Período Neolítico (Idade da Pedra Polida), o homem já se organizava em aldeias, desenvolvendo a agricultura e domesticando os animais. A fabricação de ferramentas e utensílios utilizados já se apresentava mais sofisticada, sendo feitos com pedra polida. Neste período, o fogo foi descoberto, sendo considerado o ponto principal na evolução tecnológica do homem. Descobriram que o atrito entre duas pedras aumentava a temperatura e produzia calor. Com o passar do tempo, o homem primitivo foi adquirindo novos conhecimentos e aperfeiçoando gradativamente seus saberes e suas técnicas de trabalho, transmitindo-os às gerações futuras, consolidando assim a sua cultura e seus costumes (KENSKI, 2003). De acordo com as necessidades, novas tecnologias foram surgindo, para garantir a existência humana. Diferentes formas de registrar as informações foram 25 As Novas Tecnologias na Educação: uma Aprendizagem Significativa Capítulo 1 criadas, por exemplo, novos sistemas de escrita para a compreensão, substituindo o que estava sendo representado graficamente. A oralidade primária, baseada na memorização e repetição, não era mais suficiente para adquirir e transmitir conhecimento. Diante desta realidade, surge um novo contexto para a escrita. A escrita pictográfica evoluiu para uma escrita ideográfica, que deixa de ser uma representação de figuras e rabiscos, para ser substituída por imagens e figuras que associadas representavam objetos, ideias ou palavras. Se refere à escrita, no período onde a atividade agrícola pre- domina, dizendo que esta dá autonomia ao conhecimento. Eis então a presença de uma nova técnica. Não há mais a neces- sidade presencial do comunicador, informando, observando e orientando seus discípulos. Os conhecimentos são aprendidos não na forma como foram enunciados, mas no contexto em que o escrito é lido e analisado. [...] A comunicação escrita é aprendida por meio de critérios em que predominam a razão e os aspectos cognitivos da personalidade, pretensamente isen- tos da emocionalidade (KENSKI, 2003, p. 36). Figura 6 - O desenvolvimento da agricultura no período neolítico Fonte: Disponível em: <http://odiariodouniverso.blogspot.com.br/2013/08/capitu- lo-10-do-paleolitico-ao-neolitico.html>. Acesso em: 11 maio 2017. A escrita ideográfica surgiu há aproximadamente 6.000 anos, sendo conhecida como hieróglifo egípcio, escrita chinesa, suméria e japonesa. A oralidade primária, baseada na memorização e repetição,não era mais suficiente para adquirir e transmitir conhecimento 26 Educação Integral e Novas Tecnologias Acompanhe conosco mais um pouco da evolução da história da humanidade. No antigo Egito, a escrita era composta por simples figuras, conhecidas por hieróglifos. De acordo com o desenho, as figuras possuíam diferentes objetivos que representavam a escrita. Figura 7 - A expressão da escrita chinesa Fonte: Disponível em: <http://institutomandarim.net/blog3/tag/escrita-chinesa/>. Acesso em: 20 maio 2017. Figura 8 - A expressão da escrita egípcia Fonte: Disponível em: <http://www.aprendahebraico.com.br/infos/info02.php>. Acesso em: 20 maio 2017. 27 As Novas Tecnologias na Educação: uma Aprendizagem Significativa Capítulo 1 A escrita egípcia só foi descoberta em 1799, por uma expedição do imperador Napoleão, que mandou reproduzir e litografar os registros encontrados num bloco de granito negro (estela). Entretanto, somente em 1822 foi decifrada pelo francês Jean-François Champollion, tendo este bloco de pedra recebido o nome de Pedra de Roseta, e que se encontra hoje no Museu Britânico de Londres. Figura 9 - Pedra de roseta Fonte: Disponível em: <http://antigoegito.org/wp-content/uploads/2010/10/pedraroseta. jpg>. Acesso em: 20 maio 2017. Depois do desenvolvimento da escrita ideográfica, outro acontecimento importante foi a progressão para a escrita alfabética, ainda hoje utilizada pela humanidade. O aparecimento do sistema alfabético contribuiu muito para a disseminação do conhecimento. No ano de 150 ocorre a invenção do papel feito pela China. Misturando fibras de árvores com tecidos cozidos e esmagados, resultava num papel de alta qualidade. Os chineses guardaram este segredo durante anos. Este sistema de fabricação, que fazia uso do papiro e do pergaminho, já era utilizado pelo Egito, milênios de anos atrás. A produção do papel na China foi evoluindo, resultando num material didático ainda hoje muito utilizado pela humanidade, o livro. A produção do papel na China foi evoluindo, resultando num material didático ainda hoje muito utilizado pela humanidade, o livro. 28 Educação Integral e Novas Tecnologias Figura 10 - As primeiras invenções do papel Fonte: Disponível em: <http://www.infoescola.com/comunicacao/pergaminho/>. Acesso em: 20 maio 2017. Dez séculos após a chegada do papel na Europa, os livros passaram a ser produzidos em larga escala, graças à invenção da máquina de imprensa desenvolvida por Johannes Gutenberg, em 1440, que possibilitou a divulgação dos escritos, tornando os livros acessíveis a toda a população. Figura 11 - Tecnologia desenvolvida por Johannes Gutenberg, em 1440 Fonte: Disponível em: <http://www.trabalhosfeitos.com/topicos/a-prensa-de-gutenberg/0>. Acesso em: 20 maio 2017. No ano de 1700, os professores precisavam de outros suportes para transmitir o conhecimento aos seus alunos. Surge então nas escolas o quadro- negro, feito de ardósia escura, que é utilizado por nós até os dias atuais. Nele, os professores poderiam colocar todos os conteúdos dos livros ou uma parte deles, para que os alunos tivessem contato com o conhecimento. 29 As Novas Tecnologias na Educação: uma Aprendizagem Significativa Capítulo 1 Figura 12 - O surgimento do quadro-negro na educação Fonte: Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Blackboard_04143.jpg>. Acesso em: 21 maio 2017. O mundo foi ampliando seu conhecimento científico, dando origem a uma sociedade centrada na informação e na comunicação. Em 1826, a chegada da fotografia permitiu que as lembranças não ficassem na imaterialidade, mas guardadas numa superfície bidimensional. Na educação, elas puderam ser impressas nos livros didáticos como ilustração. Figura 13 - A chegada da máquina fotográfica Fonte: Disponível em: <https://rlv.zcache.nl/het_antiek_man_van_de_camera_1918_post- er- dbfe57061d714a4b8139f2485b0256c0_a6h9e_8byvr_324.jpg>. Acesso em: 21 maio 2017. A fotografia permitiu o desenvolvimento de outros recursos didáticos, como a televisão (1926), o projetor de transparências (1944), o projetor de slides (1961), que foram de grande importância para a disseminação do conhecimento. Esses 30 Educação Integral e Novas Tecnologias recursos audiovisuais são utilizados na educação e ainda estão presentes na didática do professor. A década de 1990 é considerada a Era Digital para a educação. As escolas começam a utilizar os computadores para melhorar o ensino. Em 1995, a internet passa a ser utilizada por um grande número de pessoas. Você pode perceber que com o passar do tempo o homem evoluiu, desenvolvendo variadas técnicas para melhorar a vida em sociedade. Este processo de evolução passou por várias etapas, possibilitando que as tecnologias desempenhassem um importante papel na comunicação coletiva. Apresentaremos a seguir algumas invenções que marcaram a evolução da tecnologia ao longo dos anos. Observe como ocorreu este processo. Figura 14 – Ano 1963 Fonte: Disponível em: <https://goo. gl/RhDqWj>. Acesso em: 20 maio 2017. Figura 15 - Ano 2013 Fonte: Disponível em: <https://blog- doeli.wordpress.com/tag/vetor/>. Acesso em: 20 maio 2017. Figura 16 - Ano 1963 Fonte: Disponível em: <https://goo. gl/4faMGY>. Acesso em: 20 maio 2017. Figura 17 - Ano 2013 Fonte: Disponível em: <https://goo. gl/x2MF7i>. Acesso em: 20 maio 2017. 31 As Novas Tecnologias na Educação: uma Aprendizagem Significativa Capítulo 1 Figura 18 - Ano 1963 Fonte: Disponível em: <https:// goo.gl/EvKyXv>. Acesso em: 20 maio 2017. Figura 19 - Ano 2013 Fonte: Disponível em: <https://goo. gl/WZQSnX>. Acesso em: 20 maio 2017. Figura 20 - Ano 1963 Fonte: Disponível em: <http://khon- san.chaiyaphum.doae.go.th/>. Aces- so em: 20 maio 2017. Figura 21 - Ano 2013 Fonte: Disponível em: <https://goo.gl/ yv6HdD>. Acesso em: 20 maio 2017. Tratando-se do ambiente escolar, as mudanças ocorreram de forma lenta, pois a escola ainda vem resistindo ao tempo. Uma das tecnologias ainda presente e muito utilizada nos dias de hoje é o quadro-negro. Observe as imagens selecionadas a seguir que mostram o ensino do ano de 1200 e o ensino nos dias atuais. 32 Educação Integral e Novas Tecnologias Figura 22 - O uso do quadro-negro antigamente Fundada em meados de 1200, a Universidade de Paris foi aprimeira universidade europeia da história e continua ativa até os dias de hoje, com mais de 800 anos de idade. Fonte: Disponível em: <http://clickea- prenda.uol.com.br/portal/mostrarConteu- do.php?idPagina=31754>. Acesso em: 21 maio 2017 Fonte: Disponível em: <https://goo.gl/ rA7dyT>. Acesso em 21 maio 2017. Figura 23 -O uso do quadro- negro nos dias atuais O que realmente mudou? Caro pós-graduando, você pode perceber que a época em que vivemos é a mais revolucionária da história. Muitas invenções e grandes progressos tecnológicos mudaram radicalmente o mundo e a forma de as pessoas viverem e de se relacionarem. Ao fazer esta viagem ao passado, podemos constatar que as tecnologias sempre fizeram parte da vida das pessoas e sempre estiveram presentes em todos os lugares e em todos os momentos da história. No entanto, mesmo com a implementação em massa da tecnologia, muitas práticas consideradas tradicionais têm sua validade. O importante, seja utilizando recursos modernos ou não, é revermos as concepções enraizadas sobre o processo ensino-aprendizagem. É de suma importância salientar este ponto. Posso utilizar recursos midiáticos, como professor, e ser repassador de informações, não possibilitando a construção do conhecimento ao meu aluno. De acordo com os PCN (BRASIL, 2000, p. 11-12): As novas tecnologias da comunicação e da informação per- meiam o cotidiano, independentemente do espaço físico, e 33 As Novas Tecnologias na Educação: uma AprendizagemSignificativa Capítulo 1 criam necessidades de vida e convivência que precisam ser analisadas no espaço escolar. A televisão, o rádio, a informática, entre outras, fizeram com que os homens se aproximassem por imagens e sons de mundos antes inimagináveis. [...] Os siste- mas tecnológicos, na sociedade contemporânea, fazem parte do mundo produtivo e da prática social de todos os cidadãos, exercendo um poder de onipresença, uma vez que criam formas de organização e transformação de processos e procedimentos. O mundo atual busca uma educação que possibilite a todos não apenas acesso às informações, mas a filtração delas e a construção de novos conhecimentos. Os recursos tecnológicos são indispensáveis para atender às demandas contemporâneas, mas é necessário repensar a prática pedagógica adotada pelo professor para tratar os problemas de concepção do processo ensino-aprendizagem. As tecnologias apresentam-se como uma nova perspectiva, para novos espaços da construção de conhecimento (PRETO, 1996). O que se pretende é alcançar uma compreensão da influência tecnológica no contexto educacional. É importante fazermos uma avaliação crítica quanto à sua contribuição histórica e sua função social, para compreendermos qual é o sentido da tecnologia, e seu papel na educação. Prezado acadêmico! A partir dessas reflexões, na próxima seção vamos discutir o desafio posto ao professor na utilização das tecnologias midiáticas e digitais de informação e comunicação, pois não são apenas novos recursos a serem utilizados, mas uma verdadeira transformação que transpassa os muros da escola. Atividades de Estudos: 1) Como podemos educar integralmente nossas crianças e jovens diante desse cenário ainda muito presente nas escolas? ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ 2) Diante deste contexto, de que nos servem todas essas ferramentas tecnológicas em benefício da educação? _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ 34 Educação Integral e Novas Tecnologias As Contribuições das Novas Tecno- logias Para uma Prática Contextual- izada A progressiva propagação da tecnologia é um fenômeno que provoca profundas mudanças em todas as dimensões da sociedade. Essas mudanças têm impactado diretamente na educação, pois estamos vivendo um período em que as informações são atualizadas a cada instante e a sociedade exige das instituições de ensino mudanças significativas quanto ao uso das novas ferramentas digitais no espaço educativo. A função social da escola na proposta de uma educação integral e integradora é a formação humana em primeiro lugar e, depois, a de instrumentalizar o aluno para que possa ser inserido no trabalho. O professor, como parte do processo ensino-aprendizagem, tem que ter formação para poder interagir com os alunos. É um desafio para a escola pensar na tecnologia como uma ferramenta indispensável para o ensino. O que antes era transmitido de forma tradicional e conservadora, realizado por meio da oralidade e da imitação, hoje se espera um ensino dinâmico, delineado e apoiado nas ferramentas digitais. Nesta linha, Moran (2004, p. 14) diz que “o novo professor tem que aprender a gerenciá-las e integrá-las ao seu ensino”. A chegada das novas tecnologias impõe não apenas mudanças na prática pedagógica, mas em todo o funcionamento da escola. “Não basta, portanto, introduzir na escola o vídeo, a televisão, o computador ou mesmo todos os recursos multimidiáticos para fazer uma nova educação. É necessário repensá-la em outros tempos, porque é evidente que a educação numa sociedade dos mass media, da comunicação generalizada, não pode prescindir da presença desses novos recursos. Porém, essa presença, por si só, não garante essa nova escola, essa nova educação” (PRETO, 1996, p. 112. Tem sido frequentemente discutido, nas pesquisas em educação, que algumas atividades pedagógicas quase não contemplam o uso das tecnologias em sala de aula. No entanto, essas ferramentas estão disponibilizadas para o professor? A entidade mantenedora oferece e mantém em funcionamento estes equipamentos? 35 As Novas Tecnologias na Educação: uma Aprendizagem Significativa Capítulo 1 Algumas formações científicas oferecidas aos profissionais ainda estão fundamentadas na responsabilidade do professor em garantir a aprendizagem, ao invés de possibilitar que o aluno construa o próprio saber. O professor, ao utilizar as várias tecnologias e procedimentos metodológicos, precisa criar novas metodologias de ensino que estejam relacionadas com realidade da escola e de seus protagonistas, articulando o senso comum ao saber mais sistematizado. Eis a questão: O que cabe então aos professores? Diante de tanta tecnologia, cabe aos professores um olhar mais sensível na prática pedagógica para uma mudança na percepção da aprendizagem. Para Moran (2000, p. 32): Não se trata de receitas, porque as situações são muito diversificadas. É importante que cada docente encontre sua maneira de sentir-se bem, comunicar-se bem, ajudar os alunos a aprender melhor. É importante diversificar as formas de dar aula, de realizar atividades, de avaliar. Caro pós-graduando! Antes de dar continuidade ao assunto, sugerimos que leia este texto de Rubem Alves. Este escritor mineiro faz magia com as palavras. É considerado um dos intelectuais mais respeitados, por abordar a educação de uma forma mais humanística. Ele propõe que o educador tenha um olhar “manso” com seus alunos para compreender as suas respectivas especificidades. Enquanto a sociedade feliz não chega, que haja pelo menos fragmentos de futuro em que a alegria é servida como sacramento, para que as crianças aprendam que o mundo pode ser diferente. Que a escola, ela mesma seja um fragmen- to do futuro, [...]. Diante de tanta tecnologia, cabe aos professores um olhar mais sensível na prática pedagógica para uma mudança na percepção da aprendizagem. 36 Educação Integral e Novas Tecnologias A ARTE DE EDUCAR – RUBEM ALVES “Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu”. O educador diz: “Veja”! e, ao falar, aponta. O aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico interiormente… E ficando mais rico interiormente, ele pode sentir mais alegria – que é a razão pela qual vivemos. Já li muitos livros sobre Psicologia da Educação, Sociologia da Educação, Filosofia da Educação… Mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à Educação do Olhar. Ou à importância do olhar na educação, em qualquer um deles. A primeira tarefa da Educação é ensinar a ver… É através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo… Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria aumente. A educação se divide em duas partes: Educação das Habilidades e Educação das Sensibilidades. Sem a Educação das Sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido. Os conhecimentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver. Quero ensinar às crianças. Elas ainda têm olhos encantados. Seus olhos são dotados daquela qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento: a capacidade de se assombrar diante do banal. Para as crianças tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o voo dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eruditos não veem. Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos – mas esqueci. E nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore… Ou para o curioso das simetrias das folhas. Parece que naquele tempo as escolas estavam mais preocupadas em fazer com queos alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas apontam. As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos. Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem… O ato de ver não é coisa natural. 37 As Novas Tecnologias na Educação: uma Aprendizagem Significativa Capítulo 1 Precisa ser aprendido. Quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo e o mundo aparece refletido dentro da gente. São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver. Elas não têm saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da vida. “Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança, jamais será sábio”. Rubem Alves Fonte: Disponível em: <https://psicologiaacessivel.net/2015/07/15/a-arte- de-educar-um-lindo-texto-de-rubem-alves/>. Acesso em: 20 maio 2017. A educação requer mudança de paradigma na forma de pensar e preparar os professores. Algumas escolas ainda continuam insistindo em metodologias de ensino ultrapassadas que priorizam aulas expositivas. É possível que as consequências deste ensino se reflitam na sala de aula, causando problemas de aprendizagem e desmotivação por parte dos alunos. Essas deficiências decorrem desta abordagem ainda tradicional que vem sendo praticada, comprometendo o ensino. Diante disso, é preciso uma formação inicial dos professores, que tenha como objetivos garantir competência técnica e pedagógica para que educandos possibilitem aos alunos atuar em busca de uma sociedade justa e igualitária. Para isso, de acordo com Martins (2010, p. 20), a educação requer: [...] um modelo de formação alternativo, no qual a construção de conhecimentos se coloque a serviço do desvelamento da prática social, apto a promover o questionamento da realidade fetichizada e alienada que se impõe aos indivíduos. Que su- pere, em definitivo, os princípios que na atualidade têm nortea- do a formação escolar, em especial a formação de professores. Segundo Kenski (2003), novas formas de ensinar é entender que a inserção da tecnologia requer abordagens diferenciadas, que modifiquem a prática pedagógica. É necessário que o professor tenha uma gama de conhecimentos, tanto para ensinar os conteúdos específicos quanto para aproveitar os materiais didáticos e pedagógicos e estar preparado para lidar com as novas tecnologias educativas, para que consiga contextualizar o conteúdo científico. Não podemos negar a importância de se propiciar ao professor uma formação tecnológica, mas isso não garante que na sua atuação ele irá utilizá-la para a construção do conhecimento ou somente repassar informações. O conhecimento 38 Educação Integral e Novas Tecnologias é construção de cada pessoa. Os saberes, a instrumentalização, fazer pensar, refletir, analisar, possibilitados pelo professor, vão permitir, se forem significativos para o aluno, que ele construa novos conhecimentos. Vamos refletir um pouco quanto ao questionamento de Moran (2004, p. 15): “O que deve ter uma sala de aula para uma educação de qualidade?” De acordo com Moran (2004, p. 15), precisa fundamentalmente de professores bem preparados, motivados e bem remunerados e com formação pedagógica atualizada. “Isto é incontestável”. E como podemos buscar este novo professor? Como deveria ser a sua preparação? Para que isso aconteça, ele precisa ser motivado, e esta motivação requer esforços também das instituições de ensino que oferecem a sua capacitação. A universidade deve promover meios para seu desenvolvimento profissional. Possibilitar que ele construa o conhecimento por meio de novas metodologias, para que possa lidar com as novas ferramentas digitais tão presentes na sociedade. A tecnologia foi implantada na escola, e o professor está sendo inserido nesta formação. Diante disso, é emergencial que ele acompanhe essas transformações, a fim de garantir um conhecimento contextualizado e uma aprendizagem significativa. O professor da atualidade deve enfrentar o grande desafio que é reconhecer a importância das ferramentas digitais para a promoção de uma boa educação. O desafio que se impõe hoje aos professores é reconhecer que os novos meios de comunicação e linguagens presentes na so- ciedade devem fazer parte da sala de aula, não como dispositi- vos tecnológicos que imprimem certa modernização ao ensino, mas sim conhecer a potencialidade e a contribuição que as TICs podem trazer ao ensino como recurso e apoio pedagógi- co às aulas presenciais e ambientes de aprendizagem no ensi- no a distância (PEÑA, s/d, p. 10). 39 As Novas Tecnologias na Educação: uma Aprendizagem Significativa Capítulo 1 É fundamental o contato do professor com as novas ferramentas tecnológicas, durante a sua formação, pois é neste momento que ele poderá desenvolver estratégias que irão favorecer a construção dos saberes docentes, e conseguir relacionar o que aprendeu na teoria com a prática. É necessário que os conhecimentos adquiridos sejam contextualizados para que ocorra a construção de significados. Saviani (1997, p. 17) destaca que: [...] o trabalho educativo é o ato de produzir, direta e inten- cionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens. Assim o objeto da educação diz respeito, de um lado, à identi- ficação dos elementos culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para eles se tornarem hu- manos e, de outro lado, concomitantemente, à descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objetivo. As mudanças na educação deverão ser em extensão e em profundidade, para que resultem numa formação de docentes com competências para ensinar os alunos a compreender que a teoria e a prática não podem ser entendidas de forma dissociada nem descontextualizada, mas de forma inter-relacionada. Segundo Freire (1987, p. 68): Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educan- do que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tor- nam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os “argumentos de autoridade” já não valem. Em que, para ser-se, funcionalmente, autoridade, se necessita de estar sendo com as liberdades e não contra elas. Só será possível a modificação da prática docente se o professor souber utilizar a tecnologia de forma pedagógica, dinamizando a aprendizagem. Ensino e aprendizagem são processos. O ensino pode ou não propiciar que novos conhecimentos sejam construídos pelo aluno. Assim, a forma de ensinar revela a concepção desse processo pedagógico que influencia na aprendizagem. Para Moran (2000, p. 23), “aprendemos melhor quando vivenciamos, experimentamos, sentimos”. As ferramentas tecnológicas têm exercido um importante papel na aprendizagem. Os alunos estão familiarizados com os meios midiáticos e transitam por eles com desenvoltura. Por isso gostam e se identificam. O grande lance é possibilitar que usufruam dos recursos tecnológicos, para solucionar problemas propostos pelo professor (pesquisas, projetos, resolução de situações). É possível construir práticas pedagógicas a partir da utilização dos meios de comunicação, pois eles contribuem e motivam a busca por novos conhecimentos. Moran (2000) destaca que novas aprendizagens ocorrem da relação entre as experiências de vida dos alunos e os conteúdos ensinados nas escolas. 40 Educação Integral e Novas Tecnologias Para que a escola seja um local de aprendizagens significativas, o docente deve desenvolver um trabalho de qualidade que priorize mudanças na educação. Aprendizagem significativa é a interação entre conhecimentos prévios e novos conhecimentos, quando estes adquirem significado e/ou reafirmam o que o aluno já sabia. O foco da aprendizagem é a busca da informação significativa, da pesquisa,o desenvolvimento de projetos e não predomi- nantemente a transmissão de conteúdos específicos. As aulas se estruturam em projetos e em conteúdos. A Internet está se tornando uma mídia fundamental para a pesquisa. O acesso instantâneo a portais de busca, a disponibilização de artigos ordenados por palavras-chave facilitaram em muito o acesso às informações necessárias. Nunca como até agora profes- sores, alunos e todos os cidadãos possuíram a riqueza, varie- dade e acessibilidade de milhões de páginas web de qualquer lugar, a qualquer momento e, em geral, de forma gratuita (MO- RAN, 2000, p. 12). Acompanhe conosco um trecho do livro de Orestes Preti (1996): Feche por uns minutos os olhos e imagine uma escola sem salas de aula, sem paredes, sem carteiras, com estudantes indo e vindo, conversando, lendo em diferentes espaços livres, ora reunidos em equipe, ora desenvolvendo atividades individuais, com horários diversificados para atendimento individual ou em grupos, com calendário flexível, acompanhamento personalizado, sob a orientação de um grupo de educadores, etc. Talvez, você exclamará surpreso: “Esta escola não existe. Quem sabe, num futuro seja possível”! Não estou falando da educação do futuro. Na realidade, estou falando de uma educação real e atual, possível e que está acontecendo em nosso país, sobretudo na modalidade à distância, graças aos avanços das novas teorias da Física, da Biologia, da Psicologia, da Comunicação, da Pedagogia, etc. e às novas tecnologias da comunicação. Fonte: Disponível em: <http://www.uab.ufmt.br/uploads/pcientifica/ fundamentos_e_politicas.pdf>. Acesso em: 22 maio 2017. 41 As Novas Tecnologias na Educação: uma Aprendizagem Significativa Capítulo 1 Diante dessas considerações acerca da relevância quanto ao preparo profissional para a docência, no próximo capítulo abordaremos de forma ampla a importância dos Saberes Docentes na Formação de Professores. Prezado pós-graduando, atualizar e capacitar o professor são ações indispensáveis para atender às exigências do mundo contemporâneo. Diante deste pressuposto, encerramos este capítulo deixando uma reflexão: Sabemos que as novas tecnologias estão invadindo os muros das escolas e das universidades. Com base nesta realidade, como você acha que o professor pode incorporá-las em sua prática pedagógica, não as utilizando apenas para divertir os alunos nem para transmitir conteúdos, mas para motivá-los na busca de conhecimentos novos? Atividades de Estudos: 1) O estudo deste livro discorre sobre o potencial que as novas ferramentas tecnológicas têm para promover a qualidade na educação. Diante disso, quais são os principais obstáculos enfrentados pelos professores para conseguir explorar o potencial desses recursos? _______________________________________________________ _______________________________________________________ ______________________________________________________ _______________________________________________________ Algumas Considerações Nos primórdios da civilização, o conhecimento vivenciado no dia a dia era transmitido de geração a geração, sem a necessidade de uma instituição específica para tal. Com o passar dos anos, a educação foi aperfeiçoando sua transmissão do saber. Somente a partir do século XVIII é que a escola se constitui como instituição, nos modelos que conhecemos nos dias atuais. 42 Educação Integral e Novas Tecnologias A escola da atualidade busca constantemente melhorar as práticas, para oferecer um ensino que contemple a formação do ser humano na sua totalidade. O surgimento das novas tecnologias no contexto escolar desencadeia a necessidade de serem incorporadas como ferramentas no processo de ensino. A escola, como um dos espaços de formação humana, deve viabilizar esses recursos digitais para dinamizar e intensificar o processo de aprendizagem. Os recursos didáticos pedagógicos devem possibilitar que os professores criem estratégias adequadas que representem significados na vida do aluno, para que este consiga relacionar com sua vida e seu dia a dia. Um dos problemas enfrentados pelos professores é proporcionar a aprendizagem utilizando essas ferramentas tecnológicas. Diante disso, é necessário que eles busquem alternativas inovadoras para auxiliar na construção do conhecimento. A formação do professor, neste processo, é indispensável, pois o docente é essencial na educação básica para a promoção do ensino. A utilização dos recursos tecnológicos permite diversificar as atividades e promover o interesse do aluno pela aprendizagem. Diante disso, é necessário que o professor tenha acesso a eles e tenha sido instrumentalizado no seu uso, para uma concepção de ensino-aprendizagem condizente com as propostas da educação integral. Referências BRASIL. Manual de Educação Integral para Obtenção de Apoio Financeiro Através do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE. Brasília, 2009. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio). Brasília: MEC, 2000. CURY, Carlos Roberto Jamil. 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Passo Fundo, RS: UPF Editora, 2004. SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 6. ed. Campi- nas: Autores Associados, 1997. CAPÍTULO 2 O Professor Frente às Novas Tecnologias Digitais A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Possibilitar ao professor o conhecimento do uso das novas ferramentas tecnológicas para a melhoria de seu desempenho pedagógico. � Ressaltar a importância dos saberes docentes e compreender a forma de ampliá-los para oferecer uma prática pedagógica reflexiva. 47 O Professor Frente às Novas Tecnologias Digitais Capítulo 2 Contextualização A sociedade vive momentos de significativas mudanças. Uma dessas mudanças está relacionada com as transformações tecnológicas, que são profundas e rápidas. Para a educação, novas exigências têm sido estabelecidas, principalmente nas escolas, quanto às metodologias adotadas, pois muitas ainda são tradicionais devido à resistência apresentada por alguns professores que realizam práticas rotineiras e mecânicas na sala na aula. Diante disso, entendemos serem necessárias as discussões acerca da utilização das novas tecnologias digitais numa perspectiva de educação integral e uma capacitação docente que possibilite novas formas de ensinar e aprender, propondo ações pedagógicas que vão além da sala de aula. O desafio que é imposto para as escolas é uma prática pedagógica que atenda à formação integral do aluno. Como essas mudanças estão na forma de ensinar e aprender, torna-se necessário reavaliar a formação do professor para a modernização do ensino, pois a questão não são as metodologias a serem adotadas, mas o seu uso crítico, para que proporcione a construção do conhecimento. No entanto, se não houver mudança de concepção de educação para a formação integral do aluno, a utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs não fará diferença. Essa é uma questão a ser levada em conta. Behrens et al. (2007, p. 2) afirmam que: Longe de ser uma mudança tranquila de procedimentos didáti- cos e de opção crítica pela utilização da tecnologia, trata-se de um movimento de mudança paradigmática que é permea- do por questões que exigem um processo de investigação e reflexão aprofundado. Assim, os docentes necessitam agir de maneira reflexiva para não adotarem recursos de forma acríti- ca, descontextualizada dos meios e da repercussão social, econômica, política e cultural no qual estão inseridos. A educação ainda tem um longo caminho a percorrer, pois sabemos que para realizar mudanças, envolve muitas questões educativas e decisões políticas e econômicas. De acordo com Pretto (2008, p. 77), “produzir informação e conhecimento passa a ser, portanto, a condição para transformar a atual ordem social”. 48 Educação Integral e Novas Tecnologias A Prática Docente Frente à Sociedade da Informação e Comunicação Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássa- ros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássa- ros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado. Rubem Alves Esta metáfora de Rubem Alves nos faz refletir sobre o tipo de escola que queremos construir. Por isso, é importante refletir se a didática pedagógica adotada atualmente para ensinar está contribuindo efetivamente para a formação de “escolas que são asas”. Somos frutos de uma geração onde a forma de ensinar sempre esteve voltada para um modelo baseado na racionalidade técnica, no qual era atribuído à escola o papel de transmitir os saberes acumulados historicamente, tendo como pressuposto uma teoria sólida que nortearia a ação. Um ensino tradicional que não possibilitava a participação do aluno na construção do saber, pois os procedimentos adotados já estavam prontos e acabados. O professor foi considerado por muitos anos como a figura central da aprendizagem e o aluno, uma figura meramente passiva. 49 O Professor Frente às Novas Tecnologias Digitais Capítulo 2 Figura 24 - No passado o conhecimento estava centrado na figura do professor Fonte: A autora. A sociedade está vivendo a era da Tecnologia da Informação e da Comunicação (TICs). O mundo vem trazendo possibilidades virtuais de acesso a todo tipo de informação, possibilitando à população muitas inovações em termos de avanço científico e tecnológico. Informações que precisam de criticidade para serem filtradas. A incorporação das novas tecnologias tem gerado novas e desafiadoras demandas. As novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) já fazem parte de, praticamente, todos os segmentos da sociedade e estão mudando as relações interpessoais. Atualmente, estamos vivendo um momento de intensa relação entre educação e tecnologia. A cultura e os valores da sociedade estão mudando, exigindo que a educação incorpore no processo de ensino-aprendizagem novos acessos para o conhecimento e novas formas de ensinar, para o processo de formação humana. A chegada da internet, com sua avalanche de informações, está desafiando o professor quanto ao uso das novas ferramentas tecnológicas em sua prática pedagógica. A forma como a escola utiliza as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) como suporte pedagógico está trazendo questionamentos e dúvidas sobre o que ensinar e como ensinar, pois muitos professores não possuem o domínio, e nem estão capacitados para essa nova era digital. 50 Educação Integral e Novas Tecnologias Não é somente introduzir as ferramentas digitais e uma nova prática em sala de aula. Faz-se necessária a mudança de concepção de educação. A educação buscada no XXI é a da formação integral do aluno. Para Imbernón (2010, p. 36): Para que o uso das TIC signifique uma transformação educa- tiva que se transforme em melhora, muitas coisas terão que mudar. Muitas estão nas mãos dos próprios professores, que terão que redesenhar seu papel e sua responsabilidade na es- cola atual. Mas outras tantas escapam de seu controle e se inscrevem na esfera da direção da escola, da administração e da própria sociedade. Hoje, com a perspectiva da Educação Integral, tem-se como proposta uma formação integral que instrumentaliza o aluno para o mundo do trabalho. Essa é a finalidade, preparar o aluno para que possa fazer parte da sociedade, inclusive do mundo do trabalho, com competência. Os conteúdos abordados em sala devem ter significação com a realidade dos alunos para que se sintam motivados a aprender. Convidamos você a fazer a leitura de um trecho do livro de Harold Benjamin, 1977, intitulado “O currículo dos tigres-de-dentes-de-sabre”, apresentado por Ceccon e colaboradores (2009): O CURRÍCULO DOS TIGRES-DE-DENTES-DE-SABRE Esta é a história do primeiro currículo de que se tem notícia, dos bons tempos pré-históricos. Um pensador da tribo Skola observou o trabalho diário dos homens da sua tribo e percebeu que a vida deles se resumia a três tarefas: domar cavalos, pegar peixe com as mãos e espantar com fogo os tigres dentes-de-sabre. Se um jovem soubesse fazer essas três coisas com toda a ciência e a tecnologia já disponíveis, seria um bem-sucedido membro da tribo. O pensador então elaborou um currículo composto dessas três unidades: apanhar peixe com a mão, domarcavalo e espantar os tigres com fogo. Funcionava que era uma beleza e foi replicado por muitos e muitos anos, garantindo o bem-estar e a prosperidade da tribo. 51 O Professor Frente às Novas Tecnologias Digitais Capítulo 2 Porém, o clima começou a mudar, derretendo as geleiras, desbarrancando tudo, e a água ficou turva, tornando impossível a atividade de apanhar peixe com a mão. Os cavalos não gostaram dessa água barrenta e migraram para outras terras mais ao sul. Quanto aos tigres, morreram todos de pneumonia. E o que aconteceu com o currículo? Foi motivo de grandes debates – alguns membros da tribo, mais radicais, achavam que, como se não bastassem todas as mudanças que estavam enfrentando, o currículo devia mudar também! Segue o debate final do texto: “Mas não é possível”, explodiu um dos radicais, “como pode uma pessoa sensata se interessar por atividades tão inúteis”? Qual é o sentido de aprender a pegar peixe com as mãos se não é mais possível fazê-lo? Para que um menino deve aprender a domar cavalos se não há mais cavalos para domar? E por que motivo as crianças deveriam continuar aprendendo a espantar tigres com fogo se os tigres estão completamente extintos?” “Não seja tolo”, disse o mais velho dos Bruxos, sorrindo um meigo sorriso, “não ensinamos a apanhar peixe com as mãos para que se apanhe peixe; ensina-se isso para desenvolver a agilidade de forma geral, que não poderia ser desenvolvida de outra forma”. Não ensinamos a domar cavalos para domar cavalos, e sim para desenvolver a coordenação motora, a velocidade e a força que não poderiam ser aprendidas – você há de concordar – na caça prosaica a antílopes. E não ensinamos a espantar tigres com fogo para realmente espantar tigres – que bobagem! –”, e sim para desenvolver nobreza de caráter e coragem, que serão úteis em todos os outros aspectos da vida de nossos alunos e que não poderiam nunca ser aprendidas na rotina de caçar ursos”. Todos os radicais silenciaram diante da força do argumento. Os Bruxos sabiam o que estavam fazendo. Todos balançaram a cabeça em acordo. 52 Educação Integral e Novas Tecnologias Todos, menos um, o mais radical deles, que ousou um último protesto: “Mas vocês hão de admitir que os tempos mudaram. Não poderiam incluir alguma atividade mais atual? Talvez tenha algum valor educativo!”. Até os outros radicais acharam que ele tinha ido longe demais. Rapaz, que ousadia... falar assim com os Bruxos! Estes ficaram profundamente indignados. Um silêncio sepulcral se estabeleceu. Os doces sorrisos se apagaram. O tom era severo: “Se tivesses alguma educação”, disse finalmente o mais velho dos Bruxos, “saberias que a essência da educação é atemporal”. É algo que permanece e sobrevive às mudanças, assim como uma rocha sólida que se mantém firme no meio da correnteza. “Você precisa aceitar que existem algumas verdades eternas, e o Currículo do tigre-dentes-de-sabre é uma delas”. Fonte: Ceccon et al. (2009, p. 131-132). Esta parábola conta a história de uma sociedade, a qual possuía um currículo escolar composto por três matérias básicas: Pegar peixes com as mãos, domar cavalos e afugentar com o fogo os tigres dentes-de-sabre. Vimos no texto que alguns educadores defendiam mudanças e a substituição por disciplinas mais adequadas para atender às necessidades da sociedade. Outros acreditavam que os seres humanos deveriam desenvolver habilidades técnicas, as quais estavam contidas nessas disciplinas. Outros, ainda, defendiam a necessidade de mantê-las no currículo devido aos seus valores culturais. Frente à análise do texto, vamos refletir um pouco... Os currículos elaborados para as escolas abordam conteúdos curriculares que só na escola são vistos. Se "aprendidos", eles serão utilizados em algum momento da nossa vida. Essa instrumentalização é uma das funções da escola. 53 O Professor Frente às Novas Tecnologias Digitais Capítulo 2 No entanto, a forma de trabalhar do professor esses conteúdos a partir da problematização do contexto do aluno é que faz toda a diferença para a educação. Você percebeu que atualmente o currículo escolar ainda enfrenta dificuldades em realizar mudanças? A escola, não sendo mais o único local em que se concentra o conhecimento, precisa rever as suas práticas educativas. No entanto, será que mudar a prática educativa, abolindo o quadro, o giz, a aula expositiva e substituir pelo quadro digital, pela internet, vai mudar o ensino? Acreditamos que sim. Contudo, para inserir as novas TICs na sala de aula, é preciso ter objetivos claros e orientações específicas. É através do currículo que os esforços pedagógicos se organizam na escola. Diante disso, é preciso mudar a concepção de educação escolar, pois o currículo ganha força quando concebido como eixo articulador das ações educacionais. Com as inovações presentes em todos os campos da sociedade, a nova geração encontra-se rodeada pelas mais diferentes formas de tecnologia, como computadores, notebooks, celulares, televisão, rádio, entre outros, e isso faz com que os alunos cheguem à escola carregados de informação. Figura 25 - A chegada das TICS na educação CÉREBRO ELETRÔNICO BRUNO DRUMMOND UMBERTO! NÃO ESTOU VENDO O SEU DEVER DE CASA POR AQUI! A SENHORA PODE ACESSÁ-LO EM: WWW.UMBERTO.COM.BR/ DEVERDECASA.HTML Fonte: Disponível em: <http://pedagteceducacao.blogspot.com.br/2015/09/recursos-tecno- logicos-e-educacao.html>. Acesso em: 1 jun. 2017. 54 Educação Integral e Novas Tecnologias A figura do professor não acaba com a chegada das novas tecnologias no ambiente escolar. Ele é peça fundamental no processo educativo. Uma máquina não possibilita a humanização das relações. Utilizar cadernos, livros, fazer tarefas não define o tipo de ensino. As tecnologias servem para auxiliar na pesquisa, na comunicação, na interação visual, diminuindo as distâncias geográficas. Discute-se muito como as ferramentas tecnológicas podem proporcionar, na ação pedagógica, uma comunicação efetivamente dinâmica. Toda essa interatividade no ensino deve levar em conta que não basta apenas a utilização da informação fornecida por uma máquina. As pessoas recebem informações e, se não têm desenvolvido a criticidade sobre determinado assunto, repetem o que veem, o que escutam, o que leem. Esse é o grande equívoco da era digital. Qualquer informação verídica ou não é repassada pelos meios de comunicação numa velocidade assustadora. Contudo, a informática no ambiente escolar não pode ser resumida nas técnicas de digitações e sim um recurso que auxilie o professor durante a aprendizagem. As tecnologias são instrumentos e não base de atuação dos professores. As TICs precisam estar articuladas à ação pedagógica e a ação pedagógica precisa levar em conta os saberes construídos pelos alunos. Este é um importante momento de repensar o currículo e reavaliar as práticas pedagógicas. Pozo (2009) enfatiza a importância de modificar as práticas pedagógicas, para acompanhar a evolução do mundo. É preciso um novo jeito de ensinar. Precisamos provocar o professor para que ele analise sua prática e reveja suas concepções em relação à formação humana. Pretto (2000, p.107) corrobora dizendo que: [...] a escola ainda é o centro do saber. [...]. Hoje, com os novos recursos tecnológicos, as informações estão fora da escola. No entanto, o saber não! A sistematização de todo esse mundo de informações ainda exige um espaço – físico, sim – com profes- sores fortemente qualificados para viabilizar as suas sínteses e as suas críticas. Sabemos que todo esse avanço tecnológico está trazendo novas possibilidades para o professor inserir um trabalho com as multimídias. No entanto, está gerando um grande impacto para a educação, pois ainda não está claro para os professores de que forma as ferramentas tecnológicas podem auxiliar na prática pedagógica. As novas tecnologias
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