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Epifisiolistese femoral Professor Jonathan Galvão Tenório Cavalcante Epifisiolistese femoral: definição/descrição • Doença de início agudo que afeta o quadril imaturo • Caracterizada pelo deslocamento póstero- inferior da epífise, com a metáfise assumindo uma posição ântero-superior • A lesão é uma fratura de Salter-Harris tipo 1 • Ocorre quando uma força de cisalhamento excessiva é aplicada à cabeça femoral Epifisiolistese femoral: definição/descrição Epifisiolistese femoral: definição/descrição • Acometimentos principais • Fise anormal • Acetábulo e/ou fêmur retrovertidos • Acetábulo com profundidade normal • Deslizamento: instável ou estável • Acometimentos associados • Dano na cartilagem acetabular anterior e no labrum • Comprometimento da circulação local • Todo quadril pós-EF têm impacto acetabulofemoral Características da articulação do quadril • Articulação sinovial • Tipo: bola e soquete • Opera em todos os planos • Relativamente estável, reforçada por cápsulas e ligamentos fortes Epifisiolistese femoral: anatomia clinicamente relevante Articulação do quadril: • Suporta 1/2 do peso corporal, bem como outras forças que agem sobre o corpo • O disco de crescimento femoral está localizado entre a epífise e a metáfise • Há cartilagem do disco epifisário e é mais fraca do que as demais ao redor • É onde ocorre a falha diante de forças excessivas Epifisiolistese femoral: anatomia clinicamente relevante Fise: • Contém células que se dividem • Permite o crescimento ósseo • Sofre ossificação e se funde ao osso proximal e distal Epifisiolistese femoral: Epidemiologia/Etiologia • É a doença do quadril mais comum em adolescentes (10.8 casos/100.000) • Está se tornando ainda mais comum • Pandemia da obesidade • Idade de apresentação: 10 a 20 anos • Macho:Fêmea → 2:1 • Apresentação bilateral: 18 a 50% dos pacientes • Morbidade associada é maior do que se espera: • Geralmente discreta (silenciosa porque cartilagem é insensata) • Muitos pacientes com EF curada têm poucos sintomas porque eles não são muito ativos • Morbidade se acumula progressivamente Epifisiolistese femoral: fatores de risco • Obesidade • Surtos de crescimento • Morfologia anormal do fêmur proximal e do acetábulo • Retroversão femoral > 10º • Fise alta • Radioterapia • Distúrbios endócrinos: • Hipotireoidismo • Excesso/deficiência do hormônio do crescimento • Neoplasias endócrinas • Entre outros Epifisiolistese femoral: Diagnóstico diferencial Outras condições a serem excluídas • Fraturas do fêmur ou de outras estruturas do quadril • Necrose avascular da cabeça femoral • Doença de Legg-Calve-Perthes • Osteomielite • Artrite séptica • Sinovite transitória Epifisiolistese femoral: Procedimentos diagnósticos • Radiografia simples (AP e vista lateral) • Tomografia computadorizada • Ultrassonografia • RNM • Ex de sangue para descartar problemas endócrinos Epifisiolistese femoral: Classificação Estabilidade da fise Estado da fise Aberta Fechada Estabilidade mecânica Incerta independente da capacidade de andar ou duração do sintomas Estável Epifisiolistese femoral: Classificação Grau de deformidade Pré-escorregamento alargamento da fise, sem deslocamento Escorregamento leve até 1/3 de deslocamento ou 30° de inclinação da cabeça femoral Escorregamento moderado deslocamento de 1/3 a 1/2 ou ângulo de escorregamento de 30-60°) Escorregamento grave (> 1/2 deslocamento ou > 60° de ângulo de escorregamento Epifisiolistese femoral: Exame físico • Movimentação passiva • Tipicamente, ↓RI (principal achado) e notável ↑ RE • O movimento é doloroso em todas as direções • Tipicamente, o quadril cairá em RE durante flexão passiva > 90º • A descrição da dor é vaga • Alguma combinação de dor no quadril, joelho, coxa e virilha + marcha antálgica • A dor no joelho pode ser uma dor referida • Observar a marcha: antálgica • Descarga de peso • Presente na maioria dos casos, exceto no escorregamento severo Epifisiolistese femoral: Abordagem terapêutica Logo após o diagnóstico: • Muletas ou cadeira de rodas • Não realizar descarga de peso • Encaminhamento para um cirurgião ortopédico com experiência nessa doença • Objetivo: prevenir a progressão do deslizamento e evitar complicações • Profilaxia no quadril contralateral é controverso, na maioria das vezes contraindicado • Geralmente indicado na obesidade ou problemas endócrinos A EF pode ser tratada e as complicações evitadas ou minimizadas se diagnosticadas precocemente. Na maioria dos casos, a cirurgia é necessária para estabilizar o quadril e impedir que a situação piore. Epifisiolistese femoral: Abordagem terapêutica Epifisiolistese femoral: Abordagem médica • Deslizamentos estáveis: • Fixação com um único parafuso • Considerada uma técnica simples com baixa taxa de recorrência e complicações • Deslizamentos instáveis: • Lembrar: é muito mais grave, podendo ocorrer osteonecrose em 20 a 50% dos casos • Além da fixação, outras opções de tratamento são controversas: momento da cirurgia e se redução e tração deve ser usada. Epifisiolistese femoral: Abordagem fisioterapêutica • Órtese em Espica pode ser utilizada (nessa abordagem conservadora, o período de imobilização é maior do que após cirurgia) • Hidroterapia • Exercícios de ADM leves • Ex.: mobilização passiva contínua (MPC) • OBS: Riscos do período de imobilização: • Redução do trofismo e da força muscular • Redução da mineralização óssea • Risco de condrólise (amolecimento seguido de destruição da cartilagem) Epifisiolistese femoral: Abordagem fisioterapêutica • Assim que o risco de escorregamento é reduzido: descarga de peso parcial com muletas • Exercícios para fortalecimento, estabilidade, propriocepção e coordenação • Se for tratamento pós-cirúrgico, o objetivo primário é a redução da dor • Ultrassom • TENS • Crioterapia • Mobilização passiva contínua do quadril • Descarga de peso de até 20 Kg ao lado do fisioterapeuta apenas • ADM completa e descarga de peso completa ou parcial após 6 semanas