Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Farmacologia Clínica do Sistema Nervoso Central: Ansiedade - Depressão - Epilepsia - Esquizofrenia Universidade de Caxias do Sul Curso de Farmácia Disciplina de Farmacologia Clínica Prof. Ariane schiavenin Ansiedade Você se considera ansioso? Ansiedade � Na população em geral, ansiedade patológica é condição comum, que tem prevalência de 17% ao correr da vida. � Transtornos de ansiedade ocupam a sexta posição no elenco de distúrbios que acarretam anos vividos com incapacidade. � Nos EUA, a prevalência anual é de 18,1% em adultos, com predominância em mulheres. Ansiedade, o que é? oA ansiedade não é uma doença ou um sintoma de doença, mas sim uma emoção básica, essencial ao desempenho do homem. oEla representa um sinal de alarme a determinado estímulo percebido pelo indivíduo como perigoso. oEm geral, é composta por uma combinação variável de sintomas físicos. oA ansiedade pode ser compreendida como mecanismo evolutivo, isto é, uma ferramenta que nos ajuda a detectar o perigo e adotar as medidas necessárias para lidar com ele. o No entanto, esse recurso adaptativo muitas vezes encontra-se desregulado, causando sofrimento e prejuízo ao desempenho social e/ou profissional. (UFRGS, 2017) Quando a ansiedade se torna patológica? oA ansiedade se torna um transtorno psiquiátrico quando representa emoção desconfortável e inconveniente, surgindo na ausência de um estímulo externo claro ou com magnitude suficiente para justificá-la, e apresenta intensidade, persistência e frequência desproporcionais. oNa grande maioria dos casos, não há como estabelecer uma causa específica aos transtornos de ansiedade. oA interação entre fatores genéticos e ambientais resume a etiologia atualmente proposta e aceita. (UFRGS, 2017) Ansiedade – Consequências oTranstornos de ansiedade geralmente prejudicam a vida diária dos indivíduos, pois muitos deixam de realizar atividades rotineiras por medo das crises ou sintomas. oAfeta a qualidade de vida e diminui o grau de independência. oRompimentos sociais e de relacionamentos e abandono de atividades consideradas prazerosas também podem acontecer. oEstudos epidemiológicos indicam os transtornos de ansiedade como os mais prevalentes dentre os transtornos psiquiátricos. (Costa et al., 2019) Sintomas Dor ou aperto no peito Respiração ofegante ou falta de ar Sudorese Tremores nas mãos ou outras partes do corpo Sensação de fraqueza ou cansaço Boca seca Mãos e pés frios ou suados Náusea Taquicardia Insônia Irritabilidade Medo e preocupação constante (UFRGS, 2017) Efeitos da Ansiedade Ansiedade oApenas 10 - 20% dos pacientes ansiosos vão ao psiquiatra. oOs ansiolíticos, de uma forma geral, não curam a ansiedade = SINTOMÁTICOS oAo restabeleceram um grau de funcionalidade normal, permitem que as causas adjacentes a ansiedade possam ser enfrentadas ou tratadas. oA expressão clínica da ansiedade patológica é variada, em decorrência dos diferentes tipos de transtornos de ansiedade. oNa ansiedade generalizada, comumente ocorrem inquietação, fadiga fácil, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular, dificuldade de controlar temor e preocupação e problemas de sono. oComo consequências, incapacidades social e laboral, pobre qualidade de vida, aumento no risco de suicídio e frequente procura por atendimento médico podem ocorrer, em diferentes graus. (Wannmacher, 2010) Transtornos de ANSIEDADE Transtorno de ansiedade de separação Mutismo seletivo Fobia específica Transtorno de ansiedade social (fobia social) Transtorno de ansiedade generalizada Transtorno de pânico Agorafobia Transtorno de ansiedade induzido por substância/medicamento Transtorno de ansiedade devido a outra condição médica Outro transtorno de ansiedade especificado Transtorno de ansiedade não especificado Classificação dos distúrbios de ansiedade • Ansiedade persistente, generalizada, socialmente pertubadora. • A intensidade, duração e frequencia são desproporcionais ao evento causal. • Pode ser acompanhada de sintomas como fadiga, irritabilidade, tensão muscular, dificuldade de concentração e alteração do sono. • Sintomas ocorrem na maioria dos dias, por pelo menos seis meses. • Farmacoterapia indicada apenas em casos mais graves. (Duncan, BB et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. p. 1087; Wannmacher, 2010) DISTÚRBIO DE ANSIEDADE GENERALIZADA: Classificação dos distúrbios de ansiedade � Recorrência de ataques súbitos de ansiedade intensa, acompanhada de sinais típicos de pânico, como diarreia, palpitação, dor torácica, tremores, sensação de perda de controle e morte iminente. � Como consequência, ocorrem mudanças comportamentais importantes e preocupações persistentes com os mesmos. � Tratamento combinado: pode ser mais eficaz do que tratamento medicamentoso ou psicoterápico isolado, mas não há evidências que tornem essa indicação inquestionável. (Duncan, BB et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. p. 1087; Wannmacher, 2010) DISTÚRBIO DO PÂNICO: Classificação dos distúrbios de ansiedade • Recorrência de ideias, pensamentos, imagens ou impulsos (obsessões) que invadem constantemente a consciência e parecem sem sentido ou repugnantes, sendo frequentemente acompanhados de comportamentos esteriotipados ou ritualísticos (compulsões). • Psicofármacos • Diversos fármacos são igualmente eficazes. • Entre 40% e 65% dos pacientes respondem ao tratamento (redução de 20% a 40% na intensidade dos sintomas). • Tratamento combinado é superior ao medicamento isolado. (Duncan, BB et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. p. 1087; Wannmacher, 2010) DISTÚRBIO OBSESSIVO - COMPULSIVO : Classificação dos distúrbios de ansiedade • Medo irracional, associado com objetos específicos (aranhas, cobras por exemplo) • A terapia de exposição é o tratamento de primeira escolha. Psicofármacos, ISRS podem ser tentados, caso a terapia de exposição não esteja disponível. FOBIA ESPECÍFICA • Medo específico de comportamento inadequado em público. FOBIA SOCIAL • Manifestações de ansiedade não encaixadas nas características já descritas. DISTÚRBIO DE ANSIEDADE ATÍPICO (Duncan, BB et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. p. 1087; Wannmacher, 2010) Classificação dos distúrbios de ansiedade • Relacionado à reexperimentação de eventos traumáticos através de pesadelos ou flash-back. DISTÚRBIO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO: • Relacionado à ocorrência de eventos de estresse agudo. DISTÚRBIO DE ESTRESSE AGUDO: • Por exemplo, hipoglicemia, arritmia cardíaca, emobolia pulmonar. DISTÚRBIO DE ANSIEDADE DEVIDO A UMA CONDIÇÃO MÉDICA GERAL • Por exemplo psicoestimulantes. DISTÚRBIO DE ANSIEDADE INDUZIDO POR SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS (Wannmacher, 2010) Seleção oAs classes farmacológicas mais estudadas nos transtornos de ansiedade são benzodiazepinas, antidepressivos, antipsicóticos e anticonvulsivante. oA escolha do medicamento deve recair sobre um composto com eficácia determinada em ensaios clínicos randomizados, duplo-cego, placebo-controlados. oOutro elemento é o perfil de efeitos indesejáveis. oCusto. oCom base em sua eficácia e boa tolerabilidade, inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) e inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSN) são considerados tratamentos de primeira linha. oSe houver resposta clínica inicial, ao menos moderada, o tratamento deverá continuar por 12 meses, no mínimo. (Diretriz Associação Brasileira de Psiquiatria, 2008) FITOTERAPIA � Em revisão descritiva da literatura, identificaram-se 53 plantas cujo extrato apresentava putativa atividade ansiolítica. � Dessas plantas, 21 foram investigadas em estudos clínicos. Demonstraçãode eficácia em uso crônico ocorreu com: Piper methysticum, Matricaria recutita, Ginkgo biloba, Scutellaria lateriflora, Silybum marianum, Passiflora incarnata, Withania somniferum, Galphimia glauca, Centella asiatica, Rhodiola rosea, Echinacea spp., Melissa officinalis e Echium amoenum. � No entanto, as conclusões provieram de ensaios com pequenas amostras, pequena duração da intervenção e não replicação. A evidência atual não sustenta a indicação de Hypericum perforatum ou Valeriana spp. para nenhum transtorno de ansiedade. � Em geral, a indicação de fitoterapia para transtornos de ansiedade requer maior investigação. BENZODIAZEPÍNICOS oEstão entre os fármacos mais prescritos no mundo; oSurgiram em 1930 –> Para transtorno da ansiedade em 1960; oEfeitos ansiolíticos, relaxante muscular, anticonvulsivante. oTodos os derivados de benzodiazepínicos possuem propriedades farmacológicas semelhantes. oOs benzodiazepínicos são associados com sedação, distúrbios cognitivos (dificuldade de concentração, amnésia), disfunção sexual, disfunção psicomotora, toxicidade comportamental (irritabilidade, agressividade, desinibição). oO uso continuado de benzodiazepínicos induz dependência fisiológica e quando da suspensão, especialmente se abrupta, pode ocorrer uma síndrome de abstinência com sintomas como tremores, ansiedade acentuada, sudorese, câimbras, hipersensibilidade sensorial, inquietude, insônia, cefaleia. (Diretriz Associação Brasileira de Psiquiatria, 2008) Inibidores da Recaptação de Serotonina IRSs � Associados com vários efeitos indesejáveis (sonolência, insônia, ganho de peso, disfunção sexual, boca seca, constipação, piora dos sintomas no início do tratamento, efeitos extrapiramidais, bruxismo, acatisia, movimentos involuntários, náusea, diarreia e sudorese). � Os IRSs inibem enzimas do sistema P 450 do fígado e podem aumentar o nível plasmático de vários compostos, inclusive dos antidepressivos tricíclicos, induzindo interações medicamentosas perigosas. � Apesar de induzirem vários efeitos indesejáveis, os Inibidores da Recaptação de Serotonina (IRSs) são, no presente, considerados uma opção melhor quanto à tolerabilidade do que os tricíclicos ou os benzodiazepínicos . (Diretriz Associação Brasileira de Psiquiatria, 2008) Antidepressivos Tricíclicos � Associados com acentuados efeitos: � Efeitos Anticolinérgicos (boca seca, constipação, efeitos anticolinérgicos centrais – dificuldade de concentração, perturbação da memória–– tonteira, taquicardia, palpitações, constipação, visão turva, retenção urinária), � Instabilidade motora, ganho de peso, disfunção sexual, � Efeitos cardiovasculares (hipotensão ortostática, prolongamento do intervalo QTc), � Efeitos extrapiramidais (acatisia, rigidez, tremores), � Em superdoses, os tricíclicos induzem um quadro gravíssimo de intoxicação, podendo ser letal. (Diretriz Associação Brasileira de Psiquiatria, 2008) Algorítimo como opções para o tratamento de um determinado transtorno de ansiedade. (Diretriz Associação Brasileira de Psiquiatria, 2008) Depressão Depressão � A condição é diferente das flutuações usuais de humor e das respostas emocionais de curta duração aos desafios da vida cotidiana. � Especialmente quando de longa duração e com intensidade moderada ou grave, a depressão pode se tornar uma crítica condição de saúde. � O tratamento inexistente ou ineficaz é preocupante. � Depressão pode levar a suicídio - (cerca de 18%) � Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano - sendo essa a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos. � Nos EUA os custos com a depressão chegam a U$ 16 bilhões de dólares. � O sucesso terapêutico é alcançado em 70 a 80% dos casos. (OMS, 2020) Depressão - Prevalência � Depressão é um trasntorno tratável, porém some 1 em cada 3 pessoas com sintomas depressivos procura atentimento. � A depressão é um transtorno comum em todo o mundo, � Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofram com ele. � De acordo com estudo epidemiológico a prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil está em torno de 15,5%. � A época comum do aparecimento é o final da 3ª década da vida, mas pode começar em qualquer idade. � Estudos mostram prevalência ao longo da vida em até 20% nas mulheres e 12% para os homens. (OMS, 2020) Depressão - Impactos oAumento de morbidade, absenteísmo e reduzido desempenho laboral e escolar. oDiminuição da produtividade dos indivíduos acometidos. o Isso representa ônus econômico, acrescido do custo de consultas, gasto com medicamentos e eventuais hospitalizações. o Importante! o Muitos pacientes acometidos são frequentemente vistos por médicos generalistas, que devem estar alertas para a exteriorização dos distúrbios, desenvolver habilidade diagnóstica e reconhecer adequadas estratégias de tratamento. (Wannmacher, 2012) Depressão � Considera-se que depressão seja ocasionada por menor liberação de monoaminas endógenas nas sinapses de neurônios cerebrais. (Wannmacher, 2012) serotonina norepinefrina dopamina Depressão � Falta de norepinefrina à se relaciona com perda de energia, atenção e interesse pela vida; � Falta de serotonina à explicaria ansiedade, obsessões e compulsões; � Falta de dopamine à se relaciona à redução de atenção, motivação, prazer e interesse pela vida. � O tratamento medicamentoso direciona- se fundamentalmente a essa causação. (Wannmacher, 2012) Depressão - Determinantes Biológicos � Outras explicações biológicas têm sido propostas: � Hiperatividade do eixo hipotálamo-hipófise- adrenal, com aumentada liberação de cortisol; � Alteração de ritmo circadiano; � Privação de luz na depressão sazonal (meses de inverno); � Diminuição de estrógenos na menopausa; � Envolvimento de citocinas e nutrientes essenciais (vitaminas B12 e A, ácido fólico, magnésio e cobre). (Wannmacher, 2012) Hormônio do estresse Depressão – Determinantes Psicológicos � Determinantes psicológicos: � Abordagens farmacológicas e cognitivo-comportamentais para tratamento. (Wannmacher, 2012) traços de personalidade e desenvolvimento emocionalidade negativa falta de autoestima Seleção � Os antidepressivos de uso corrente têm similar eficácia quando comparados entre si, � Similar velocidade de início de resposta clínica (duas a três semanas de latência). � Contudo, diferem quanto à incidência de efeitos indesejáveis, a qual costuma ser menor nos agentes mais seletivos (ISRS, por exemplo). (Wannmacher, 2012) Seleção • Eficácia • Segurança • Tolerabilidade • Toxicidade em superdosagem • Resposta prévia do paciente ou de um familiar a um determinado agente • Experiência do médico no manejo de um dado representante • Custo (Wannmacher, 2012) Tratamento Medidas não farmacológicas Medidas farmacológicas Tratamento � A Rename 2020 contempla representantes dos tricíclicos (ADT). � Inclui fluoxetina, inibidor seletivo da recaptação de serotonina. � Ainda lista carbonato de lítio, predominantemente considerado como medicamento antimania, mas que também é usado em depressão de pacientes com distúrbio bipolar. Entre tantas opções farmacológicas, o que levou esses medicamentos a serem incorporados e os demais não? AGENTES ANTIDEPRESSIVOS EFEITOS ADVERSOS ATRIBUÍDOS ISRS CITALOPRAM ESCITALOPRAM FLUOXETINA PAROXETINA SERTRALINA Disfunção sexual, disfunção GI, tremor, insônia ISRSN DESNELAFAXINA DULOXETINA VENLAFAXINA Semelhante aos ISRS, sudorese, tontura, hipertensão TRICÍLCIOS AMITRIPTILINA CLOMIPRAMINA NORTRIPTILINA IMIPRAMINA DOXEPINA Sedação, tremores, visão turva, hesitação urinária, ganho de peso, transtorno sexuais. INIBIDORES DA MAO FENELZINA SELEGILINA TRANSDÉRMICA TRANILCIPROMINA Ganho de peso, transtornos sexuais, transtorno do sono AGENTES ATÍPICOS BUPROPIONA MIRTAZAPINA TRAZODONA Bupropiana: estimualação de SNC, convulsões em doses elevadas Mirtazapina:ganho de peso, sedação Trazodona: sedação, tonturas, priapismo (Toy, et al., 2015) Epilepsia Epilepsia oCrise epiléptica é a ocorrência transitória de sintomas e sinais devidos à atividade anormal, excessiva e sincrônica dos neurônios cerebrais. o Pode acontecer no contexto de situação transitória, em que as crises são provocadas e configuram apenas mais uma das manifestações (p. ex., traumatismo cranioencefálico, encefalite, intoxicações medicamentosas, distúrbios metabólicos) ou osão expressão principal de doença recorrente – a epilepsia. oGeralmente é acompanhada pela perda da consciência. oPrevalência de 0,5 a 0,6% da população. (Wannmacher, 2017) Epilepsia – Classificação � É conduta comum aguardar pelo menos 2 anos após se obter o controle total das crises, para empreender descontinuação gradual dos antiepilépticos. (Wannmacher, 2017) Genética: • epilepsia não relacionada a lesões estruturais, mas com predisposição genética preponderante. Estrutural-metabólica: • representam os casos claramente causados por lesões estruturais cerebrais ou distúrbios metabólicos, infecciosos ou autoimunes envolvendo o encéfalo. Desconhecida: • epilepsia que não fecha critérios para as duas categorias anteriores. Epilepsia SINTOMAS • espamos incontroláveis; • lábios azulados; • inconsciência; • salivação abundante; CAUSAS • hemorragias • intoxicação por produtos químicos; • falta de oxigenação no cérebro; • efeitos colaterais provocados por medicamentos; • doenças como tétano, meningite e tumores cerebrais. Seleção � Nas últimas décadas observou-se o surgimento de numerosos antiepilépticos, mas se questiona o quanto (e se) estes medicamentos são mais eficazes que os anteriores. � Estudo que avaliou o grau de controle da epilepsia com medicamentos na década de 1980 a 1990 mostrou que 64% dos pacientes ficaram livres de crises. � Em 2000, 86,4% dos pacientes requereram 2 antiepilépticos para obterem este desfecho em pelo menos 1 ano. � Em 2010, a análise foi repetida, descrevendo o mesmo desfecho em 81,3%. � Ou seja, após duas décadas, pouco mudou a taxa de sucesso terapêutico total, apesar do advento de novas opções. (Wannmacher, 2017) Seleção • O objetivo do tratamento é a total supressão das crises, salvo no caso de síndromes epilépticas catastróficas, cuja natureza da doença não permitirá controle total. • Inicia-se preferencialmente com um só medicamento. • Caso não haja sucesso com a monoterapia inicial, recomenda-se a introdução de um segundo fármaco. • A terapia combinada deve ser também instituída gradualmente. • O racional é que o segundo fármaco não pertença à mesma classe que o primeiro, e que também esteja entre os indicados para o tipo de crise/epilepsia. (Wannmacher, 2017) (Wannmacher, 2017) (Wannmacher, 2017) (Wannmacher, 2017) (Wannmacher, 2017) (Wannmacher, 2017) (Wannmacher, 2017) Esquizofrenia Psicoses • Psicoses são diagnósticos sindrômicos que podem decorrer de diversos quadros clínicos. • Classicamente são caracterizadas pela presença de delírios ou alucinações. • Delírios são processos ilógicos do pensamento. • Já alucinações são sintomas que, fenomenologicamente, se apresentam como provenientes da sensopercepção. • Exemplos clássicos são vozes escutadas por indivíduos acometidos por sintomas psicóticos. • Delírios e alucinações podem levar a julgamento prejudicado da realidade, paranoia, hostilidade e risco de agressão. (Wannmacher, 2017) Tratamento! Psicoses � Na prática médica, as formas clínicas mais comuns de transtornos psicóticos em diferentes grupos etários são: � Adolescência (11 a 18 anos): transtornos esquizofrênicos e quadros psicóticos induzidos por substâncias psicoativas (SPA) � Fase adulta (18 a 30 e 31 a 64 anos): transtornos esquizofrênicos, psicoses induzidas por SPA, reações psicóticas induzidas por trauma (na primeira etapa da vida adulta) � Velhice (65 anos ou mais): psicoses devidas a lesão ou disfunção cerebral e doença física orgânica (demência/delirium). Esquizofrenia � Entre os transtornos mentais graves que cursam com psicose, esquizofrenia é o que mais chama a atenção por invariavelmente incluir sintomas psicóticos em sua evolução. � A mais grave e desafiante patologia mental. � É doença mental crônica, caracterizada por distorções do pensamento, delírios bizarros, alterações na sensopercepção, déficits cognitivos e respostas emocionais inadequadas que podem levar o paciente a significativa mudança na qualidade de vida. � Atinge de 1 a 4% da população. (Wannmacher, 2017) Esquizofrenia � Costuma ocorrer no final da adolescência e início da vida adulta, afetando ambos os sexos. � A patologia tende a interferir no desempenho escolar e profissional desses indivíduos; � Ocasionando dificuldades como ingressar na universidade, concluir estudos e assumir posições de trabalho que exijam maior responsabilidade. � O indivíduo, na maioria das vezes, torna-se incapaz de gerenciar sua vida e constitui então um ônus para sua rede social e para o estado. (Wannmacher, 2017) Ezquizofrenia – Diagnóstico Seleção • Antipsicóticos constituem o tratamento de escolha para esquizofrenia, tanto na fase aguda como na de manutenção. Entretanto, sua ação sobre sintomas negativos e cognitivos ainda deixa bastante a desejar. • A presença desses sintomas está diretamente relacionada à piora no funcionamento do indivíduo. • No primeiro episódio psicótico há tendência maior para desenvolvimento de sintomas extrapiramidais induzidos por antipsicóticos. • Por esse motivo, é sugerida menor dose comparada àquelas usadas para tratamento de pacientes em fases mais crônicas. (Wannmacher, 2017) Efeitos Adversos – Antidepressivos Atípicos � Sistema nervoso auton̂omo – Perda da acomodação visual,boca seca, constipação, dificuldade miccional � ↓ ativ muscarínica – Hipotensão ortostática, impotência, retardo no orgasmo � Bloqueio α-adrenérgico � Sistema neuroendócrino – Aumento de apetite – Galactorréia, infertil.,↓ libido Terapias não farmacológicas • Estudos comparam psicoterapia e a combinação psicoterapia + tratamento farmacológico para tratar algumas patologias. • Psicoterapia isolada. • Atividade física. • Hábitos saudáveis. Pergunntas? Dúvidas? Boa noite turma!
Compartilhar