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Letícia Andréa 105 – 3O O que são: Fármacos análogos sintéticos ao hormônio cortisol produzido pelas glândulas suprarrenais Capacidade de suprimir as inflamações agudas ou crônicas que acompanham lesões e diversas doenças Sua administração em doses hiperfisiológicas por tempo prolongado produz distúrbios inflamatórios crônicos Causam modificações químicas na molécula Diferem: Potência relativa Equivalência entre doses Atividade mineralocorticoide Efeitos colaterais indesejáveis Duração da ação Fisiologia da Glândula Adrenal Glândulas que se localizam nos polos superiores dos rins Divide-se em medula e córtex A glândula suprarrenal tem a capacidade de secretar uma grande quantidade hormônios Glicocorticoides: hormônios que vêm da deposição de glicogênio no fígado – cortisol Mineralocorticoides: retenção de cálcio – aldosterona Esteroides sexuais: andrógenos e estrógenos Os únicos com propriedade anti-inflamatórias são os glicocorticoides Produção: córtex suprarrenal Cortisol → camada intermediária/fasciculada Produção de 20 a 25 mg Hormônio Cortisol Também chamado de: adrenocorticosteroide, corticosteroide e corticoide Função sobre o sistema nervoso simpático Ápice da produção das 8 às 10 horas da manhã Pacientes com aversão aos procedimentos odontológicos devem ser atendidos durante esse horário com a finalidade de se ter um maior controle da ansiedade deles Sua produção é regulada pelo hormônio hipofisário adrenocorticotrófico (ACTH) Depende do hormônio liberador de corticotrofina (CRH) produzido pelo hipotálamo Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal Feedback Negativo: O excesso de cortisol leva a inibição da produção de CRH e ACTH. Ansiedade Centros cerebrais superiores Hipotálamo Produção de CRH Tracto hipotálamo- hipofisário Produção e liberação de ACTH Corrente sanguínea Proteína G e adenilato ciclase AMPc e porteína ciclase Ativação de proteínas Liberação de ésteres de colesterol CORTISOL Letícia Andréa 105 – 3O Funções do Cortisol: Alteração do metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos Aumento da concentração sanguínea de glicose e glicogênio hepático Eliminação de nitrogênio urinário e perda proteica Lipídeos concentrados nas costas, ombros, abdome e rosto – obesidade centrípeta Manutenção do equilíbrio hidrostático Reabsorção de Na+ Excreção de K+ e H+ Edema e hipertensão Preservação da função normal de sistemas: Cardiovascular, imunológico, nervoso e endócrino, rins e músculo esquelético Função anti-inflamatória Modulação da resposta corporal ao estresse Por que sentimos tanta dor no Sistema Estomatognático? Inervação pelos pares de nervos cranianos Fibras nervosas muito potentes Presença de grande quantidade de nociceptores Sensibilização, estímulo e hiperalgesia Necessita de mais medicações do que em regiões periféricas do corpo para controle da dor Sinais/sintomas esperados após um procedimento odontológico: 1. Dor 2. Edema 3. Trismo Os corticosteroides agem sobre o edema formado A ação sobre a dor ocorre de maneira indireta Só atua na dor com a administração de doses altíssimas e inviáveis dentro da odontologia Fim da compressão Sensação da fibra nervosa dolorosa Mecanismo de Ação Formação da Inflamação Fosfolipídios Ácido aAaquidônico Ácido 5-HEPTE 5-HETE Leucotrienos PGH2/PGG2 TxA2 PGEA2 PGI2 PGI2 Forfolipase A2 Lipoxigenase s Cicloxigenase s Letícia Andréa 105 – 3O Inibe a formação da fosfolipases A2 ↓ produção do ácido araquidônico ↓ síntese de prostaglandinas (PGs) ↓ leucotrienos (LTs) Inibe também a síntese da cicloxigenase Resulta na inibição da quimiotaxia dos neutrófilos, eosinófilos e monócitos Inibe a permeabilidade capilar, broncoconstrição e das respostas vascular e inflamatória Inibe a produção de eosinófilos, basófilos, monócitos, linfócitos e citocinas Prejudica a fixação as células inflamatórias e seu recrutamento para os sítios de inflamação Farmacocinética Boa absorção pelo TGI, uso tópico e parenteral 90% dos corticosteroides circulantes ligam-se a proteínas plasmáticas, principalmente à α-globulina (transcortina) Metabolização hepática – pode levar a sobrecarga Seu efeito ao longo do tempo apresenta pouca correspondência com a concentração plasmática Principais metabólicos as em na urina: 17- hidroxicorticosteroides e 17-cetoesteroides Indicações Prevenção da hiperalgesia Controle do edema inflamatório Ação anti-inflamatória tópico Analgesia preemptiva Uso de medicação antes do tratamento Procedimentos que provocam edemas Vantagens do Uso Sem efeitos adversos clinicamente significativos Não infete no mecanismo de hemostasia Reduz a síntese de Leucotrienos C4, D4 e E4 – reação lenta da anafilaxia Raras reações adversas Emprego seguro: gestantes, lactantes, hipertensos, diabéticos, nefropatas e hepatopatas Menor relação custo/benefício Efeitos Adversos Neurológicos: insônia, agitação, síndrome de abstinência Infecciosos: infecções oportunistas Vasculares: hipertensão, risco de doença ateriosclerótica Pele e mucosa: atrofia Esqueléticos: menor absorção de Ca++, osteoporose, osteonecrose Musculares: miopatias, atrofia Metabólicos: intolerância a glicose, obesidade, hiperlipidemia Reprodutivos: hipogonadismo Gastrointestinais: úlceras peptídicas Oculares: catarata Uso prolongado (3 a 4 semanas): calvície, equimose, gordura visceral e dorsal, estrias abdominais, acnes e síndrome de Cushing. O que é a Síndrome de Cushing? Alteração metabólica resultante do excesso de corticosteroides, principalmente de cortisol Euforia – problemas psicológicos Pressão intracraniana Catarata Gordura abdominal Necrose avascular no fêmur Formação fácil de machucados Cicatrização pobre Corcunda de búfalo Hipertensão Afinamento da pele Braços e pernas finas Letícia Andréa 105 – 3O Contraindicações Portadores de doenças fúngicas sistêmicas Herpes simples ocular Doenças psicóticas Tuberculose ativa Distúrbios fisiológicos das glândulas adrenais Histórico de hipersensibilidade Suspensão do Uso Uso prolongado: inibe a produção natural de cortisol pela supra-renal Muito tempo de inibição: demora à retomada de produção (até 3 semanas) P aciente em estado de insuficiência suprarrenal: choque circulatório, coma e óbito Retirada do modo lento e gradual – desmame. Função suprarrenal não volta totalmente ao normal. Efeitos Perda de peso Dor e nódulos pruriginosos cutâneos Conjuntivite transitória bilateral Pseudo-reumatismo esteroide (anorexia, náuseas, letargia, dor articular, dor, fraqueza muscular) Principais Fármacos 1. Hidrocortisona Duração: curta Formas: oral, tópica e injetável Hydrocortoone → via oral, 20-240 mg/dia, 5,10 e 20 mg Acetato Hidrocortone → via oral, suspensão, 5-50 mg/dia, 25 a 50 mg/ml Acetato Hidrocortisona → via tópica, 3,35 mg/ml, creme Otosporin → via tópica, solução, 2-3 vezes/dia Softacort → via tópica, solução, 3,35 mg/ml Orabase HCA → via tópica, 2-3 vezes/dia, pasta Glicort → via intramuscular ou endovenosa, 100 e 500 mg, frasco ampola 2. Prednisona Duração: intermediária Forma: oral Deltasone → via oral, 5-60 mg/dia, 1 a 50 mg Orasone → via oral, 5-60 mg/dia, 1 a 50 mg 3. Prednisolona Duração: intermediária Formas: oral e tópica Predsim → via oral, 5-60 mg/dia, 20 a 40 mg Predsim → via oral, 3 mg/ml, líquido Econopred → suspensão 0,12 a 1%, oftálmica, 1-2 gotas Letícia Andréa 105 – 3O 4. TriamcinolonaDuração: intermediária Forma: tópica Omcilon-A Orabase → via tópica, 2-3 vezes/dia, pasta Kenalog Orabase → via tópica, 2-3 vezes/dia, pasta 5. Dexametasona Duração: prolongada Formas: oral, tópica e injetável Decadron → via oral, 0,75-9 mg/dia, 0,25 a 6 mg Decadron-LA → suspensão, 1-5 mg, 8 a 16 mg/ml Decadron-LA → elixir, 0,1 mg/ml Maxidex → sol oftálmico, 0,001 g/ml, tratamento de canal Dexametonal → creme, 1 mg/g Decadron → via intramuscular e endovenosa, 4 mg/ml 6. Betametasona Duração: prolongada. Formas: oral, tópica e injetável. Celestone → via oral, 0,6-7,2 mg/dia, 4mg Valerato de betametasona → via tópica, 1 mg/g, creme Betametasona → 0,1 mg/ml, elixir Garasone: sulfato de gentamicina + fosfato dissódico → via tópica, 1mg/ml, sol oftalmológica/otológica, tratamento de canal Dispropan: dipropionato (A) + fosfato dissódico (O) → via intramuscular, frasco ampola Usos na Odontologia Ulcerações orais Hipersensibilidade pulpar Alterações da ATM Sequelas pós-operatória Anafilaxia e reações alérgicas Fontes: Yagiela JA. et al. Farmacologia e Terapêutica para Dentistas. 6a ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
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